Maratona Oscar: Capitão Fantástico/ Cesar Augusto Mota

Maratona Oscar: Capitão Fantástico/ Cesar Augusto Mota

65wmfnUm filme sensível, de autoajuda e que fará você pensar e repensar seu estilo de vida. Assim é “Capitão Fantástico”, um longa dirigido por Matt Ross e que traz Viggo Mortensen no papel principal. Sua atuação lhe rendeu indicação para o Oscar 2017 na categoria de melhor ator.

A história mostra Ben (Mortensen), que cria seus seis filhos em meio a uma floresta, ensinando-os técnicas de sobrevivência, música, literatura, direitos civis e princípios sociais segundo Noam Chomsky, filósofo americano. Para a família, não existe o dia de Natal, mas o de Noam Chomsky em 25 de dezembro.

Uma grande tragédia envolvendo Leslie (Trin Miller) faz a família deixar seu habitat por um tempo e uma enorme reviravolta em suas vidas, pois terão que se adaptar à vida na cidade. Pode até parecer fácil, mas se vê resistência por parte das crianças e a defesa dos ideais que aprenderam junto com o pai. Tudo isso gera uma afronta à sociedade, principalmente com Jack (Fank Langella), que vê Ben como uma ameaça aos netos e chega a fazer sérias ameaças, uma delas como requerer a guarda deles.

Nos deparamos com cenas bem serenas no início, aprendizado e diversão das crianças em outras, mas da segunda metade em diante existem fatos intrigantes, alguns expõem os garotos ao ridículo. Esses acontecimentos são suficientes para criticar as mazelas constantes que vivenciamos em sociedade e nos mostrar que se existe esperança e sentimento de liberdade, é possível mudar as coisas, e tudo deve ser feito com racionalidade e equilíbrio.

O trabalho de direção de arte, composto por cenas feitas com câmera na mão, simulando o olhar de cada personagem, além de ótima fotografia e trilha sonora com direito a um nostálgico “Sweet Child O’ Mine”, dos Guns N’ Roses são espetaculares, além da atuação dos atores, com sintonia, simplicidade e cumplicidade, mas, sem dúvida, Viggo Mortensen é o ponto alto do filme. Com brilhante atuação, o ator consegue atingir equilíbrio nas situações mais dramáticas, principalmente quando tem suas metodologias contestadas, e mostra um personagem firme em suas doutrinas e sem demonstrar espírito de uma pessoa revoltada, mas adepto de ideais libertários.

Se nesta trama não existe lugar para o ódio há para o amor, capaz de superar todos os conflitos e unir os personagens, como vemos em “Capitão Fantástico”. Vale a pena acompanhar essa fantástica história e acompanhar a atuação magistral de Viggo Mortensen, merecidamente indicado ao maior prêmio de Hollywood.

Poltrona Estreia/ Estreias da Semana/ Parte 2

Poltrona Estreia/ Estreias da Semana/ Parte 2

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Eu Não Sou Negro: Documentário de Raoul Peck.

Sinopse: O escritor James Baldwin escreveu uma carta para o seu agente sobre o seu mais recente projeto: terminar o livro Remember This House, que relata a vida e morte de alguns dos amigos do escritor, como Medgar Evers, Malcolm X e Martin Luther King Junior. Com sua morte, em 1987, o manuscrito inacabado foi confiado ao diretor Raoul Peck.

 

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A Cura: Terror de Gore Verbinski.

Um ambicioso executivo é enviado para os Alpes Suíços para resgatar o CEO de sua companhia de um ´Centro de Cura´, mas logo descobre que o local não é tão inócuo quanto parece.

 

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Um Homem Chamado Ove: Comédia Romântica de Hannes Holm.

Sinopse: Ove é um senhor mal-humorado de 59 anos que leva uma vida totalmente amargurada. Aposentado, ele se divide entre sua rotina monótona e as visitas que faz ao túmulo de sua falecida esposa. Mas, quando ele finalmente se entregou às tendências suicidas e desistiu de viver, novos vizinhos se mudam para a casa da frente, e uma amizade inesperada irá surgir.

Por: Vitor Arouca

 

Poltrona Estreia/ Estreias da Semana/ Parte 1

Poltrona Estreia/ Estreias da Semana/ Parte 1

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Lion: Uma Jornada Para Casa: Drama de Garth Davis. Concorre ao Oscar de melhor filme.

Sinopse: Quando tinha apenas cinco anos, o indiano Saroo se perdeu do irmão numa estação de trem de Calcutá e enfrentou grandes desafios para sobreviver sozinho até de ser adotado por uma família australiana. Incapaz de superar o que aconteceu, aos 25 anos ele decide buscar uma forma de reencontrar sua família biológica.

https://www.youtube.com/watch?v=0MRHntVJ0EM

 

9rlrt2uJohn Wick – Um Novo Dia Para Matar: Ação de Chad Stahelski.

Sinopse: John Wick é forçado a deixar a aposentadoria mais uma vez por causa de uma promessa antiga e viaja para Roma, a Cidade Eterna, com o objetivo de ajudar um velho amigo a derrubar uma organização internacional secreta, perigosa e mortal de assassinos procurados em todo o mundo.

https://www.youtube.com/watch?v=Ej67YCsEXT8

Resenha: https://poltronadecinema.wordpress.com/2017/02/15/poltrona-cabine-john-wick-um-novo-dia-para-matar-cesar-augusto-mota/

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Aliados: Drama de Robert Zemeckis. Mais um filme de Brad Pitt.

Sinopse: Em uma missão para eliminar um embaixador nazista em Casablanca, no Marrocos, os espiões Max Vatan e Marianne Beausejour se apaixonam perdidamente e decidem se casar. Os problemas começam anos depois, com suspeitas sobre uma conexão entre Marianne e os alemães. Intrigado, Max decide investigar o passado da companheira e os dias de felicidade do casal vão por água abaixo.

Por: Vitor Arouca

Maratona Oscar: Zootopia/Lívia Lima

Maratona Oscar: Zootopia/Lívia Lima

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Apaixonante e revigorador.

Zootopia pode parecer apenas mais uma animação irrevente que chegou para estourar bilheterias com animais fofinhos e uma história comovente, mas é isso e muito mais.
A trama acontece em um mundo onde os animais vivem em harmonia, exercendo funções direcionadas para cada espécie. A história gira em torno da coelhinha Judy Hopps, que desde criança sonha em ser uma policial. Judy, até então completamente desvalorizada dentro de uma profissão de predadores, por um acidente, é designada para um caso de desaparecimento na cidade. Para isso, ela conta com a ajuda de Nick Wilde, uma raposa malandra que logo mostra ser muito mais do que o simples estereotipo das raposas.

Apesar da alusão utópica, a trama se aproxima da realidade atual de uma forma alegre e colorida, gerando reflexões importantes em tempos tão difíceis. Judy é uma mulher, fisicamente pequena e lida a todo tempo com preconceito e menosprezo de todos os lados por conta de sua escolha profissional.

A forma como a personagem principal maneja as pressões externas e o seu desejo de seguir o seu sonho é exemplar e magnifica, sem nenhum apelo ao amor romântico e focada plenamente em sua confiança, o que faz com que as lições expostas no filme sejam passadas através de reflexões necessárias.

Em tempos de discursos reacionários, é revigorante ver um filme infantil que combata, de forma sutil e descontraída, o machismo, o racismo, a homofobia e as tensões entre diferentes classes sociais.

Roteiro ótimo, diálogos consistentes e personagens cativantes e referências à grandes sucessos como Breaking Bad e O Poderoso Chefão são alguns fatores que contribuem para que o conjunto da obra seja tão bom.
Os diretores Rich Moore e Byron Howard também brincaram bem com o imaginário ao criarem uma cidade fictícia teoricamente adaptada a todos os animais possíveis.

É como um sopro de esperança ver um filme que sustenta a ideia de que devemos ser a mudança que queremos ver no mundo. Reforçar aos pequenos que atitudes positivas e benéficas são o caminho a se seguir, de forma que também toca o publico adulto, não é um trabalho fácil e Zootopia conseguiu exerce-lo plenamente.
Talvez o mundo fosse mais gentil se todos assistissem essa animação tão renovadora com muita atenção aos detalhes.

Cotação Poltrona de Cinema: 4 Poltronas

Por: Lívia Lima

Maratona Oscar: Moonlight/Lívia Lima

Maratona Oscar: Moonlight/Lívia Lima

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Duro e doce, bem como a vida.
Moonlight transporta, mesmo que não se trate de uma ficção irreal e extraordinária. Chiron, é um menino negro e periférico, e o filme retrata a sua jornada de autoconhecimento, enquanto tenta lidar com seus problemas familiares e fugir da criminalidade de Miami. A trama passa por sua infância até sua vida adulta, abordando conflitos comuns gerados por assuntos como sexualidade, bullying e consumo de drogas.

Moonlight não é um filme de amor, mas definitivamente é um filme sobre o amor. Chiron tenta lidar com questões como sua sexualidade e problemas familiares e é possível notar, com sutileza, o amor sendo encontrado, o que torna o longa muito humano e sensível.

Diálogos simples, porém sucintos, passam a confiança das reflexões com leveza. Fotografia impecável, assim como a trilha sonora, com certeza fazem o espectador se apaixonar pela produção. É importante também salientar que a sintonia entre os três atores que interpretam Chiron em suas três fases é visível e trás uma credibilidade real à história.

Em eras onde a homofobia ainda é presente, a importância de um filme tão empoderador quanto Moonlight consegue ser é imensurável. Apesar da pouca idade, Chiron já lida com agressões de colegas e com o passar dos anos e com a evolução do bullying, isso culmina em um sofrimento reprimido que é observado também em sua fase adulta.
Apesar de sentir falta de um melhor trabalho em relação aos traumas e ao sofrimento de Chiron, ao observar que o filme lida bem com a sutileza, em pequenas cenas, é possível ver que são nos diálogos delicados e simples que essas questões são trabalhadas, o que acaba por compensar essa falta.

Simples e Brilhante. Uma grande produção, com muito a ensinar sobre o amor, sobre o sofrimento e, principalmente, sobre a vida.

Cotação Poltrona de Cinema: 4 poltronas

Por Lívia Lima