A música é inerente aos sentimentos das pessoas e à cultura de um país e de um povo. E viver da arte é um grande desafio para o profissional, seja para conseguir a aceitação do público e ingressar em mercados fonográficos do exterior. Em um documentário dirigido por Lucas Weglinski, “A Música Natureza de Léa Freire” ilustra a trajetória de uma instrumentista brasileira que lutou contra barreiras e preconceitos para se estabelecer em um ambiente antes dominado por homens.
Ao som do piano ou da flauta, Léa Freire detalha o início de sua paixão pela música, ícones que a influenciaram a entrar no ambiente musical e tudo sobre a música erudita e popular, com destaque para a Bossa Nova. Há depoimentos de artistas, que relatam ter Léa como exemplo e inspiração para a música. Além disso, o traquejo musical de Léa é bastante elogiado, bem como suas inovações e técnicas de improviso durante a execução de uma música.
Um dos assuntos mais importantes da obra é a superação dos preconceitos, e Léa teve de mostrar que mulheres podem ser o que quiserem e improvisar nos momentos de dificuldade. Confiante em suas habilidades, seguiu com seu propósito e hoje é referência mundial, tendo inclusive composto centenas de músicas. Além da misoginia e machismo que enfrentou, passou por cima da desconfiança e dificuldade em fechar contratos, tendo mais tarde fundado a Maritaca Discos.
Com um tom sereno e linguagem simplificada, o documentário faz o espectador não só conhecer e contemplar uma carreira consolidada e vitoriosa de Léa Freire, como também refletir sobre a cultura brasileira, da sua importância, como também saber valorizar o que é nosso. Para Léa, não basta só ter talento, como também ter a capacidade de influenciar pessoas, ser visto e mostrar tudo o que a cultura do país tem a oferecer.
Um deleite para os ouvidos e para a alma, “A Música Natureza de Léa Freire” não só distrai, mas inspira todos os amantes da música, bem como os profissionais ou quem deseja entrar no mercado musical. Além do talento, é necessário incentivo, há abençoados que encontram a oportunidade no local e o momento certo, caso de Léa Freire. Vale a pena acompanhar.
Documentário investiga maior instituição de sexo do Brasil: o motel. Contado sob o dispositivo do auto-registro, obra examina a intimidade, o sexo e o amor através de 10 estadias de motel
Foto: divulgação
No documentário EROS, pessoas frequentadoras de motel foram convidadas a se filmar durante uma noite e compartilhar os seus vídeos para fazer parte do filme dirigido pela britânica-brasileira Rachel Daisy Ellis.
O longa brasileiro foi selecionado para a 21ª edição do festival internacional de documentários de Copenhague, na Dinamarca, o CPH:DOX 2024, dentro da seção NEXT:WAVE, que traz apenas catorze títulos de realizadores emergentes internacionais, uma amostra do que há de mais inovador entre documentários mundiais de cineastas em início de carreira. Sucessos como Queendom e The Last Year of Darkness estrearam no festival em 2023. EROS concorrerá ao prêmio NEXT:AWARD e ao prêmio de audiência.
O CPH:DOX é um dos festivais europeus mais prestigiosos de documentários e acontece de 13 a 24 de março de 2024.
A diretora destacou que está “muito feliz com a seleção no festival que é uma plataforma tão importante para novos realizadores de documentário e que dá visibilidade a projetos e autores que estão experimentando com linguagens e provocando novos debates em torno do documentário. Vai ajudar a garantir que EROS seja visto e debatido com mais gente.”
EROS surgiu de uma vontade de explorar e refletir sobre o maior instituição de sexo do Brasil: o motel que “serve como um prisma das normas e práticas sexuais e emocionais e faz parte do tecido da identidade sexual do país” explica a diretora sobre o desejo de fazer um filme sobre motéis. “Queria explorar e entender melhor as relações que aconteceram entre as quatro paredes dos suítes de motel e o que poderiam revelar sobre como nos relacionamos intimamente.”
Todas as filmagens foram realizadas com os celulares das próprias personagens que foram convidados a se filmaram durante uma estadia, numa suíte de sua escolha. “Escolhi o dispositivo do auto registro como maneira de adentrar a intimidade e explorar a auto-representação. O filme acabou sendo um mergulho nas relações íntimas, a liberdade sexual, o refúgio, a relação corpo-espaço, a auto-representação, a performance, o amor romântico e a solidão.”
O documentário, produzido por Dora Amorim da produtora Ponte em parceria com a produtora da diretora, Desvia tem distribuição no Brasil da Fistaile, de Talita Arruda e Marina Tarabay. O filme faz parte de um trabalho mais amplo autoral da diretora que explora a influência de instituições nas relações interpessoais, e também o auto-registro.
Sobre o conteúdo bastante explícito no filme, a diretora esclarece: “Fiquei surpresa e tocada com a generosidade com que as pessoas se expuseram, mas entendi que também existe uma vontade erótica, um desejo de se exibir pro mundo, mostrar seus corpos e contar pro mundo suas histórias. A parceria e cumplicidade entre eu e todos os personagens foi um processo muito lindo e enriquecedor, não apenas para o filme mas pessoalmente.”
A diretora e o montador Matheus Farias costuraram 10 histórias de pessoas que se filmam durante uma noite em 10 suítes diferentes, de distintos lugares do Brasil. A montagem aconteceu em paralelo a pesquisa e a produção, num processo circular, e não linear, ao longo de dois anos.
A diretora é conhecida por seu trabalho como produtora de títulos nacionais como Boi Neon, Divino Amor e Doméstica, dirigidos por Gabriel Mascaro, com quem tem uma parceira na produtora DESVIA, há 14 anos. Em 2018 dirigiu um curta documentário “Mini Miss”, seu primeiro trabalho como diretora, que estreou em True/False nos Estados Unidos e ganhou o prêmio de aquisição do Canal Brasil no festival Brasileiro É Tudo Verdade. Eros é seu primeiro longa-metragem como diretora e tem outros projetos documentários em diferentes fases de desenvolvimento e produção.
Sinopse: O filme EROS acessa a intimidade vivenciada na maior instituição erótica do Brasil: o motel. Pessoas frequentadoras foram convidadas a se filmar durante uma noite e compartilhar os seus vídeos para fazer parte de um filme.
Ficha Técnica
Direção e Argumento – Rachel Daisy Ellis
Produção: Dora Amorim, Rachel Daisy Ellis
Montagem – Matheus Farias, Edt
Desenho de som – Nicolau Domingues
Mixagem -Nicolau Domingues e Mauricio D´Órey
Participantes & Filmagens de – Marlova Dornelles & Andrade, Gabriel Soares & Hagar, Joana & José dos Santos, Ale Gaúcha & amigos, Fernanda Falção & Ribersson, Camila & Heber, Barbara Drummond & Paulo Vela, Luis de Basquiat, Rachel Daisy Ellis
Assistência de direção David Moura, Everton Federico, Hellyda Cavalcante
Pesquisadores. Victoria Alves, Bruna Leite, Chico Ludemir, Chico Ludemir, Vanessa Forte, Maria Clara Escobar, Fernanda Luá, Tainã Aynoã dos Santos Barros, Mayara Sanchez, Laura Dornelles
Com estreia em 28 de junho no canal linear da National Geographic, a produção mostra uma visão única de algumas das maiores celebrações do Orgulho LGBTQ+ em todo o mundo
Além disso, ao longo do mês de junho, a Disney destacará uma variedade de histórias e iniciativas que tornam visíveis questões relacionadas à comunidade LGBTQ+
Este ano, as comemorações do Mês do Orgulho LGBTQ+ são coroadas no canal linear da National Geographic com a estreia de “Orgulho Visto de Cima”, um documentário que oferece um acesso aéreo à algumas das maiores celebrações da cultura LGBTQ+ no mundo, revelando o ativismo histórico, a criatividade e a engenhosidade logística que são necessários para realizar estes coloridos festivais de esperança.
“Orgulho Visto de Cima”estreia na quarta-feira, 28 de junho (Dia Internacional do Orgulho LGBTQ+) às 21h, no National Geographic, com reprises na quinta-feira, 29 de junho às 23h50 e sexta-feira, 30 de junho às 00h50. Confira abaixo fatos poucos conhecidos que são relevados na nova produção:
1. A Liberdade, uma parceira indiscutível do Orgulho
Todo final de junho em Nova York (EUA), a icônica Estátua da Liberdade ganha mais significado do que nunca com uma celebração especial do Orgulho LGBTQ+: Rainbows on the Hudson, ação organizada pelo iate clube Knickerbocker Sailing Association (KSA), que leva seus integrantes a “desfilar” no Rio Hudson e chegar à estátua, onde encontram outros barcos e veleiros. O passeio inclui uma visita ao Greenwich Village, bairro de Nova York onde o Orgulho começou. Em junho de 1969, os nova-iorquinos se levantaram pela primeira vez contra a criminalização da homossexualidade e os maus-tratos a pessoas da comunidade LGBTQ+.
2. 200 heróis que desfilam com Orgulho
O documentário mostra também uma ação realizada na Austrália, onde os salva-vidas são considerados heróis, cuidando de banhistas em várias praias do país há mais de 100 anos. Durante o desfile anual de Sydney, como parte das comemorações do Orgulho, a ramificação LGBTQ+ dos salva-vidas Surf Life Saving Australia é a favorita do público. Mais de 200 participantes dançam e marcham ao longo da milha queer da cidade.
3. Culturas aliadas ao Orgulho
O conceito de gênero não-binário é uma parte importante da conversa social atual, mas muitas culturas o tematizaram ao longo da história. Em “Orgulho Visto de Cima” é revelado, por exemplo, que nas ilhas Tiwi, na Austrália, a comunidade aborígine reconhece a diversidade de gênero. Sistergirl e brotherboy são palavras de autoidentificação para muitos aborígines com gênero diversificado, abrangendo assim diferentes expressões de gênero em um termo. Já na cultura zapoteca do sul do México, os muxes são reconhecidos como um terceiro gênero, distinto do masculino e do feminino.
4. Pequeno, mas poderoso Orgulho
O novo documentário da National Geographic destaca as grandes festas do Orgulho, de Nova York (EUA) a Reykjavik (Islândia), mas também se concentra em eventos pequenos e de alto impacto. No Sri Lanka, quase 50 pessoas caminham anualmente pela capital Colombo, marchando em solidariedade para aumentar a conscientização sobre as leis contra a comunidade LGBTQ+, sendo esta uma pequena, mas poderosa declaração de Orgulho.
5. O número de telefone do Orgulho
As coloridas comemorações do Dia do Orgulho transmitem alegria, energia e esperança, mas também têm o poder de ajudar quem enfrenta momentos difíceis. Em Taipei, capital de Taiwan, a anual Parada do Orgulho LGBTQ+ inclui um carro alegórico cuja missão é transmitir um número de telefone. Trata-se de tornar visível a linha da Taiwan Tongzhi Hotline Association para quem precisa de apoio no processo de revelação de sua orientação ou identidade sexual. A linha direta pertence à mais antiga associação de direitos queer em Taiwan e oferece suporte a dezenas de milhares de pessoas todos os anos.
Mais conteúdos e iniciativas sobre o Orgulho LGBTQ+
Além desta estreia, durante o mês de junho, o público pode desfrutar de histórias inspiradoras voltadas para a comunidade LGBTQ+ nos serviços de streaming, canais lineares e redes sociais da Disney, além de iniciativas que convidarão a audiência a refletir, emocionar-se e abrir o diálogo em busca de uma sociedade cada vez mais amorosa, tolerante e respeitosa, e que se somam às diversas propostas alusivas que a Companhia oferece ao longo do ano.
O Disney+ e Star+ destacam a Coleção Pride, com uma seleção de filmes, séries e curtas-metragens com histórias e personagens LGBTQ+. Alguns dos conteúdos, que fazem parte da variedade de entretenimento disponível no Disney+ ao longo do ano, são: os filmes “Trevor: O Musical” e “Mundo Estranho”, da Walt Disney Animation Studios; o curta “The Little Prince(ss)”, da série Launchpad da Walt Disney Studios Motion Pictures; e “Segredos Mágicos”, da Disney e Pixar. Já no Star+, fazem parte da coleção as séries “Love, Victor” e “Pose”; a série documental “Pride”; os filmes “Algo sobre Harry” e “Me Chame pelo Seu Nome”; entre outros.
No STAR Channel será exibido, também no dia 28 de junho, episódios temáticos de “Os Simpsons”, a comédia romântica “Com Amor, Simon”,além das biografias “Rocketman”, sobre a lenda do pop Elton John; “Bohemian Rhapsody”, sobre a banda Queen, e o documentário “Freedie Mercury: The Final Act”.
Outro destaque das comemorações é a Disney Pride Collection, que está disponível durante o ano todo nas principais lojas físicas e digitais. Entre as marcas licenciadas estão Renner, C&A, Eskala, TJAMA, Carrefour, Havaianas, Bagaggio, Vivara, Zona Criativa, Usare, Fun Toys, Funko, Tilibra, Molin, entre outras, que contam com produtos temáticos dos personagens Disney em seus catálogos.
Além disso, a The Walt Disney Company trabalha com organizações sem fins lucrativos ao longo do ano para apoiar a comunidade LGBTQ+ globalmente. Mais informações podem ser obtidas sobre as organizações que a Disney apoia aqui.
Dirigido por Marcos Yoshi, documentário acompanha o reencontro da família do diretor quando seus pais voltam do Japão depois de 13 anos
Relações humanas e familiares, imigração, laços de afeto e a passagem do tempo são alguns dos elementos que marcam o documentário BEM-VINDOS DE NOVO, longa de estreia de Marcos Yoshi que teve sua première mundial no Tokyo Documentary Film Festival, no Japão, e sua primeira exibição no Brasil na Mostra Aurora, em Tiradentes. Produzido pela Meus Russos, o filme chega aos cinemas brasileiros no dia 15 de junho, com lançamento da Embaúba Filmes.
Ao mesmo tempo, extremamente pessoal, mas também universal, o documentário acompanha a família do próprio Yoshi, que se reencontra 13 anos após separados, quando os pais, Roberto Shinhti Yoshisaki e Yayoko Yoshisaki, retornam do Japão, onde foram trabalhar. Nesse momento, de sentimentos novos e redescobertas, o filme começa a sua narrativa.
“Eu intuía que se eu conseguisse ser o mais justo possível com as relações humanas dentro da família, e o mais honesto possível com os sentimentos e as emoções – o que não é nada fácil –, tudo isso ressoaria nas pessoas. Além disso, tem a questão da imigração, que é um tema central do mundo de hoje. Especificamente, identificava que a separação familiar causada pelo deslocamento, seja forçado ou por questões econômicas, é muito presente na migração de nordestinos para o sudeste”, conta o diretor, que começou o longa em 2015.
Ao longo desses anos, Yoshi filmou sua família, mas também resgatou vídeos da sua infância e adolescência que faziam parte do acervo doméstico, assim, BEM-VINDOS DE NOVO consegue contrapor passado e presente, mostrando as mudanças e permanências.
Yoshi conta que, durante os dois primeiros anos que passou filmando os pais, eles estranharam um pouco o que estava acontecendo, e diziam que ninguém iria querer ver o filme, chegando até a sugerir contratarem atores para fazer o papel deles.
“No entanto, apesar dessa espécie de falta de crença no resultado do trabalho, eles jamais se negaram aos pedidos relacionados à realização do filme. Meus pais, principalmente, sempre foram extremamente generosos. Era um misto de confiança absoluta com o desejo de ajudar. Uma combinação de culpa pelos anos de ausência, que se traduzia por vezes em uma disponibilidade irrestrita, com o desejo de ver o filho realizado. Afinal, se eles se sacrificaram tanto para oferecer educação para os filhos, não seria a nossa realização profissional uma espécie de recompensa final para eles?”
Colocar a própria família, em cena, no entanto, foi também um processo de descoberta e aceitação para o próprio cineasta, que, em alguns momentos, se perguntava se o filme não acabava explorando o sofrimento familiar.
“Até que percebi que o longa poderia ser um espaço de acolhimento para essas dores. Um filme em que o fracasso pudesse ser aceito, e talvez até mesmo ressignificado. Porque o fracasso é parte constituinte da história da minha família (e quem sabe até mesmo do nosso país?), mas jamais foi tema de reflexões para além das cobranças que ele motiva. Queria pensar no fracasso como a possibilidade não só de aceitar a vulnerabilidade das pessoas, mas fazer disso uma ética e uma política.”
Yoshi também aponta que este é um filme sobre acolhimento e compreensão mútua, sem ignorar, no entanto, dores e traumas do passado. E, nesse sentido, ele pensa no filme em relação ao Brasil polarizado atual – algumas vezes, isso se reflete numa família.
“É como se a gente voltasse a ser desconhecidos uns para os outros, assim como era a relação entre meus pais e nós, os filhos. Enquanto país, sinto que somos desconhecidos e precisamos nos conhecer de novo”, conclui.
Sinopse Na virada do milênio, os descendentes de japoneses Yayoko e Roberto Yoshisaki foram tentar uma vida melhor no Japão enquanto seus três filhos ficaram no Brasil com os avós. O casal retorna 13 anos depois e a família passa por uma complexa reconstrução afetiva, documentada pelo filho Marcos Yoshi. A história de uma família dividida entre a necessidade de garantir o sustento e o desejo de permanecer junta.
Ficha Técnica Direção: Marcos Yoshi Produção Executiva: Heitor Franulovic, Paulo Serpa Música Original: Julia Teles Produtora: Meus Russos Direção de Fotografia: Gabriel Barrella, Marcos Yoshi Som Direto: Chris Matos Montagem: Yuri Amaral Desenho de Som: Caio Gox Diretor Assistente: Eduardo Chatagnier Finalização: Clandestino País: Brasil Ano de Produção: 2023 Duração: 105 minutos
Sobre Marcos Yoshi Marcos Yoshi é sansei, terceira geração de descendentes de japoneses. Estudou cinema na Universidade de São Paulo, onde dirigiu e roteirizou os curtas de ficção “Aurora” (2010) e “Quando o Céu Desce ao Chão” (2012), seu filme de graduação, exibido e premiado no circuito de festivais universitários. Desde 2016, se dedica à pesquisa do documentário autobiográfico e, logo após completar o mestrado, em 2018, ingressou no doutorado. Em 2020, lançou o curta híbrido “Aos Cuidados Dela”, que estreou na Mostra de Cinema de Tiradentes e foi o grande vencedor do Curta Taquary. BEM-VINDOS DE NOVO é o seu primeiro filme de longa-metragem.
Sobre a produtora Meus Russos Meus Russos é uma empresa produtora especializada no desenvolvimento e produção de obras autorais. Fundada em 2012 na cidade de São Paulo pelos produtores Heitor Franulovic, Lucas Barão e Paulo Serpa, a produtora coloca em contato jovens realizadores, de diferentes origens e experiências, num ambiente de criação e parceria artística. Neste período, somam-se exibições e prêmios em festivais como os de Brasília, Gramado e Tiradentes, FID Marseille (França), Tampere Film Festival (Finlândia), Festival Internacional del Nuevo Cine Latinoamericano (Cuba) e participações em mercados como DOC Montevideo (Uruguai), Cinélatino (França) e TIFFCOM (Japão), dentre outros.
As experiências acumuladas pelos produtores em projetos de outras empresas, de perfis e portes variados, são componentes de suas capacidades como “Russos”, e tais históricos pessoais servem diretamente aos filmes que escolhem como seus. Deste modo, num curto período, conseguiram realizar 12 obras dentre curtas, clipes musicais e o longa-metragem de estreia da produtora, BEM-VINDOS DE NOVO, além de seguir jornadas de desenvolvimento e produção de outros 4 longas.
Sobre a Embaúba Filmes A Embaúba Filmes é uma distribuidora especializada em cinema brasileiro, criada em 2018 e sediada em Belo Horizonte. Seu objetivo é contribuir para a maior circulação de obras autorais brasileiras. Ela busca se diferenciar pela qualidade de seu catálogo, que já conta com mais de 40 títulos, em menos de 5 anos de atuação, apostando em filmes de grande relevância cultural e política. A empresa atua também com a exibição de filmes pela internet, por meio da plataforma Embaúba Play, que exibe não apenas seus próprios lançamentos, como também obras de outras distribuidoras e contratadas diretamente com produtores, contando hoje com mais de 500 títulos em seu acervo, dentre curtas, médias e longas-metragens do cinema brasileiro contemporâneo.
Premiado em Gramado e dirigido por Joana Mariani, filme conta com entrevista inédita com o cantor
Sidney Magal tem uma obra tão emblemática e facilmente reconhecível, que só uma menção a seu nome já nos faz cantarolar músicas como “Meu Sangue Ferve por Você”, Sandra Rosa Madalena ou ME CHAMA QUE EU VOU, essa última título do documentário que retrata a vida e a obra de Sidney Magal. Dirigido por Joana Mariani, o filme faz um recorte bem humorado, revelador e carinhoso de um dos cantores mais queridos do Brasil. Ele chega aos cinemas no dia 12 de janeiro, com distribuição da Vitrine Filmes, produção Mar Filmes e Maya Filmes, em parceria com a Globo News, Canal Brasil e Globo Filmes.
Nascido Sidney Magalhães, Magal se abre em primeira pessoa nesse documentário falando desde sua infância até o presente, passando por momentos importantes de sua carreira e pelo casamento com Magali West. O título vem de uma das músicas mais famosas de Magal, que serviu de tema de abertura da novela “Rainha da Sucata”, em 1990.
O filme repassa os seus mais de 50 anos de carreira e mostra o homem por trás do artista. O cantor conta histórias inusitadas, como quando pediu a Vinicius de Moraes compor uma música para ele, ou a maneira como escolheu o seu nome artístico na Itália, e até rejeição pela Globo, que mais tarde o chamou para um programa musical.
Magal já esteve em peças de teatro, filmes e programas de televisão, algo que ele mesmo define como “um pouco abusado de minha parte”, e vê o documentário como uma espécie de coroação. “É um filme delicioso porque ele é muito real, ele é quem é o Sidney Magal, quem é o Sidney Magalhães para vocês. Isso é uma alegria, isso faz parte da história do nosso país, da cultura do nosso país. E agora eu quero que todos curtam bastante o Sidney de Magalhães, porque eu tô inteiro nesse documentário para vocês, esperando que vocês gostem muito de mais esse trabalho que coroa o meu trabalho profissional.”
Joana conheceu o cantor no começo dos anos 2000, durante as filmagens do clipe da música “Tenho”, dirigido por Pedro Becker e no qual assina como diretora assistente. A partir daí, ela nunca mais perdeu contato com o artista e sua família. “A cada encontro, as histórias de vida, das experiências e ‘causos’ contados por ele fascinavam a todos. Sidney Magalhães é uma figura deliciosa, muito diferente da personagem que ele criou para sua vida artística, o Sidney Magal”, conta a cineasta.
A produtora do filme Diane Maia aponta que “Magal reflete na vida pessoal a mesma alegria que canta em suas músicas. Uma pessoa que nos abriu sua casa, sua intimidade e nos deixa o legado de que, na vida, sempre há o lado bom, mesmo que tudo pareça ruim. O momento é um presente, e há sempre uma razão pra ser feliz.”
Já Joana aponta o despojamento do documentário, que traz um apanhado de lembranças e memórias, e uma conversa franca de Magal diante da câmera sobre sua trajetória, sua família e sua música. Além de Magali West, que conta, entre outras coisas, de como o cantor a conquistou, quando ela tinha 16 anos, também participa do longa o filho do casal, Rodrigo West.
O filme é fruto de um longo processo de pesquisa, e conta com várias imagens de arquivos de televisão e do próprio Magal, que, segundo o Jornal Nacional, é “misto de Elvis Presley com John Travolta”.
ME CHAMA QUE EU VOU foi exibido no Festival de Gramado, no qual ganhou Prêmio de Edição, assinada por Eduardo Gripa.
Sinopse
O documentário mostra a trajetória dos 50 anos de carreira de Sidney Magal, narrado por Sidney Magalhães. Os momentos mais significativos da vida do cantor, dançarino, ator e dublador que se tornou um ícone da música popular brasileira. O homem por trás do ídolo, sob o ponto de vista dos próprios participantes da história.
Ficha Técnica
Direção: Joana Mariani
Roteirista: Joana Mariani/ Eduardo Gripa
Produção: Diane Maia
Produção: Mar Filmes em parceria com a Globo News/Globo Filmes, Canal Brasil e Mistika
Elenco: Sidney Magal, Magali West, Rodrigo West
Direção de Fotografia: Anderson Capuano
Direção de Arte: Marina Quintanilha
Produção Executiva: Diane Maia / Morena Koti
Trilha Musical: Sidney Magal e Caique Vandera
Montagem: Eduardo Gripa
Desenho de Som: Rodrigo Ferrante
Gênero: documentário, biografia
País: Brasil
Ano: 2020
Classificação: 10 anos
Duração: 70 min.
Sobre Joana Mariani
Joana Mariani é produtora, diretora e roteirista e executa estas funções (uma de cada vez) em todo tipo de produto audiovisual. Em 15 anos de carreira, fundou duas produtoras – MAR filmes e PRIMO filmes – e realizou mais de 40 obras desde que começou em 2008, com o clássico “O cheiro do Ralo”.
Desde 2017 à frente da MAR filmes, aonde prioriza a criação e desenvolvimento de projetos, Joana vem se dedicando nos últimos anos à direção. Seu primeiro longa-metragem de ficção, “Todas as Canções de Amor”, foi escolhido o Melhor Filme na Mostra Internacional de São Paulo 2018. Em 21/22, Joana dirigiu a série “Só se for por Amor”, para a Netflix, e assina a direção geral, junto com Carlos Saldanha, da série “How to be a Carioca”, para o Star Plus.
Entre suas obras recentes, estão também os documentários “Me Chama Que Eu Vou” e “A Imagem da Tolerância”, codirigido com Paula Trabulsi. Como produtora, Joana assina o premiado documentário “Aeroporto Central”, de Karim Aïnouz, e o recém filmado “O Meu Sangue ferve por você”, de Paulo Machline.
Sobre a Mar Filmes
Criada em 2017, A Mar Filmes é uma produtora de criação e desenvolvimento de conteúdo audiovisual. Em seus primeiros anos, realizou documentários premiados, como “A Luta do Século”, de Sérgio Machado, “Me Chama Que Eu Vou”, de Joana Mariani, e “A Imagem da Tolerância”, de Paula Trabulsi e Joana Mariani. Também coproduziu “Aeroporto Central”, de Karim Aïnouz.
Na ficção, o primeiro longa produzido pela Mar foi “Todas as Canções de Amor”, vencedor do Prêmio da Crítica de Melhor Filme na Mostra Internacional de São Paulo 2018. Depois vieram “Vou nadar até você”, com Bruna Marquezine e “O Meu Sangue Ferve por Você”, de Paulo Machline, cinebiografia musical de Sidney Magal que acabou de ser rodada entre São Paulo e Salvador. O longa-metragem “Cyclone” entra em pré produção no 2º semestre de 2022.
Nos últimos anos, em conjunto com o diretor Carlos Saldanha, a produtora criou, desenvolveu e exerceu a supervisão criativa da série “How to be a Carioca”, do Star Plus, e desenvolve o projeto de animação “Os Saltimbancos”
Sobre Diane Maia
Diane Maia é produtora e produtora executiva e em 10 anos produziu 13 longas metragens com diferentes perfis que conquistaram 6 milhões de espectadores nos cinemas e receberam indicações e prêmios importantes. Entre os quais, “Aeroporto Central”, de Karim Aïnouz, premiado na Berlinale 2018 e o recente “O Melhor Lugar do Mundo É Agora” de Caco Ciocler, vencedor do prêmio de Melhor Filme pelo Público na Mostra SP 2021 além da franquia de sucesso, “Carrossel”. Entre as séries audiovisuais que produziu estão “Aldo – Mais Forte que o Mundo” indicada ao Emmy Internacional 2018 e a série musical “2022” de Monique Gardenberg/ HBOMax. Atualmente, à frente da MAYA FILMES prepara o lançamento de dois filmes incluindo a comédia “O Troco” ( em finalização) e a filmagem do longa O Personagem com direção de Fábio Mendonça, enquanto desenvolve projetos com importantes parceiros como Carlos Saldanha, Marcelo Rubens Paiva e Valter Hugo Mãe.
Sobre o Canal Brasil
O Canal Brasil é, hoje, o canal responsável pela maior parte das parcerias entre TV e cinema do país e um dos maiores do mundo, com 365 longas-metragens coproduzidos. No ar há mais de duas décadas, apresenta uma programação composta por muitos discursos, que se traduzem em filmes dos mais importantes cineastas brasileiros, e de várias fases do nosso cinema, além de programas de entrevista e séries de ficção e documentais. O que pauta o canal é a diversidade e a palavra de ordem é liberdade – desde as chamadas e vinhetas até cada atração que vai ao ar.
Sobre a Globo Filmes
Construir parcerias que viabilizam e impulsionam o audiovisual nacional para entreter, encantar e inspirar com grandes histórias brasileiras – do cinema à casa de cada um de nós. É assim que a Globo Filmes atua desde 1998. Com mais de 400 filmes no portfólio, como produtora e coprodutora, o foco é na qualidade artística e na diversidade de conteúdo, levando ao público o que há de melhor no nosso cinema: comédias, romances, infantis, dramas, aventuras e documentários. A filmografia vai de recordistas de bilheteria, como ‘Tropa de Elite 2’ e ‘Minha Mãe é uma Peça 3’ – ambos com mais de 11 milhões de espectadores – a sucessos de crítica e público como ‘2 Filhos de Francisco’, ‘Aquarius’, ‘Que Horas Ela Volta?’, ‘O Palhaço’ e ‘Carandiru’, passando por longas premiados no Brasil e no exterior, como ‘Cidade de Deus’ – com quatro indicações ao Oscar – e ‘Bacurau’, que recebeu o prêmio do Júri no Festival de Cannes. Títulos mais recentes como ‘Marighella’, ‘Turma da Mônica: Lições’ e ‘Medida Provisória’ fizeram o público voltar às salas pós-pandemia para prestigiar um cinema que fala a nossa língua.
Sobre a Vitrine Filmes
A Vitrine Filmes, em doze anos de atuação, já distribuiu mais de 200 filmes e alcançou mais de quatro milhões de espectadores nos cinemas apenas no Brasil. Entre seus maiores sucessos estão ‘Bacurau’ de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, ‘O Processo’, de Maria Augusta Ramos, que entrou para a lista dos 10 documentários mais vistos da história do cinema nacional, e “Druk”, de Thomas Vinterberg, vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2021.
Em 2020 a Vitrine Filmes iniciou um novo ciclo de expansão e renovação. Entre as iniciativas estão o lançamento do canal TVOD da Vitrine, o Vitrine em Casa; o lançamento da Vitrine España, que produz e distribui longas metragens na Europa; a criação do selo Manequim, focado na distribuição de filmes com apelo a um público mais amplo; o Vitrine Lab, curso online sobre distribuição cinematográfica, vencedor do prêmio de distribuição inovadora do Gotebörg Film Fund 2021; e Vitrine Produções, para o desenvolvimento e produção de títulos brasileiros.
Desde 2021, Vitrine produz e co-produz curtas, documentários e longas-metragens, dentre eles “Amigo Secreto” (DocLisboa 2022), de Maria Augusta Ramos, que teve mais de 15 mil espectadores no Brasil; o romance adolescente “Jogada Ensaiada”, de Mayara Aguiar, em desenvolvimento e pré-licenciado para a Netflix; “O Nosso Pai”, curta de Anna Muylaert, que em breve será exibido no Festival de Brasília; “Caigan Las Rosas Blancas” (White Roses, Fall! ), de Albertina Carri, a continuação de “Las Hijas del Fuego”, distribuído pela Vitrine Filmes em 2019.
Em 2023, a Vitrine Filmes apresenta ainda mais novidades para a produção e distribuição audiovisual. Entre as estreias, estão confirmados para os próximos meses ‘Me Chama que eu Vou’, de Joana Mariani; “Perlimps”, de Alê Abreu; “Bem-vinda, Violeta!”, de Fernando Fraiha.