| Belo Horizonte recebe o primeiro longa da cineasta Karol Maia, produzido pelo Apiário Estúdio Criativo, com coprodução da Surreal Hotel Arts. Longa busca honrar e reverenciar trabalhadoras domésticas |

| Premiado no 58º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro com os troféus de Melhor Direção e o Prêmio Zózimo Bulbul (concedido por júri indicado pelo Centro Afrocarioca de Cinema e a Associação dos Profissionais do Audiovisual Negro – APAN), AQUI NÃO ENTRA LUZ chega esta semana a Belo Horizonte. Produzido pela produtora mineira Apiário Estúdio Criativo, com coprodução da Surreal Hotel Arts, o longa será exibido na 19a edição do CineBH, com sessão neste sábado, dia 27 de setembro, no Cine Humberto Mauro, às 16h30, e contará com a presença da diretora. Karol Maia celebra a premiação: “abrir a caminhada do filme no Festival de Brasília e voltar com dois prêmios é um início poderoso para essa trajetória”. |
| A diretora, que iniciou o projeto em 2017 pesquisando a arquitetura das senzalas e dos quartos de empregada nos estados que mais receberam mão de obra escravizada, contou que o filme foi se transformando junto com ela: “chegou um momento que foi inevitável não assumir que eu tinha alguma coisa a ver com essa história. Esse filme começou com um olhar mais prático e frio sobre o quarto de empregada e hoje eu entendo que é um filme sobre amor. É um filme que conta a história do Brasil e acredito que também é uma forma de honrar e reverenciar essas mulheres”, disse Maia. |
| Confira o teaser da obra: |

| A recepção calorosa do público ecoou na imprensa durante o Festival de Brasília. Para Eduardo Moura, da Folha de S.Paulo, “mesmo tratando de temas pesados, o filme conseguiu despertar gargalhadas na plateia em certos momentos, tamanho era o carisma das personagens”. No Estadão, Luiz Zanin Oricchio destacou o caráter único de AQUI NÃO ENTRA LUZ em relação a outros filmes sobre o trabalho doméstico: “há um diferencial em relação a obras anteriores, muitas delas dirigidas por pessoas de classe média, pois aqui a narrativa é assumida por alguém diretamente atravessado por essa experiência”. Para o crítico, o envolvimento de Karol Maia é o que dá “toda uma tonalidade emocional ao filme”, transformando-o em algo visceral. A crítica especializada também ressaltou a delicadeza do gesto de escuta da diretora, ao buscar conhecer profundamente as personagens que compõem o documentário. Para Bruno Carmelo, do portal Meio Amargo, “‘Aqui Não Entra Luz’ se prova um documentário tão belo e humano quanto popular”, elogiando a forma como Karol cria um espaço seguro para que as personagens falem “sem lágrimas, nem furor”, resgatando memórias de dor, mas também de potência e alegria. Distribuído pela Embaúba Filmes, AQUI NÃO ENTRA LUZ reforça o potencial do cinema documental para provocar reflexões e para reposicionar as trabalhadoras domésticas como protagonistas da história do Brasil e de suas próprias histórias de vida. Para além da luta por melhores condições de trabalho, o filme lança luz sobre a beleza e a alegria dessas mulheres, sobre os laços familiares que constroem e os sonhos que realizam todos os dias. “Não é nenhuma novidade, mas as mulheres negras trabalhadoras domésticas sustentam esse país há séculos”, conclui a diretora. A partir do seu olhar como cineasta, Karol Maia revela que sustentar o país também é criar espaços para a micropolítica da vida: o cuidado com os filhos, os desejos íntimos, as pequenas conquistas e as celebrações que tornam suas trajetórias únicas. |
| Sinopse Entre memórias pessoais e pesquisas históricas, uma cineasta, filha de uma trabalhadora doméstica, percorre quatro estados brasileiros historicamente marcados pela escravidão. Ao investigar como a arquitetura foi projetada para segregar corpos e sustentar hierarquias, ela encontra mulheres que enfrentam esse legado e lutam para que suas filhas possam sonhar outros destinos. |
| FICHA TÉCNICA Produção: Apiário Estúdio Criativo Coprodução: Surreal Hotel Arts Direção e Roteiro: Karol Maia Produção Executiva: Paula Kimo Direção de Fotografia: Camila Izidio, Carol Rocha Direção de Fotografia Adicional: Wilssa Esser Direção de Produção: Paula Kimo Montagem: Cesar Gananian, Fer Krajuska Som Direto: Thais Nália, Lyn Santos Direção de Arte Adicional: Maíra Mesquita Mixagem de Som: Henrique Staino Finalização: Sem Rumo Projetos Audiovisuais Pesquisa: Isabella Santos, Suzane Jardim Distribuição no Brasil: Embaúba Filmes |