Maratona do Oscar: Leviatã/Anna Barros

Maratona do Oscar: Leviatã/Anna Barros

Crédito da foto: Reprodução da Internet.
Crédito da foto: Reprodução da Internet.

Temos um concorrente à altura de Relatos Selvagens e Ida: Leviatã. O filme russo tem grandes chances de levar a estatueta de Melhor Filme Estrangeiro, apesar da nossa torcida pelos hermanos. O Globo de Ouro ele já levou.

O filme é crítico com o governo russo e seus trâmites como burocracia e golpes sujos para conseguir o que quer através do drama de um homem que vê sua propriedade em risco porque o prefeito quer desapropriá-la ou comprá-la para construir algo maior ali.

O pai de família, Kolya, recorre a um advogado amigo de Moscou que tenta a todo custo que ele ganhe a causa. Só que o advogado se envolve com a esposa dele. Já havia ali um drama familiar porque seu filho Roma não gosta da mulher e sempre a repele. Com a descoberta da traição após um churrasco de aniversário de um amigo, o drama só tende a aumentar.

Lilya pensa em deixar Kolya, mas o advogado não deixa. O prefeito corrupto acaba por dar uma surra nele e ele vai embora e larga o caso de Kolya.

É notório no filme também as críticas à Igreja pois o prefeito é um cristão ortodoxo devoto, que vai à missa e comunga. Também a fuga dos personagens no álcool, especificamente a vodka. E o contraste do que virou a Rússia de Putin hoje: navios quebrados, carcaças de animais, trilhos de trens desfeitos. E, mesmo assim, há toda a beleza das paisagens naturais do Ártico, perto do Mar de Barrents. O filme também deveria concorrer à fotografia.

Há um paralelo da trajetória de Kolya com a história bíblica de Jó. Quando ele encontra o padre local na venda onde ele costuma fazer compras e o questiona sobre Deus e a Fé já que a mulher dele morreu e toda a tragédia se abateu sobre a família dele. O padre cita Jó como uma ratificação dessa metáfora com a vida de paciência e provação de Kolya. E cita também o monstro Leviatã nessa abordagem. O título do filme Leviatã se refere ao monstro marítimo que aparece na história de Jó e que foi retratado pelo economista Thomas Hobbes como sendo o Estado: soberano, absoluto e imponente.

Interessante que no churrasco à beira do lago em que Pasha, o policial amigo de Kolya, mostra os quadros de Lênin, Gorbatchev e outros ícones russos. Menos Putin, o atual presidente. E o aniversariante diz que ele devia ter o quadro de Yeltsin, naquele arsenal.

No final, Lilya é assassinada e seu corpo jogado no mar: golpeado na cabeça e estuprada. E acusam Kolya do assassinato pois encontram o martelo usado no galpão da casa dele. Era tudo que o prefeito queria: que ele fosse condenado, o que aconteceu, sem provas contundentes, e ficasse quinze anos na prisão.

O lugar onde era a casa de Kolya vira uma igreja ortodoxa e o prefeito tem planos de fazer um refeitório nas redondezas e ampliar o local.

O diretor Andrey Zvyangsey foi muito feliz na concepção de seu filme e ele é favoritíssimo a levar a estatueta para a Rússia.

Super recomendo a todos!

Maratona do Oscar: Selma/Alexandre Bragança

Maratona do Oscar: Selma/Alexandre Bragança

Alexandre Bragança fez a resenha do último filme, concorrente ao Oscar de Melhor Filme da nossa maratona. Ele é editor do site Pipoca Gigante. Vamos á resenha!

Crédito da foto: Reprodução da Internet.
Crédito da foto: Reprodução da Internet.

A estreante em longa metragens Ava DuVerney chega esta semana com “Selma – Uma Luta Pela Igualdade”, produção nomeada ao Oscar de melhor filme e melhor canção e que, de quebra, mereceria também uma indicação na categoria melhor ator, ainda que infelizmente não tenha sido desta vez.

“Selma – Uma Luta Pela Liberdade” conta a história por trás da marcha liderada por Martin Luther King Jr. em 1965 pelo direito de voto aos negros. Como parte da campanha, manifestantes pacifistas percorreram a pé os quase 76 quilômetros entre a cidade de Selma, no interior do Alabama, até a capital do estado, Montgomery.

O longa tem seu ponto forte no elenco. Com cada vez mais destaque em Hollywood por suas excelentes atuações (“Interestelar“, “O Mordomo da Casa Branca“, “Jack Reacher: O Último Tiro” e “Obsessão“), David Oyelowo praticamente carrega o filme nas costas. Responsável por dar vida a Martin Luther King Jr., Oyelowo imprime na tela detalhes gestuais, de impostação da voz e de caracterização que chegam a causar arrepio em alguns momentos.

O ator certamente merecia uma indicação. Quem também chama atenção, apesar do pouco tempo de tela, é o sempre ótimo Tim Roth(“A Negociação“). Roth interpreta o repugnante governador racista George Wallace e, com sotaque sulista carregado e atitudes e falas execráveis, Roth diferencia esse de qualquer outro personagem de sua carreira, realizando mais um notável trabalho.

Oprah Winfrey, que também produz o longa ao lado de Brad Pitt, encarna uma cidadã decidida a se registrar para votar. Suas poucas cenas são excelentes, com destaque maior para sua primeira participação, quando dá um show de interpretação ao transmitir pelo olhar toda a dor e a humilhação sentidas na pele pelos oprimidos.

No aspecto técnico, a direção de fotografia se sobressai. Assim como em “Amor Fora da Lei“, Bradford Young entrega mais um excelente trabalho. Diferente do realizado anteriormente, aqui Young utiliza a fotografia no formato digital.

Ainda assim, consegue manter a sua assinatura: trabalha nas baixas luzes, o que exalta ainda mais a sua perícia técnica. Afinal, se fotografar negros em baixas luzes já apresenta desafios em película (devido ao pouco contraste), no digital as complicações crescem exponencialmente.

Nada que impeça Bradford de alcançar cenas de sublime beleza fotográfica, como nas sequências em que Luther King está preso com seu amigo Ralph (Colman Domingo) e, posteriormente, recebe a visita de sua esposa Coretta (Carmen Ejogo).

Todavia, a condução narrativa da diretora Ava DuVernay e o roteiro desenvolvido pelo também estreante Paul Webb deixam o filme com o ritmo um tanto lento, fazendo a projeção parecer levar mais tempo do que de fato leva. Ainda assim, “Selma – Uma Luta Pela Liberdade” é o tipo de produção que, apesar de contar uma história situada em 1965, infelizmente ainda ecoa fortemente nos dias de hoje e precisa ser assistida.

Maratona do Oscar: Foxcatcher/Anna Barros

Maratona do Oscar: Foxcatcher/Anna Barros

Crédito da foto: Reprodução da Internet.
Crédito da foto: Reprodução da Internet.

Foxcatcher é um dos melhores filmes da temporada. Não entendi o porquê de não estar entre os melhores filmes. Seu diretor, Beneth Miller,concorre. Escolheram esse ano oito e poderiam tê-lo colocado num total de dez. O filme é perturbador. Para aqueles que gostam de esportes, é indispensável. Na verdade é mais um thriller psicológico.

Os três atores estão simplesmente maravilhosos: Steve Carrell ( indicado a Melhor Ator), Mark Ruffalo(Indicado a Melhor Ator Coadjuvante) e Channing Tatum, que deveria também ter uma indicação de Melhor Ator.

Mark Schultz é um campeão de luta olímpica da Olimpíada de Los Angeles, que sempre treinou com seu irmão David, até despertar a atenção de um bilionário excêntrico, amante do esporte e treinador, John Dupont. Dupont consegue convencer Mark a treinar em seu centro de esportes na sua fazenda, Foxcatcher. Ele consegue a princípio e se sagra campeão mundial de 1985, mas não imagina a encrenca que entraria: conheceria as drogas, passaria a ser arrogante e a deixar os treinos de lado. Até que Dupont resolve trazer o irmão dele, David, pois seu objetivo é ganhar a medalha olímpica de 1988 para os Estados Unidos, em Seul, e Mark estava botando seu sonho a perder.

O perfil de Dupont é perturbador. Tem uma relação conturbada com a mãe, é obcecado pelos treinamentos e pelo sucesso da equipe e extremamente autoritário. Carrell está fabuloso com prótese do nariz e tudo o mais. Irreconhecível.

Nesse meio tempo, um documentário é feito por um cineasta, a pedido de Dupont, exaltando as suas qualidades como técnico e explorando as imagens dos irmãos. Quando mark, quase perde a seletiva para disputar a Olimpíada, e seu irmão o salva, ele começa a se rebelar contra Dupont e não ter mais a relação amistosa e de gratidão que tinha no começo. Acaba sendo expulso da equipe. Seu irmão continua porque levou sua mulher e filhos para lá e construiu todo um modo de vida.

Channinng arrasa e Mark Ruffalo tem um desempenho excelente. Ruffalo é bom, sem ser bobo, é contido, e explora todas as nuances do drama esportivo e familiar em que se encontra sem ser piegas e sem cair na mesmice. Não deu sorte esse ano porque há também performances inesquecíveis nesse categoria como as de JK Simmons, em Whiplash, e Ethan Hawke, em Boyhood.

O final é surpreendente, chocante até. Na verdade, o título em português deveria ser a história que chocou a América e não o mundo.

Super recomendo!

 

 

Maratona do Oscar: Livre/Beatriz Yamada

Maratona do Oscar: Livre/Beatriz Yamada

Crédito da foto: Reprodução da Internet.
Crédito da foto: Reprodução da Internet.

Konnichiwa !

Hoje falaremos sobre o filme Livre !

-História :

Cheryl Strayed (Reese Witherspoon)  é uma mulher que passou por alguns problemas familiares e pessoais, tais como: falecimento da mãe, uso de drogas , um divórcio .

Cheryl  decide investir em uma aventura nem um pouco comum , fará uma trilha de 4.200 Km,”Pacific Crest Trail”. Ela passa pela costa oeste dos Estados Unidos,  México até chegar ao Canadá.

-Análise:

A protagonista nos mostra que para que ela atinja o objetivo dela , que é o recomeço, ela precisa resolver os problemas do passado .

Eu particularmente gostei muito dos flashbacks porque acabamos nos aproximando muito de Cheryl e sofrendo junto com ela .

Livre acabou me lembrando dos filmes “Onde está a felicidade ?” e “Comer, Rezar e Amar”.

 Sem duvida Reese tem muita chance de ganhar o Oscar na categoria Melhor Atriz, pois fez um trabalho muito emocionante, incorporou muito bem uma mulher forte, corajosa e se manteve fiel ao livro .

Recomendo que assistam de cabeça aberta, não é um filme que possua muito diálogo ou ação. É um filme psicológico, com muitos pensamentos da protagonista com cenas do passado.

 

Vencedores do César 2015

Vencedores do César 2015

Crédito da foto: Reprodução da Internet.
Crédito da foto: Reprodução da Internet.

Kristen Stewart, da saga Crespúsculo, venceu o César de Melhor Atriz Coadjuvante. É a primeira americana a vencer o prêmio máximo do cinema francês. E o Brasil ganhou também: o documentário Sal da Terra, de Wim Wenders e Juliano Salgado, levou o César de Melhor Documentário.

Vejam os vencedores:

Melhor Filme
“Timbuktu”

Melhor Diretor
Abderrahmane Sissako, “Timbuktu”

Melhor Atriz
Adèle Haenel, “Amor à Primeira Briga”

Melhor Ator
Pierre Niney, “Yves Saint Laurent”

Melhor Atriz Coadjuvante
Kristen Stewart, “Acima das Nuvens”

Melhor Ator Coadjuvante
Reda Kateb, “Hipócrates”

Revelação Feminina
Louane Emera, “A Família Bélier”

Revelação Masculina
Kevin Azaïs, “Amor à Primeira Briga”

Melhor Roteiro Original
Abderrahmane Sissako e Kessen Tall, por “Timbuktu”

Melhor Roteiro Adaptado
Cyril Gely e Volker Schlöndorff, por “Diplomacia”

Melhor Filme de Estreante
“Amor à Primeira Briga”

http://youtu.be/pG3YLpZKomE