#269 Café Society

#269 Café Society

Café Society é o melhor filme de Woody  Allen. Ali você encontra todas as suas referências: a família judaica, a presença de celebridades e estrelas num café, criticando a própria indústria do cinema com suas futilidades e superficialidades. Tem também um escritor frustrado que parece ser o próprio Allen, mais um alter ego do cineasta.

Só que dessa vez há um contraponto: uma mulher simples, mas incrivelmente bonita, Vonnie, que ama dosi homens: o escritor Bobby e o agente de cinema Phil, que ainda por cima, é tio de Bobby. Phil é casado e a mantém como amante. Bobby a conhece, se apaixona e mesmo sabendo que ela tem um namorado secreto, se envolve. Phil tenta se separar da esposa, sem sucesso. Até que , ao perceber que está perdendo Vonnie,tenta recoqistá-la.

Bobby é de Nova Yortk, reduto máximo de Allen e conhece Vonnie em Hollywood, a meca do cinema.

Apesar de todos os clichês allenianos, o que mais chama a atenção, mesmo ele falando de ma´fia e gangsters ao abordar o irmão de Bobby, e a dúvida no amor. Podemos amar  dois homens ao mesmo tempo, no caso das mulheres, e ao contrário no dos homens, mas pela convenção social, necessitamos escolher um. Eu já tive essa dúvida cruel em 1992 e fiquei sem nenhum deles. Os dois apaixonados, eu também, e fiquei sozinha.

Quando Woody Allen aborda isso de forma sensível e sutil é simplesmente sensacional porque ele não fala de algo carnal entre o triângulo amoroso, mas sim, algo maior que isso.

Vonnie encontra em Phil o homem bem-sucedido num meio cheio de estrelas de cinema. Meio que antigamente ela refuta e depois ao se ver na rede de pertencimento, ama e ostenta. E em Bobby, apesar do sucesso como empresário do café, longe da escrita, o idealismo, algo puro de determinação que ela tinha e ficou lá atrás.

Bobby reencontra Vonnie com Phil em seu café. E após ela o procurar na mesma noite, voltam a se encontrar e acabam tendo um caso. O reencontro dos três é um dos pontos-chave do filme. Bobby não reconhece a Vonnie que se apaixonou no passado e que ainda guarda em seu coração. Tanto que se casou com uma Verônica e a chamou de Vonnie quando ela disse que ele seria pai, lá atrás.

O final dessa linda história de amor, só assistindo Café Society.

Não é à toa que Allen é meu cineasta favorito.

Woody fala de uma sociedade americana nos anos 30/40 mas ele consegue transportar toda a situação inserida na película para os dias atuais. É essa a marca de alguém espetacular. É a marca que um gênio imprime no mundo. No caso de Allen, no mundo do cinema.

Steve Carrell, ator que amo desde O Virgem de 40 anos, está mais uma vez maravilhoso. Kirsten Stewart, conseguiu se livrar de Crepúsculo e brilha, mostrando todo o seu talento. Parece veterana nas histórias de Allen. E Jesse Eisenberg com sua frieza e sutileza em interpretar agrega aos dois, formndo um trinuvirato do mais puro talento.

E ainda tem as paisagens maravilhosas e inesquecíveis de Nova York com shots e tomadas simplesmete de tirar o fôlego.

O filme lembra muito Casablanca, um dos meus filmes preferidos de todos os tempos. É uma referência metalinguística muito especial e decisiva.

Daí cravo Café Society como o creme de la creme> o melhor de Woody Allen ever. Deleite-se!

Por Anna Barros

 

 

 

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