Top 5: Filmes para você ver no Dia da Consciência Negra

Top 5: Filmes para você ver no Dia da Consciência Negra

Hoje, dia 20 de novembro, celebramos o Dia da Consciência Negra, data que coincide com a morte de  Zumbi dos Palmares, um importante líder que simboliza a luta contra escravidão. Lamentavelmente, o racismo ainda é um problema que assola nossa sociedade e esta é uma grande oportunidade não só para refletir como também para incentivar a luta por igualdade.

Nós do Poltrona de Cinema viemos oferecer a você uma lista com cinco filmes para você acompanhar e entender a importância desta data, instituída desde 2003.

1. Histórias Cruzadas (2012)

A empregada Aibileen (Viola Davis), bem como tantas outras no Mississippi dos anos 60, dedica a vida aos cuidados de uma família branca que  sequer permite que ela utilize o banheiro da casa. Essa é, no entanto, apenas uma parte da rotina da personagem, que ainda é obrigada a ouvir os maiores desaforos dos patrões e ver todas as injustiças sofridas pela comunidade negra na região. Para ter voz nesse cenário, ela se alia a Skeeter (Emma Stone), uma jornalista contestadora, para expor os bastidores do dia a dia das empregadas, o que causa curiosidade e muito desconforto. “Histórias Cruzadas” se destaca pela construção das personagens e forma com a trama aborda a segregação naquela região norte-americana.

2. 12 anos de escravidão (2013)

12 anos de escravidão

Solomon Northup, personagem principal, e todos os negros no período de escravidão, têm as injustiças sofridas durante esse período, apresentadas nessa produção.

A vida tranquila de Solomon, homem negro nascido livre, ao lado da esposa e filhos, é transformada quando ele é sequestrado e vendido como escravo. A partir de então, 12 anos são marcados por humilhações, violência e exploração.

A luta por sobrevivência e estabilidade emocional ao ser vítima da maldade existente no coração do homem te levarão a pensar como a cor pode separar as pessoas, e não te deixarão indiferente ao sofrimento causado pela escravidão.

3. Moonlight: sob a luz do luar (2016)

Moonlight

O drama estadunidense, lançado em 2016, apresenta a vida de Chiron, personagem principal, em suas 3 fases: infância, adolescência e juventude.

O filme aborda a procura do jovem por respostas para seus questionamentos mais íntimos, na busca de entender sua origem. Durante esse percurso, os fatos da vida de Chiron são apresentados.

O racismo e a homofobia são temas abordados nessa produção, em que um jovem tenta construir sua identidade numa sociedade que o oprime. A insensibilidade e a violência com um homem negro é moldado em um mundo preconceituoso que fará você refletir sobre os conflitos vividos por Chiron.

 

4. Estrelas além do tempo (2016)

Estrelas além do tempo

O drama biográfico estadunidense, lançado em 2016, relata os acontecimentos durante a corrida espacial entre Estados Unidos e União Soviética. As protagonistas do longa-metragem são mulheres negras que se destacaram pela decisiva atuação nesse período, embora permanecessem no anonimato.

O preconceito tentou brecar três cientistas negras de subir na hierarquia da NASA, mas hoje são reconhecidas pelos seus feitos. Filmes desse calibre dão voz à luta das mulheres em uma sociedade com segregação institucionalizada.

5. Pantera Negra (2018)

pantera negra

O primeiro filme solo do super-herói Pantera Negra, da Marvel Comics, apresentou no cinema uma mistura de ficção e realidade, trazendo protagonismo à população negra africana, exaltando sua cultura e enaltecendo suas origens.

Embora a subjugação dos africanos por outras nações e a escravidão sejam citadas na trama, o longa-metragem traz uma nova abordagem sobre ricas histórias e reinados no continente.

Prestes a assumir o trono deixado por seu pai, T’Challa tem sua história narrada durante o recebimento dos poderes passados entre as gerações da sua família. É interessante notar que a figura feminina é valorizada na trama como fundamental na resolução de problemas e o elenco é quase todo composto por atores negros.

O sucesso de bilheteria desse filme dá suporte a uma reflexão sobre o processo de colonização do continente e suas consequências. É um convite ao conhecimento  e a história da África.

 

Poltrona Resenha: Eu Não Sou Seu Negro/ Cesar Augusto Mota

Poltrona Resenha: Eu Não Sou Seu Negro/ Cesar Augusto Mota

Para celebrar o Dia da Consciência Negra e fazer o leitor refletir acerca da importância da data, o Poltrona de Cinema traz como sugestão o documentário ‘Eu não sou seu Negro’, indicado ao Oscar de melhor documentário 2016, dirigido pelo cineasta e ativista haitiano Raoul Peck.

A produção é baseada no manuscrito ‘Remember This House’, de James Baldwin, que trata das relações étnicas durante as lutas pelos direitos civis dos negros nos Estados Unidos com foco na morte dos principais ícones, como Martin Luther King, Malcom X e Medgar Evers. O documentário não aborda apenas a violência da época, como também faz uma intercalação com os dias atuais, com a violência policial que deu origem ao movimento ‘Black Lives Matter’, ao lado do movimento ‘Black Panther’.

Além disso, há entrevistas com os líderes do movimento pelos direitos civis, dentre eles James Baldwin, que aponta a principal origem do racismo e que está cada vez mais presente na sociedade contemporânea.

Sobre o autor

Nascido em Porto Príncipe, capital haitiana, Raoul Peck  se refugiou com sua família para a República Democrática do Congo com o intuito de escapar da ditatura de Papa Duvalier. Taxista em Nova York, fotógrafo e jornalista na Alemanha, formou-se em cinema e retornou ao Haiti para se estabelecer como cineasta e ativista político. Foi por um breve período Ministro da Cultura (1996/97). Seu mais recente trabalho foi o filme ‘O Jovem Karl Marx’, que aborda o contexto histórico-filosófico em que Marx iniciou sua trajetória intelectual e política.  O longa foi lançado no Festival de Cinema de Berlim em 2017.

 

 

Por: Cesar Augusto Mota