
Após assistir pela quinta vez o seriado “Feud: Bette x Joan” do diretor Ryan Murph que conta detalhes sobre a difícil relação entre as maiores damas de Hollywood, Bette Davis e Joan Crawford, resolvi escrever um pouco sobre as conclusões que tirei.
Mais do que mostrar uma rivalidade entre dois ícones da old hollywood, essa série mostra o que é ser mulher numa indústria dominada exclusivamente por homens. Assim como as palavras ditas num dos episódios “uma rivalidade não é composta por ódio, e sim por dor” e é exatamente isso. Esse duelo “Davis x Crawford” era só mais um reflexo de uma cultura que alimenta a rivalidade feminina. Não era por ódio, era por sobrevivência.
Hoje estava lendo num site pessoas reclamando da escolha de Jessica Lange para interpretar a Joan Crawford, dizendo que ela não se parecia nada com a personagem, alguns até falando de sua aparência (e já por aí escolhendo um lado pra valorizar, o que para mim seria uma comparação com a Susan Sarandon que se parece com Bette, e dane-se o talento da Lange, já que ela não se parece fisicamente com a Crawford) e nada melhor que isso pra entender o que a série queria dizer… Em relação à mulheres, o que conta é a aparência, não é mesmo?
Eu fiquei encantado com a atuação da Jessica, como a própria disse “acho que consegui captar a essência de Crawford” e conseguiu mesmo. Eu vi Joan Crawford ali. Uma mulher que não era uma megera, uma bruxa, uma cretina, e sim era humana. Com qualidades e defeitos. A mesma coisa para Bette Davis, que eu sempre, nas minhas próprias palavras, dizia ser “muito melhor do que Joan Crawford.”
Eu acho que essa série foi um grande aprendizado para mim, ressaltando, consegui finalmente entender que não precisamos escolher um lado… e muito menos desprezar o outro.
Tom Machado