EMBAÚBA PLAY PREPARA SELEÇÃO DE FILMES SOBRE A DITADURA MILITAR

EMBAÚBA PLAY PREPARA SELEÇÃO DE FILMES SOBRE A DITADURA MILITAR

Projeto Sem memória não há futuro tem
Seleção de filmes disponível na Embaúba Play
Imagem do filme “Tatuagem”
Sem memória não há futuro

Há 60 anos, militares tomaram o poder com um golpe apoiado por boa parte da classe média e da elite econômica brasileira. Entre 1964 e 1985, milhares de cidadãos contrários ao regime totalitário foram censurados, perseguidos, torturados e exterminados. É um equívoco considerar que essa história pertence ao passado – o militarismo brasileiro segue forte, atuante e impune. A instituição da violência e a certeza da impunidade são legados ditatoriais que ainda hoje deixam vítimas e ameaçam nossa frágil democracia.

A Embaúba Play preparou uma seleção de filmes que tratam, cada um a seu modo, da Ditadura Militar e seus desdobramentos. Algumas obras testemunham o passado, inscrevem nomes de vítimas e algozes na memória coletiva, expõem os efeitos nefastos da imposição da força bruta.  Outras examinam o presente, reconhecendo nele as fagulhas da tragédia e as centelhas da esperança, para que seja possível, enfim, seguir em frente, entre a constatação do perigo e a necessidade da luta.(Texto de Carla Maia, curadora da Embaúba Play)
Lista de filmes que integram a seleção e podem ser alugados na Embaúba Play:
“Retratos de identificação”, de Anita Leandro
“Os dias com ele”, de Maria Clara Escobar
“Procura-se Irenice”, de Marco Escrivão e Thiago B. Mendonça
“Pastor Cláudio”, de Beth Formaggini
“Estranho animal”, de Arthur B. Senra
“A guerra dos gibis”, Thiago B. Mendonça e Rafael Terpins
“Tatuagem”, de Hilton Lacerda
“Num país estrangeiro”, Karen Akerman e Miguel Seabra Lopes
“O golpe em 50 cortes ou a corte em 50 golpes”, de Lucas Campolina
“Vento frio”, de Taciano Valério
“Bloqueio”, de Victória Álvares e Quentin Delaroche
“Quem tem medo?”, de Dellani Lima, Henrique Zanoni e Ricardo Alves Jr.
“Vigília”, de Rafael Urban
“Entre nós talvez estejam multidões”,  de Aiano Bemfica e Pedro Maia de Brito
“Sementes: mulheres pretas no poder”, de Éthel Oliveira e Júlia Mariano
Sinny Assessoria e Comunicaçãoimprensa@sinnyassessoria.comEMBAÚBA PLAY PREPARA SELEÇÃO DE FILMES SOBRE A DITADURA MILITAR E SEUS DESDOBRAMENTOSProjeto Sem memória não há futuro tem
Seleção de filmes disponível na Embaúba PlayImagem do filme “Tatuagem”Sem memória não há futuro

Há 60 anos, militares tomaram o poder com um golpe apoiado por boa parte da classe média e da elite econômica brasileira. Entre 1964 e 1985, milhares de cidadãos contrários ao regime totalitário foram censurados, perseguidos, torturados e exterminados. É um equívoco considerar que essa história pertence ao passado – o militarismo brasileiro segue forte, atuante e impune. A instituição da violência e a certeza da impunidade são legados ditatoriais que ainda hoje deixam vítimas e ameaçam nossa frágil democracia.

A Embaúba Play preparou uma seleção de filmes que tratam, cada um a seu modo, da Ditadura Militar e seus desdobramentos. Algumas obras testemunham o passado, inscrevem nomes de vítimas e algozes na memória coletiva, expõem os efeitos nefastos da imposição da força bruta.  Outras examinam o presente, reconhecendo nele as fagulhas da tragédia e as centelhas da esperança, para que seja possível, enfim, seguir em frente, entre a constatação do perigo e a necessidade da luta.(Texto de Carla Maia, curadora da Embaúba Play)Lista de filmes que integram a seleção e podem ser alugados na Embaúba Play:“Retratos de identificação”, de Anita Leandro
“Os dias com ele”, de Maria Clara Escobar
“Procura-se Irenice”, de Marco Escrivão e Thiago B. Mendonça
“Pastor Cláudio”, de Beth Formaggini
“Estranho animal”, de Arthur B. Senra
“A guerra dos gibis”, Thiago B. Mendonça e Rafael Terpins
“Tatuagem”, de Hilton Lacerda
“Num país estrangeiro”, Karen Akerman e Miguel Seabra Lopes
“O golpe em 50 cortes ou a corte em 50 golpes”, de Lucas Campolina
“Vento frio”, de Taciano Valério
“Bloqueio”, de Victória Álvares e Quentin Delaroche
“Quem tem medo?”, de Dellani Lima, Henrique Zanoni e Ricardo Alves Jr.
“Vigília”, de Rafael Urban
“Entre nós talvez estejam multidões”,  de Aiano Bemfica e Pedro Maia de Brito
“Sementes: mulheres pretas no poder”, de Éthel Oliveira e Júlia MarianoConfira mais em:https://embaubaplay.com/
Imagem do filme “Sementes: Mulheres Pretas no Poder”

Sobre a Embaúba Filmes

A Embaúba é uma distribuidora especializada em cinema brasileiro, criada em 2018 e sediada em Belo Horizonte. Seu objetivo é contribuir para a maior circulação de filmes autorais brasileiros. Ela busca se diferenciar pela qualidade de seu catálogo, que já conta com mais de 50 títulos, investindo em obras de grande relevância cultural e política. A empresa atua também com a exibição de filmes pela internet, por meio da plataforma Embaúba Play, que exibe não apenas seus próprios lançamentos, como também obras de outras distribuidoras e contratadas diretamente com produtores, contando hoje com mais de 500 títulos em seu acervo, dentre curtas, médias e longas-metragens do cinema brasileiro contemporâneo.

Dirigido por Marcos Pimentel, PELE estreia nesta quinta

Dirigido por Marcos Pimentel, PELE estreia nesta quinta

Com distribuição da Embaúba Filmes, filme combina política e poesia mostrando um retrato do Brasil por meio da arte urbana
Trailer: https://youtu.be/pb73xDbYhCo

As cidades, vibrantes em suas cores e arte, se tornam figuras centrais em PELE, documentário de Marcos Pimentel que chega com exclusividade aos cinemas nesta quinta-feira, 26 de outubro, com distribuição da Embaúba Filmes. As praças que receberão o filme são AracajuBalneário CamburiúBelo HorizonteBrasíliaCórrego FundoFortalezaGoiâniaPorto AlegreRio de Janeiro e Salvador. Em São Paulo, as exibições são previstas para acontecer a partir de 2 de novembro. A classificação indicativa é 12 anos.

A produção executiva é de Luana Melgaço e a produção é assinada pela Tempero Filmes. O longa fez sua estreia mundial no IDFA/Envision Competition, no qual foi premiado com a Menção Especial do Júri, e no Brasil, foi exibido na Mostra Competitiva do É Tudo Verdade. Na Rússia, recebeu o Grande Prêmio da Crítica no Festival Message to Man, em São Petersburgo, e já foi exibido também na França, Canadá, Itália, China, Nova Zelândia, Rússia, Indonésia, Áustria, Alemanha e Colômbia.

O cineasta conta que o filme nasceu do seu interesse pela experiência de se viver em cidades inchadas – cheias de pessoas, conflitos e contradições – que temos no Brasil e na América Latina e pela pulsão da arte urbana encontrada nelas. “Eu sempre gostei de caminhar pelas cidades prestando atenção no que está presente nos muros, paredes e estruturas de concreto. Incontáveis grafites, pichações, publicidades, letras, declarações de amor, palavras de ordem, hieróglifos, mensagens políticas, palavrões… É possível encontrar de tudo ali, numa caótica composição visual que diz muito do nosso tempo e dos lugares que habitamos.”

Morando em Belo Horizonte, ele explica que começou a perceber ali mesmo as interações espontâneas que as pessoas têm com a arte urbana. “Mesmo sem nos darmos conta, a todo momento nossos corpos estão dialogando com os conteúdos que ‘vestem’ os muros. Ali, nesta espécie de pele, os ‘habitantes dos muros’ interagem com os ‘habitantes das cidades’, produzindo leituras bastante interessantes que, infelizmente, nem sempre temos tempo de contemplar.”

O filme foi rodado em 2019, em Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro, e filmar nas ruas, para Pimentel, foi um desafio, mas também uma alegria. “A rua é um ambiente que me encanta justamente pela falta de controle quando se filma um documentário. Nunca é fácil, mas também poucos espaços são tão ricos e prazerosos para um documentarista como as ruas das cidades. Não tínhamos controle de nada e nunca nos propusemos a isso. Então, era um filme onde precisávamos esperar muito e filmar pouco. Eram horas esperando até que determinada situação acontecesse espontaneamente diante de algum grafite ou pichação.”

Como foi rodado sem captação de som direto, o som de PELE foi todo construído na pós-produção, por Vitor Coroa, que, além de reproduzir o som do que se vê na tela, trouxe também várias camadas e possibilidades de interpretação a partir do som de cada sequência. Assim, o documentário tenta reproduzir a experiência urbana e a urgência dos discursos presentes nas ruas do país também através do som, perseguindo uma atmosfera sonora que permite uma outra experiência de cidade.

Pimentel, que em sua filmografia tem longas como “Fé e Fúria” e “Os Ossos da Saudade”, conta que trata grafites, pichações e intervenções nos muros e paredes como gritos silenciosos emitidos pelos habitantes de algum lugar. “As narrativas urgentes das ruas estão sempre ali, estampadas nos muros, que são encarados como espaços onde os artistas e os moradores das cidades podem gritar para o mundo tudo o que pensam e também extravasar as muitas opressões a que são submetidos no cotidiano. Fica tudo depositado ali, até as pessoas e o tempo agirem sobre estes conteúdos, modificando-os uma vez mais.”

Ele aponta que essa arte tem muito a dizer sobre o tempo e o lugar onde vivemos. “No filme PELE, nós articulamos esses elementos e acabamos por narrar boa parte da história recente do país. Encontramos lá os Jogos Olímpicos do Rio, a Copa do Mundo de 2014, o Passe Livre e os protestos de junho de 2013, o golpe dado pelo Temer, a Lava Jato, a prisão do Lula, a Vaza Jato, o Lula Livre, o #elenão, os muitos escândalos do governo Bolsonaro, o Fora Bozo, o assassinato na Marielle, racismo, fascismo, misoginia, intolerância religiosa, muitos protestos que ganharam as ruas ao longo dos últimos anos… A história recente do país está narrada ali.”

Parceiro do montador Ivan Morales Jr há 20 anos, Pimentel conta que a montagem era o desafio de se valer do material filmado e o transformar numa narrativa sobre o Brasil contemporâneo. PELE é um filme que não possui entrevistas, narrador, voz em off… O filme todo é construído somente pelo registro dos conteúdos dos muros, a observação entre a interação entre os corpos que habitam a cidade e os grafites e pichações e algumas sequências de intervenções artísticas pelo ambiente urbano. Portanto, a montagem foi essencial para articular estes elementos e fazer surgir um filme a partir deles.”

PELE é um filme que, claramente, dialoga com as outras obras de Pimentel, especialmente com “Polis”, “Urbe” e “Taba”, sem deixar de lado a observação mais contemplativa de seus filmes, como “Sopro”, “A Parte do Mundo Que Me Pertence” e “A Arquitetura do Corpo”.

“Acho que em PELE dei um passo a mais em relação a estes trabalhos anteriores, caminhando na direção de algo que venho perseguindo nos últimos tempos, que é conseguir equilibrar e alternar poesia e política ao longo da construção da obra. Ando bastante instigado por filmes que possuem camadas poéticas na construção de sua linguagem, mas que não se dissociam da construção política do discurso. É uma obra na qual política e poesia caminham de mãos dadas o tempo todo, fazendo com que o filme seja uma experiência sensorial pelas ruas das cidades e pelas artes e intervenções encontradas ao longo do caminho sem nunca perder de vista um discurso político bem marcado, que está entrelaçado na construção de praticamente todas as sequências do filme.”

Sinopse
Documentário sobre a interação entre os habitantes das cidades e o que está expresso em seus muros e paredes. Grafites, pichações, símbolos indecifráveis, palavras de ordem, pensamentos políticos, hieróglifos, declarações de amor… Fragmentos de memória e gritos silenciosos que revelam os desejos, medos, fantasias e devaneios de quem habita os centros urbanos. As letras e desenhos interagindo com os diferentes corpos que transitam pelo espaço público. As narrativas urgentes das ruas que expressam as subjetividades dos mais variados discursos visuais que “vestem” as cidades brasileiras.

Ficha Técnica
Direção: 
Marcos Pimentel
Produção Executiva:
 Luana Melgaço
Roteiro:
 Marcos Pimentel, Ivan Morales Jr.
Fotografia:
 Giovanna Pezzo
Som Direto:
 Giordano Lima
Montagem:
 Ivan Morales Jr.
Desenho de Som e Mixagem:
 Vitor Coroa
Direção de Produção e Assistente de Direção:
 Vinícius Rezende Morais
Produção de Set:
 Marcelo Lin
Assistente de Produção:
 Evandro Laina
Pesquisa:
 Vinícius Rezende Morais, Marcelo Lin, Milena Manfredini, Marcos Pimentel
Empresa Produtora:
 Tempero Filmes
Classificação Indicativa: 12 anos

Sobre Marcos Pimentel
Documentarista formado pela Escuela Internacional de Cine y Televisión de San Antonio de los Baños (EICTV – Cuba) e especializado em Cinema Documentário pela Filmakademie Baden-Württemberg, na Alemanha. Também é graduado, no Brasil, em Comunicação Social (UFJF) e Psicologia (CES-JF).

Diretor, roteirista e produtor independente, realizou filmes que ganharam 94 prêmios por festivais nacionais e internacionais e foram exibidos em mais de 700 festivais em todos os cantos do mundo.

Desde 2009, é professor titular do departamento de documentários da Escuela Internacional de Cine y Televisión de San Antonio de los Baños (EICTV – Cuba), onde ministra aulas para alunos do curso regular, da maestria documental e dos talleres internacionales. Desde 2017, dá aulas no curso de cinema da Escola de Design de Altos de Chavón, na República Dominicana. Já deu cursos de narrativa e estética documental, roteiro e direção de documentário em distintas instituições no Brasil, Portugal, Holanda, Espanha, Cuba, Colômbia, México, República Dominicana, Cabo Verde e Angola, além de atuar como roteirista e consultor de dramaturgia e desenvolvimento de projetos.

Desde 2012, é coordenador audiovisual da Agência de Desenvolvimento do Polo Audiovisual da Zona da Mata de Minas Gerais, sediado em Cataguases, sendo responsável pelos projetos da área de formação audiovisual.

Vive e trabalha em Belo Horizonte.

Sobre a Tempero
Tempero é um espaço de criação e produção audiovisual, que reúne as obras dos realizadores Ana Valeria González, Ivan Morales Jr, Leo Ayres e Marcos Pimentel. Voando juntos ou separados, eles desenvolvem projetos com foco no cinema autoral e na produção independente, atuando em diferentes lugares, principalmente Brasil, Alemanha e México. Seus filmes foram exibidos e premiados em importantes festivais internacionais, como Rotterdam, IDFA (Holanda), Veneza (Itália), Tampere (Finlândia), Cinema du Réel, Toulouse, Nantes, Lussas, Centre Georges Pompidou, Biarritz (França), Visions du Réel (Suíça), Documenta Madrid, Huesca, MECAL, L´Alternativa, CinemaJove, Granada (Espanha), Parnu (Estônia), Doc Lisboa, Indie Lisboa, Santa Maria da Feira (Portugal), Gulf Film Festival (Dubai/Emirados Árabes), La Habana (Cuba), Chicago, Hollywood Film Festival, (EUA), Guadalajara, DOCS DF, Morelia (México), Cartagena (Colômbia), Atlantidoc (Uruguai), EDOC (Equador), DOCKANEMA (Moçambique), FIC Luanda (Angola), Norwegian Short Film Festival (Grimstad/Noruega), FIDOCS (Chile), Zagreb (Croácia), Tokyo, Sapporo, Con-can, JVC Film Festival (Japão), Pequim e SCTVF (China), e nos mais importantes festivais brasileiros, como É Tudo Verdade, Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, Festival de Gramado, Cine-PE, Cine Ceará, Mostra Internacional do Filme Etnográfico, Festival Internacional de Curtas de SP, Festival Internacional de Curtas de BH, ForumDoc, Mostra de Cinema de Tiradentes, Janela Internacional de Cinema do Recife, Indie BH, Mostra do Filme Livre, entre vários outros.

Sobre a Embaúba Filmes
A Embaúba Filmes é uma distribuidora especializada em cinema brasileiro, criada em 2018 e sediada em Belo Horizonte. Seu objetivo é contribuir para a maior circulação de obras autorais brasileiras. Ela busca se diferenciar pela qualidade de seu catálogo, que já conta com mais de 40 títulos, em menos de 5 anos de atuação, apostando em filmes de grande relevância cultural e política. A empresa atua também com a exibição de filmes pela internet, por meio da plataforma Embaúba Play, que exibe não apenas seus próprios lançamentos, como também obras de outras distribuidoras e contratadas diretamente com produtores, contando hoje com mais de 500 títulos em seu acervo, dentre curtas, médias e longas-metragens do cinema brasileiro contemporâneo.

UM FILME DE CINEMA estreia nesta quinta-feira

UM FILME DE CINEMA estreia nesta quinta-feira

De forma lúdica e divertida, filme com distribuição da Embaúba Filmes resgata a história do cinema pelo olhar infantil
Trailer: https://youtu.be/5fZjoBSBTCo

Combinando o documental e a ficção, o cineasta Thiago B. Mendonça lança um olhar carinhoso e lúdico à história do cinema em UM FILME DE CINEMA, que chega com exclusividade na tela grande nesta quinta-feira, 5 de outubro, nas seguintes praças: São PauloRio de JaneiroAracajuBelo HorizonteBrasíliaFortalezaMaceióPorto Alegre e Salvador. A distribuição é da Embaúba Filmes, com classificação indicativa livre.

Tudo começou com o interesse de registrar um momento da vida das filhas Bebel e Isa, de 7 e 3 anos respectivamente. “Queria fazer algo que tivesse relação com nossas histórias, e que fosse ao mesmo tempo uma grande brincadeira ficcional. Bebel e Isa nasceram no meio do cinema e do teatro – a mãe delas, Renata, é a produtora do filme e também se dedica ao cinema”, explica o diretor. Daí nasceu a ideia para o longa, que tem ao centro um cineasta, interpretado por Rodrigo Scarpelli, que funciona como uma espécie de alterego de Mendonça.

A filha mais velha do personagem resolve fazer, como trabalho na escola, um filme com seus amigos. O pai está em crise criativa, e o processo desse projeto acaba servindo como uma investigação da história do cinema, e, também, uma maneira dele lembrar porque gosta tanto dessa arte.

Mendonça conta que o trabalho com as crianças foi bastante espontâneo. Houve uma preparação para que ficassem à vontade na frente da câmera, mas fora isso, deixava-as livres para improvisar. “Muitos dos diálogos nasceram espontaneamente, como a entrevista que o pai faz com a Bebel. A Bebel sempre foi uma criança diferente, muito certa de suas ideias e firme nas suas posições. Ao final ela fazia o papel dela mesma.”

Ele conta que Bebel levou as filmagens muito a sério, e que a menor, Isa, viu tudo como uma grande brincadeira, e se divertiu bastante. “Elas gostam muito do filme. Assistem com diversão, mas também com saudade. Sabem o privilégio que tiveram de ter esta memória particular de um momento rico da infância registrado para sempre, junto a amigas, amigos e familiares.”

Já o cineasta, interpretado por Scarpelli, Mendonça conta que não é baseado apenas nele mesmo. “Eu o criei como um pastiche não só do que sou, mas de diretores que vivem crises de identidade. Foi muito divertido pensar este personagem para o Rodrigo, um ator muito querido, com quem eu trabalhei anteriormente no grupo teatral Folias D’Arte. Nós temos um jeito parecido e também somos parecidos fisicamente.”

Uma das preocupações do diretor nesse filme era o tornar também acessível para um público infantil, uma vez que a infância é também um dos temas aqui, e, para isso, assistiu a vários filmes para criança, especialmente para perceber como as histórias são contadas para elas. “É uma responsabilidade grande pensar conteúdo para crianças. Criar algo que seja ao mesmo tempo divertido, educativo (sem didatismo) e que possibilite uma reflexão autônoma. Tentamos construir um filme que busca um caminho de liberdade, de inspirar a criatividade do público infantil. Essa era a vontade que tínhamos e que temos, o nosso desafio.”

A combinação entre o documental e o ficcional também foi importante na construção de UM FILME DE CINEMA, pois, segundo Mendonça, o modo como apresentamos o cinema para as crianças tem algo de documentário, mas, ele ressalta, filme é também todo invenção, há muito trabalho de interpretação das crianças, muita criação para chegarmos no processo de filmagem. “O documental está nas entrevistas das crianças, na forma como elas utilizam a câmera, em muitas sugestões delas que foram acolhidas, no registro de um momento especial da vida das meninas (trata-se de nossa casa, do quarto onde elas dormiam, da escola da Isa e de crianças que em sua maioria estudavam com elas ou moravam próximas). E também é um documento das relações de afeto que transparecem na tela.”

Nas exibições em festivais, como na 20ª Mostra de Tiradentes, o diretor confessa que estava apreensivo com a reação do público – especialmente o infantil – mas a resposta na sessão foi a certeza de que o projeto atingia seus objetivos. “Foi emocionante, pois as crianças interagiam, riam bastante, e ficavam o tempo todo concentradas na história. Tivemos muitas falas bonitas das crianças que assistiram, e também de seus pais. Foi uma surpresa perceber que os pais gostam muito do filme.”

Exibido em diversos países, como Holanda, Alemanha, Estados Unidos, Espanha, Coreia do Sul, Ucrânia e Portugal, Mendonça confessa que a sessão mais tocante foi na Índia, onde foi premiado em um festival que exibe os filmes para milhares de crianças em suas escolas. “Para nós é muito bonito ver crianças de todo o mundo acompanhando as aventuras da Bebel e Isadora. Me ensinou de novo como o cinema pode nos aproximar de outros universos. Sempre percebi isso como cinéfilo. E agora percebo com realizador. Fazer filmes para crianças é uma responsabilidade muito grande e acho que conseguimos construir um filme bonito, que se comunica com outros ‘mundos’, realidades distantes, que o cinema tem o poder de tornar próximas.”

Sinopse
Bebel, filha de um diretor de cinema em crise, quer fazer um filme com seus amigos para um projeto escolar. A realização do filme se torna uma grande aventura e leva Bebel, sua família e seus amigos a uma viagem pela história do cinema.

Ficha Técnica
Direção: 
Thiago B. Mendonça 
Roteiro: 
Thiago B. Mendonça 
Produção Executiva: 
Renata Jardim 
Produção: Adriana Barbosa, Danillo Prisco, Laura Calasans, Alex Rocha
Elenco: Bebel Mendonça, Isadora Mendonça, Rodrigo Scarpelli, Eugênia Cecchini, Antonio Petrin, Alípio Freire, Carlos Francisco, Camila Urbano
Direção de Fotografia: Andre Moncaio
Direção de Arte: Bira Nogueira
Trilha Sonora: Zeca Loureiro
Montagem: Bem Ortolan do Prado e Eduardo Liron 
País: Brasil 
Ano: 2017 – 2023
Duração: 83 minutos
Classificação Indicativa: Livre

Sobre Thiago B. Mendonça
Thiago B. Mendonça é diretor de cinema, roteirista, crítico e educador. Bacharel em Ciências Sociais pela USP, estudou cinema na UnB e atualmente faz pós-graduação em audiovisual na ECA-USP, estudando a obra de Andrea Tonacci. Recebeu por seus filmes mais de uma centena de prêmios em festivais nacionais e internacionais. Entre seus curtas estão “Minami em Close-up”, “A Guerra dos Gibis”, “Piove, il Film di Pio”, “O Canto da Lona”, “Entremundo”, “Procura-se Irenice”, “O Karaokê de Isadora” e “Belos Carnavais”. Seu primeiro longa-metragem, “Jovens Infelizes ou Um Homem que Grita não é um Urso que Dança”, foi o vencedor da Mostra de Cinema de Tiradentes de 2016 e premiado em festivais em Portugal, Estados Unidos, México, Colômbia, Venezuela e Argentina. Seu segundo longa-metragem, “Um Filme de Cinema”, participou de alguns dos mais importantes festivais internacionais voltados para o público infantil. Seu terceiro longa-metragem, “Curtas Jornadas Noite Adentro”, estreou simultaneamente no DocLisboa e na Mostra Internacional de São Paulo, recebendo elogios de críticos como Claire Alouche na prestigiosa revista francesa Cahiers du Cinema. Atualmente finaliza seu quarto longa-metragem, “Antes do Fim”. Dirigiu a série “Vozes da Floresta”, sobre a Aliança dos povos da floresta, pela qual recebeu uma bolsa Pulitzer. Trabalha como roteirista para importantes diretores da nova geração do cinema brasileiro, com destaque para sua parceria com Adirley Queirós, com quem colaborou em 4 filmes. Co-dirigiu trabalhos com Adirley, Zózimo Bulbul, entre outros diretores. Atua junto a grupos de teatro paulistanos como o Coletivo Comum e o Grupo Folias. É coordenador do Cinemancipa, curso de formação de cinema organizado pela Rede Emancipa de Educação Popular. Ministra cursos de audiovisual em diversos espaços. Como jornalista colaborou com diversas publicações, destacando-se seu trabalho na revista Le Monde Diplomatique, jornal Valor Econômico, Brasil de Fato, Estadão e na Revista Época (onde escrevia uma coluna sobre cinema).

Sobre a Embaúba Filmes
A Embaúba Filmes é uma distribuidora especializada em cinema brasileiro, criada em 2018 e sediada em Belo Horizonte. Seu objetivo é contribuir para a maior circulação de obras autorais brasileiras. Ela busca se diferenciar pela qualidade de seu catálogo, que já conta com mais de 40 títulos, em menos de 5 anos de atuação, apostando em filmes de grande relevância cultural e política. A empresa atua também com a exibição de filmes pela internet, por meio da plataforma Embaúba Play, que exibe não apenas seus próprios lançamentos, como também obras de outras distribuidoras e contratadas diretamente com produtores, contando hoje com mais de 500 títulos em seu acervo, dentre curtas, médias e longas-metragens do cinema brasileiro contemporâneo.

Sobre a Ditadura Militar, MEMÓRIA SUFOCADA estreia nesta quinta

Sobre a Ditadura Militar, MEMÓRIA SUFOCADA estreia nesta quinta

Dirigido por Gabriel Di Giacomo, filme é lançado no circuito exibidor na véspera do aniversário do Golpe Militar no Brasil
Trailer: https://youtu.be/ZMvoUTPE27k

Contando com a primeira equipe de cinema a filmar dentro do DOI-CODI de São Paulo, o documentário MEMÓRIA SUFOCADA olha a história da Ditadura Militar e a tortura no Brasil a partir da perspectiva do presente. Buscas na internet mostram narrativas distintas do passado, mas que iluminam os dias de hoje. Dirigido por Gabriel Di Giacomo, o longa-metragem estreia nos cinemas nesta quinta-feira, 30 de março, nas seguintes praças: São PauloRio de JaneiroAracajuBalneário CamboriúBelo HorizonteBrasíliaFortalezaJoão PessoaMaceióManausNiteróiPalmasPorto AlegreRecifeRibeirão PretoSalvador e São Luis. A produção é da Salvatore Filmes e a distribuição, da Embaúba Filmes.

“Hoje, a informação e a desinformação estão ao alcance de todos. Muitos fatos são construídos nas redes sociais e a realidade é cada vez menos nítida. Este é o ponto central do filme, qual é a ‘verdade’ histórica e como os fatos podem ganhar novas narrativas com o passar dos anos. Na década de 1960, setores da elite brasileira, com o apoio da mídia, plantaram diversas fake news sobre a situação do país para conseguir levar os militares ao poder, era urgente evitar ‘o avanço comunista no Brasil’, ‘proteger a pátria e a família’ e ‘acabar com a bagunça’”.

O longa conta com um rico material, que foi encontrado hospedado na internet, tornando-se uma regra para a estruturação: só conteúdos que estavam disponíveis para qualquer internauta. A partir disso, descortina os horrores da Ditadura que, às vezes, são descritos de outra forma.

“Por acompanhar a recente crise democrática em tempo real, senti a necessidade de fazer este filme como um exercício de reflexão sobre a nossa memória coletiva. As relações da sociedade com seu passado são dinâmicas, fluidas e contraditórias e MEMÓRIA SUFOCADA traz uma análise do processo de construção da memória da Ditadura Brasileira que segue em disputa.”

A pesquisa rendeu a Giacomo um conteúdo tão rico que ele expandiu o projeto no website do documentário, transformando-o assim em “um convite para as pessoas acessarem o material que serviu de base para construção do roteiro, para que cada espectador possa fazer a sua pesquisa e montar seu próprio filme, mesmo que seja dentro de sua mente”. No site https://memoriasufocada.com.br, é possível encontrar sugestões de filmes, vídeos e entrevistas com temas relacionados, como Golpe, Repressão e Anistia.

O cineasta conta que uma das coisas que mais o surpreendeu foram as propagandas do governo da época, que define como uma mistura de inocência com perversidade e recheadas de mentiras. “Uma delas é uma tentativa de responsabilizar a população pelo aumento da inflação e diz que a solução depende de todos, que basta pechinchar para os preços caírem, parece um esquete. Na época, a inflação estava perto de 40% ao ano e o regime tentando terceirizar a culpa do fracasso econômico para o povo, é uma covardia muito grande.”

O processo do longa começou com leituras de livros e textos sobre a Ditadura, acesso aos documentos da Comissão da Verdade, apreciação de filmes e um contato inicial com pesquisadores do tema. Quando o diretor percebeu que seria inviável produzir o documentário da forma tradicional por conta do isolamento social provocado pela pandemia de COVID-19, ele o fez da única maneira possível naquele momento, mergulhando em uma pesquisa de vídeos da internet e se deparando com um acervo incrível de imagens da Comissão Nacional da Verdade e do Arquivo Nacional. “É interessante, pois todo o material está disponível, mas eu nunca tinha assistido a boa parte dos vídeos, que tem poucas visualizações.”

Olhando para o passado e refletindo sobre o presente dos últimos quatro anos, o diretor aponta em MEMÓRIA SUFOCADA paralelos entre 1964 e a eleição de Bolsonaro de 2018. “O ex-presidente segue promovendo o revisionismo histórico do regime militar com auxílio de influenciadores que tentam construir a imagem de golpistas como heróis. Como um dos resultados, já assistimos a inédita invasão e depredação do Congresso Nacional em 8 de janeiro de 2023. Ainda acredito na velha máxima de que podemos aprender com os erros do passado e que não aceitar a relativização deles é uma forma de no futuro não elegermos novos Bolsonaros.”

MEMÓRIA SUFOCADA será lançado no Brasil pela Embaúba Filmes.

Sinopse
Coronel Ustra é o único militar condenado como torturador durante a Ditadura. O ex-presidente Jair Bolsonaro o exalta como um herói. Mas qual é a verdade? Através de buscas pela internet, o passado do Brasil vai sendo reconstruído e esbarra no presente.

Ficha Técnica
Direção:
 Gabriel Di Giacomo
Roteiro: Gabriel Di Giacomo
Fotografia: Bruno Graziano
Montagem: Gabriel Di Giacomo
Música: Cauê Bravim
Produtor: Marcelo Botta, Gabriel Di Giacomo
Produção: Salvarote Filmes
País: Brasil
Ano: 2021
Duração: 76 minutos

Sobre o diretor Gabriel Di Giacomo
Gabriel Di Giacomo dirigiu e roteirizou o documentário MEMÓRIA SUFOCADA, que teve a sua estreia na 45ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e recebeu menção especial do júri no Festival de Málaga. Dirigiu e roteirizou o documentário “Marcha Cega” (2018), selecionado para os festivais Cine PE 2018, Cine y Derechos Humanos Madrid, Visions du Réel (Media Library), entre outros. É um dos roteiristas da comédia “Abestalhados 2” (2022) e é produtor e roteirista da série documental “Viajo Logo Existo” (2020). Em 2016, ao lado de Marcelo Botta, dirigiu e roteirizou a série “Foca News”, exibida no FX. Sua carreira na televisão começou em 2008, no núcleo de humor da MTV Brasil, trabalhando na equipe de direção e roteiro de programas como “Comédia MTV” e “Furo MTV”.

Sobre a Salvatore Filmes
A Salvatore Filmes está atualmente preparando o lançamento da segunda temporada da série “Auto Posto”, coprodução com a Paramount. A série liderou a audiência no Comedy Central na sua estreia em 2020. A produtora trabalha na pós-produção do longa-metragem “Betânia”, que recebeu três prêmios na sessão Primer Corte do Ventana Sur, um dos mais importantes mercados para distribuição de conteúdo audiovisual da América Latina. Nos últimos anos, a Salvatore lançou o longa-metragem “Abestalhados 2”, coprodução com a Zencrane Filmes e distribuição da Buena Vista International/Disney. Produziu o documentário MEMÓRIA SUFOCADA, selecionado para a 45ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e, em 2022, para o FICVIÑA. O filme também recebeu a menção especial do júri no 25º Festival de Málaga. A produtora lançou, em 2020, a série documental “Viajo Logo Existo”, rodada em 6 países, exibida no canal Travel Box. Em 2018, foi a produtora de “Marcha Cega”, documentário independente com distribuição da Elo Company e exibido nos cinemas, no Canal Brasil e na Amazon Prime Video. A Salvatore foi coprodutora com a Fox das séries “Foca News” e “O Último Programa do Mundo”.

Sobre a Embaúba Filmes
A Embaúba Filmes é uma distribuidora especializada em cinema brasileiro, criada em 2018 e sediada em Belo Horizonte. Seu objetivo é contribuir para a maior circulação de obras autorais brasileiras. Ela busca se diferenciar pela qualidade de seu catálogo, que já conta com mais de 40 títulos, em menos de 5 anos de atuação, apostando em filmes de grande relevância cultural e política. A empresa atua também com a exibição de filmes pela internet, por meio da plataforma Embaúba Play, que exibe não apenas seus próprios lançamentos, como também obras de outras distribuidoras e contratadas diretamente com produtores, contando hoje com mais de 500 títulos em seu acervo, dentre curtas, médias e longas-metragens do cinema brasileiro contemporâneo.

Distribuidora Ava Duvernay lançará MARTE UM nos EUA em Janeiro

Distribuidora Ava Duvernay lançará MARTE UM nos EUA em Janeiro

Escolhido para representar o Brasil no Oscar, filme de Gabriel Martins já fez mais de 85 mil ingressos no país, e continua em cartaz

O premiado filme dirigido por Gabriel Martins e produzido pela Filmes de Plástico, MARTE UM, já tem distribuidora nos EUA: a Array Realising, empresa da cineasta Ava DuVernay, indicada ao Oscar em 2017, pelo documentário A 13a Emenda e Selma, que concorreu como Melhor Filme. Nos EUA, o filme será lançado simultaneamente nos cinemas e na Netflix em 05 de janeiro. No Brasil, o longa continua em cartaz, e já fez mais de 85 mil espectadores, estando nos cinemas há 15 semanas.

Desde que estreou em Sundance, em janeiro passado, MARTE UM passou em diversos festivais ao redor do mundo, e foi escolhido para representar o Brasil no Oscar. A pré-lista dos indicados será anunciada dia 21 de dezembro.  Além dos EUA, a Array também lançara o filme no Canadá, Reino Unido, Austrália e Nova Zelândia.

Gabriel Martins criou um drama repleto de camadas emocionais em sua estreia na direção solo. A Array tem orgulho de lançar esse filme, que tem a marca de ser a primeira vez de ser a escolha do Brasil para o Oscar dirigido por um negro”, declarou à Variety Tilane Jones, presidente da distribuidora americana.

Exibido no Festival de Gramado, o longa recebeu o Prêmio Especial do Júri, o Prêmio do Júri Popular, além de Melhor Roteiro, também assinado por Martins, e Melhor Trilha Musical, de Daniel Simitan. MARTE UM fez sua estreia mundial no Festival de Sundance, no começo do ano, e recebeu diversos troféus internacionais. No BlackStar Film Festival ganhou o prêmio de melhor longa ficcional, e no Out on Film, melhor longa internacional, melhor elenco e melhor filme de ficção. Além disso, foi exibido no LA Outfest, no Nashville Film Fest e no San Francisco International Film Festival.

O filme traz o cotidiano de uma família periférica, nos últimos meses de 2018, pouco depois das eleições presidenciais. O garoto Deivid (Cícero Lucas), o caçula da família Martins, sonha em ser astrofísico, e participar de uma missão que em 2030 irá colonizar o planeta vermelho. Morando na periferia de um grande centro urbano, não há muitas chances para isso, mas mesmo assim, ele não desiste. Passa horas assistindo vídeos e palestras sobre astronomia na internet.

O pai, Wellington (Carlos Francisco, de “Bacurau”, e do grupo de teatro Folias), é porteiro em um prédio de elite, e há um bom tempo está sem beber, uma informação que compartilha com orgulho em sessões do AA. Tércia (Rejane Faria, da série “Segunda Chamada”) é a matriarca que, depois um incidente envolvendo uma pegadinha de televisão, acredita que está sofrendo de uma maldição. Por fim, a filha mais velha é Eunice (Camilla Damião), que pretende se mudar para um apartamento com sua namorada (Ana Hilário), mas não tem coragem de contar aos pais.

MARTE UM é assinado pela produtora mineira Filmes de Plástico, fundada por Gabriel, Thiago Macêdo Correia, André Novais Oliveira e Maurilio Martins, em 2009, e que tem em sua filmografia obras premiados como “Temporada”, “Ela volta na quinta”, “No coração do mundo” e “Contagem”. Suas produções também foram destaque em festivais com Cannes, Roterdã, Brasília e Tiradentes.

No Brasil, MARTE UM é um lançamento da Embaúba Filmes.

Sinopse

Os Martins são sonhadores e otimistas, e levam tranquilamente às margens de uma grande cidade brasileira depois da decepção da eleição de um presidente de extrema-direita. Uma família negra de classe média baixa, eles sentem a tensão da nova realidade enquanto baixa a poeira política. Tércia, a mãe, reinterpreta seu mundo depois de um encontro inesperado que a deixa em dúvida se foi amaldiçoada. Seu marido, Wellingon, coloca todas suas esperanças na carreira como jogador de futebol do filho caçula, Deivinho, que acompanha a ambição do pai com relutância, pois sonha em estudar astrofísica e colonizar Marte. Enquanto isso, a filha mais velha, Eunice, se apaixona por uma jovem de espírito livre, e se questiona se não está na hora de sair de casa.

Trailer

Ficha Técnica

Direção: Gabriel Martins

Roteiro: Gabriel Martins

Produção: André Novais Oliveira, Gabriel Martins, Maurilio Martins e Thiago Macêdo Correia

Elenco: Rejane Faria, Carlos Francisco, Camilla Damião, Cícero Lucas, Ana Hilário, Russo APR, Dircinha Macedo, Tokinho e Juan Pablo Sorrin

Direção de Fotografia: Leonardo Feliciano

Desenho de Produção: Rimenna Procópio

Figurino: Marina Sandim

Som: Tiago Bello e Marcos Lopes

Montagem: Gabriel Martins e Thiago Ricarte

Música: Daniel Simitan

Gênero: drama

País: Brasil

Ano: 2022

Duração: 114 min.

Bio Gabriel Martins

Gabriel Martins (22/12/1987) é cineasta, roteirista, montador e diretor de fotografia conhecido por seu trabalho na Filmes de Plástico, empresa que fundou em 2009 ao lado de André Novais Oliveira, Maurilio Martins e Thiago Macêdo Correia.

Seu primeiro filme, NO CORAÇÃO DO MUNDO, codirigido por Maurilio Martins, estreou na Tiger Competition do Festival de Roterdã em 2019, e depois foi exibido em diversos festivais, e lançado comercialmente em vários países, como a França, onde foi aclamado pela crítica.

Entre seu curtas estão NADA, exibido na Quinzena dos Realizadores de Cannes, em 2017, e DONA SÔNIA PEDIU UMA ARMA PARA SEU VIZINHO ALCIDES, exibido no Festival de Clermont-Ferrand. Ele também participou do programa especial de Roterdã “Soul in the Eye”, no qual ministrou uma masterclass.

Gabriel escreveu diversos filmes, como o sucesso ALEMÃO. MARTE UM é seu segundo longa, e primeira direção solo.

Sobre a Filmes de Plástico

Criada em 2009, a Filmes de Plástico é uma produtora mineira de Contagem, hoje sediada em Belo Horizonte, formada pelos diretores André Novais Oliveira, Gabriel Martins, Maurílio Martins e pelo produtor Thiago Macêdo Correia.

Juntos seus filmes já foram selecionados em mais de 200 festivais no Brasil e no mundo como a Quinzena dos Realizadores em Cannes, Festival de Cinema de Locarno, Festival de Rotterdam, FID Marseille, Indie Lisboa, BAFICI, Festival de Cartagena, Los Angeles Brazilian Film Festival, Festival de Cinema de Brasília e Mostra de Cinema de Tiradentes, ganhando mais de 50 prêmios.

Entre os próximos projetos da produtora estão além de Marte Um, O Último Episódio, dirigido por Maurilio Martins e E os meus Olhos ficam Sorrindo, dirigido por André Novais Oliveira.

Sobre o Canal Brasil

O Canal Brasil é, hoje, o canal responsável pela maior parte das parcerias entre TV e cinema do país e um dos maiores do mundo, com 365 longas-metragens coproduzidos. No ar há mais de duas décadas, apresenta uma programação composta por muitos discursos, que se traduzem em filmes dos mais importantes cineastas brasileiros, e de várias fases do nosso cinema, além de programas de entrevista e séries de ficção e documentais. O que pauta o canal é a diversidade e a palavra de ordem é liberdade – desde as chamadas e vinhetas até cada atração que vai ao ar.

Sobre a Embaúba Filmes

A Embaúba Filmes é uma distribuidora especializada em cinema brasileiro, criada em 2018 e sediada em Belo Horizonte. Seu objetivo é contribuir para a maior circulação de obras autorais brasileiras. Ela busca se diferenciar pela qualidade de seu catálogo, que já conta com mais de 30 títulos, em pouco mais de 4 anos de atuação, apostando em filmes de grande relevância cultural e política. A empresa atua também com a exibição de filmes pela internet, por meio da plataforma Embaúba Play, que exibe não apenas seus próprios lançamentos, como também obras de outras distribuidoras e contratadas diretamente com produtores, contando hoje com mais de 500 títulos em seu acervo, dentre curtas, médias e longas-metragens do cinema brasileiro contemporâneo.