O fascínio que a Família Real britânica provoca nas pessoas é inegável, mexendo com o imaginário e provocando diversas reações. Após três temporadas, ‘The Crown’ chega a sua quarta, com mais surpresas e novas polêmicas. Olivia Colman (A Favorita) volta a viver a rainha Elizabeth II, com novos desafios de conduzir a coroa e de lidar com crises no seio familiar.
Em nova sequência, com dez episódios, ‘The Crown’ foca no fim da década de 70 até o ano de 1990, período em que Margaret Thatcher (Gillian Anderson), conhecida como a Dama de Ferro, ocupou o cargo de Primeira-Ministra do Reino Unido e iniciou um processo que mexeu com as estruturas da Grã-Bretanha, a implantação do neoliberalismo. Outra pessoa que chama a atenção e também ganha espaço é Diana Spencer (Emma Corrin), que viria a se casar com o príncipe Charles, filho mais velho de Elizabeth II, e se tornaria a princesa de Gales. Mas, o casamento não foi um mar de rosas, colecionou diversas intrigas e certamente abalou a realeza britânica.
Olivia Colman novamente se sai bem como a rainha Elizabeth, mas desta vez com a missão de fazer os outros personagens se destacarem, ela é um suporte na atual temporada do que protagonista. O roteiro se preocupa em ser fiel aos fatos e já dá grandes saltos na década de 80, com muitos acontecimentos conhecidos do público e os conflitos dos personagens em episódios separados. Na reta final podemos ver embates de Thatcher e Diana em um mesmo episódio, preparando o espectador para os anos 90, que devem se iniciam na próxima temporada.
Não só a caracterização impressiona, mas a interpretação de Gillian Anderson, a eterna agente Scully, de Arquivo X. Como Margaret Thatcher, Anderson mostra uma Primeira-Ministra de pulso firme, avessa a críticas e pronta para atacar quando é atingida. Destaque para os embates acerca da Guerra das Malvinas, cuja atuação de Thatcher rendeu a vitória aos ingleses, bem como as reuniões com a rainha Elizabeth, sempre tensas e calorosas. A forma como atuava Thatcher, a agente de governo, não só refletia no Reino Unido como na coroa britânica, pois mostrava se a rainha Elizabeth tinha força de estar à frente da coroa.
Outra grata surpresa é Emma Corrin, na pele da princesa Diana. Apaixonada no início por Charles, a personagem se esforça e faz de tudo para corresponder às expectativas depositadas nela. Diana passa por altos e baixos ao longo dos episódios, e quando pensamos que irá jogar tudo para o alto, ela tira de letra e se mostra ainda mais forte e radiante, cercada pela boa recepção dos súditos e retribuindo com sua atenção e olhar terno. Há cenas fortes que envolvem Diana, principalmente no que tange a distúrbios alimentares, que vão atingir o púbico de maneira intensa. E não só de momentos difíceis Diana vive, como também momentos alegres em grandes eventos, com vestidos deslumbrantes, olhos brilhantes e um sorriso contagiante mostrado para quem está em volta. Diana exerce forte influência na Família Real, mexendo na estrutura familiar e na forma de enxergar o mundo e a importância da família.
Com uma temporada intensa e cheia de emoções, ‘The Crown’ tem tudo para continuar a encantar grandes públicos e mostrar histórias instigantes da Família Real, sempre em evidência e cada vez mais influente no cotidiano das pessoas. Vale a pena acompanhar.
Cotação: 5/5 poltronas.
Por: Cesar Augusto Mota
