Poltrona Cabine: Homem-Formiga e a Vespa/ Cesar Augusto Mota

Poltrona Cabine: Homem-Formiga e a Vespa/ Cesar Augusto Mota

É inquestionável que o ano de 2018 é especial para a Marvel, pois já se foram 10 anos desde o primeiro filme, ‘Homem de Ferro’, e mais outros dezoito sucessos. Personagens icônicos, muita ação, adrenalina e lutas contra inimigos e defesas de ideais fortes. Após os últimos sucessos, como ‘Thor Ragnarok’, ‘Pantera Negra’ e ‘Vingadores: Guerra Infinita’, a impressão que havia era a de que o Universo Cinematográfico Marvel já estava muito manjado, a fórmula desgastada e sem espaço para emplacar um novo sucesso. Mas eis que surge ‘Homem-Formiga e a Vespa’, de Peyton Reed, um longa com ritmo de menor intensidade, mas com uma incrível veia cômica e que sem d&u acute;vida vai divertir você.

O enredo passa após os acontecimentos deCapitão América: Guerra Civil’, com Scott Lang (Paul Rudd) vivendo em regime de prisão domiciliar por ter violado o pacto de Sokovia, que proíbe a realização de atividades super-humanas. Cúmplices de Lang por terem fornecido a tecnologia do Homem-Formiga, o doutor Hank Pinn (Michael Douglas) e Hope van Dyne (Evangeline Lilly) estão foragidos da Justiça, mas são contatados por Scott após ele ter tido uma visão da Vespa Original, Janet van Dyne (Michelle Pfeiffer). Os três se conectam em uma eletrizante jornada para resgatar Janet de um forte campo de energia quântica no qual está presa há 30 anos. De quebra, vão se deparar com dois terríveis vilões, Sonny Burch (Walton Goggins), um contrabandista disposto a surrupiar o laboratório do doutor Hank, rico em tecnologias da informação e com capacidade de ser encolhido e transportado com facilidade, além da soldado da S.H.I.E.L.D., Fantasma (

), recrutada pelo doutor Bill Foster (Laurence Fishburne). Esta precisa do laboratório para realizar um poderoso e perigoso procedimento para fortalecer suas partículas moleculares, que aparecem e desaparecem constantemente devido a um acidente nuclear sofrido, e em caso de fracasso, ela pode desaparecer para sempre.

O espectador é brindado com diálogos criativos, muito bem-humorados e sem piadas forçadas.  Além disso vemos uma estrutura de roteiro sólida, uma história bem ritmada e com boa dose de suspense, principalmente na entrada para o último ato, quando todos os conflitos se cruzam e podem ser resolvidos ou então tudo pode ser posto a perder. As soluções adotadas são das mais imprevisíveis, além das ótimas tiradas com gags visuais e os efeitos especiais utilizados, sejam para aumentar ou diminuir o tamanho dos protagonistas. O público se diverte e ao mesmo tempo é surpreendido, graças às técnicas de filmagem e efeitos utilizados e, principalmente, ao talento dos atores.

Quanto às atuações, Paul Rudd demonstra toda sua vocação para a comédia, além de ser capaz de transparecer um lado mais sério e sensível, seja para driblar os agentes federais e mostrar que está cumprindo sua sentença ou para entreter e dar atenção à filha Cassie (Abby Ryder Fortson). Evangeline Lilly apresenta uma personagem que é uma autêntica heroína, não só por conta de sua armadura de Vespa, potente e até melhor que a do Homem-Formiga, como também por sua inteligência, agilidade e sua força interior, mostrando ao público todas as suas motivações e o quanto era decidida, algo difícil de demonstrar no primeiro filme. Michael Douglas e Michelle Pfeiffer representaram um casal bem emblemático na trama e com participações em momentos-chave, e Hannah John-Kamen não nos trouxe uma vilã memorável, apesar de sua motivação forte e sua imponência. O roteiro não permitiu que ela fosse mais bem trabalhada, a atuação é muito mecânica e distante de atingir e provocar o espectador. Já Walton Goggins foi aquele autêntico bandido canastrão, rodeado de comparsas, dotado de pouca inteligência, mas com planos muito bem executados para chegar aonde quer.

Mesmo com um ritmo diferente dos filmes anteriores da Marvel e com menor quantidade de cenas de ação, ‘Homem-Formiga e a Vespa’ mostra sua importância para o MCU, estabelecendo uma forte ligação com a sequência de Vingadores, permitindo ao espectador levantar diversas hipóteses e possíveis saídas para o retorno dos personagens após o desfecho inusitado de Guerra Infinita. E não saia imediatamente da sala de exibição, você vai ver duas cenas pós-créditos, em uma com um momento que será chave para a sequência, e em outra, uma piada, que pode ser hilária para uns e boba para outros. Não perca, está divertidíssimo!

Cotação: 4/5 poltronas.

Por: Cesar Augusto Mota

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