Bingo-O Rei das Manhãs é escolhido para representar Brasil no Oscar 2018

Bingo-O Rei das Manhãs é escolhido para representar Brasil no Oscar 2018

“Bingo-O Rei das Manhãs” filme do cineasta Daniel Rezende, foi o selecionado para representar o Brasil no Oscar na corrida pelo melhor filme de língua estrangeira. O anúncio ocorreu na manhã desta sexta-feira (15), na Cinemateca Brasileira, por Jorge Peregrino, chefe da comissão da Academia Brasileira de Cinema.

“Bingo” foi escohido após passar por uma seleção que continha longas como “O Filme da Minha Vida”, de Selton Mello, “Como Nossos Pais”, de Laís Bodanzky, “João, o Maestro”, de Mauro Lima, “Polícia Federal-A Lei é para Todos”, de Marcelo Antunez, entre outros.

A disputa por uma vaga entre os cinco finalistas promete ser forte. Dentre os favoritos, está “The Square”, filme sueco que levou a Palma de Ouro no Festival de Cannes. Outro concorrente em potencial é o filme húngaro “On Bodyand Soul”, de Ildiko Enyedi, vencedor do Urso de Ouro em Berlim. Dentre os representantes sul-americanos, o longa “Uma Mulher Fantástica”, produção chilena dirigida por Sebastián Lelio, vem após ser muito elogiado em Berlim.

A lista final dos concorrentes ao Oscar será conhecida no dia 23 de janeiro, e a cerimônia de premiação ocorre em 4 de março de 2018, em Los Angeles.

Por: Cesar Augusto Mota

Oscar 2018-Conheça os filmes que podem representar o Brasil na premiação

Oscar 2018-Conheça os filmes que podem representar o Brasil na premiação

O Ministério da Cultura (MinC) divulgou no último sábado (02) a lista dos filmes nacionais que concorrem a uma vaga para representar o país no Oscar 2018, na categoria de melhor filme estrangeiro. A relação apresentou um total de 23 nomes, sete a mais que o ano passado.

O nome escolhido será conhecido no dia 15 de setembro, que irá concorrer com filmes estrangeiros e tentará chegar a uma lista com os nove melhores em dezembro. Os cinco finalistas serão definidos em janeiro, que vão brigar pela estatueta na cerimônia a ser realizada em Los Angeles, em 4 de março de 2018.

Dentre os destaques, estão ‘Bingo-O Rei das Manhãs’, de Daniel Rezende, protagonizado por Vladimir Brichta. Além dele; estão ‘O Filme da Minha Vida’, estrelado e dirigido por Selton Mello, que faz uma belíssima homenagem ao cinema e filmado na Serra Gaúcha; bem como ‘Como Nossos Pais’, da diretora Laís Bodanzky, ganhador de seis kikitos no Festival de Gramado, dentre eles melhor filme e direção.

Confira a lista completa abaixo:

A Família Dionti – Dir. Alan Minas
A Glória e a Graça – Dir. Flávio Ramos Tambellini
Bingo – O Rei das Manhãs – Dir. Daniel Rezende
Café – Um dedo de prosa – Dir. Maurício Squarisi
Cidades Fantasmas – Dir. Tyrell Spencer
Como Nossos Pais – Dir. Laís Bodanzky
Corpo Elétrico – Dir. Marcelo Caetano
Divinas Divas – Dir. Leandra Leal
Elis – Dir. Hugo Prata
Era o Hotel Cambridge – Dir. Eliane Caffé
Fala Comigo – Dir. Felipe Sholl
Gabriel e a Montanha – Dir. Fellipe Barbosa
História antes da história – Dir. Wilson Lazaretti
Joaquim – Dir. Marcelo Gomes
João, o Maestro – Dir. Mauro Lima
La Vingança – Dir. Fernando Fraiha e Jiddu Pinheiro
Malasartes e o Duelo com a Morte – Dir. Paulo Morelli
O Filme da Minha Vida – Dir. Selton Mello
Polícia Federal – A Lei é Para Todos – Dir. Marcelo Antunez
Por Trás do Céu – Dir. Caio Sóh
Quem é Primavera das Neves – Dir. Ana Luiza Azevedo, Jorge Furtado
Real – O Plano por Trás da História – Dir. Rodrigo Bittencourt
Vazante – Dir. Fernando Fraiha e Jiddu Pinheiro

Curtiu a listagem acima? Qual o seu favorito para representar o Brasil no Oscar 2018?

Por: Cesar Augusto Mota

Poltrona Cabine: Bingo: O Rei das Manhãs/ Cesar Augusto Mota

Poltrona Cabine: Bingo: O Rei das Manhãs/ Cesar Augusto Mota

Que tal um filme que procura valorizar a cultura pop, com carga nostálgica e que dose momentos de humor com outros dramáticos? ‘Bingo: O Rei das Manhãs’, além de ser uma cinebiografia, é um verdadeiro tributo aos anos 1980.

Baseado na história real de Arlindo Barreto, um dos primeiros intérpretes do palhaço Bozo e que passou por momentos conturbados até abandonar de vez a carreira e encontrar redenção na religião, o filme mostrará Vladimir Brichta em dois papéis na história: Bingo, um palhaço irreverente e aposta da emissora TVP na guerra contra a audiência matutina, e  Augusto Mendes, um ator de filmes adultos que tenta se reinventar e engrenar de vez na carreira artística e que dará vida ao palhaço.

A montagem é feita de forma eficiente, com um bom equilíbrio de cenas dos bastidores do show do Bingo, os preparativos de Augusto para incorporar o personagem e sua vida particular, mostrando-se um pai amoroso, porém com uma vida boêmia. A direção de arte é primorosa, os cenários do show do Bingo remontam ao original do SBT, além das roupas e também os objetos que eram famosos na época e se fizeram presentes nas casas das pessoas. Quem não se lembra das fitas K7 BASF, que muitos usaram para gravar diversos sucessos, e muitos no lado B? Quem está vendo o filme acredita que se trata realmente dos anos 80, sem falar na popularidade dos programas infantis e das músicas internacionais e as boates lotadas.

Falei em lado A e B da fita K7, o filme possui dois lados. O primeiro, de luta e sucesso de Augusto Mendes como Bingo, e o segundo, da frustração. O ator, mesmo consagrado pela crítica e adorado pelas crianças, não pode ter sua identidade revelada, e não se sente completo. De quebra, começa a se distanciar da família e a ter uma vida desregrada, prejudicando seu relacionamento com o filho. O garoto já não se sentia bem com o sucesso de Bingo, e experimenta momentos tristes e tortuosos na vida. A alegria dá lugar à apreensão e melancolia na vida de Augusto Mendes, que parece ter chegado ao fundo do poço. Os recursos utilizados nas cenas mais dramáticas, com sombras e os holofotes se apagando ao notarmos Bingo sair dos estúdios são de encher os olhos, sem esquecer do trabalho do estreante diretor Daniel Rezende, que soube mesclar os momentos de humor e de drama, sabendo bem como contar uma história e que ela merecia ser contada.

O roteiro mostra que foi feito um estudo completo e cuidadoso da trajetória de Arlindo Barreto e houve preocupação em abordá-la com delicadeza e também com veia cômica, mas nota-se alguns clichês e outras coisas já vistas em outros filmes, não há originalidade propriamente na história. Mas há virtudes não só no trabalho de direção, como também de toda a parte técnica e dos atores.

Vladimir Brichta encarna os dois personagens com maestria, são duas histórias paralelas e que se entrelaçam, o ator consegue transmitir emoção com Augusto, inclusive em cenas mais difíceis, como nas quais o personagem vive na boêmia e sozinho apela para métodos nada satisfatórios para fugir de seus problemas. Não só no drama, ele demonstra que sabe fazer o público rir e ao interpretar Bingo mostra que é possível com talento e improviso,  não ser refém do script. Além dele, os personagens de Leandra Leal, a diretora do programa Bingo, Lúcia, uma mulher linha-dura na televisão e religiosa fora, e de Cauã Martins, o filho Gabriel, possuem participações importantes e são fios condutores na trama, essenciais na transformação de Augusto Mendes.

Você ri e se emociona com ‘Bingo: O Rei das Manhãs’, e mesmo que não apresente um roteiro original, se sente nostálgico com uma época que deixou saudade e que infelizmente não volta mais, além de recordar um personagem que fez a alegria e mexeu com o imaginário da garotada. Mas quem não viveu nos anos 80, após ver esse filme vai perceber que foi uma época boa e era saudável e mágico ser criança.

Avaliação: 4/5 Poltronas.

 

 

Por: Cesar Augusto Mota