A relação é antiga e quase que indissociável. Quem fala do Festival de Cannes não se esquece de vinculá-lo ao premiado cineasta espanhol Pedro Almodóvar, vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro com Tudo sobre Minha Mãe (2000) e Fale com Ela (2002).
A primeira participação de Almodóvar em Cannes foi em 1983, quando produziu juntamente de Javier Garcillán o filme ‘Labirinto das paixões’, que não teve grande público. Mais tarde, em 2000, o cineasta faturou o Prêmio de Melhor Direto por ‘Tudo sobre Minha Mãe’. Em 2006, levou o troféu de Melhor Roteiro por ‘Volver’ e em 2011 foi agraciado com o Prêmio da Juventude pelo filme ‘A Pele que Habito’.
Almodóvar também já integrou o júri do Festival de Cannes, em 1992 e em 2017, ano em que foi presidente.Porém, falta um prêmio em sua vasta galeria, a Palma de Ouro, que já disputou por cinco vezes. Sua sexta tentativa será com o filme ‘Dor e Glória’, que traz Penélope Cruz e Antonio Banderas como protagonistas, exibido ontem (17) e bastante aplaudido pelo público no Palácio dos Festivais.
Em ‘Dor e Glória’, Banderas é um melancólico cineasta em declínio que se vê obrigado a pensar sobre as escolhas que fez na vida quando seu passado retorna. Entre lembranças e reencontros, ele reflete sobre sua infância na década de 1960, seu processo de imigração para a Espanha, seu primeiro amor maduro e sua relação com a escrita e com o cinema. Cruz interpreta a mãe do diretor.
Apesar da ovação do público e da afirmação de ter vivido “uma experiência excepcional” na noite de ontem, o espanhol é cauteloso. “Isso não significa que vou ganhar, conheço as regras do jogo muito bem”, afirmou.
O júri da 72ª edição do Festival de Cannes é presidido pelo cineasta mexicano Alejandro González Iñárritu, e o vencedor da Palma de Ouro será conhecido no dia 25 de maio.
Crédito da foto: RFI
Por: Cesar Augusto Mota