Poltrona Resenha: Priscilla/Anna Barros

Poltrona Resenha: Priscilla/Anna Barros

Fui numa das cabines mais concorridas desse ano, no Festival do Rio, a do filme Priscilla, de Sofia Coppola. Baseado no livro autobiográfico Elvis e eu, de Priscilla Presley que eu li nos anos 80. 

O filme desmistifica o cantor Elvis Presley que conheceu Priscilla quando ela tinha 14 quando ele servia pelo Exército Americano na Alemanha e se apaixona por ela talvez pela ingenuidade dela e pela referência que ela lhe trazia por ser americana. Ambos moravam na Alemanha e não se adaptavam a vida europeia.  Ela se apaixona pelo ídolo, começa a namorar, muda para Graceland a contragosto dos pais e enxerga um Elvis machista, mulherengo, que tem muitos casos, principalmente com a co-estrela de Amor em Alta Velocidade, Ann-Margaret. E claro, a dependência em drogas lícitas. Elvis tomava remédio pra dormir e acordar e obrigava Priscilla a fazer o mesmo. 

Na mansão, nunca tinham privacidade pois ele tinha um grupo de amigos, os parças, muitos empregados e a respeitou até se casar. Ele acaba a pedindo em casamento mesmo obrigando-na a pintar o cabelo de preto, a fazer determinada maquiagem ou viver sempre esperando-no voltar das turnês

 Mostra um Elvis inseguro e possessivo. O absurdo foi não ter relação conjugal com ela depois que ela tem a única filha, Lisa. Dizia que não queria machuca-la. Talvez pela relação obsessiva que ele tinha com a mãe Gladys, que ele perdeu pouco antes de conhecer Priscilla. 

Priscilla cresce muito como mulher, amadurece e acaba decidindo se separar do seu grande amor por já não mais se reconhecer como persona. Havia virado uma sombra dele e mesmo após ter sua filha Lisa Marie, uma pessoa solitária e sem sentido para nada na vida. 

A vida de Elvis desgringola com as drogas e sabemos onde vai parar.

Filme com ótimo roteiro, bem dirigido por Sofia com ótimas atuações de Cailey Spane, como Priscila, e Jacob Elordi como Elvis. Os dois oscarizáveis e o filme também. Jacob muito alto pra ser Elvis mas convincente e muito lindo. 

Foi o melhor filme que eu vi no Festival do Rio. E só estreia em dezembro. Super recomendo. O estranho é não ter nenhuma música de Elvis na película, não liberada pelos detentores dos direitos musicais. A família tem só 15%.

Estreia em 27/10 nos Estados Unidos e 26/12 no Brasil.

5/5 poltronas 

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