Estreia nos cinemas TRÊS REALIZADORAS PORTUGUESAS – 20/05 – São Paulo e Rio

Estreia nos cinemas TRÊS REALIZADORAS PORTUGUESAS – 20/05 – São Paulo e Rio

Uma Pedra no Sapato apresenta 3 curtas de Três Realizadoras Portuguesas, com distribuição da Bretz Filmes. O filme será lançado nos cinemas de São Paulo e Rio de Janeiro.

Depois de passar por festivais como Veneza, Roterdã e Cannes, o filme Três Realizadoras que tinha sua estreia nos cinemas programado para o dia 11 de março e foi adiada em função do fechamento das salas. Agora, entra em cartaz no próximo dia 20 de Maio.

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UMA PEDRA NO SAPATO APRESENTA

DIA DE FESTA

um filme de Sofia Bost

2019 | 17’ | 16mm/DCP

SINOPSE

Mena vive sozinha com a filha, Clara, que faz hoje 7 anos. Enquanto lhe prepara uma festa de aniversário, tarefa que executa com dificuldades financeiras e a contragosto, Mena recebe um telefonema da mãe que a deixa perturbada.

NOTA DE REALIZAÇÃO

A câmera estática e a ausência de música não-diegética pretendem gerar uma sensação de inquietude – a mesma que habita a protagonista. O formato 1.33 enquadra-a naturalmente numa posição central – simultaneamente retrato e dispositivo de enclausuramento. A tensão cresce dentro de Mena à medida que o dia se desenrola. A única oportunidade de catarse vem de um momento de auto reconhecimento que, no fim, não é suficiente para escapar à escuridão. Mena transmite o legado – e a câmera volta-se então para a sua filha.

EQUIPE

com Rita Martins, Melissa Matos, Teresa Madruga, Sandra Celas,

Mariana Silva, Sara Gonçalves, Fernanda Neves

argumento Tiago Bastos Capitão

realização Sofia Bost

produtores Filipa Reis, João Miller Guerra

direção de fotografia Tian Tsering

som Rafael Gonçalves Cardoso

montagem Sofia Bost

direção de arte e guarda-roupa Cypress Cook

direção de produção Daniela Soares

anotação Margarida Leitão

assistente de realização Luís Nunes

desenvolvimento de projeto Patrícia Faria

assistência de produção Bruno Pinheiro, Joana Galhardas

secretariado de produção Isa Reis, Raquel Rolim Batista

1ª assistente de imagem Juliane Rupar

2ª assistente de imagem Rita Lameira

chefe eletricista Pedro Curto

assistente eletricista Mauro Airez

decoradora Djanira Bravo

montagem e mistura de som Carlos Abreu

colorista Andreia Bertini

coordenação de pós-produção Catarina Lino

Diretora: SOFIA BOST

Sofia Bost completou um mestrado em Filmmaking na London Film School com especialização em realização e montagem. O seu filme tese, SWALLOWS, foi selecionado para diversos festivais nacionais e internacionais e exibido na RTP2 e TVCine. A sua primeira curta metragemem contexto profissional teve estreia mundial na Semana da Crítica do Festival de Cannes e foi selecionado para outros festivais internacionais importantes como New York Film Festival, Vilnius na Lituânia, Hongseung IFF na Coreia, Leeds na Grã-Bretanha, Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro, Palm Springs, entre outros. O filme foi ainda exibido um pouco por todo o mundo nas Cinematecas da Córsega, Paris, Praga e Beirute, na Universidade Tokyo University of the Arts e na Parsons School of Design em Nova Iorque a convite da Semana da Crítica do Festival de Cannes. Esta curta foi ainda premiada no Festival Caminhos do Cinema Português (Melhor Atriz Secundária para Teresa Madruga) e nos Rencontres de Films Femmes Méditerranée (Prémio do júri profissional para melhor curta-metragem). Sofia Bost prepara actualmente a sua próxima curtametragem e está a desenvolve uma primeira longa-metragem de ficção.

FILMOGRAFIA

DIA DE FESTA | Portugal, 2019, FIC, 16mm, Cor, 17 min

PRIMEIRA IDADE APRESENTA
RUBY
um filme de Mariana Gaivão
2019 | FIC | 25’ | 16mm/DCP
SINOPSE:
O canto da madrugada desce a montanha queimada, ecoando no xisto de uma aldeia portuguesa. Ruby desperta e ergue-se na meia luz. No exterior, o seu cão Frankie fugiu. Filha de dois mundos, aquele que os pais ingleses deixaram para trás e a terra portuguesa que a viu crescer mas que ainda lhe chama estrangeira, Ruby move-se entre as fronteiras de ambos, sem pertencer a nenhum. A sua melhor amiga, Millie, irá regressar a Inglaterra, e o fim da infância de ambas encontra-se com o fim de um dia quente de Verão.
 
NOTA DE REALIZAÇÃO
O cinema é para mim um meio de ir ao encontro do mundo, e de nesse processo lhe pertencer. Em RUBY regressei às mesmas montanhas onde já tinha filmado a minha primeira curta-metragem e onde em parte crescera, em busca de uma outra dimensão que me assaltara na infância, a dos miúdos estrangeiros que cresciam do outro lado do rio, separados de mim por margens distintas de um mesmo lugar.
Esta comunidade tinha começado a mudar-se para o Interior de Portugal nos anos 80 e 90, muitos deles em fuga do Public Order Act de 1986, a lei britânica que impedia, entre outras determinações tirânicas, a livre assembleia associada à música e a habitação do seu próprio terreno em caravanas. A geração seguinte, já nascida aqui, filha de dois mundos, o dos seus pais e este novo que a vira nascer mas ainda a chamava estrangeira, crescia agora entre a liberdade selvagem da natureza e uma busca incessante por um sentido de pertença. Fascinavame que nas mesmas paredes de xisto da minha infância ecoassem hoje as guitarras punk de uma nova juventude, tão próxima quanto distante da minha. O filme foi o lento caminho até ela, numa longa e imersiva pesquisa onde fui gradualmente introduzindo a silenciosa intimidade da câmera, abrindo a construção à própria pessoa filmada. Voltei à minha antiga casa de família e diariamente, durante um ano, levava a minha câmera e um pequeno gravador comigo pela Serra. Este despojar de meios abriu o tempo usualmente frenético do processo de filmagem a um rigor paciente, e espaço aos quadros de um mundo em bruto, anterior à palavra, como no mar de figuras que se entregam à coreografia ritmada de uma dança ancestral, as suas novas sombras ecoando na pedra de uma antiga caverna.
Com eles, aqui, reencontrei o lugar onde os planos gerais nos olham de volta com a intensidade de um grande plano; e onde num rosto em grande plano encontramos a imensidão de uma montanha.
 
EQUIPE
com Ruby Taylor, Millie Romer, Vicente Gerner, William Thomson,
Liudvika Undiné, Kerin Davis, Sara Gaivão Gerner, Lena Koutsch,
Marli Matias, Geret Vandall
realização e argumento Mariana Gaivão
produzido por Pedro Fernandes Duarte, Alexander Gerner, Mariana Gaivão
direção de fotografia João Ribeiro
 
Diretora MARIANA GAIVÃO
Nascida em Lisboa, estudou Fotografia no Ar.Co e Realização na Escola Superior de Teatro e Cinema. Iniciou o seu percurso como montadora, tendo colaborado em filmes exibidos e premiados mundialmente nos festivais de Cannes, Berlim, Veneza e Locarno, entre outros. A sua primeira curta-metragem, SOLO, venceu o prémio para Melhor Curta Metragem do Festival du Nouveau Cinéma de Montreal, após o qual é selecionada para o Berlinale Talents. Seguidamente, realiza a curta-metragem FIRST LIGHT, carta branca encomendada para a abertura do 42ª Festival du Nouveau Cinéma, e recentemente, a curta metragem RUBY estreia na Selecção Oficial no International Film  Festival Rotterdam, 2020. O seu primeiro documentário, uma coprodução Luso-Alemã, está em fase de rodagem.
 
FILMOGRAFIA
RUBY | Portugal, 2019, FIC, 16mm, Cor, 25 min.
FIRST LIGHT | Portugal, 2013, FIC, HD, P&B, 7 min.
SOLO | Portugal, 2012, FIC, HD, Cor, 21 min.
 
 

 
 
 
 
PRODUÇÃO
LEONOR TELES E UMA PEDRA NO SAPATO APRESENTAM
CÃES QUE LADRAM AOS PÁSSAROS
um filme de Leonor Teles
2019 | FIC | 20’ | 16mm/DCP
SINOPSE
As aulas terminaram e sente-se uma intensidade no ar. Os turistas enchem as ruas e os cafés do Porto. O velho e decadente é agora vendido como ponto alto da gentrificação. Vicente pedala pela cidade montado na sua Órbita azul e observa a transformação urbana a cada dia que passa. O Porto já não é o mesmo e ele também não. Entre família e amigos, Vicente vive com expectativa os primeiros dias de férias, que trazem a promessa de mudança e a incerteza de uma vida nova.
 
NOTA DE REALIZAÇÃO
Cães que Ladram aos Pássaros toma uma cidade (o Porto) que não é a minha, um lugar que me é desconhecido e não me pertence.
No entanto, não deixou de ser, por isso, menos pessoal que os filmes anteriores. A ligação que criei com a família que filmei mantém-se e parece ser essa a constante no meu trabalho: as pessoas e a minha relação com elas.  Existe neste filme uma passagem em que o documentário se torna ficção, que me permite não só explorar outros modos e processos de criação, como aceder de forma mais íntima e digna à vida das personagens que retrato.
Para mim, é absolutamente crucial que as pessoas façam parte da concepção do filme e não sigam apenas diretrizes escritas antecipadamente. O filme tem de ser um espaço coletivo para todos os intervenientes. A mistura entre ficção e documentário ocorre para nos aproximarmos deles, da sua naturalidade. O Vicente é ele mesmo, a família que vemos no crã é a sua. A ficção surge como ferramenta para potenciar o real.
O tema surgiu porque no momento em que conheci a família Gil, esta foi realmente despejada (é aqui que entra o documentário). Tiveram pouco menos de um mês para arranjar casa. A brutalidade deste acontecimento pode arrasar uma família ou um indivíduo: o “precipício” da ideia de que sem um teto o céu vai desabar sobre as nossas cabeças. De repente têm de sair do seu lugar, das ruas que sempre percorreram, abandonar os rostos que conhecem, as coreografias urbanas que já estão enraizadas nos corpos. A cartografia dos espaços que os rodeiam desparece.
 
“Cai tudo”. São forçados a sair de casa, não por uma escolha/decisão consciente ou familiar, mas por pressões externas e inevitáveis.  Atualmente, temos assistido ao crescente, galopante e descontrolado boom do Turismo em Portugal. As notícias invadem permanentemente as televisões e os jornais. Falam sobretudo dos muitos efeitos positivos que o crescimento do Turismo tem sobre a economia e o desenvolvimento do país. Mas a questão que não vemos e ouvimos assim tão frequentemente é: quais os fatores negativos?  Não só Lisboa, mas também o Porto estão a sofrer uma transformação sem precedentes. Profunda e implacável. Há um fenómeno adjacente a este – a “gentrificação”. Tudo isto aconteceu enquanto lá estávamos, no momento de génese do filme. Tornou-se claro, para mim, que teríamos de o filmar. Assistimos a estes momentos específicos: à procura de casa, a um verão que se avizinhava prometedor pela incerteza, à suspensão da vida de cinco pessoas. É um filme sobre o agora. Mais do que político, é emocional. E nunca está totalmente fechado porque o processo de gentrificação estende-se no tempo. Um retrato de uma família que retrata outras famílias, através dos olhos do Vicente. Filmar o outro e através do outro falar de nós mesmos. Porque para mim, o cinema tem de ser sempre pessoal e íntimo.
 
EQUIPA
com Vicente Gil, Salvador Gil, Maria Gil, Mariana Gil, António Gil
argumento Família Gil, Leonor Teles, Francisco Mira Godinho
produtores Leonor Teles, Filipa Reis, João Miller Guerra
direção de fotografia Leonor Teles
som Rafael Gonçalves Cardoso, Pedro Anacleto
assistentes de imagem Mafalda Fresco, Frederico Gomes
produção Francisco Mira Godinho, Joana Galhardas
montagem Leonor Teles
montagem de som Joana Niza Braga
mistura de som Branko Neskov
colorista Andreia Bertini
coordenação de pós-produção Daniela Soares, Catarina Lino, Patrícia Faria
tradução Francisco Mira Godinho, Federico Bertolazzi
 
SOBRE A REALIZADORA
Leonor Teles (1992), natural de Vila Franca de Xira, licenciou-se em Cinema na Escola Superior de Teatro e Cinema (2013) e possui o Mestrado em Audiovisual e Multimédia pela Escola Superior de Comunicação Social (2015). BALADA DE UM BATRÁQUIO ganha o Urso de Ouro de Melhor Curta-Metragem na Berlinale 2016, o prémio Firebird no Hong Kong IFF e Melhor Filme no Curtas de Belo Horizonte. Em 2018 TERRA FRANCA, a sua estreia na longa-metragem documental, é premiada com o Prix International de la SCAM no Cinéma du Réel, Prix de La Ville d’Amiens Festival d’Amiens, Mejor Opera Prima Internacional no Festival Mar del Plata e Melhor Documentário no Festival de Málaga. CÃES QUE LADRAM AOS PÁSSAROS é a sua mais recente curta, candidata ao Prémio de Melhor Curta Metragem nos European Film Awards 2019. Leonor está actualmente a desenvolver o seu primeiro projeto de longa-metragem de ficção.
 
FILMOGRAFIA
CÃES QUE LADRAM AOS PÁSSAROS | Portugal, 2019, FIC, 16mm, Cor, 20 min.
TERRA FRANCA | Portugal, 2018, DOC, HD, Cor, 82 min.
BALADA DE UM BATRÁQUIO | Portugal, 2016, DOC, SUPER 8, Cor, 11 min.
RHOMA ACANS | Portugal, 2013, DOC, HD, 14 min. [filme de escola]
 
 

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