O filme poderia ter um roteiro melhor, mas os desempenhos de Meryl Strepp, sempre maravilhosa, e Hugh Grant arrebatam. Os dois concorrem ao Globo de Ouro e prevejo que possam concorrer ao Oscar 2017.
Florence é desafinada, desaprendeu a cantar e quer, porque quer, cantar no Carnegie Hall. Todos escondem dela a verdade, até mesmo o devotado marido, Saint Clair, que mesmo assim, tem uma namorada fora do casamento. Ela caba convencendo um excelente pianista a comprar a ideia dela.
Stephen Frears é o mesmo diretor de Philomena. O talento de Meryl é desperdiçado, mas o filme prende a atenção. Florence sofre todo tipo de chacota e inocentemente parece não ver o que ocorre à volta dela. Florence ama o que faz, mesmo não sendo capaz para realizá-lo, sem o mínimo de senso crítico. Isso porque na época não tinham as redes sociais porque se existissem, rapidinho ela saberia que era péssima soprano, nada tinha a ver com música lírica, um fracasso total.
Foi o fracasso do primeiro casamento que a fez partir para Nova York, onde conheceria o segundo companheiro, o ator inglês St Clair Bayfield (1875-1967), que a ajudaria a realizar o sonho da música, com apresentações fechadas para amigos e conhecidos, a gravação de cinco discos de 78 rotações e o concerto histórico pouco antes da morte.
O marido a preserva de tudo isso. Tenta evitar que o crítico do New York Post não vá ao concerto e tenta subornar os outros críticos. Quando o crítico do Post vai ao Carnegie Hall e faz uma crítica pesada e real à Florence, ele compra todos os exemplares dos jornais e os joga no lixo.
Florence acaba descobrindo a farsa e acaba morrendo porque ela contraíra sífilis do primeiro marido e padecia com sequelas dessa terrível doença sexualmente transmissível.
Vale a pena assistir às atuações de Meryl e Hugh e ouso dizer, que mesmo sendo um filme considerado mediano, Florence: quem é essa mulher? pode ser um candidato ao Oscar 2017. É esperar para ver.
3/5 poltronas.
Por Anna Barros