
No filme, Octavia interpreta Deus, ou ‘Papa’, como foi carinhosamente conhecida, e ajuda o personagem de Sam Worthington numa importante jornada espiritual a superar a perda de Missy (Amélie Eve), sua filha mais nova. A atriz recebeu a imprensa na última segunda-feira (27) em um hotel na Zona Sul do Rio de Janeiro, comentou sobre seu trabalho no filme e respondeu a perguntas sobre assuntos ligados à fé e religião.
Octavia revelou como foi a preparação para o personagem e que não seguiu nenhuma referência para interpretar Deus: “Trabalhei com um pastor local e li alguns livros sobre o cristianismo. Mas quando se interpreta Deus, não há exatamente um parâmetro ou um padrão a se seguir. Busquei encarar essa relação de Deus no filme como uma mãe que reencontra seu filho. Converso com Deus todos os dias, essa é a única forma de começar o dia bem. Então começo o dia com oração e meditação. Eu me considero uma serva e uma filha de Deus, mas isso é meio esquizofrênico quando se está interpretando Deus, então tentei separar completamente isso e abordar o papel do ponto de vista de uma mãe acolhendo seu filho”, disse.
Para a atriz, apesar dos males que infestam o mundo, ainda é possível existir harmonia entre as pessoas e acredita em cura espiritual: “Violência e ódio existem desde o início dos tempos, mas se deixarmos de lado nossas diferenças vamos perceber que todos nós queremos as mesmas coisas, que são a felicidade, o bem para os nossos filhos, um mundo melhor. Claro que sempre vão existir aquelas pessoas que querem mais e é por isso que surgem as guerras e toda a maldade que existe no mundo. Mas também acredito que muitas dessas pessoas só fazem o mal por estarem feridas, então se elas conseguirem algum tipo de cura interior através do filme, isso já seria ótimo.”
Orgulho
Octavia Spencer revela que se sentiu orgulhosa em interpretar o Todo-Poderoso e defendeu a forma como foi retratada a Santa Trindade no filme: “Amei poder interpretar o Todo-Poderoso e acredito que Deus fez todos nós à sua semelhança e o fato de o escritor incluir latinos, asiáticos e afro-americanos só reforça essa crença e não enfraquece em nada o cristianismo. Não acho que o filme esteja fazendo uma apologia ou dizendo que Deus é uma mulher negra, mas que Deus está em cada um de nós”, afirmou Octavia.
Questionada se a participação em ‘A Cabana’ mudou sua vida, Octavia frisou: “Gosto de acreditar que sempre fui o mesmo tipo de pessoa, que sempre vivi minha vida seguindo a regra de ouro: trate as pessoas como você gostaria de ser tratada. O que mudou para mim é que, assim como o personagem principal, percebi que também tinha questões dentro de mim com as quais precisava trabalhar e me libertar, e pude crescer espiritualmente e como pessoa”, concluiu.
Por: Cesar Augusto Mota