‘AFTERSUN’, UM PEQUENO E SENSÍVEL FILME, QUE MEXE COM AS LEMBRANÇAS DE INFÂNCIA ***
O pequeno filme inglês ‘Aftersun’, dirigido pela estreante Charlotte Wells, e estrelado pelo irlandês Paul Mescal (‘Normal people’), já está disponível nas principais plataformas digitais de aluguel do país (antes, estava acessível, com exclusividade, no streaming MUBI, só para assinantes). O longa-metragem está em cartaz há mais de 10 semanas nos cinemas brasileiros.
Desde a sua estreia nos cinemas, ‘Aftersun’ tornou-se uma das produções mais aclamadas e queridas pelo público e crítica, e foi crescendo no boca-a-boca. No Oscar, o filme concorre na categoria de Melhor Ator (Paul Mescal). No BAFTA, premiação britânica equivalente, concorre nas categorias de Melhor Ator (Paul Mescal), Melhor Elenco (Lucy Pardee), Melhor Estreia de Roteirista, Diretor ou Produtor Britânico (Charlotte Wells) e Melhor Filme Britânico (Charlotte Wells e produtores).
No Oscar 2023, concorre a Melhor Ator para Paul Mescal.
A trama do filme é, aparentemente, inspirada em memórias da diretora. Parece tentar nos dizer como é que nos lembramos de nossos pais. Ela mostra Sophie (a extraordinária atriz mirim Frankie Corio, muito mais marcante do que Mescal), que, aos 11 anos de idade, passa as férias com seu pai Calum (Mescal) em um resort numa praia da Turquia (um lugar todo voltado para os turistas britânicos, nos mal vemos a cultura local), no final dos anos 1990. Eles nadam, jogam sinuca e aproveitam a companhia um do outro. Calum é uma pessoa mais bem humorada quando está com Sophie, porque ele guarda um lado sombrio. Quando Sophie está sozinha, vivencia novas amizades e experiências. Ela, ainda menina, mas já querendo ser adolescente, tem sentimentos mistos e experimenta o seu primeiro beijo com um garoto. Vinte anos depois, as memórias adquirem um novo significado. Vemos flashes, do que seria Sophie, aos 31 anos, numa vida não muito boa, o que faz aquele verão ter ainda mais valor. O filme, fecha ao som da dramática ‘Under pressure’, de Queen com David Bowie, que dá um arremate perfeito ao que vimos.
‘Aftersun’ (que mistura técnicas diversas e, às vezes, parece uma produção experimental, com uso de câmera digital, fotografias e vídeo) é bonitinho, sensível e… triste. TOM LEÃO
Nota da Editora: Paul Mescal concorre a Melhor Ator no Oscar 2023 e o jornalista cultural Tom Leão acha o desempenho bom mas o desempenho de Frankie Coro melhor. Me disse em off quando eu pedi pra que fizesse a resenha do filme e do desempenho de Paul Mescal
