Maratona Oscar: A Voz Suprema do Blues/Anna Barros

Maratona Oscar: A Voz Suprema do Blues/Anna Barros

Um filme lindo, sublime com atuações esplendidas de Chadwick Boseman, in memoriam, e Viola Davis. Ambos concorrem na categoria de Melhor Ator e Melhor Atriz. Chadwick teria como rival Gary Oldman de Mank e Viola, Frances Mcdormand de Nomadland.

Em meio aos anos 20, regado pelo som do blues e com o racismo disfarçado de boas intenções, o longa se passa no espaço de uma tarde de calor em Chicago, durante a gravação de um álbum da cantora Ma Rainey (Davis, praticamente irreconhecível no papel). A personalidade forte da artista pode ser percebida desde os primeiros momentos do filme, quando se apresenta no palco ao lado de sua banda.

Ma quer colocar o sobrinho para gravar uma música enquanto se relaciona com uma menina que acaba se apaixonando por Levee, vivido por Chadwick Boseman. Os monólogos de sofrimento e desespero de Levee são potentes porque ele está no grupo mas quer fazer carreira solo, vende suas canões para o dono da gravadora e quer parar com isso. Discute com os componentes da banda e quer sugerir a sua música para Ma Rainey, o que ela rejeita. Ela se impõe com patrocinadores e com a gravadora mas mesmo assim se vê um racismo velado com Levee.

O filme se parece muito com uma peça de teatro em seu ritmo e emociona. A história se baseia em fatos reais mas o roteiro se permite um recorte para discutir o racismo estrutural no meio artístico.

Acho barbada Chadwick levar o Oscar apesar de minha torcida ser por Gary Oldman, de Mank e creio que Viola vai disputar pau a pau com Frances por Nomadland. Viola ganhou o SAG de Melhor Atriz. Sua atuação é esplendorosa, emocional e visceral.

O filme me tocou muito. Vale muito a pena ver, ainda mais com um final surpreendente para Levee.

Disponível na Netflix.

TV Globo exibe “Pantera Negra” nesta segunda em homenagem a Chadwick Boseman

TV Globo exibe “Pantera Negra” nesta segunda em homenagem a Chadwick Boseman

Na última sexta-feira (28) o mundo foi pego de surpresa com a morte do ator Chadwick Boseman, vítima de câncer de cólon, aos 43 anos. O artista em nenhum momento revelou que tinha a doença e que estivesse passando por tratamento. Ele não vinha fazendo aparições públicas muito por conta da Covid-19, e se restringia a transmissões em lives para os fãs.

Boseman encabeça uma lista de trabalhos notórios, como Capitão América: Guerra Civil”, “King: Uma história de vingança” e “Deuses do Egito, em 2016; “Marshall: Igualdade e Justiça”, em 2017; “Pantera Negra” e i”Vingadores: Guerra infinita”, em 2018; e “Crime sem saída” e “Vingadores: Ultimato”, em 2019.

Atendendo a pedidos de fãs, a TV Globo exibe hoje (31), a partir das 22h4, na Tela Quente, o filme “Pantera Negra”, em homenagem a Chadwick Boseman.

O último trabalho do ator foi em “Destacamento Blood”, de Spike Lee, lançado em junho no serviço de streaming Netflix.

Por: Cesar Augusto Mota

Poltrona Cabine: Pantera Negra/ Cesar Augusto Mota

Poltrona Cabine: Pantera Negra/ Cesar Augusto Mota

A Marvel Studios está rindo à toa e bastante empolgada, e não é para menos, pois 2018 representa o ano da celebração de uma década do universo cinematográfico da Marvel. O saldo é positivo, com mais sucessos do que fiascos, apresentou super-heróis icônicos ao público, dentre eles o Homem de Ferro, e agora vai lançar seu 18º filme, mas com uma abordagem diferente dos demais. ‘Pantera Negra’, criado em 1966 por Stan Lee e Jack Kirby, chega às telonas com um filme composto por negros em sua maioria no elenco e importantes mensagens implícitas. Mas o longa não fica restrito à questão da representatividade, há muito mais.

A história se passa em Wakanda, a nação tecnologicamente mais avançada do planeta e situada na África. T’Challa (Chadwick Boseman), após a morte do pai, retorna para seu povo para ser coroado rei e ocupar seu lugar de direito como tal. Mas um velho conhecido inimigo reaparece, Erik Killmonger (Michael B. Jordan), travando um poderoso duelo e colocando em risco uma série de coisas, como a condição de rei de T’Challa, a segurança de seu povo e seus seguidores, bem como o destino de Wakanda. Para sair vencedor e proteger sua nação, o jovem T’Challa terá que fazer um pacto e conseguir unir todos os seus aliados, além de liberar e usar todos os poderes do Pantera Negra.

O roteiro, assinado por Joe Robert Cole e Ryan Coogler, que também dirige o longa, traz um prólogo simples e preciso em seus detalhes para explicar todo o universo do personagem antes da temível batalha de T’Challa com seu rival, rompendo um pouco com a fórmula que é comum aos heróis do universo Marvel. É mais do que mostrar a infância do protagonista, seu treinamento desde cedo e o surgimento de um conflito e sua revolução rápida, há também a ilustração de um herói que reflete sobre seu papel diante de sua nação, a importância do legado de Wakanda, além do que fazer para se tornar um líder melhor, como se relacionar com as pessoas com as quais ele confia e como manter un idas todas as tribos componentes do reino.

Outras coisas que tornam ‘Pantera Negra’ um filme diferente é o alto tom de seriedade empregado na trama, com pouca margem para cenas de humor, mas também com espaço para abordar questões políticas, culturais, a construção de uma sociedade aberta às diferenças e uma relação mais plural e aberta com o mundo, povoado por guerras, doenças, corrupção e, sobretudo, intolerância. O longa faz o espectador não só se inserir na história, como nos debates propostos, e de fato funciona, o público sai da sala de exibição não apenas comentando sobre a história que se passou em Wakanda, como todos os assuntos discutidos e a importância de cada um na sociedade contemporânea.

O elenco entrega atuações convincentes e espetaculares, Chadwick Boseman constrói um protagonista que funciona, ele nos faz enxergar todas as suas virtudes, vulnerabilidades, além de conseguir fazer o público comprar suas ideias e o que ele faz para se tornar a melhor versão de si mesmo para seu povo. Michael B. Jordan também é outra grata surpresa, ele apresenta um vilão de atitudes questionáveis, mas ao mesmo tempo compreensíveis, há motivações em suas ações e isso o espectador consegue assimilar. E não poderia deixar de fazer menção honrosa ao núcleo feminino do filme, com participações inspiradoras e que vão inspirar milhões de mulheres pelo mundo, seja pela maneira de lutar, com coragem, amor ou força, e Danai Gurira; Letitia Wright e Lupita Nyong’o fizeram muito bem.

E não poderia deixar de falar do aspecto técnico, como locações e uso dos efeitos especiais. As externas realizadas e que reproduziam Wakanda ilustraram a cultura africana de um jeito que convencesse o público que a nação em questão respeita seus antepassados e tradições, mesmo que inserido em uma metrópole futurista. Já as cenas feitas na Coréia do Sul aliada aos efeitos em CGI trouxeram um dinamismo tamanho às cenas de ação que acabou por ser um deleite aos olhos da plateia, como um bom filme da Marvel é capaz de proporcionar.

Um filme muito bem construído, de cunho forte, com humor no momento certo e que se faz necessário no momento atual em que vivemos. ‘Pantera Negra’ é um ótimo entretenimento para o público, mas que também nos faz pensar sobre a diversidade, que deve ser encarada como algo comum e que não deve haver uma segregação, o conhecimento precisa ser compartilhado e as barreiras rompidas. Abaixo aos muros e que muitas pontes se construam e que a união entre os povos se torne uma bandeira pelo mundo. Sim à pluralidade e não à segregação!

Avaliação: 5/5 poltronas.

 

 

Por: Cesar Augusto Mota

Pantera Negra, nova produção da Marvel, ganha comercial inédito

Pantera Negra, nova produção da Marvel, ganha comercial inédito

Uma das mais novas produções da Marvel promete alavancar grandes índices de audiência nos cinemas em 2018. Enquanto não chega a data de estreia, ‘Pantera Negra’, que conta com Chadwick Boseman no papel de protagonista, tem seu mais novo comercial divulgado.

A peça tem como foco a sucessão de do trono de Wakanda e os desafios diante de T’Challa. Confira abaixo:

Além de Chadwick Boseman, ‘Panetra Negra’ conta em seu elenco com Michael B. Jordan, Forest Whitaker, Danai Gurira e Lupita Nyong’o. A direção é de Ryan Coogler, com estreia marcada para 15 de fevereiro de 2018.

Por: Cesar Augusto Mota