Poltrona Séries: Depois da Cabana/Cesar Augusto Mota

Poltrona Séries: Depois da Cabana/Cesar Augusto Mota

Sabe aquela história cuja narrativa se dá pela ótica da própria vítima? E os relatos de todos os envolvidos convergem e revelam segredos importantes do passado? Nesta produção alemã, veiculada pela Netflix, tudo o que é apresentado é inquietante e ainda há espaço para outras narrativas, que pareciam não possuir nenhuma conexão. Dividida em seis capítulos, ‘Depois da Cabana’ apresenta um enredo com muito suspense, insanidade e desfechos inesperados.

Adaptada do livro Liebes Kind (Querida Criança), de Romy Hausmann, ‘Depois da Cabana’ conta a história de Lena, que é sequestrada e isolada com Jonathan e Hannah, seus filhos. Eles ficam dentro de uma adega totalmente blindada e o sequestrador os força a fazer coisas horripilantes. Após conseguir escapar com Hannah, Lena passa a viver um novo drama e sente que precisa percorrer ainda um longo caminho para superar tudo o que passou e seguir sua vida normal (ou quase).

O enredo é rico em perspectivas, pois não se trata apenas de um drama psicológico vivido por uma mulher e suas crianças, outras pessoas que surgem ao longo da narrativa possuem alguma ligação com o sequestro e as peças que, na medida em que vão se apresentando e sendo juntadas, revelam coisas assustadoras e que jamais passariam por nossa percepção.

A história é intensa. visceral, sufocante, os personagens são catatônicos e as interpretações são ricas em realismo, em um ambiente perfeito para ilustrar todas as violências físicas e psicológicas de um cativeiro, além das consequências e pós-traumas após a liberdade. De quebra, o desfecho de cair o queixo, sobre a revelação da identidade do sequestrador e tudo o que ainda não havia sido esclarecido durante a investigação sobre o desaparecimento de Lena e das crianças.

Com algumas semelhanças ao filme ‘O Quarto de Jack’, ‘Depois da Cabana’ sabe fazer o espectador entrar na mente da protagonista e do vilão, além de conseguir prender a atenção até o último capítulo, quando ficamos por dentro de todas as camadas dos personagens, bem como da vítima do outro crime conexo com o sequestro de Lena e os filhos. Uma obra bastante vista e comentada e que vale a conferência.

Cotação: 4/5 poltronas.

Por: Cesar Augusto Mota

Poltrona Séries: A Diplomata-1ª Temporada/Cesar Augusto Mota

Poltrona Séries: A Diplomata-1ª Temporada/Cesar Augusto Mota

Séries que abordam dramas políticos não são uma novidade para o público, pois questões geopolíticas costumam afetar não só os países envolvidos em um determinado conflito, mas todo o mundo. Já havíamos reparado a dimensão dos confrontos em ‘O Agente Noturno’, agora a nova produção da Netflix, ‘A Diplomata’, faz essa abordagem, além de trazer uma subtrama romântica.

Acompanhamos a trajetória de Kate Wyler ( Keri Russel), uma diplomata norte-americana que é obrigada pelo presidente do país a se tornar embaixadora dos Estados Unidos no Reino Unido. Ela e o marido Hal (Rufus Sewell) partem para Londres para tentar amenizar um conflito que ilustra um ataque a um porta-aviões da Inglaterra na região do Golfo Pérsico. O Irã é o principal suspeito de ter feito o ataque, e cabe a Kate tomar as rédeas, acalmar os chefes de Estado e encontrar a melhor solução para esse embate. Mas terá que conviver com a sombra de Hal, com vasta experiência em outras embaixadas.

A protagonista passa por grandes desafios, como o de cumprir bem sua função de embaixadora no Reino Unido, controlar sua angústia e vontade de voltar rapidamente para seu país natal e segurar seu casamento, que está em crise. Kate, com sua sutileza e ajuda de algumas pessoas, como do próprio marido e do vice embaixador, não só tira de letra como nos brinda com situações inusitadas, como as palavras certas a serem usadas nos diálogos com os chefes de Estado, como a maneira adequada de se vestir.

A série faz um importante paralelo da vida profissional e pessoal de Kate, e como uma afeta a outra, trazendo consequências que até então seriam inesperadas. Vimos um pouco disso em Grey’s Anatomy, com histórias bem amarradas, instigantes e que conseguiam se sustentar, motivando o público a continuar a acompanhar. Em ‘A Diplomata’, temos essa mesma sensação, com um enredo instigante, atores com atuações convincentes e diálogos bem calibrados.

Mesmo que a vida amorosa de Kate com Hal não seja o foco da série, não é algo que foi inserido sem um propósito, a conexão da relação matrimonial, o novo trabalho de Kate e o passado de Hal são bem explorados e nos levam a um grande incidente que ocorre no último episódio, no que tange às relações geopolíticas entre Estados Unidos e Inglaterra, citado inicialmente.

‘A Diplomata’ possui um roteiro rico em referências históricas, locais conhecidos no mundo recriados com excelência e um enredo que mescla drama, suspense e humor em momentos cruciais. Uma receita utilizada em outras produções e com potencial de sucesso nos oito episódios disponíveis para o público. Vale a conferida.

Cotação: 4/5 poltronas.

Por: Cesar Augusto Mota

Poltrona Séries: Wandinha-1ª Temporada/Cesar Augusto Mota

Poltrona Séries: Wandinha-1ª Temporada/Cesar Augusto Mota

Quem não se lembra da Família Addams? Após a primeira aparição em uma série de 1964, tivemos algumas versões em desenho animado, além de dois longas-metragens, de 1991 e 1993, sucessos de bilheteria. A bola da vez é o spin-off ‘Wandinha’, série da Netflix dirigida pelo icônico Tim Burton.

A filha mais velha do clã Addams (Jenna Ortega) vive o dilema da puberdade e acerca do mundo que a rodeia, e parte em uma grande jornada de investigações e descobertas em meio a escola Nervermore. Ao chegar à instituição, ela se depara com criaturas muito presentes no universo do terror, como lobisomens, vampiro e górgonas, além de alunos que se sentem excluídos do meio social, como ela. Uma narrativa cheia de suspense e com doses de uma boa comédia de terror, presente nas obras de Tim Burton.

Muitos vão se perguntar sobre a Família Addams, alguns membros até aparecem, como Morticia e Gomez, mas eles fazem apenas pequenas pontas, para decepção de muitos, mas eles têm participações importantes e decisivas no universo de Wandinha. Aquele suspense presente em novelas como o ‘quem matou?’ se faz presente, mas a conclusão deixa a desejar. As intervenções da protagonista, com representações insanas de sua imaginação e a quebra da quarta parede são os atrativos de boa parte dessa primeira temporada, além da reprodução dos trejeitos da Wandinha que lembram a versão de 1991, vivida por Christina Ricci. Jenna Ortega entrega uma ótima protagonista e consegue conquistar o público com seu carisma e espontaneidade.

Outros atrativos da série são os planos fechados e texturas escuras na fotografia, imprimindo um ar sombrio que a obra pede. O paralelo entre o estranho e o ridículo também são empregados, além de interessantes inserções literárias de Edgar Allan Poe, constantes em filmes de terror, para comparar a ficção com a realidade. Referências a alguns filmes de Burton também são perceptíveis, como A Noiva Cadáver e a Lenda do Cavaleiro sem Cabeça.

A questão da inclusão é bem abordada, com Wandinha buscando a compreensão de como ela vive e formas de se inserir em seu novo meio social, diferentemente de querer se isolar e viver apenas para si mesma. Temos comicidade e originalidade na série, com uma personagem com características preservadas dos longas-metragens, mas com elementos novos, além de personagens secundários que tentam ao máximo se descobrir e resolver os dilemas vivenciados por eles em uma fase tão desafiadora, que é a adolescência. 

Quem ainda não viu não pode perder ‘Wandinha’, uma série na qual você ri, se assusta e fica ansioso para saber como serão os próximos capítulos e o que virá em possíveis próximas temporadas. Vale a pena.

Cotação: 5/5 poltronas.

Por: Cesar Augusto Mota

Todos os lançamentos de janeiro de 2023 na Netflix

Todos os lançamentos de janeiro de 2023 na Netflix

Netflix: todos os lançamentos de janeiro de 2023

 Um Lugar Silencioso-Parte II. Créditos: Divulgação/Paramount Pictures

Nesta semana, a Netflix divulgou a lista de seus principais lançamentos para janeiro de 2023. O primeiro mês do próximo ano trará diversas atrações no catálogo de séries, incluindo a produção nacional Olhar Indiscreto, a sitcom That ’90s Show e o drama A Vida Mentirosa dos Adultos.

Ainda sobre as séries, o streaming receberá novas temporadas da comédia romântica Ginny e Georgia, do drama Fauda e do spin-off Vikings: Valhalla.

Já no catálogo de filmes, em 2023, a plataforma começa trazendo o longa original O Pálido Olho Azul, o terror Um Lugar Silencioso: Parte II e o título de ficção científica Ad Astra: Rumo às Estrelas.

Entre outros conteúdos que chegam na Netflix em janeiro estão o documentário Bernie Madoff: O Golpista de Wall Street, a primeira parte de Série Jornadas Supremas Pokémon e o anime Junji Ito: Histórias Macabras do Japão.

Séries – janeiro de 2023

  • Em breve – Todo Dia a Mesma Noite – 1ª Temporada
  • Em breve – A Batalha dos 100 – 1ª Temporada
  • Em breve – O Ultimato, França: Ou Casa ou Vaza – 1ª Temporada / Parte 2
  • 01/01 – Olhar Indiscreto – 1ª Temporada
  • 02/01 – O Bonde – 1ª Temporada
  • 04/01 – A Vida Mentirosa dos Adultos – 1ª Temporada
  • 05/01 – Ginny e Georgia – 2ª Temporada
  • 05/01 – Copenhagen Cowboy – 1ª Temporada
  • 11/01 – Sexify – 2ª Temporada
  • 12/01 – Vikings: Valhalla – 2ª Temporada
  • 12/01 – Makanai: Cozinhando para a Casa Maiko – 1ª Temporada
  • 13/01 – Sky Rojo – 2ª Temporada
  • 19/01 – That ’90s Show – 1ª Temporada
  • 19/01 – Guerreiras – 1ª Temporada
  • 20/01 – Fauda – 4ª Temporada
  • 20/01 – Esquadrão de Confeiteiros – 2ª Temporada
  • 20/01 – Império da Ostentação: Nova York – 1ª Temporada
  • 20/01 – Presidente por Acidente – 1ª Temporada
  • 27/01 – Lockwood & Co. – 1ª Temporada

Filmes – janeiro de 2023

  • 01/01 – Jumanji: Próxima Fase
  • 01/01 – Ad Astra: Rumo às Estrelas
  • 03/01 – Os Reis do Mundo
  • 04/01 – Como Virei Gângster 
  • 06/01 – O Pálido Olho Azul
  • 11/01 – Ruído
  • 13/01 – Procura-se Gonker
  • 13/01 – Um Lugar Silencioso: Parte II
  • 20/01 – Narvik

Documentários e especiais – janeiro de 2023

  • 04/01 – Bernie Madoff: O Golpista de Wall Street
  • 06/01 – Máfia de Mumbai: Polícia Contra o Crime Organizado
  • 18/01 – Perigo no Prato
  • 31/01 – Pamela Anderson – Uma História de Amor

Produções infantis – janeiro de 2023

  • 06/01 – Série Jornadas Supremas Pokémon – Parte 1
  • 12/01 – Kung Fu Panda: O Cavaleiro Dragão – 2ª Temporada
  • 26/01 – Daniel, o Caçador de Magia – 2ª Temporada
  • 30/01 – Poder de Princesa

Animes – janeiro de 2023

  • 01/01 – Inuyasha – 4ª Temporada
  • 01/01 – Gokushufudou: Tatsu Imortal – 2ª Temporada
  • 19/01 – Junji Ito: Histórias Macabras do Japão – 1ª Temporada
  • 26/01 – Record of Ragnarok – 2ª Temporada / Episódios 1 ao 10

Netflix: como assinar o serviço

Principal serviço de streaming disponível no Brasil, a Netflix é também uma das opções mais caras do catálogo. Atualmente, o serviço está disponível em três planos:

  • Básico com anúncios: por R$ 18,90 por mês você tem acesso a quase todos os conteúdos da plataforma, mas com qualidade de imagem com resolução máxima de 720p. O uso pode ser feito em apenas um dispositivo por vez.
  • Básico: por R$ 25,90 por mês você tem acesso a todos os conteúdos da plataforma, mas com qualidade de imagem com resolução máxima de 720p. O uso pode ser feito em apenas um dispositivo por vez.
  • Padrão: por R$ 39,90 por mês você tem acesso a todos os conteúdos da plataforma, com qualidade de imagem com resolução máxima de 1080p. O uso pode ser feito em até dois dispositivos por vez.
  • Premium: por R$ 55,90 por mês você tem acesso a todos os conteúdos da plataforma, com qualidade de imagem com resolução máxima de 4K e HDR. O uso pode ser feito em até quatro dispositivos por vez.

Para assinar a Netflix, acesse a página do serviço e faça seu cadastro.

Fonte: Mundo Conectado

Poltrona Séries: The Crown-5ª Temporada/ Cesar Augusto Mota

Poltrona Séries: The Crown-5ª Temporada/ Cesar Augusto Mota

"O começo do fim": trailer de "The Crown" antecipa funeral de Lady Di

Uma grande produção da Netflix desde 2017 e que deixou boas impressões, a série ‘The Crown’ vem para sua quinta temporada em 2022 com promessa de grande audiência e abordagem de novas polêmicas em torno da Família Real britânica. E os ânimos estarão ainda mais exaltados após a morte da rainha Elizabeth II no último dia 08 de setembro, mas será que essa nova sequência de 10 episódios vai agradar ao público?

O foco está na década de 1990, especialmente em acontecimentos como a separação da princesa Diana do príncipe Charles e as dificuldades da rainha Elizabeth, agora vivida por Imelda Staunton, em blindar a monarquia das críticas públicas de Diana e fortalecer a imagem da família, prestes a ruir com a separação do filho mais velho da monarca. Reforçar a importância da família real para o Reino Unido, além de transmitir a imagem de modelo ideal a ser seguido são os maiores desafios, sem dúvida, mas a abordagem política também se faz presente, principalmente no que tange a relação da família de Elizabeth II com os Romanov.

Um antigo recurso e de bastante eficácia se fez presente também nesta temporada, como o paralelo entre os dramas familiares e os compromissos da monarquia, realizados com perfeita sintonia. A relação entre Elizabeth e o príncipe Phillip se dá de maneira bem fluida, o que não vemos entre Charles e Diana. Mas a atuação de Elisabeth Debicki como Lady Di traz uma ilustração perfeita não só no aspecto físico, mas nos trejeitos e na personalidade de Diana, que não fazia questão de esconder nada e sempre mostrar quem era. Destaque para a entrevista polêmica que ela concede à BBC, em 1995.

Em termos gerais, a fotografia é muito bem retratada, como as roupas e adereços da época, mas as interações entre os personagens são mais contidas. Até a 4ª temporada, víamos personagens com mais energia e desdobramentos bombásticos. Apesar dos entreveros e da separação entre Charles e Diana, não houve o impacto que era esperado na série como se deu na vida real. Foi uma temporada com sabor de quero mais.

Apesar dos altos e baixos, ‘The Crown’ deixa importantes ganchos com possibilidades para o desfecho da última temporada, vale a maratona.

Cotação: 3,5/5 estrelas.

Por: Cesar Augusto Mota