Você já ouviu falar de Mashup?

Você já ouviu falar de Mashup?

O mashup é um termo que está na moda. Ele surge na música, onde vários artistas aproveitam ritmos diferentes, os misturam, e daí nasce o mashup, que significa mistura em português.

Na literatura, esse conceito também vem sendo explorado, misturando frases e personagens de livros clássicos de domínio público a histórias mais contemporâneas, de vampiros, zumbis, mutantes e bruxas, na maioria das vezes. Esses são os chamados mashups literários, ou mashup novel, um novo gênero que está ganhando cada vez mais força no Brasil.

Um dos grande movimentos deste novo gênero será retratado no cinema. Sim!!! Orgulho e Preconceito e Zumbis, filme baseado na obra de Seth Grahame-Smith  que chegou ao Brasil pela editora Intrínseca.

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  • Clique nesta imagem e assista ao trailer do filme no youtube

Uma das finalidades é introduzir a literatura mais clássica aos novos leitores, incentivando os jovens a conhecerem também os grandes nomes da literatura como Jane Austen, Machado de Assis, Bernardo Guimarães e José de Alencar, por exemplo.

Na maioria dos livros de mashup, os autores contemporâneos utilizam frases inteiras do livro original, ou até fazem uma paráfrase. É muito interessante ler a obra clássica e, em seguida, ler o mashup, para identificar o quanto o “novo autor” usou dos grandes escritores.

Porém, a crítica literária não entende dessa forma. Para os críticos, os mashups apenas desvirtuam a obra original, acabando com a genialidade dos autores e, como resultado, fazendo uma história inferior comparativamente à primeira.

Um dos maiores sucessos dos mashups literários é Orgulho e Preconceito e Zumbis, do original de Jane Austen reescrito por Seth Grahame-Smith. O livro vendeu mais de um milhão de exemplares em 2009 e entrou para a lista dos livros mais vendidos do jornal The New York Times. Ao segundo romance de Austen, sobre preconceitos e falsas impressões, foram adicionados zumbis, artes marciais e muita ação. Esse ano, Seth lançou seu mais novo sucesso: Abraham Lincoln – Caçador de Vampiros.

Já no Brasil, Machado de Assis é o autor mais concorrido para sofrer misturas literárias. Dom Casmurro ganhou uma nova versão do autor Lucio Manfredi, intitulada Dom Casmurro e os Discos Voadores. A história adiciona discos voadores, é claro, à obra de Machado. Os olhos de ressaca de Capitu agora têm outro significado, e alienígenas e andróides estão disfarçados entre os personagens da história de Dom Casmurro. O leitor descobre ao longo da trama quem é quem de verdade.

Além dessa, Machado também recebeu uma versão para O Alienista, feita por Natalia Klein, intitulada O Alienista Caçador de Mutantes. O conto original, repleto de tiradas humorísticas e críticas políticas de Machado de Assis, ganha um pouco mais de aventura quando uma nave espacial cai em Itaguaí e uma névoa causa transformações alienígenas nas pessoas. O médico Simão Bacamarte então é escolhido pelo povo para tratar desses mutantes e recebe a alcunha de Alienista, uma mistura de Alien e especialista. Na realidade, o termo alienista significa “especialista em alienação”, como eram chamadas as doenças psíquicas àquela época. A nova versão parece ser bastante engraçada.

A Escrava Isaura de Bernardo Guimarães também ganhou retoques vampirescos em Escrava Isaura e o Vampiro, de Jeovane Nunes. Senhora, livro sobre a poderosa personagem de José de Alencar, acabou virando uma bruxa, literalmente, no livro Senhora, A Bruxa de Angélica Lopes. Muitos outros mashups literários ainda estão surgindo e, por mais que os críticos digam que não, toda maneira de ler vale a pena, mesmo sendo um remake contemporâneo dos livros mais clássicos.

Você já leu algum livro mashup?

Fonte: http://blog.estantevirtual.com.br/2011/05/16/mashups-literarios-os-djs-dos-livros/
McFarland dos EUA

McFarland dos EUA

298859 O filme é baseado em fatos reais. História de um time de corredores da escola de MCFarland em 1987. Superação, determinação e perseverança são as principais palavras do filme. Depois de perder o seu emprego,Jim White, pai de família e treinador de futebol americano se muda para McFarland tentando recomeçar sua vida em outra cidade.

No novo emprego ele recebe duas funções. Dar aula de biologia e montar um time de futebol americano. Com dificuldades em montar uma equipe de futebol americano, sua filha mais nova, Jamie White, aponta para a velocidade de seus atletas e Jim resolve montar um time de cross country.

Jim convida os atletas mais velozes e analisa a vida difícil de seus futuros corredores que ajudam seus pais no trabalho. Os corredores são de famílias agrícolas.

Os meninos aceitam o convite e os treinamentos começam. Em todas as competições os pobres meninos de McFarland são menosprezados pelos adversários.

O filme consegue prender a atenção do telespectador pela bela trilha sonora e as cenas fortes de emoção dos corredores que enfrentam muitas dificuldades.

Por: Vitor Arouca

 

 

Literacine: O adeus a Ettore Scola

Literacine: O adeus a Ettore Scola

Olá queridos, que possamos este ano desbravar as novas fronteiras do cinema e da literatura com muito amor . Estava com saudades de vocês.

O mês de Janeiro foi repleto de perdas para o mundo das artes , sabemos que o ciclo da vida é assim. O que nos resta é seguirmos o rumo espelhados nestes exemplos de ética e criatividade.

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Neste último dia 19 de Janeiro 2016 o cinema perdeu um grande diretor! Ettore Scola De acordo com informações, estava em coma desde o domingo no setor de cardiologia do hospital Policlino, em Roma.

Entre muitos de seus trabalhos, dirigiu atores de grande destaque como Marcello Mastroianni, Sophia Loren, Vittorio Gassman e Nino Manfredi.

Foram cinco décadas de atividades incansável em favor da 7ª Arte. Ettore Scola foi um dos cineastas mais importantes da Itália. Entre vários outros prêmios, ele ganhou duas vezes a Palma de Ouro em Cannes, por “Feios, sujos e malvados” (1976) e “A família” (1987).

Outros filmes entre os mais conhecidos de Ettore Scola são “Aquele que sabe viver” (1962), “Um dia muito especial” (1977) e “O Jantar” (1998). O mais recente havia sido “Que estranho chamar-se Federico”, de 2013, sobre o colega Federico Fellini.

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Nos últimos anos de vida deixou de fazer filmes de ficção, tendo passado a colaborar em documentários coletivos com evidente posicionamento político, como “Um outro mundo é possível”, sobre o G8 em Génova, e “Cartas da Palestina”, sobre o conflito nos territórios ocupados.

 

 

 

Maratona do Oscar: A Grande Aposta / Por Gabriel Araújo

Maratona do Oscar: A Grande Aposta / Por Gabriel Araújo

Por: Gabriel Araújo (@gabriel_araujo1)

The_Big_Short_teaser_posterSessão de Matinê: “A Grande Aposta”

Um filme classificado como dramático, sustentado em comédia e desenhado como documentário. Não é nada fácil construir um longa com tantos predicados, mas Adam McKay conseguiu. “A Grande Aposta” pode ser entediante e de difícil compreensão para alguns, mas se caracteriza, na verdade, como um importante filme crítico. Talvez, a explicação que faltava para um momento de aflição mundial.

Inspirado em fatos reais, com base no livro “A Jogada do Século”, de Michael Lewis, “A Grande Aposta” retrata a antecipação em ao menos três anos da gigantesca crise no mercado imobiliário norte-americano, que explodiu em 2008, por parte de investidores que, observando a ambição, a má-fé, as fraudes pelos que deveriam evitá-lo, previram o estouro da bolha.

Apostando em vários núcleos, visões distintas de cada um dos que jogaram contra o sistema bancário, os produtores acertam. A cada notícia, uma reação diferente por parte dos protagonistas. Há o ambicioso, o minimalista, os preocupados, os que desejam… Características diversificadas para uma situação comum, doses que fazem de quase todos os atores personagens com importância total e direta dentro dos fatos – e que, curiosamente, acabam tendo de torcer para que a crise ocorra e milhares de pessoas percam empregos e casas para que suas apostas sejam corretas.

Christian Bale faz o isolado problemático que descobriu o que estava por vir; Ryan Gosling, o ambicioso investidor que foge dos ideais de sua empresa para seu bem próprio – um louco por dinheiro; Steve Carrell, um nervoso homem, ciente das coisas e consternado com as consequências da jogada, algo que também se aplica à personagem de Brad Pitt; John Magaro e Fin Wittrock, os jovens com desejo pelo lucro.

Gosling, que apresentou a causa aos outros, é subaproveitado no filme. Poderia aparecer mais, assim como Bale, que surge muito bem como Michael Burry, em uma boa interpretação de uma personagem que é muito provavelmente a mais humana do filme, e que tinha condições, como o homem que descobriu o imperceptível, de ganhar maior importância. Um coadjuvante com peso de protagonista.

Quem brilha, mesmo, é Steve Carrell. Um mago de interpretações diversificadas, Carrell já provou que pode ser tanto um chefe de escritório numa comédia para a TV quanto um estressado e preocupado investidor no cinema. Uma atuação brilhante, incorporando profundamente a personagem – que o rendeu uma indicação ao Globo de Ouro.

O nome por trás das telas também merece créditos. Adam McKay dirige de maneira sublime um filme teoricamente complicado. Mostra como é fundamental um bom diretor e incorpora, num drama, as doses de comédia que o alavancaram com filmes como “O Âncora – A Lenda de Ron Burgundy”. Merecidamente, foi indicado ao Oscar de melhor diretor. Bom trabalho.

O longa está recheado de termos financeiros. Títulos hipotecários, CDSs, CDOs, securitização… O ‘economês’ parece ser o grande empecilho da película, algo definitivamente pouco atrativo, mas McKay consegue traduzi-lo – de maneira bem-humorada, aliás. São convocados para explicá-lo Selena Gomez, Anthony Bourdain, Richard Thaler e Margot Robbie – esta, que já esteve num excelente filme justamente com bases financeiras (“O Lobo de Wall Street”).

(Parêntese: Não parece ser totalmente justo, aliás, comparar “A Grande Aposta” ao filme de Martin Scorsese, que teve Leonardo DiCaprio como Jordan Belfort. São abordagens diferentes. Apesar de um ator se comunicar diretamente com o público ao longo de ambas as produções, as formas de apresentação são distintas, especialmente quando se trata da utilização, diferentemente do filme de Scorsese, de vários núcleos no longa de Adam McKay).

Ainda que haja a tradução de alguns dos termos econômicos, para muitas pessoas ainda pode ser algo difícil de se entender. Claro que o tato com tais expressões também é muito complicado, mas existe, sim, um abuso delas, o que torna o filme, em determinadas ocasiões, entediante – algo provocado também pelo excesso de “americanidade”, que pode incomodar. Muitos dos que não se acostumarem com a pegada já no início sofrerão para terminar a sessão – e alguns acabarão dormindo (ver alguém dormir numa sessão de cinema nunca deixa de ser decepcionante). Ou seja: mesmo tentando evitar todo tipo de sofrimento com os termos, ele acaba existindo.

Há de se destacar, ainda, a ótima trilha sonora da película. Sons do nível de Mastodon, Guns n’ Roses, Metallica, Gorillaz, Neil Young e Led Zeppelin embalam a produção, que ainda conta com a utilização de músicas da época em que os fatos ocorreram, como ‘Crazy’ (Gnarls Barkley) e ‘Money Maker’ (Ludacris, Pharrell Williams), para marcar o tempo.

A edição também é boa. Intervenções pontuais com frases como “A verdade é como a poesia. As pessoas não gostam de poesia” são bem interessantes, tal qual a apresentação de momentos do cenário mundial à época.

Por conta dos escorregões compreensíveis com a linguagem, “A Grande Aposta” não alcança a perfeição. Filme excepcional não deixa ninguém dormir. Mas, pelas interpretações muito boas, pela versatilidade da direção em um drama-comédia-documentário e pela ótima edição, merece ser visto e julgado de acordo com cada um. É uma ótima opção nos cinemas.

Nota: 4/5

Sinopse:
Michael Burry (Christian Bale) é o dono de uma empresa de médio porte, que decide investir muito dinheiro do fundo que coordena ao apostar que o sistema imobiliário nos Estados Unidos irá quebrar em breve. Tal decisão gera complicações junto aos investidores, já que nunca antes alguém havia apostado contra o sistema e levado vantagem. Ao saber destes investimentos, o corretor Jared Vennett (Ryan Gosling) percebe a oportunidade e passa a oferecê-la a seus clientes. Um deles é Mark Baum (Steve Carell), o dono de uma corretora que enfrenta problemas pessoais desde que seu irmão se suicidou. Paralelamente, dois iniciantes na Bolsa de Valores percebem que podem ganhar muito dinheiro ao apostar na crise imobiliária e, para tanto, pedem ajuda a um guru de Wall Street, Ben Rickert (Brad Pitt), que vive recluso.

Vai que dá Certo 2

Vai que dá Certo 2

Por: Gabriel Araújo (@gabriel_araujo1)

164442_000_pSessão de Matinê: “Vai que dá Certo 2”

Ir ao cinema e ser barrado por ainda não ter alcançado a maior-idade: acontece. Os planos de assistir “Os Oito Odiados”, o oitavo filme de Quentin Tarantino, foram por água abaixo com a classificação indicativa de 18 anos. O horário não favorecia, a lista de filmes não era tão boa, então restou trocar o ingresso por (mais) uma sequência de comédia nacional: “Vai que dá Certo 2” foi o plano B, continuação de um filme que, ao menos na primeira parte, mostrou que vive justamente de… planos B.

O sucesso alcançado por uma comédia engraçadíssima de adultos-crianções foi muito grande com o primeiro filme, então revivê-lo parecia uma boa opção. Infelizmente, a alma de “Vai que dá Certo” não se manteve a mesma, e o diretor Maurício Frias, ao tentar elaborar o enredo, acabou escorregando.

No longa, Rodrigo (Danton Mello) se casa com Jaqueline (Natália Lage), mas acaba tendo de abrigar seu primo Danilo (Lúcio Mauro Filho), perseguido por seu ex-chefe Elói (Vladimir Brichta) por possuir um vídeo secreto deste, que está para se casar, por interesses, com uma idosa milionária, e precisa evitar que chegue a ela o DVD. Daí parte a confusão.

Não é sequer possível descrever bem a trama, tamanhas as alterações dos planos, as mudanças do enredo, o foco em cada personagem. Há uma disparidade enorme entre tudo, e a comédia, afinal, só fica por conta dos divertidos adultos imaturos Tonico, interpretado por Felipe Abib, e especialmente Amaral (Fábio Porchat). Lúcio Mauro, o vô Altamiro, também faz participações engraçadas, assim como Lúcio Mauro Filho – este, aquém do primeiro filme.

É notável a ausência do genial Gregorio Duvivier, que não reencarnou Vaguinho nesta sequência. Sua personagem (que ganhou muito dinheiro como laranja do político Paulo Pedreira, conhecido em “Vai que dá Certo”, e foi para a Argentina) dava um divertido toque nerd ao lado de Tonico, que agora, apesar de participar mais, fica um pouco perdido.

Na trupe de loucos, Danton Mello parece ser a ovelha negra. É o consciente, que age como se estivesse numa série dramática. Já Vladimir Brichta, que parecia ser importante no enredo, pouco aparece – quando o faz, surge como um gângster. Os policiais corruptos Cid e Da Silva são outros pontos díspares, além de, num momento complicado em discussões sociais, machismos surgirem quanto às personagens femininas – Jaqueline e Simone (Verônica Debom). Ponto importante que muitas críticas especializadas mencionaram.

Ao contrário do primeiro filme, simples, muito engraçado e acima da média, “Vai que dá Certo 2” não atende as expectativas. Provoca risos, tem humor, mas não chega nem perto do primeiro, que tem cenas de gargalhar, como a do falso-sequestro de Danilo – e são inevitáveis as comparações, dada a qualidade do anterior. Ao tentar incrementar a película, adicionando situações que fogem do padrão inicial da história, os produtores erram, confundem o espectador e acabam com a alma, a tendência da série, gerando um filme nada além de mediano.

Nota: 2,5/5

Sinopse:
Depois de quase ficarem ricos com um plano quase perfeito e genial, Amaral, Rodrigo e Tonico estão precisando de grana mais do que nunca. A crise aumenta ainda mais quando Jaqueline aceita casar com um deles. Quando um DVD com cenas comprometedoras cai nas mãos de Danilo, surge a grande chance de virar o jogo. O sonho de faturarem uma bolada tem apenas alguns obstáculos: um malandro capaz de tudo pra se dar bem, uma prima periguete e perigosa e dois policiais nada federais. Agora é só seguir o plano cuidadosamente improvisado por eles, que dessa vez não tem como dar errado!