Duas estreias muito esperadas chegam em julho ao canal HBO: a minissérie dramática SHARP OBJECTS,baseada no best-seller homônimo de Gillian Flynn e protagonizada pela aclamada atriz Amy Adams; e a quarta e última temporada da produção original HBO Latin America SR. ÁVILA, vencedora do prêmio Emmy® Internacional. Além disso, a programação dos canais do pacote HBO/MAX conta com o lançamento do documentário Os Diários Zen de Garry Shandling, dirigido por Judd Apatow e grandes sucessos do cinema como Dunkirk e Blade Runner 2049.
HBO
ESTREIA DE SÉRIE
Baseada no best-seller homônimo de Gillian Flynn, SHARP OBJECTS estreia no dia 8 às 22h. A trama é protagonizada por Amy Adams (também produtora executiva), que interpreta Camille Preaker, uma repórter que volta à sua cidade natal para fazer a cobertura jornalística do assassinato de duas pré-adolescentes. Enquanto tenta montar um quebra-cabeça psicológico sobre seu próprio passado, Camille acaba se identificando com as jovens vítimas.
No dia 29, às 21h, estreia a quarta e última temporada da série original HBO Latin America SR. ÁVILA. Em dez episódios, a produção mexicana vencedora do prêmio Emmy® Internacional mostra o assassino profissional Ávila (Tony Dalton) tendo que lidar com seus conflitos internos enquanto, ao mesmo tempo, precisa eliminar ameaças ao seu negócio.
ESTREIA DE FILMES
Todo sábado, às 22h, um filme de sucesso estreia na programação do canal HBO.
Em Blade Runner 2049, após descobrir um segredo enterrado há muito tempo, que ameaça o que resta da sociedade, um policial chamado K (Ryan Gosling) embarca na busca de Rick Deckard (Harrison Ford), que está desaparecido há 30 anos. Dirigida por Denis Villeneuve, a sequência de Blade Runner (1982) chega à programação no dia 7.
O vendedor Ray Kroc (Michael Keaton) descobre o restaurante de fast food operado pelos irmãos McDonald no sul da Califórnia no final dos anos 50. Impressionado com a velocidade da cozinha e com o potencial do empreendimento, o ambicioso comerciante faz de tudo para assumir o controle do negócio, criando um icônico e bilionário império. Saiba mais sobre a história de ascensão do McDonald’s, no dia 14, em Fome de Poder.
A partir de três perspectivas diferentes, Dunkirk é um retrato da Operação Dínamo, que evacuou soldados aliados que estavam rodeados pelo exército alemão nas praias de Dunquerque, na França, durante a Segunda Guerra Mundial. Ganhador de três prêmios Oscar® e dirigido pelo aclamado cineasta Christopher Nolan, o longa vai ao ar no dia 21.
Homens de Coragem conta a história dos bombeiros de elite que impediram um dos incêndios mais devastadores do Arizona em 2013, revelando a valentia daqueles que arriscam suas vidas e lutam contra seus próprios instintos de sobrevivência, para salvar os outros. Estrelado por Josh Brolin, Jennifer Connelly e Miles Teller, o drama biográfico entra na programação dia 28, último sábado do mês.
ESTREIA DE DOCUMENTÁRIO
O documentário Os Diários Zen de Garry Shandling chega ao canal HBO dividido em duas partes, que vão ao ar nos dias 2 e 9 de junho, às 22h. Dirigida por Judd Apatow, a produção retrata a vida do lendário comediante Garry Shandling por meio de seus diários pessoais e cartas. Enquanto a primeira parte da produção exibe desde a infância de Garry até o cancelamento do seu programa de TV, a segunda parte acompanha sua rotina no programa da HBO até sua inesperada morte aos 66 anos.
MAX
ESTREIA DE FILMES
No canal MAX o destaque é a comédia dramática As Aventuras de Brigsby Bear, que será exibida no domingo, dia 22, às 21h. James (Kyle Mooney) passou a vida inteira em um bunker, onde sua principal diversão era assistir ao show do Urso Brigsby, programa que foi cancelado abruptamente. Ao sair de casa, para sua surpresa, ninguém além dele conhece o seu programa de TV favorito, o que o leva a uma decisão: terminar por conta própria a história de Brigsby.
Sobre HBO Latin America
A HBO Latin America é a rede de televisão por assinatura premium líder na região, respeitada pela qualidade e pela diversidade de sua programação, incluindo séries, filmes, documentários e especiais originais, além da exibição de séries exclusivas e de alguns dos mais recentes blockbusters de Hollywood, antes de qualquer outro canal premium. A programação é exibida em HD em mais de 40 países da América Latina e do Caribe por meio dos canais HBO, HBO2, HBO Signature, HBO Plus, HBO Family, HBO Caribbean, MAX, MAX Prime, MAX UP, MAX Caribbean e Cinemax. Seu conteúdo também é oferecido em outras plataformas, como a HBO GO e HBO On Demand.
Quando Blade Runner – O Caçador de Androides foi lançado nos cinemas em 1982, sua recepção foi no mínimo fria por parte do público e também dos críticos, que não entenderam na época sua importância e influência para o gênero. De fato, Blade Runner ainda hoje surge como caso de estudo, mostrando o quão importantes são as bem vindas revisões de obras cinematográficas, para filmes em questão e também para os próprios avaliadores. É o olhar fora de seu tempo.
Blade Runner então era redescoberto alguns anos depois de seu lançamento, como se todos tivessem perdido o trem e deixado passar uma pérola de forma despercebida. Este era apenas o terceiro trabalho como diretor para o cinema de Ridley Scott, que meio por acaso escrevia seu nome na história como representante de um gênero que mudava com os novos tempos: a ficção científica. O trabalho anterior do cineasta havia sido Alien – O Oitavo Passageiro (1979), ao lado de Blade Runner formando uma dobradinha de duas das ficções mais significativas e ditadoras de tendência da história do cinema.
Pulamos para 2017, num tempo em que os blockbusters são produções enlatadas, vendidas para as massas através de uma fórmula da qual dificilmente querem se ver livre. Numa época em que muito já foi tentado – pensem só, são mais 35 anos de centenas de filmes lançados por ano – e pouquíssimo nos surpreende como novidade, seja narrativa, seja de roteiro ou estética (o visual). Neste cenário, chega a aguardadíssima sequência de um longa que justamente ajudou a revolucionar a forma como histórias são contadas no cinema – já imaginaram um noir de detetives, passado no futuro, com narração em off, robôs, carros voadores, e a maior das questões de todos os tempos: o que é ser humano? Sim, pois é.
É claro, Blade Runner é baseado no conto do papa da ficção científica Philip K. Dick, com roteiro adaptado por Hampton Fancher e David Webb Peoples (Os 12 Macacos). Para esta continuação, apenas Fancher retorna com um novo argumento e assinando o roteiro, que teve parceria do novato Michael Green (Logan). Para a dificílima tarefa de voltar ao universo da Los Angeles futurística – que se tornou sinônimo de direção de arte inovadora – de replicantes e seus caçadores, entra em cena um dos contadores de histórias mais talentosos da atualidade, o franco-canadense Denis Villeneuve. O diretor é daqueles que gosta de desafios, criando obras bem diferentes uma da outra e passeando por variados gêneros nos quais imprime sua pegada. Não poderia haver escolha mais satisfatória para não deixar Blade Runner se tornar uma obra fácil e de consumo rápido.
Da equipe original, além do roteirista Fancher, apenas Ridley Scott na produção e alguns rostos bem conhecidos no elenco. A direção de arte de Lawrence G. Paull, por exemplo, foi substituída pela de Dennis Gassner, que cria uma Los Angeles ainda mais sombria, igualmente chuvosa, mas demonstra que nesses quase 40 anos, a Terra, como era de se esperar, sofre de superpopulação. Percebemos através de algumas tomadas que uma grande área da cidade se tornou uma gigantesca favela, com um amontoado de pequenas casas, todas no mesmo plano. Até a residência do protagonista, o agente K (Ryan Gosling), é similar a um conjunto habitacional, onde os vizinhos não são os mais amistosos.
A fotografia de Jordan Cronenweth, falecido em 1996, dá lugar para a de Roger Deakins, considerado um dos melhores fotógrafos do cinema atualmente e dono de 13 indicações (incluindo Sicario: Terra de Ninguém), mas que ainda, injustamente, não possui uma estatueta do Oscar em casa. Quem sabe Blade Runner 2049 faça jus a este profissional. Basta dizer que o trabalho de Deakins no longa é bom neste nível. São inúmeras sequências de tirar o fôlego, que só não sobressaem ao filme em si, pela mão forte na condução de Villeneuve. Já a inesquecível trilha de Vangelis no filme original é homenageada na medida certa pela dupla Hans Zimmer (que não esquece seus esporros histriônicos) e Benjamin Wallfisch.
Na trama, Ryan Gosling interpreta o agente K. Ele é um Blade Runner, oficial designado a encontrar e eliminar replicantes infratores, ou seja, seres artificiais que não possuem autorização para fazer ou viver da forma que estão. Logo na cena de abertura, o oficial irá confrontar o personagem do grandalhão Dave Bautista, o Drax de Guardiões da Galáxia. Nesta única cena em que aparece, Bautista será essencial e dará o primeiro passo do grande enigma a ser desvendado ao longo de quase 3 horas de projeção (o original tinha 2 horas) – sim, você leu certo!
A esta altura é válido dizer que Blade Runner 2049 não é um blockbuster comum, não é puro escapismo, não é puro entretenimento. Se sua intenção for se distrair, não ter muito em que pensar e quiser apenas esquecer os problemas num filme pipoca de rápido consumo e descarte, procure em outras bandas, o novo Blade Runner não é o filme para você. Esta é uma obra contemplativa, de ritmo deliberadamente lento, que não faz uso de nenhuma grande cena memorável de ação. Blade Runner segue sendo um filme de questões, de mais perguntas do que respostas e de imersão, na qual nos pegaremos pensando dias após o término da exibição.
Existe muito a ser descortinado ainda, mesmo depois da primeira visita. Humildemente, reconheço que precisarei pensar bastante no que assisti hoje para tentar fazer jus, este texto com certeza não fará. Ao mesmo tempo, já posso adiantar que há muito não assistia a uma superprodução tão minuciosa e, por que não, sofisticada quanto o novo Blade Runner. As comparações com Mad Max: Estrada da Fúria (2015) são justas, no sentido de que ambas são blockbusters fora de seu tempo, presos a uma época em que cinema era arte bem cuidada e o entretenimento vinha depois. Hoje é o inverso, e filmes como estes causam estranheza, e o pior, comparações e desmerecimento com superproduções ordinárias.
A verdade é que eu poderia falar o dia todo sobre o novo Blade Runner, mas preciso ir direto ao ponto. Ryan Gosling se sai bem como o protagonista, no entanto, não é dono do melhor personagem ou cria empatia suficiente. Ao contrário do Deckard de Harrison Ford no filme original, o K de Gosling nos faz assistir a esta trama de fora. Sim, Harrison entra em cena, mas aos, digamos, 30 minutos do segundo tempo, dando uma guinada inclusive no estilo de filme e em seu teor, algo mais caloroso e emocional, em contraponto com a atmosfera quase gelada que era apresentada.
Jared Leto vive o enigmático criador dos seres sintéticos, aparece somente em duas cenas, e assim como o próprio ator / músico seu personagem não faz muito sentido. Quem rouba muito dos momentos são as fortes personagens femininas da trama. A cubana Ana de Armas é Joi, um ser mais artificial ainda que os replicantes, criando uma dinâmica triangular interessantíssima sobre níveis de realismo e virtualidade. A graciosa Mackenzie Davis (de San Junipero, o melhor episódio da fantástica Black Mirror) tem menos tempo em cena do que gostaríamos, mas entrega um dos momentos mais criativos e inovadores em uma ficção científica recheada deles. Por fim, o verdadeiro achado do novo Blade Runner, a holandesa Sylvia Hoeks, que vive Luv, a personagem mais interessante adicionada na nova história – dona de inúmeros subtextos e questões a serem adereçadas – e que surge como subversão de Rachael, a personagem de Sean Young no filme de 1982, parte intrínseca do novo igualmente.
Blade Runner 2049 pode ser chamado de um filme com uma trama simples e linear, mas lembrando que o original resumia-se ao oficial Deckard (Ford) encontrar e eliminar replicantes renegados, que tinham Roy Batty (Rutger Hauer) como líder. Seu diferencial estava nas entrelinhas, no forte teor filosófico e existencialista nos quais suas cenas eram criadas. O mesmo ocorre na nova versão, que vai além e apresenta um mistério que é um verdadeiro “tiro” no quesito “apresentar algo nunca anteriormente visto”. E para quem reclama do cinema Hollywoodiano explicado e mastigado para o público, quero ver saber lidar com 2049, e seu enigma não solucionado. Durma com esse barulho e muito cuidado com o que desejam.