Poltrona Resenha: Cinquenta Tons de Liberdade/ Cesar Augusto Mota

Poltrona Resenha: Cinquenta Tons de Liberdade/ Cesar Augusto Mota

Enfim termina a sequência de filmes baseada nos best sellers de E.L. James, que criou o universo ‘Cinquenta Tons de Cinza’. Após o primeiro e o segundo longa, sucessos de bilheteria, mas não tanto de crítica, chega aos cinemas ‘Cinquenta Tons de Liberdade’, com o intuito de fechar o ciclo com chave de ouro, ou pelo menos de uma maneira honrosa. Será que é mais uma bomba vindo aí ou enfim o público vai se surpreender com uma boa história e um arco dramático convincente?

Anastasia Steele (Dakota Johnson) e Christian Gray (Jamie Dornan) chegam ao último capítulo da trilogia em um momento que parecia significar a redenção de Gray e a plena realização de Ana, com os dois subindo ao altar e trocando alianças. Um momento grandioso e inesquecível para os noivos, mas as sombras do passado continuam por assombrar o casal, com o retorno de Jack Hyde (Eric Johnson), ex-chefe de Ana e disposto a acabar com a vida de Christian, pessoa quem teria arruinado sua vida, segundo ele. E de quebra, os desentendimentos e conflitos entre Christian e Ana ficam ainda mais intensos com a descoberta de uma gravidez inesperada. Ana se mostra empolgada, mas Christian não se sente preparado e teme perder a atenção de sua amada com a chegada da criança.

Sempre que nos deparamos com uma adaptação de livro para o cinema criamos uma enorme expectativa, e não poderia ser diferente com a franquia ‘Cinquenta Tons’, afinal foram pouco mais de US$ 500 mi arrecadados em bilheteria e esperávamos por um grand finale. Mas o roteiro do longa, assinado por Niall Leonard (responsável também por Cinquenta Tons Mais Escuros), apresenta uma série de sequências sem conexão e um ritmo demasiadamente acelerado, prejudicando a evolução da história, seria como se o botão de piloto automático tivesse sido acionado e esquecido de ser desligado.  Em comparação aos anteriores, o filme possui a menor duração, de 100 minutos, outros momentos poderiam ter sido mais bem desenvolvidos para mobilizar o público, que pareceu cada vez mais entediado com as mesmas cenas e recursos utilizados nos dois primeiros filmes, com as famosas cenas quentes e os joguinhos sexuais promovidos por Christian no quarto vermelho, seja para aliviar a tensão após uma grande discussão com Ana ou como forma de punição por ela ter prometido algo e não cumprido.

E como falei antes, o público esperava por um grande arco dramático e viradas surpreendentes na história, mas não houve muito o que desenvolver, as duas primeiras partes da trama não empolgam muito a plateia e trazem praticamente as mesmas sequências, com discussões do casal, viagens para acalmar os ânimos, uma cena ou outra de Ana saindo com os amigos e as cenas quentes entre ela e o marido nos mesmos lugares de sempre. Tudo se dá de forma repetitiva e morna, e apenas no terço final que temos algo novo e que pode mudar o curso da história, com um incidente envolvendo Mia(Rita Ora), a irmã de Christian, que vai envolver  o casal, mas cada um resolvendo do seu jeito, antes que os dois se reencontrem.

As atuações são díspares, Dakota Johnson seguiu esbanjando sensualidade e espontaneidade em algumas cenas, com sua personagem submissa em boa parte do tempo e em outros na busca por mais autonomia, seja saindo mais com os amigos ou dedicando horas de seu tempo em sua editora de livros. Jamie Dornan não conseguiu se livrar daquele Christian Gray robótico do primeiro filme, sádico e machista e compulsivo por sexo, mas com sérias dificuldades de transmitir emoções. Quem mais se destaca é justamente Eric Johnson, apesar de pouco tempo em tela consegue quebrar o gelo da trama e com intervenções importantes, mas seu personagem poderia ter tido um arco melhor desenvolvido e mais bem aproveitado, o mesmo valendo para o elenco de apoio, vemos poucas novidades sobre os amigos de Anastasia, mas muitos não mostram a que vieram.

A franquia ‘Cinquenta Tons’ se despede do público trazendo em seu desfecho um pouco mais do mesmo, muito burburinho, cenas quentes e poucos conflitos desenvolvidos em uma história que permite muito mais. Que surjam novas sagas para os espectadores e que sejam empolgantes, pois esta não deverá deixar saudades.

Avaliação: 2,5/5 poltronas.

 

 

Por: Cesar Augusto Mota

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