Poltrona Resenha: Mogli – Entre Dois Mundos

Poltrona Resenha: Mogli – Entre Dois Mundos

Por Luis Fernando Salles

            Muitas pessoas podem ter estranhado o lançamento do novo live-action de Mogli – Entre Dois Mundos, tendo em vista que há apenas dois anos, os estúdios Disney haviam feito a filmagem do lendário clássico animado de 1968, denominado de Mogli – O Menino Lobo.

          Dessa vez, produzido pela Warner Bros. e lançado pela Netflix, a nova versão da história prometia trazer uma diferente imagem do menino perdido na selva ainda quando bebê e dado aos cuidados das criaturas que nela habitavam. O conto infantil, cheio de músicas, danças e descontrações dão espaço para uma história pesada, madura e a qual procura trazer uma versão mais sinistra para a fábula, que convenhamos,  é de fato inquietante. Afinal, ter seus pais mortos ainda quando criança, ser criado por criaturas ferozes como lobos, ter como amigos um urso gigante e uma pantera negra, e ainda ser perseguido por um sanguinário tigre, é algo longe de ser simpático.

          Além do aspecto mais soturno, Mogli – Entre Dois Mundos, traz como diretor umas das mais queridas e inovadoras figuras do cinema moderno. Trata-se de Andy Serkins, ator e diretor britânico, conhecido por interpretar criaturas de computação gráfica, onde os movimentos de seu corpo servem de molde e são transferidos para o personagem. Dentre o mais famoso deles, lembramos do inesquecível Smeagol, da franquia de O Senhor dos Anéis, e mais recentemente, do imponente King Kong, além de o chimpanzé Ceasar, de O Planeta dos Macacos e do Supremo Líder Snoke, vilão de Star Wars: The Force Awakens.

imagem mogli
Divulgação Internet

          Além das diferenças já ditas aqui sobre o roteiro e aspectos gerais da atual obra e de outras tradicionais exibições de “Mogli”, Serkins procura impactar seu público ao equiparar a selvageria animal e humana. Se por um lado os animais, que detêm racionalidade na fábula, mantêm suas raízes selvagens, do outro, o ser humano dotado de toda sua inteligência pode ser até pior. Tal imagem é representada na figura do caçador, um personagem novo da atual versão.

          Fora isso, o filme vale a pena ser assistido. Mesmo com notórias falhas na computação gráfica (que prometia ser extraordinária, mas deixou a desejar) e a transição da fantasia infantil para a realidade obscura da vida, Mogli – Entre Dois Mundos pode ser uma boa diversão para o fim de semana em família.

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