Viver é Raro, série documental disponível no Globoplay

Viver é Raro, série documental disponível no Globoplay


 

Viver é Raro”, série documental disponível no Globoplay, estimula conversas sobre doenças raras que atingem mais de 13 milhões de pessoas no Brasil

Realizada pela Casa Hunter, o documentário aborda a realidade de pacientes que convivem com condições raras, compartilhando suas lutas, superações e sonhosTrailer Viver É Raro

Com histórias que relatam o dia a dia dessas pessoas, a série documental “Viver é Raro” conta a trajetória de sete pessoas, com realidades e condições de saúde distintas, em sua busca particular por uma vida plena, digna e livre de preconceitos. A produção é uma realização da Casa Hunter, com direção artística de Sérgio Raposo e coprodução de VBrand e Cine Group, e está disponível no Globoplay com sinal aberto para não assinantes.

De acordo com a OMS, existem cerca de 7 mil doenças raras catalogadas globalmente, sendo que 80% afetam crianças e 30% delas não chegam aos 5 anos de idade. No Brasil, é estimado que mais de 13 milhões de pessoas convivam com alguma dessas condições. A jornada desses pacientes e suas famílias é marcada por muitos desafios desde o início dos sintomas e se estende muito além do diagnóstico final, que pode levar até dez anos para ser concluído. Ao mesmo tempo, são vidas repletas de sonhos e desejos genuínos por uma existência íntegra.

“A conscientização e a informação continuam sendo os grandes aliados para acabar com esse preconceito e a série tem a missão de desmistificar a jornada das doenças raras, mostrando as pessoas por trás de suas condições físicas e de saúde, ao mesmo tempo em que pode ajudar a fomentar o debate e a construção de políticas públicas efetivas de inclusão e tratamento”. explica Antoine Daher, presidente da Casa Hunter e da FEBRARARAS e cofundador da Casa dos Raros.

As histórias dos pacientes raros precisam ser contadas para que a sociedade entenda a importância de ser mais aberta às diferenças e acessível para todos. Na série, Beatriz, Davi, Laissa, Lara, Miguel, Rafael e Theo dão voz a tantas outras crianças, jovens e adultos que convivem com a realidade de uma condição rara e debilitante, mas que muito além disso são pessoas com sonhos, ambições e com muita vontade de viver e compartilhar suas experiências. Seja praticando esportes ou por meio das artes, eles mostram que as limitações podem ser vencidas, quebrando a lógica do capacitismo

“Dirigir essa série foi mergulhar num universo de histórias inspiradoras, cheias de desafios e superação. Uma experiência transformadora para toda a equipe”, relembra Sérgio Raposo.

A proposta é que a série ajude a sensibilizar as pessoas para a realidade enfrentada por esses pacientes e suas famílias, e que isso resulte em mudanças concretas na vida dessas pessoas, para que sejam vistas, acolhidas e abraçadas sem preconceitos e com respeito, dentro de uma comunidade mais equânime, diversa e inclusiva.

“Viver é Raro é um produto de entretenimento de impacto que traz em sua essência o olhar aprofundado, especialista e humanizado da Casa Hunter sobre o universo dos raros. Um universo ainda desconhecido por grande parte da população – não é por menos que a busca pelo diagnóstico pode levar anos e anos a fio. Acreditamos que a série presta um grande serviço à audiência não apenas por elucidar informações tão fundamentais sobre as doenças, mas por mostrar a importância da resiliência, da rede de apoio e da colaboração em todo o processo.”, explica Fernanda Menegotto, diretora-executiva da Vbrand.

Um dos desafios da série foi tratar de questões que podem ser pesadas, mas com delicadeza. Ao mesmo tempo que precisamos fazer um alerta sobre temas de saúde relevantes, tivemos todo o cuidado de não sermos invasivos com nossos protagonistas”, analisa Luciana Pires, produtora-executiva da Cine Group.

Viver é Raro tem apoio de Bayer, Biogen, BioMarin, Novartis, Novo Nordisk, Pfizer, PTC Therapeutics, Roche e Sanofi.

Episódios 

Episódio 1 – LAISSA – AME

Aproveitar ao máximo cada segundo foi a resposta que Laissa encontrou para o seu impactante diagnóstico. Ela tem AME tipo 3, Atrofia Medular Espinhal, uma doença degenerativa que afeta os movimentos do seu corpo. Mas isto não a impede de dançar balé, ser uma atleta paralímpica e lutar pelos direitos das pessoas com deficiência.

Episódio 2 – RAFAEL – DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE

Rafael Lellis tem 31 anos, é youtuber e possui uma doença rara chamada Distrofia Muscular de Duchenne, que não permite que os músculos se desenvolvam corretamente. Apaixonado por futebol, Rafael nunca se limitou por sua condição e virou jogador de Power Soccer, o futebol de cadeira de rodas, que é sua grande paixão. Com o apoio da família e de amigos, ele vive um dia de cada vez focado em seu tratamento e em tudo que o faz feliz.

Episódio 3 – THEO — EPIDERMÓLISE BOLHOSA

O adolescente Theo Colker mostra força para conviver com a fragilidade da própria pele. A Epidermólise Bolhosa provoca dor e feridas pelo corpo. Theo enfrenta a doença no seu cotidiano. Mas também joga videogame, pratica karatê, se diverte com os amigos. Ajuda a família a encontrar um novo sentido para a palavra cura.

Episódio 4 – BEATRIZ — HIPERTENSÃO PULMONAR ARTERIAL

Beatriz Valentim foi – e continuará sendo – uma inspiração para os amigos, familiares e todos os que procuram lidar de maneira positiva com os desafios da vida. Desde a descoberta da Hipertensão Arterial Pulmonar, aos 20 anos, até o último minuto, ela valorizou cada vitória, vivendo um dia de cada vez.

Episódio 5 – DAVI – ACONDROPLASIA

Davi Ishii tem 3 anos e possui uma condição bem rara: um tipo de nanismo chamado acondroplasia. Os pais dele, Arielle e Daniel, receberam a notícia ainda durante a gestação e correram muito atrás para buscar informações e profissionais especializados que pudessem guiá-los nesse caminho. Eles se tornaram verdadeiros embaixadores da causa e lutam para representatividade e maior acesso à informação sobre o nanismo para assim melhorar a qualidade de vida do Davi e de tantos outros.

Episódio 6 – LARA — DEFICIÊNCIA DA ESFINGOMIELINASE ÁCIDA (ASMD)

“Lute como uma garota” é a frase da camiseta favorita de Lara Moura, 12 anos. Aos dois anos, ela foi diagnosticada com ASMD, uma síndrome genética que afeta o seu crescimento e dificulta a sua alimentação. A garota divide sua luta com a mãe e a avó. Unidas, elas batalham por uma qualidade de vida melhor para Lara e contra o preconceito presente na sociedade.

Episódio 7 – MIGUEL — HEMOFILIA TIPO B

Miguel Ribeiro é um garoto de 17 anos, apaixonado por futebol e, principalmente, pelo seu time de coração: o São Paulo. Mas diferente da maioria dos garotos de sua idade, Miguel convive com uma doença bastante rara: a hemofilia tipo B. Uma condição que afeta a coagulação do sangue e provoca inúmeras consequências. Nessa disputa diária contra a doença, ele conta com o apoio de sua incansável irmã e grande companheira, Camila. Juntos eles tentam minimizar os impactos da hemofilia na rotina e encontrar meios de tornar a vida mais doce.

Combo Studio participa da Rio2C

Combo Studio participa da Rio2C

Combo Studio participa da Rio2C, maior encontro de criatividade da América Latina

Estúdio será representado pelo sócio Marcelo Pereira, que irá palestrar sobre o mercado de animação brasileira

Abril, 2023 — Começou na última terça-feira (11) a edição 2023 do Rio2C, maior encontro de criatividade da América Latina, tendo temas como retomada da cultura, inovações tecnológicas, iniciativas sustentáveis, inteligência artificial e o futuro da comunicação. E um dos painéis tratará da atual situação do mercado global para a animação brasileira, tendo como um dos palestrantes o sócio do Combo Studio, Marcelo Pereira.

Marcado para sexta-feira (14), às 12h, a mesa tem como objetivo mostrar o potencial de internacionalização da animação, algo amplamente reconhecido na indústria audiovisual, principalmente pela facilidade de adaptação a idiomas estrangeiros. Marcelo, com grande experiência na área, tendo participado, pelo Combo Studio, de produções para a Netflix, Marvel e Hulu, terá a companhia de Adriana Pinto, presidente da ABCA (Associação Brasileira de Cinema de Animação) e Patrick Bruha, gerente de negócios internacionais da Pinguim Content. A moderação fica a cargo de Cesar Coelho, diretor e sócio da Campo4 Produções/Anima Mundi.

Rio2C

O evento está sendo realizado na Cidade das Artes, no Rio de Janeiro, e vai até o próximo domingo (16). Serão mais de 1,2 mil palestrantes, com nomes conhecidos como da ministra da cultura Margareth Menezes, o cantor Gilberto Gil, Lyor Cohen (head global de música do YouTube), o piloto Rubens Barrichello, a apresentadora Fátima Bernardes, o diretor Fernando Meirelles e a presidente e CEO de Mercados Internacionais e Licenciamento Mundial da Paramount. Para conferir a programação completa, clique aqui.

 Any Malu é a principal criação do estúdio (Reprodução)

Trabalhos relevantes

O Combo Studio é responsável por diversas animações de sucesso, e não só no Brasil. A principal criação do estúdio é a primeira influencer 100% animada Any Malu. Outra produção bastante conhecida é a série “Super Drags”, da Netflix, onde foram lançados, também, “America: The Motion Picture” e a série “Agente Elvis”, ambos os projetos com partes animadas pelo estúdio. O portfólio ainda inclui participação na animação da série “Hit Monkey”, da Marvel Studios, disponível no Star+, e “Swan Boy”, que estreou no Hulu e, em breve, deve chegar ao Brasil também pelo mesmo canal.

O Combo também investe em novos talentos para o mercado de trabalho. Com o curso próprio de animação 2D, já formou dezenas de animadores que estão ou passaram pela empresa. Vários seguem carreira em outros países, trabalhando para estúdios reconhecidos em todo o mundo. No curso, o aluno cria a base necessária de conhecimentos em animação 2D, aprende o programa, o rigging e a animação. Segundo Pereira, qualquer pessoa, independentemente do perfil, consegue se identificar com o curso, pois se trata de uma área que é, ao mesmo tempo, muito artística e muito técnica, demandando dedicação aos estudos e à prática.

Serviço:

Rio 2C — Animação brasileira no mercado global

Local: Cidade das Artes, na Avenida das Américas, 5300 – Barra da Tijuca, Rio de Janeiro (RJ)

Data: sexta-feira, 14 de abril de 2023

Horário: 12h (de Brasília)

Sobre o Combo Studio

O Combo Studio foi criado no Rio de Janeiro, em 2015, como uma produtora de ilustração e animação 2D e se tornou referência em seu campo de atuação. Comandado pelos sócios Marcelo Pereira e Vitor Campos, transita nas mais diversas mídias, oferecendo serviços em todos os estágios da produção: criação de personagens, roteiro, storyboard, animação, dublagem, sonorização, edição e pós-produção. Também atua na área de animação para web e desenvolvimento de aplicativos e jogos. Com grandes parceiros, como Cartoon Network, Netflix, Disney e Google, produziu grandes sucessos, como Any Malu e Super Drags. Com a sua expertise, também criou o “Curso de Animação e Rig Combo Studio”, uma formação exclusiva e 100% on-line, dividida em 19 disciplinas e 61 aulas que, do básico ao avançado, transforma os alunos em verdadeiros animadores

Galeria

“DOIS TEMPOS”: STAR+ DIVULGA TRAILER E PÔSTER DA NOVA SÉRIE ORIGINAL BRASILEIRA QUE ESTREIA EM 10 DE MAIO

A produção conta a história de duas garotas que misteriosamente viajam no tempo

O Star+ anunciou a data de estreia de “Dois Tempos”, nova série original brasileira do selo Star Original Productions, que chegará com todos os episódios no dia 10 de maio, exclusivamente no serviço de streaming. A trama acompanha a história de Paz (Sol Menezzes) e Cecília (Mari Oliveira), duas garotas que viajam no tempo e vão parar uma no corpo – e no século – da outra.

No tom de drama e fantasia, a série acompanha Paz, a maior influencer brasileira de 2022, que vê seu mundo cair quando ela é cancelada na internet e perde muitos seguidores e contratos. Cecília é uma escritora de 1922 que se vê forçada a se casar com um homem. Presas em seus quartos e sem perspectiva de escapar de seus destinos, as garotas expressam o mesmo desejo: “Eu não quero muito, eu só quero ser livre!”. Muito atento, o universo decide ajudá-las: misteriosamente, elas viajam no tempo e acordam uma no corpo da outra. Vivendo em séculos diferentes, as duas encaram os problemas e as maravilhas de cada realidade e repensam questões femininas das respectivas épocas, enquanto buscam seus novos papéis no mundo.

O elenco conta também com Paulo Rocha (“O Sétimo Guardião”), Leonardo Bianchi (“O Rei da TV”), Isabella Moreira (“Poliana Moça”), Luiza Nery (“Carinha de Anjo”), Dadá Coelho (“Galera FC”), Agda Couto (“Arena”), Martha Nowill (Todas as Mulheres do Mundo”), Isabela Mariotto (“A Vida de Tina”), Breno Ferreira (“Coisa Mais Linda”), Pâmela Germano (“A Batalha da Maria Antonia”), Duda Pimenta (“As Aventuras de Poliana”), Nicolas Ahnert (“Quanto Mais Vida, Melhor!”), Letícia Novaes (Letrux) (“Qualquer Gato Vira-Lata”) e Túlio Starling (“Pantanal”), dentre outros.

Produzida pela Cinefilm e composta por 8 episódios de 35 minutos, “Dois Tempos” tem direção geral de Vera Egito (“Todxs Nós” e “Amores Urbanos”) e direção de fotografia de Camila Cornelsen (“Todxs Nós”). A concepção artística e a direção de arte são de Billy Castilho (“Como Fazer Um Filme de Amor”), com figurinos de Joana Porto (“A Viagem de Pedro”). Os roteiros foram escritos por Mariana Tesch (“Coisa Mais Linda”), Otavio Chamorro (“Rensga Hits!”), Caroline Margoni (“Psi”), Tainá Muhringer (“Caso Evandro”) e Ariana Saiegh (“Entre Paredes”), que também é criadora da série.

Holy Spider estreia nas plataformas digitais

Holy Spider estreia nas plataformas digitais


 


“Holy Spider”, suspense sobre serial killer iraniano, estreia nas plataformas digitais

Dirigido por Ali Abbasi (“The Last Of Us”) e estrelado pela vencedora de Cannes Zar Amir Ebrahimi, arrepiante thriller tem distribuição da O2 Play

“Um filme de investigação angustiante” — AdoroCinema

“Zar Amir Ebrahimi é excelente” — Veja São Paulo

“A violência de Holy Spider extrapola a frieza dos noticiários” — Splash UOL

Cena do filme “Holy Spider” – Crédito: Cortesia/MUBI

TRAILER AQUI

IMAGENS E MAIS AQUI

São Paulo, abril de 2023 — O filme Holy Spider, dirigido por Ali Abbasi (“Border” e “The Last Of Us”) e protagonizado pela vencedora do prêmio de Melhor Atriz em Cannes 2022, Zar Amir Ebrahimi, estreia hoje, 13 de abril, nas principais plataformas digitais de aluguel do país (confira detalhes abaixo). O longa-metragem tem distribuição da O2 Play e também está disponível na MUBI.

Baseado na onda de assassinatos de mulheres que aterrorizou o Irã entre 2000 e 2001, Holy Spider é uma produção sombria que conta a história do serial killer Saeed Hanaei. Conhecido como “Spider Killer” pela mídia iraniana, o homem matava prostitutas em nome da missão divina de “limpar a cidade de Mashhad do pecado”.

O thriller é ao mesmo tempo aterrorizante e uma exposição perturbadora de hipocrisia e misoginia, mostrando que podem existir interpretações muito diferentes sobre o real significado de justiça.

“Holy Spider” — direção de Ali Abbasi

O filme está disponível nas seguintes plataformas digitais: Google Play, Apple (iTunes), Vivo Play e Claro TV+. Os preços do aluguel digital devem ser consultados nos serviços de streaming — mais informações aqui.

Sobre a distribuidora O2 Play

A O2 Play é dirigida por Igor Kupstas sob a tutela de Paulo Morelli, sócio da O2 Filmes. A distribuidora faz parte do grupo O2, que também tem como sócios o cineasta Fernando Meirelles e a produtora Andrea Barata Ribeiro.

Em atividade desde 2013, a O2 Play se diferencia das demais distribuidoras por trabalhar, além do cinema, TV e vendas internacionais, o VOD (Video on Demand) — licenciando conteúdo para além de 30 plataformas digitais.

Já foram mais de 50 filmes lançados em cinemas, entre títulos brasileiros premiados, como “Sócrates” e “Chorão – Marginal Alado”, e internacionais, em parceria com a Netflix, como “O Irlandês”, “Dois Papas”, “Não Olhe Para Cima”, “Bardo” e “Pinóquio por Guillermo Del Toro” — estes dois últimos indicados ao Oscar® 2023.

A lista de longas ainda inclui parcerias com a MUBI: “Annette”, que abriu o Festival de Cannes 2021 e conquistou o Prêmio de Melhor Direção, “Crimes of the Future”, que estreou no Festival de Cannes 2022, o Vencedor do Oscar® 2022 de Melhor Filme Internacional “Drive My Car”, o Vencedor do Prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cannes 2022 “Holy Spider”, o indicado ao Oscar® 2023 de Melhor Ator “Aftersun” e o indicado ao Oscar® 2023 de Melhor Filme Internacional “Close”.

Mais informações no site da O2 Play.

A Flor do Buriti estreia no Festival de Cannes

A Flor do Buriti estreia no Festival de Cannes

NOVO FILME DE JOÃO SALAVIZA E RENÉE NADER MESSORA FARÁ ESTREIA MUNDIAL NA SELEÇÃO OFICIAL DO FESTIVAL DE CANNES – UN CERTAIN REGARD

A FLOR DO BURITI apresenta uma história de resistência do povo Krahô

Materiais: https://1drv.ms/f/s!AoFIbnq_EvW8hANhci5-zOY2b_gH?e=yfGQom

Acaba de ser anunciado o novo filme de João Salaviza e Renée Nader Messora que fará sua estreia mundial no Festival de Cannes, entre 16 e 27 de maio. A FLOR DO BURITI será exibido como parte da Seleção Oficial, na sessão Un Certain Regard, que também premiou a dupla em 2018, quando receberam o prêmio especial do júri com “Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos”.

Novamente com os Krahô, no norte do Tocantins, o filme traz um dos temas mais urgentes da atualidade: a luta pela terra e as diferentes formas de resistência implementadas pela comunidade da aldeia Pedra Branca.

“O filme nasce do desejo em pensar a relação dos Krahô com a terra, pensar em como essa relação vai sendo elaborada pela comunidade através dos tempos. As diferentes violências sofridas pelos Krahô nos últimos 100 anos também alavancaram um movimento de cuidado e reivindicação da terra como bem maior, condição primeira para que a comunidade possa viver dignamente e no exercício pleno de sua cultura”, explica a codiretora Renée Nader Messora.

A FLOR DO BURITI atravessa os últimos 80 anos dos Krahô, trazendo para a tela um massacre ocorrido em 1940, onde morreram dezenas de pessoas. Perpetrado por dois fazendeiros da região, as violências praticadas naquele momento continuam a ecoar na memória das novas gerações.

“Filmar o massacre era um grande dilema. Se por um lado é uma história que deve ser contada, por outro não nos interessava produzir imagens que perpetuassem novamente uma violência. Percebemos que a única forma de filmar essa sequência era a partir da memória compartilhada, a partir de relatos, do que ainda perdura no imaginário coletivo desse pessoal que insiste em sobreviver”, conta a diretora.

A FLOR DO BURITI foi rodado durante quinze meses em quatro aldeias diferentes, dentro da Terra Indígena Kraholândia, e assim como em “Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos”, a equipe era muito pequena e se dividia entre indígenas e não indígenas. Relatos históricos baseados em conversas e a realidade atual da comunidade serviram de base para a construção da narrativa do filme.

“A gente não trabalha com o roteiro fechado. A questão da terra é a espinha dorsal do filme. Propusemos aos atores trabalhar a partir desse eixo, criar um filme que pudesse viajar pelos tempos, pela memória, pelos mitos, mas que ao mesmo tempo fosse uma construção em aberto que faríamos enquanto fossemos filmando. A narrativa foi sendo construída com a Patpro, o Hyjnõ e o Ihjãc, que assinam o roteiro”, explica João Salaviza.

As manifestações em Brasília durante a votação do Marco Temporal e as ameaças que a Terra Indígena vem sofrendo nos últimos anos – roubo de animais silvestres, extração de madeira, reativação de uma barragem ilegal – são absorvidas pelo filme, em uma narrativa onde passado e presente coexistem e formam um corpo só.

“Os desafios que os Krahô enfrentam hoje ecoam em todo o nosso continente. O que contamos aqui, em um contexto extremamente específico e peculiar, é também a História dos povos indígenas sul-americanos desde a invasão. Se as formas de violência são múltiplas e capazes de aniquilar nações inteiras, as formas de resistência são ainda mais potentes, vibrantes e reinventadas diariamente”, conta Renée.

A seleção do filme para Cannes mostra que o mundo está realmente de olho nas questões dos povos originários no Brasil. “A importância dos povos originários não reside apenas no conhecimento ancestral, mas também na elaboração de tecnologias totalmente sofisticadas de defesa da terra. Eles ocupam radicalmente a contemporaneidade. O Festival também será importante como lugar para se formar novas alianças, usar da sua capacidade de sedução cultural que possam ser reativadas no futuro. De fato, o Bolsonarismo foi um verdadeiro massacre, tanto na destruição dos povos e seus direitos, como da terra. Agora, o que acontece é uma contraofensiva muito mais bela e forte. O mundo está de olho nos Krahô. É muito bom para nós, cineastas e aliados, ver o lugar que o filme pode ocupar”, ressalta João.

Sonia Guajajara, que também aparece no filme, é figura de admiração de mulheres de todas as aldeias, que vêem nela um modelo de referência. “Ela aparece em um discurso em Brasília sempre como ativista e hoje é uma Ministra, depois de décadas de militância. Vemos que há uma realidade muito rica e muito vibrante, com pouca visibilidade que é aquilo que acontece em cada aldeia. E é onde as comunidades organizam sua resistência, e isso hoje vem com tudo. E é um rio imparável que vai confluir. E a melhor notícia que o Brasil poderia ter depois desses quatro anos é a presença cada vez mais forte dos povos indígenas ocupando lugares de poder”, reflete João.

A FLOR DO BURITI é produzido por Ricardo Alves Jr. e Julia Alves, por meio da produtora mineira Entre Filmes, e será distribuído no Brasil pela Embaúba Filmes.

Sinopse
Em 1940, duas crianças do povo indígena Krahô encontram na escuridão da floresta um boi perigosamente perto da sua aldeia. Era o prenúncio de um violento massacre, perpetuado pelos fazendeiros da região. Em 1969, durante a Ditadura Militar, o Estado Brasileiro incita muitos dos sobreviventes a integrarem uma unidade militar. Hoje, diante de velhas e novas ameaças, os Krahô seguem caminhando sobre sua terra sangrada, reinventando diariamente as infinitas formas de resistência.

Ficha Técnica
Direção: João Salaviza, Renée Nader Messora
Roteiro: João Salaviza, Renée Nader Messora, Ilda Patpro Krahô, Francisco Hyjnõ Krahô, Ihjãc Henrique Krahô Produção: Ricardo Alves Jr., Julia Alves
Elenco: Ilda Patpro Krahô, Francisco Hyjnõ Krahô
Direção de Fotografia: Renée Nader Messora
Direção de Arte: Ángeles Frinchaboy, Ilda Patpro Krahô
Som Direto: Diogo Goltara
Desenho de Som: Pablo Lamar
Montagem: Edgar Feldman
Gênero: drama
País: Brasil, Portugal
Ano: 2023
Duração: 124 min

Sobre João Salaviza
Nascido em 1984, estudou Cinema na Escola Superior de Teatro e Cinema em Lisboa e na Universidad del Cine em Buenos Aires. O seu primeiro curta-metragem, “Arena”, foi premiado com a Palma de Ouro em Cannes (2009), seguindo-se o Urso de Ouro de Curtas-Metragens na Berlinale para “Rafa” (2012). Lançou também na Competição Oficial da Berlinale as curtas “Altas Cidades de Ossadas” (2017) e “Russa” (2018, correalizado com Ricardo Alves Jr.). O seu primeiro longa-metragem, “Montanha”, teve a sua estreia mundial no Festival de Veneza (Semana da Crítica) em 2015. Desde então, vive entre Portugal e o Brasil, junto do povo indígena Krahô. Em 2018, estreou “Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos” (correalizado com Renée Nader Messora) no Festival de Cannes, recebendo o Prémio Especial do Júri – Un Certain Regard. O filme foi lançado comercialmente em vários países, destacando-se na França, onde foi visto por 45 mil espectadores. Em 2023, regressa ao Festival de Cannes – Un Certain Regard para estrear A FLOR DO BURITI (correalizado com Renée Nader Messora), filmado durante um período de quinze meses na Terra Indígena Krahô.