Em sua 91ª edição, o Oscar® consagrou a Fox Film como o estúdio com o maior número de estatuetas em 2019, levando cinco prêmios. A cerimônia rendeu os prêmios de Melhor Ator e Melhor Atriz para o estúdio, em que foram premiados Rami Malek (Bohemian Rhapsody) e Olivia Colman (A Favorita). Líder em indicações em 2019, a Fox Film também garantiu estatuetas nas categorias Edição, Edição de Som e Mixagem de Som paraBohemian Rhapsody, longa que conta a brilhante história de Freddie Mercury, vocalista da banda Queen falecido em 1991.
Um dos maiores fenômenos de 2018, BOHEMIAN RHAPSODY já arrecadou mais de U$ 860 milhões desde sua estreia, e já se tornou a cinebiografia mais rentável da história do cinema. No Brasil, o longa estreou em 02 de novembro e já levou mais de 203 milhões de espectadores aos cinemas, arrecadando mais de 55 milhões de reais. BOHEMIAN RHAPSODY segue em cartaz no Brasil.
A FAVORITA (The Favourite)
Início do século XVIII. A Inglaterra está em guerra com os franceses. No entanto, corridas de pato e degustação de abacaxi estão prosperando. Uma frágil rainha Anne (Olivia Colman) ocupa o trono e sua amiga Lady Sarah (Rachel Weisz) governa o país em seu lugar enquanto cuida da saúde precária de Anne e seu humor impiedoso. Quando uma nova serva Abigail (Emma Stone) chega, seu charme a leva a Sarah. Sarah leva Abigail sob sua asa e serva vê uma chance de retornar às suas raízes aristocráticas. Como a política de guerra passa a ocupar muito tempo de Sarah, Abigail entra na brecha para preencher o espaço como companheira da rainha. Sua crescente amizade dá a ela uma chance de cumprir suas ambições e ela não deixa mulher, homem, política ou coelho ficar em seu caminho.
BOHEMIAN RHAPSODY
Bohemian Rhapsody é uma celebração exuberante do Queen, sua música e seu extraordinário cantor principal Freddie Mercury, que desafiou estereótipos e quebrou convenções para se tornar um dos artistas mais amados do planeta. O filme mostra o sucesso meteórico da banda através de suas canções icônicas e som revolucionário, a quase implosão quando o estilo de vida de Mercury sai do controle e o reencontro triunfal na véspera do Live Aid, onde Mercury, agora enfrentando uma doença fatal, comanda a banda em uma das maiores apresentações da história do rock. Durante esse processo, foi consolidado o legado da banda que sempre foi mais como uma família, e que continua a inspirar desajustados, sonhadores e amantes de música até os dias de hoje.
Considerado o Oscar britânico e um grande termômetro para a temporada de premiações, a 72ª edição do British Academy of Film and Television Arts (BAFTA) foi realizado neste domingo e apontou dois filmes como os grandes vencedores da noite. ‘Roma’, de Alfonso Cuarón,levou as estatuetas de melhor filme, além de três prêmios como melhor diretor, melhor filme estrangeiro e melhor fotografia. ‘A Favorita’, do diretor grego Yorgos Lanthimos, levou sete troféus para casa, dentre eles os de melhor atriz para Olívia Colman e melhor atriz coadjuvante para Rachel Weisz.
Veja a lista completa de vencedores do BAFTA 2019:
Melhor Filme
Infiltrado na Klan
A Favorita
Green Book: O Guia
Roma
Nasce Uma Estrela
Melhor Filme Britânico
Beast
Bohemian Rhapsody
A Favorita
Mcqueen
Stan & Ollie
Você Nunca Esteve Realmente Aqui
Estreia Notável de Cineasta Britânico
Apostasy – Daniel Kokotajlo (Roteirista/Diretor)
Beast – Michael Pearce (Writer/Director), Lauren Dark (Produtor)
A Cambodian Spring – Chris Kelly (Roteirista/Diretor/Produtor)
Pili – Leanne Welham (Roteirista/Diretor), Sophie Harman (Produtor)
Ray & Liz – Richard Billingham (Roteirista/Diretor), Jacqui Davies (Produtor)
Melhor Filme em Língua Não-Inglesa
Cafarnaum
Guerra Fria
Dogman
Roma
Shoplifters
Melhor Documentário
Free Solo
Mcqueen
Rbg
They Shall Not Grow Old
Three Identical Strangers
Melhor Longa Animado
Os Incríveis 2
Ilha de Cachorros
Homem-Aranha no Aranhaverso
Melhor Diretor
Infiltrado na Klan – Spike Lee
Guerra Fria – Paweł Pawlikowski
A Favorita – Yorgos Lanthimos
Roma – Alfonso Cuarón
Nasce Uma Estrela – Bradley Cooper
Melhor Roteiro Original
Guerra Fria
A Favorita
Green Book: O Guia
Roma
Vice
Melhor Roteiro Adaptado
Infiltrado na Klan
Poderia me Perdoar?
Primeiro Homem
Se a Rua Beale Falasse
Nasce Uma Estrela
Melhor Atriz
Glenn Close – A Esposa
Lady Gaga – Nasce Uma Estrela
Melissa Mccarthy – Poderia me Perdoar?
Olivia Colman – A Favorita
Viola Davis – As Viúvas
Melhor Ator
Bradley Cooper – Nasce Uma Estrela
Christian Bale – Vice
Rami Malek – Bohemian Rhapsody
Steve Coogan – Stan & Ollie
Viggo Mortensen – Green Book: O Guia
Melhor Atriz Coadjuvante
Amy Adams – Vice
Claire Foy – O Primeiro Homem
Emma Stone – A Favorita
Margot Robbie – Duas Rainhas
Rachel Weisz – A Favorita
Melhor Ator Coadjuvante
Adam Driver – Infiltrado na Klan
Mahershala Ali – Green Book: O Guia
Richard E. Grant – Poderia me Perdoar?
Sam Rockwell – Vice
Timothée Chalamet – Querido Menino
Melhor Trilha Sonora Original
Infiltrado na Klan – Terence Blanchard
Se a Rua Beale Falasse – Nicholas Britell
Ilha de Cachorros – Alexandre Desplat
O Retorno de Mary Poppins – Marc Shaiman
Nasce Uma Estrela – Bradley Cooper, Lady Gaga, Lukas Nelson
Melhor Fotografia
Bohemian Rhapsody
Guerra Fria
A Favorita
Primeiro Homem
Roma
Melhor Edição
Bohemian Rhapsody
A Favorita
Primeiro Homem
Roma
Vice
Melhor Direção de Arte
Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald
A Favorita
O Primeiro Homem
O Retorno de Mary Poppins
Roma
Melhor Figurino
A Balada de Buster Scruggs
Bohemian Rhapsody
A Favorita
O Retorno de Mary Poppins
Duas Rainhas
Melhor Maquiagem e Caracterização
Bohemian Rhapsody
A Favorita
Duas Rainhas
Stan & Ollie
Vice
Melhor Som
Bohemian Rhapsody
O Primeiro Homem
Missão: Impossível – Efeito Fallout
Um Lugar Silencioso
Nasce Uma Estrela
Melhores Efeitos Visuais
Vingadores: Guerra Infinita
Pantera Negra
Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald
O Primeiro Homem
Melhor Curta de Animação Britânico
I’m Ok
Marfa
Roughhouse
Melhor Curta Britânico
73 Cows
Bachelor
The Blue Door
The Field
Wale Barnaby Blackburn
Melhor Estrela em Ascenção
Barry Keoghan
Cynthia Erivo
Jessie Buckley
Lakeith Stanfield
Letitia Wright
Crédito da imagem: Pascal Le Segretain/Getty Images
Conhecido por investir em filmes que focam no inusitado, no caricato e em situações perturbadoras, o cineasta grego Yorgos Lanthimos apresenta ao público uma produção de época, mais precisamente no século XVIII, cujo pano de fundo é a ambição pelo poder. Se o espectador sentiu angústia e experimentou ocasiões provocadoras em ‘O Lagosta’ (2015) e ‘O Sacrifício do Servo Sagrado’ (2017), certamente vai se incomodar com ‘A Favorita’, que traz uma trinca feminina avassaladora, com Olivia Coman (Assassinato no Expresso do Oriente), Rachel Weisz (Desobediência) e Emma Stone (La La Land: Cantando Estações).
A trama apresenta a rainha Anne (Colman), que possui como amiga e confidente, a duquesa de Marlborough, ou simplesmente, Lady Sarah (Weisz). Esta usa a amizade desde a infância que tem com a chefe do Estado britânico para influenciar nas decisões mais importantes e nos rumos da Inglaterra, tendo em vista a forma inconsistente de governar de Anne. Porém, tudo começa a mudar com a chegada de Abigail Hill (Stone), prima distante de Lady Sarah e que está em busca por um trabalho após sua família enfrentar uma grave crise financeira e pelo fato de ela não ser uma mulher de posses. Com seu carisma, jovialidade e proatividade, Abigail vai conquist ando aos poucos seu espaço na corte e despertando cada vez mais admiração e paixão da rainha Anne, deixando irada a duquesa de Marlborough. A partir daí, uma dura disputa é travada entre as duas primas para ver quem conquista o coração e se torna a favorita da rainha Anne.
Sob a batuta de Tony McNamara (Ashby) e Deborah Davis (As Namoradas do Papai), o roteiro não só toca no contexto político, como a guerra travada entre França e Inglaterra no período que compreendeu a segunda metade do governo de Anne, perpassando os e ventos da Guerra da Sucessão Espanhola, como também valoriza o clima de tensão e suspense ao redor dos encontros às escondidas de Lady Sarah e a rainha Anne, e posteriormente, da chefe de Estado britânico com Abigail e o clima de tensão e hostilidade entre as duas primas durante a trama. Na medida em que a história se desenvolve, não há a preocupação do espectador com um possível embate entre França e Inglaterra, mas o clima de guerra instaurado para ver quem conquista a rainha Anne e fica mais próxima ao trono, nem que seja necessário derramar sangue e uma passar por cima da outra para alcançar o objetivo. E tudo isso é feito com o estilo criativo, cínico e arrebatador de Yorgos Lanthimos, sempre disposto a mostrar situações chocantes e surpreender o espectador.
Além do roteiro instigante, com uma história tensa e um elenco eletrizante, há uma fotografia e um figurino que impressionam. A primeira, por retratar os corredores da corte sob ângulos bem ampliados e as lentes por trás das personagens quando caminham pelos corredores para dar a impressão de que os espaços do palácio são extensos e quase intermináveis. O segundo, com a apresentação de roupas bem extravagantes e maquiagens bem pesadas, similares às usadas na época, numa produção que presa pela precisão e extravagância que o filme pede.
E as atuações são impecáveis, cada atriz contribui do seu jeito para que a narrativa se sustente ao longo dos 120 minutos de projeção. Colman representa uma rainha que mais se importa em se esbaldar com suas riquezas e os prazeres da corte, mas que revela impactantes segredos pessoais no começo da trama. Apesar do reconhecimento tardio, a intérprete da rainha Anne demonstra tato para o drama e ter time para brindar o público com alguns momentos cômicos, seja durante as festas da corte ou até mesmo quando auxiliada por Lady Sarah ou Abigail. Uma possível indicação para o Oscar representaria uma coroa&ccedi l;ão pra o grande momento que vive Olivia Colman. Rachel Weisz chama a atenção com sua personagem, que vai do céu ao inferno, e em momentos mais delicados consegue convencer, mesmo sem precisar derramar uma lágrima. E Emma Stone demonstra que é uma atriz que a cada dia está em ascensão. A vencedora do Oscar mostra uma Abigail que cresce ao longo da história, antes uma simples serva, que chegou como quem não queria nada até atingir o patamar que conseguiu, e vivendo u grande clímax na história, para a surpresa do espectador. Sem dúvida mais um trabalho de destaque de Stone e que será por muito tempo comentado.
Apesar do desfecho um pouco frustrante, com a impressão de que poderia ter sido mais trabalhado, ‘A Favorita’ é um filme de época que se mostra bastante atual, com a busca incessante por um objetivo, seja ele o poder ou a riqueza, e o uso de todos os esforços para atingi-lo, mesmo que sejam necessários meios escusos e imorais. E como diria John Acton, “todo poder corrompe, e o poder absoluto corrompe de forma absoluta”. Sem dúvida é um filme credenciado à temporada de premiações e com chances de ser agraciado pela Academia nas mais diversas categorias, sejam em prêmios técnicos, como nos principais. Restar aguardar e torcer.