
Você curte séries que trazem comédias românticas em uma bonita cidade como palco das principais ações? Paris, a Cidade-Luz, é bastante inspiradora por conta de suas paisagens, a moda e as belas obras de suas galerias de arte. Ela é tida como uma das cidades mais excitantes do mundo e bastante instigante para as pessoas, conseguindo despertar o que há de melhor em cada um. ‘Emily em Paris’ traz esses ingredientes, além de situações inusitadas e alguns clichês que são impostos ao povo francês, em dez episódios com média de trinta minutos cada, em sua primeira temporada.
Acompanhamos Emily Cooper (Lily Collins), uma jovem executiva de marketing que mora em Chicago, que acaba por conseguir inesperadamente seu emprego dos sonhos em Paris. A empresa na qual trabalha adquire a agência francesa Savouir e ela é encarregada de revitalizar as estratégias de marketing nas redes sociais. A nova vida de Emily é recheada de aventurasse desafios enquanto ela tenta conquistar os colegas de trabalho, fazer novos amigos e viver novos amores.
Logo de cara nos deparamos e nos divertimos com o jeito extrovertido de ser da protagonista, que tem respostas para tudo, mas se ilude que tudo será fácil para ela em sua nova vida. A começar pelo idioma, Emily vai para Paris sem saber uma palavra em francês, e recorre aos recursos tecnológicos para poder se virar na capital francesa. Em seguida, ela imagina que vai ser bem recebida pelos funcionários da Savouir e que eles estão dispostos a ouvir todas as propostas que ela tem para a agência. Por fim, ela enfrenta diversos perrengues em seu apartamento alugado, em um prédio velho, sem elevador e com encanamento desgastado.
A narrativa apresenta uma história descompromissada e para fazer o espectador se desconectar da realidade por alguns momentos, e consegue na maior parte das vezes. Além disso, há personagens secundários com arcos bem interessantes, como a chinesa Mindy, primeira amiga que Emily faz, que sai de seu país para trabalhar como babá e que enterra por alguns anos seu sonho de ser cantora, após virar meme em um reality show. Temos também a francesa Camily, que trabalha em uma galeria de arte e vai ser uma importante aliada no trabalho de Emily e uma grande revelação no meio da trama, além do chef Gabriel, vizinho de Emily no andar de baixo e com quem ela vai viver momentos intensos na história.
A série impressiona pela proatividade e jeito espontâneo de Emily, que consegue dobrar facilmente alguns potenciais clientes da agência e um jogo de cintura forte com a chefe Silvye, que não tem interesse em se aproximar da jovem e não avê com capacidade de fazer o marketing da empresa crescer, e fica o tempo todo dizendo que em breve Emily vai voltar para sua cidade natal. Mas há uma retratação exagerada dos franceses, eles são mostrados da forma como Hollywood os enxerga, como pessoas que não aceitam regras e mal-humoradas, o que pode incomodar alguns. Há apenas uma visão que é mostrada acerca de Paris e de sua população, um estereótipo que tem gerado críticas e discordâncias, mas com uma resposta positiva do elenco e da audiência no Brasil.
Mesmo não sendo uma unanimidade, ‘Emily em Paris’ traz um enredo descontraído, personagens carismáticos e importantes lições sobre a vida. Deve-se sempre dar o seu melhor, mas antes ser suscetível aos riscos que as escolhas podem causar e ficar por dentro daquele novo universo no qual quer se inserir. Emily acerta sua mão em várias ocasiões, erra em outras, mas sempre disposta a arriscar e encontrar sua felicidade.
Cotação: 3,5/5 poltronas.
Por: Cesar Augusto Mota