Retomamos hoje, dia 21 de novembro, a coluna Literacine, que tanto tempo foi capitaneada tão bravamente pela querida Arita Souza, do Dobradinha Literária.E vamos voltar em grande estilo. Listaremos três livros que superaram os filmes que deles foi inspirado.
3- O primeiro livro que é bem melhor que o filme de mesmo nome é Se Eu Ficar. A história parece algo adolescente ao falar de um amor entre uma musicista e um aspirante a astro de rock mas lida com temas muito adultos como coma, hospital, a aceitação ou não da morte, perdas e como a vida de alguém pode mudar de uma hora para a outra. O livro é enxuto e disseca toda a vida de Mia e mostra com clareza como o acidente de carro que vitima sua família, menos ela, que sobrevive, a afeta de tal maneira que pode até impedir que ela sobreviva. A trama também explora esse limbro que alguns cientistas já provaram que possa existir quando a pessoa fica entre a vida e a morte.
Há também uma continuação que é Pata Onde Ela foi. Os livros são escritos por Gayle Forman. Se Eu Ficar nos leva à reflexão e é muito bem elaborado, prendendo a nossa atenção do início ao fim. Também fala das relações familiares e do que realmente vale a pena na vida porque ela é muito curta. O sentimento de família que envolve Mia e todos os seus parentes é cativante. Recomendo ler antes de ver o filme. O filme é aquém mas vale também.
2- O segundo é A Menina Que Roubava Livros. Para quem ama História, como eu, é parada mais que obrigatória. Apesar do livro ser longuíssimo e você ter que ler em doses homeopáticas para não se perder no fio condutor da história, é bem melhor que o filme de mesmo nome.
Durante a Segunda Guerra Mundial, uma jovem garota chamada Liesel Meminger sobrevive fora de Munique através dos livros que ela rouba. Ajudada por seu pai adotivo, ela aprende a ler e partilhar livros com seus amigos, incluindo um homem judeu que vive na clandestinidade em sua casa. Enquanto não está lendo ou estudando, ela realiza algumas tarefas para a mãe e brinca com o amigo Rudy.
Entre 1939 e 1943, Liesel Meminger encontrou a Morte três vezes. E saiu suficientemente viva das três ocasiões para que a própria, de tão impressionada, decidisse nos contar sua história, em ‘A Menina que Roubava Livros’, livro há mais de um ano na lista dos mais vendidos do ‘The New York Times’.
Desde o início da vida de Liesel na rua Himmel, numa área pobre de Molching, cidade desenxabida próxima a Munique, ela precisou achar formas de se convencer do sentido da sua existência. Horas depois de ver seu irmão morrer no colo da mãe, a menina foi largada para sempre aos cuidados de Hans e Rosa Hubermann, um pintor desempregado e uma dona de casa rabugenta. Ao entrar na nova casa, trazia escondido na mala um livro, ‘O Manual do Coveiro’. Num momento de distração, o rapaz que enterrara seu irmão o deixara cair na neve. Foi o primeiro de vários livros que Liesel roubaria ao longo dos quatro anos seguintes.
E foram estes livros que nortearam a vida de Liesel naquele tempo, quando a Alemanha era transformada diariamente pela guerra, dando trabalho dobrado à Morte. O gosto de rouba-los deu à menina uma alcunha e uma ocupação; a sede de conhecimento deu-lhe um propósito. E as palavras que Liesel encontrou em suas páginas e destacou delas seriam mais tarde aplicadas ao contexto a sua própria vida, sempre com a assistência de Hans, acordeonista amador e amável, e Max Vanderburg, o judeu do porão, o amigo quase invisível de quem ela prometera jamais falar.
Há outros personagens fundamentais na história de Liesel, como Rudy Steiner, seu melhor amigo e o namorado que ela nunca teve, ou a mulher do prefeito, sua melhor amiga que ela demorou a perceber como tal. Mas só quem está ao seu lado sempre e testemunha a dor e a poesia da época em que Liesel Meminger teve sua vida salva diariamente pelas palavras, é a nossa narradora. Um dia todos irão conhece-la. Mas ter a sua história contada por ela é para poucos. Tem que valer a pena.
Também recomendo ler antes de ver o filme.
1- O campeão é Um Dia em que o livro é infinitamente superior ao filme. O livro é simplesmente fantástico e um dos melhores que li na vida. A película deixa a desejar mas me marcou em vários momentos de minha vida. Toda as vezes que dava no Telecine, acontecia algo na minha vida particular. E Anne Hathway e Jim Sturgess são marcantes nos papéis de Emma e Dexter.
Eu devorei o livro em três dias. Foi um presente realmente muito especial. Já tinha vontade de conhecer a Escócia e me deu mais vontade ainda depois que li o livro porque eles se conhecem na Universidade de Edinburgo na festa de formatura de ambos. É uma ode à amizade. Eu namorei um rapaz que nem era tão meu amigo assim, como Dex e Emma, mas como há traços da personalidade dele em Dexter, lembrarei para sempre com carinho do personagem e do livro.
Um Dia traz muitos questionamentos, não só sobre a amizade, mas sobre a conviência, projetos de carreira, traição e como ás vezes nos colocamos em relacionamentos que não darão em nada para não ficarmos sozinhos. Essa última situação acontece com Emma. Dexter, não. Mesmo com fama de playboy, acaba se casando com a mulher que está apaixonado, sem saber que sempre amou Emma. E quando eles finalmente se acertam, após Emma arrumar um namorado francês, o cenário é nada mais, nada menos, que Paris, que encanta a todos e é uma das cidades mais românticas do mundo.
Dexter Mayhew e Emma Morley se conheceram em 1988. Ambos sabem que no dia seguinte, após a formatura na universidade, deverão trilhar caminhos diferentes. Mas, depois de apenas um dia juntos, não conseguem parar de pensar um no outro.
Os anos se passam e Dex e Em levam vidas isoladas – vidas muito diferentes daquelas que eles sonhavam ter. Porém, incapazes de esquecer o sentimento muito especial que os arrebatou naquela primeira noite, surge uma extraordinária relação entre os dois.
Ao longo dos vinte anos seguintes, flashes do relacionamento deles são narrados, um por ano, todos no mesmo dia: 15 de julho. Dexter e Emma enfrentam disputas e brigas, esperanças e oportunidades perdidas, risos e lágrimas. E, conforme o verdadeiro significado desse dia crucial é desvendado, eles precisam acertar contas com a essência do amor e da própria vida.
O livro é imperdível. O filme, dispensável. Mas mesmo quando releio trechos de Um Dia lebro de Anne e Jim. Não tem como não associá-los porque eles incorporam os personagens de maneira fofa e agradável.