Carla Camurati recebe homenagem no Festival de Gramado

Carla Camurati recebe homenagem no Festival de Gramado

Diretora de filmes como “Carlota Joaquina, Princesa do Brasil” e “Copacabana”, Carla Camurati foi a primeira homenageada do 47º Festival de Cinema de Gramado. Ela recebeu o Troféu Eduardo Abelin na noite deste sábado (17) no Palácio dos Festivais,  prêmio que homenageia os diretores de cinema brasileiro. No ano passado, o homenageado foi Carlos Saldanha.

“O Festival de Gramado é muito especial. Passei momentos lindos aqui. Foi meu primeiro festival, minha primeira homenagem. E receber esse prêmio é uma honra”, afirmou a cineasta ao receber a homenagem.

Antes de trabalhar atrás das telas, Carla Camurati começou sua carreira como atriz nos anos 1980, na novela Brilhante (1981). Participou também de folhetins como Sol de Verão (1982), Champagne (1983), Livre para Voar (1984), Fera Radical (1988), Pacto de Sangue (1989) e Brasileiros e Brasileiras (1990). Ela também atuou em produções destacadas do cinema nacional como O Olho Mágico do Amor (Kikito de melhor atriz em 1981), Estrela Nua (Prêmio Especial do Júri de Gramado em 1985), Cidade Oculta, Eternamente Pagu (melhor atriz no Festival de 1987) e Lamarca (1994).

Seu atual trabalho é a produção do documentário “História de um Tempo Presente”, que retoma, a partir de imagens de arquivo, o período de redemocratização do Brasil, de 1984 até os dias de hoje.

Crédito da Foto: Edison Vara / Agência Pressphoto

Por: Cesar Augusto Mota

‘Três Verões’, novo filme de Sandra Kogut, é selecionado para o Festival de Toronto

‘Três Verões’, novo filme de Sandra Kogut, é selecionado para o Festival de Toronto

TRÊS VERÕES, novo filme da diretora Sandra Kogut (Mutum e Campo Grande), terá estreia mundial no Festival Internacional de Cinema de Toronto (TIFF), onde será exibido na mostra World Contemporary Cinema. O Festival é considerado um dos mais importantes do mundo e acontece na cidade canadense de 5 a 15 de setembro. O filme será distribuído no Brasil pela Vitrine Filmes e na França pela Paname Films.

Protagonizado por Regina Casé, TRÊS VERÕES é um retrato do Brasil contemporâneo. Através do olhar de Madá (Regina Casé), uma caseira num condomínio de luxo à beira mar, acompanhamos o desmantelamento de uma família em função dos dramas políticos que abalaram o país. TRÊS VERÕES se passa ao longo de três anos consecutivos (2015, 2016 e 2017), sempre na última semana do ano, entre o Natal e o Ano Novo, na luxuosa casa de veraneio da família. O personagem de Madá está entre dois mundos, ela é dona da casa sem ser : Madá manda nos empregados, mas é também submissa aos patrões.

“Dizem que se antes os brasileiros costumavam saber de cor o nome dos jogadores da seleção, hoje isso se transferiu para os nomes dos juízes do STF. A população passou a seguir os acontecimentos do país como quem acompanha uma novela, colada nos próximos capítulos. TRÊS VERÕES nasceu do desejo de falar sobre o que vem acontecendo no Brasil nestes últimos anos através de personagens  que estão geralmente num canto do quadro. Ou fora da tela. Os figurantes, os invisíveis. O que acontece com aqueles que orbitam em torno dos ricos e poderosos quando a vida destes desmorona? De que maneira eles sofrem as consequências?”, diz a diretora Sandra Kogut.

Em 2015, tudo aparenta ir bem para o casal Edgar (Otávio Muller) e Marta (Gisele Fróes). Cercados de amigos, do sogro viúvo e do filho adolescente, eles celebram o Natal e o fim do ano numa festa espetacular. A única sombra é a chegada de um dos convidados usando uma tornozeleira eletrônica. Durante este curto período do ano, Madá e os outros empregados precisam se acostumar a conviver com os patrões e suas festas, que só aparecem nesta época. Mas no segundo verão, em 2016, vemos Madá sendo obrigada a desmarcar a mesma celebração. A partir daí os empregados são obrigados a usar a criatividade para lidar com os problemas que começam a surgir.

É um olhar sobre o momento que antecedeu os acontecimentos de 2018. Percebemos que os sinais do que vinha pela frente estavam todos ali, mas ninguém era capaz de enxergá-los”, comenta a diretora Sandra Kogut.

Além de Regina Casé, Rogério Fróes, Otávio Muller e Gisele Fróes, completam o elenco do filme Carla Ribas, Carol Pismel, Wilma Melo, Luciano Vidigal, Jessica Ellen e Daniel Rangel. Sobre o elenco a diretora diz: “Esse foi meu primeiro filme onde praticamente todos eram atores profissionais. Até então tinha trabalhado principalmente com não atores ou com um elenco misto. Fizemos tudo muito rápido, e numa energia maravilhosa. Regina é uma parceira de muitos anos. Tive a enorme felicidade de trabalhar com um elenco de ouro. Choramos e rimos sem parar no set.”

SINOPSE:  
A cada verão, entre Natal e Ano Novo, o casal Edgar e Marta recebe amigos e família na sua mansão espetacular à beira mar. Em 2015 tudo parece ir bem, mas em 2016 a mesma festa é cancelada. O que acontece com aqueles que gravitam em torno dos ricos e poderosos quando a vida deles desmorona? Através do olhar de uma empregada e de um velho patriarca, ambos vítimas do sonho neoliberal, vemos um retrato do Brasil contemporâneo, imediatamente antes de 2018.

FICHA TÉCNICA: 

Direção: Sandra Kogut
Elenco: Regina Casé, Otávio Muller, Gisele Fróes, Rogério Fróes, Carla Ribas, Carol Pismel, Wilma Melo, Luciano Vidigal, Jessica Ellen e Daniel Rangel
Produção: Marcello Ludwig Maia e Laurent Lavolé
Produtor Associado: Carlos Diegues
Roteiro: Sandra Kogut e Iana Cossoy Paro
Direção de Fotografia: Ivo Lopes Araújo
Montagem: Sergio Mekler  e Luisa Marques
Trilha Original: Berna Ceppas
Direção de Arte: Marcos Pedroso e Thales Junqueira
Figurino: Marina Franco
Maquiagem: Ricardo Tavares
Produção de Elenco: Marcela Altberg
Som Direto: Bruno Armelin
Edição de Som: Tomás Alem e Vincent Guillon
Direção de Produção: Flávia Rosa Borges
Produção Executiva: Marcello Ludwig Maia
Assistente de direção: Lara Carmo
Consultoria: Monica Almeida
Distribuição: Vitrine Filmes

SOBRE A DIRETORA 

Sandra Kogut fez seus primeiros trabalhos em 1984 e desde então vem utilizando diferentes mídias e formatos : ficções, documentários, filmes experimentais, instalações. Participou de exposições no Brasil e no exterior. Em 1996 foi uma das criadoras do programa “Brasil Legal”, na Tv Globo, do qual foi a diretora-geral. Realizou a série experimental “Parabolic People” (rodada em Paris, Nova Iorque, Moscou, Tókio, Dakar e Rio) produzida pelo CICV Pierre Schaeffer (França); o curta “Lá e Cá” (com a atriz Regina Casé, co-produzido pela Tv francesa Canal Plus e pela Fundação McArthur nos Estados Unidos), os premiados documentários “Adiu Monde” e “Passagers d’Orsay” (produzido pelo Museu d’Orsay junto com a televisão francesa). Seu documentário “Um Passaporte Húngaro” (França/ Bélgica / Hungria / Brasil) foi lançado nos cinemas brasileiros em 2003, recebendo prêmios internacionais e sendo objeto de estudos e teses em vários países. Seus trabalhos foram premiados em diversos festivais internacionais  (Rio, Berlin, Oberhausen, Kiev, Leipzig, Locarno, Havana, Rotterdam e muitos outros)  e foram exibidos no MoMA em NY,  Guggenheim Museum, Forum des Images em Paris, Harvard Film Archives nos EUA (onde foi realizada uma retrospectiva completa) entre outros. “Mutum” seu primeiro longa-metragem de ficção – baseado no livro “Campo Geral” de João Guimarães Rosa – teve sua estreia mundial no Festival de Cannes 2007, na Quinzena dos Realizadores, recebendo mais de vinte prêmios nacionais e internacionais, e foi lançado comercialmente numa dezena de países.

Em 2011/2012 Sandra passou um ano em Berlim como convidada da DAAD Berliner Künstlerprogramm.Foi professora na Escola Superior de Belas Artes em Strasbourg (França) e nas universidades americanas de Princeton, Columbia (Film Program) e University of California San Diego / UCSD. Foi Visiting Scholar na New York University  entre 2008 e 2011.

“Campo Grande” seu último longa-metragem de ficção, uma coprodução Brasil/França, teve estreia mundial no Festival Internacional de Cinema de Toronto e foi premiado nos festivais do Rio, Mar del Plata, Havana, Málaga entre outros.
Há três anos é comentarista do programa Estudio i, na Globonews.

SOBRE A VITRINE FILMES  

Em nove anos, a Vitrine Filmes distribuiu mais de 140 filmes. Entre seus maiores sucessos estão “Aquarius” e “O Som ao Redor”, de Kleber Mendonça Filho, “Hoje Eu Quero Voltar Sozinho”, de Daniel Ribeiro, e “O Filmes da Minha Vida”, de Selton Mello.

Mais recentemente a distribuidora lançou “Divinas Divas”, dirigido por Leandra Leal, o documentário mais visto de 2017 e “O Processo”, de Maria Augusta Ramos, que entrou para a lista dos 10 documentários mais vistos da história do cinema nacional.

Entre os lançamentos de 2019 estão “Divino Amor”, dirigido por Gabriel Mascaro, “Bacurau”, novo filme do diretor Kleber Mendonça Filho em parceria com Juliano Dornelles, e “A Vida Invisível”, Karim Aïnouz. Além disso a Vitrine Filmes segue pelo terceiro ano consecutivo com o projeto de distribuição coletiva de filmes Sessão Vitrine, que durante o ano todo irá lançar longas nacionais em diversas cidades do Brasil.

 

Peter Fonda, 1940-2019

Peter Fonda, 1940-2019

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Peter Fonda em cena de “Sem Destino”, 1969 (Reprodução/Columbia Pictures)

Morreu na sexta-feira, aos 79 anos, o ator e roteirista Peter Fonda. Nome forte de uma família recheada de astros do cinema, Peter marcou época com “Sem Destino” (Easy Rider), filme que roteirizou e protagonizou ao lado de Dennis Hopper em 1969, um ícone norte-americano da contracultura.

Em cerca de uma hora e meia de longa, Fonda e Hopper se eternizaram como dois motoqueiros que viajam pelos EUA e apresentam alguns dos pilares da juventude à época, como o uso de drogas e o movimento hippie. Jack Nicholson faz uma participação luxuosa, que o rendeu uma indicação ao Oscar de melhor ator coadjuvante, e a trilha sonora é um primor sessentista, transitando entre nomes como Steppenwolf, The Band e Jimi Hendrix. Fonda e Hopper também foram nomeados ao Oscar, concorrendo por melhor roteiro original, pela produção – que está disponível no Netflix.

Apenas por “Sem Destino”, Peter Fonda já seria suficientemente lembrado para sempre (e sua morte, tão lamentada quanto é). Nos anos 1990, porém, o já veterano engatou uma nova série de grandes atuações, vencendo o Globo de Ouro de melhor ator dramático e concorrendo ao Oscar de melhor ator por “O Ouro de Ulisses” (Ulee’s Gold, 1997), em produção para o cinema, além de levar o Globo de Ouro e ser indicado ao Emmy de melhor ator coadjuvante em filme para TV por “A Paixão de Ayn Rand” (1999).

Segundo comunicado de sua família, Fonda morreu em Los Angeles em decorrência de insuficiência respiratória, causada por um câncer no pulmão. Peter Fonda era filho de Henry Fonda (Oscar de melhor ator por “Num lago dourado”, de 1982), irmão de Jane Fonda (duas vezes melhor atriz pela Academia), pai de Bridget Fonda (indicada ao Globo de Ouro e ao Emmy) e tio de Troy Garity (também nomeado ao Globo de Ouro).

“Em homenagem a Peter, por favor ergam seus copospela liberdade”, escreveu a família em sua nota. Nada mais apropriado.

”Bacurau” abre Festival de Gramado e é aclamado pelo público

”Bacurau” abre Festival de Gramado e é aclamado pelo público

Com sua primeira exibição em terras brasileiras, ‘Bacurau’ abriu a 47ª edição do Festival de Cinema de Gramado e foi aclamado pelo público presente no Palácio dos Festivais na noite desta sexta-feira (16). Sob a direção de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, o filme foi o vencedor do Prêmio do Júri do Festival de Cannes e terminou sua sessão na Serra gaúcha bastante aplaudido.

Kleber retorna a Gramado com um filme  que não participa da mostra competitiva. Em 2016, ele abriu o evento com  Aquarius. Quatro anos antes, ‘O Som Ao Redor’ rendeu ao cineasta o Kikito de melhor diretor. Nesses outros longas, Juliano foi o diretor artístico. Os dois também assinam o roteiro.

A estreia de ‘Bacurau’ está prevista para o dia 29 de agosto. O terceiro longa de ficção de Kleber é descrito como uma combinação de gêneros – horror, faroeste, ação e fantasia. O filme se passa em um povoado do sertão de Pernambuco chamado Bacurau, em um futuro próximo. Fenômenos estranhos começam a assombrar o vilarejo: os celulares param de funcionar e Bacurau desaparece do mapa. Os pobres moradores ficam isolados. Nessa comunidade não reconhecida pelo poder público, figuras marginalizadas, como prostitutas e transgêneros, são aceitas e tratadas com naturalidade. Contratados pelas autoridades locais, americanos surgem com a missão de eliminar a população do vilarejo. No entanto, o povo dali não pretende se entregar.

Antes da exibição de ‘Bacurau’, foram feiras duas homenagens póstumas, para os curadores Eva Piwowarski e Rubens Ewald Filho, falecidos este ano. Duas placas foram entregues a familiares deles.

Até 24 de agosto, serão exibidos 19 longas e 34 curtas – entre as mostras nacional, internacional e gaúcha – no Palácio dos Festivais, além de exibições paralelas e especiais, debates e discussões sobre o mercado audiovisual. Neste ano, também haverá uma mostra competitiva de longas gaúchos. A entrega dos kikitos está prevista para ocorrer no sábado (24), em cerimônia a ser realizada no Palácio dos Festivais.

Por: Cesar Augusto Mota

Fonte: Portal GauchaZH (com adaptações)

 

 

Documentário “O Verde Está do Outro Lado” discute direito à água a partir de paralelo entre Brasil e Chile

Documentário “O Verde Está do Outro Lado” discute direito à água a partir de paralelo entre Brasil e Chile

Estreia no dia 22 de agosto em São Paulo, Rio de Janeiro, Santos, Curitiba, Salvador, Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre e Recife

A exploração da água como um bem para poucos é destrinchada no filme O Verde Está do Outro Lado, de Daniel A. Rubio, longa de estreia do diretor. Produzido entre Chile e Brasil, o documentário traça um paralelo entre as experiências dos dois países a partir da perspectiva da Província de Petorca, a 200 quilômetros de Santiago, e de Correntina, que fica no oeste da Bahia. 

Entrevistas com moradores da região, ambientalistas e políticos guiam o longa que explora as nuances econômicas e ambientais que regem as batalhas pela propriedade da água. A produção explora os efeitos da privatização da gestão da água vivida pelo Chile em 1981 e seus reflexos negativos quase quatro décadas depois. Em Petorca, grandes empresas detém o líquido e a falta de água para irrigação de plantações e para o próprio consumo humano leva pequenos agricultores e suas famílias ao sofrimento e à ruína. 

O Brasil tem 12% da água doce do planeta, mas a realidade da cidade de Correntina, conhecida como a caixa d’água do Brasil, escancara um futuro pouco distante: grandes produtores de soja já foram responsáveis por extinguir 17 riachos nos últimos 15 anos. 

O Verde Está do Outro Lado, que estreia no dia 22 de agosto, resume o efeito que as privatizações, a acumulação de riqueza e a globalização exercem na falta de acesso a serviços básicos vivida por muitos habitantes. 

 

:Sinopse: 

O Verde Está do Outro Lado estabelece um paralelismo entre as experiências do Chile e do Brasil para tratar do acesso das populações à água no mundo, explorando as nuances econômicas e ambientais envolvidas na disputa pela propriedade da água, que irá determinar o futuro do planeta. No Chile, a gestão da água foi privatizada em 1981. O documentário mostra como em Petorca, a 200 quilômetros de Santiago, a água que está nas mãos de grandes empresas tem levado pequenos agricultores e suas famílias à ruína. No filme, conhecemos uma realidade extrema que aflige a maior parte dos habitantes da Província de Petorca.

 

Brasil/Chile, 2018, 76 min, 10 anos

Direção | Roteiro: Daniel A. Rubio

 

Produção-executiva:Juliana Lira

Produção | Chile:Andrea Rubio Apiolaza

Produção | Brasil: Juliana Lira, Roberto Gonçalves de Lima, Cristina Livramento, Flavio Fontes, Lara Dezan e Priscila Ihara

Produtora:Lira Filmes

Coprodutora:ArtVer

Montagem: Daniel A. Rubio, João Gil e Fred Silviero

Imagens | Chile: Daniel A. Rubio

Imagens | Brasil:Daniel A. Rubio e João Gil

Trilha: Leandro Estevão e Levi Estevão

 

Personagens | Brasil: Moradores da comunidade da Prainha, Dona Ana, Sr. Paulino, Sra Maria, Seu Antônio, Timóteo MAB, Marcos – Ativista, Andreia –  MAB, Deputado Glauber Braga, Deputado Alfonso Florence, Deputado Bohn Gass


Personagens | Chile: 
Rodrigo Mundaca,Senadora Adraina Muños, Deputado Luis Lemus, Dona Avelinda Madariaga, Seu Pedro Madariaga, Verónica Vilches, Claudio Vilches, Ricardo Sangüesa,Alejandra Sepulveda, Ministro de Obras Publicas do Chile, Alberto Undurraga Vicuña, SeuCarlos Gilberto Tapia, Ondina Figueroa

 

Distribuição:Lira Filmes