Maratona do Oscar: Ida

Maratona do Oscar: Ida

Por: Gabriel Araújo (@gabriel_araujo1)

Captura de Tela 2015-01-22 às 23.05.22Sessão de Matinê: “Ida”

Ricardo Darín há de ter se esforçado muito em ‘Relatos Selvagens’, mas competir com Ida é muito difícil. O longa, concorrente polonês ao Oscar de melhor filme estrangeiro, é essencialmente bonito. Guarda uma história forte, apresentada lentamente, mas com o devido grau de, vá lá, emoção.

No filme, que se passa no início dos anos 60, período pós-guerra no Leste Europeu, Anna (Agata Trzebuchowska) está pronta para firmar seus votos como freira. A ela é dado o direito de, dias antes, procurar sua única parente viva, Wanda (Agata Kulesza), complexada tia que a diz que, na verdade, a futura irmã é judia e chama-se Ida.

Juntas, começam uma viagem em busca da real e melancólica história da família, passando por vilarejos que garantem um belo cenário e, acima de tudo, cenas muito bonitas. Sempre em um belo Wartburg que não passa despercebido pelo fã de carros, aliás.

O grande destaque do filme, com certeza, é a fotografia. Não apenas pelo preto e branco, artifício muito bem utilizado e também visto recentemente com sucesso em filmes como Nebraska (2013), mas também por outras interessantes ideias dos diretores de fotografia, Lukasz Zal e Ryszard Lenczewski.

A produção é apresentada em formato mais ‘quadrado’, em 4:3, muitas vezes destacando em massa o cenário e focalizando as personagens ‘de baixo para cima’, sem grandes movimentações. O sucesso do filme passa por algo bem parado, que, ao contrário da sonolência que causa em outros longas, se encaixa perfeitamente ao contexto de ‘Ida’, ainda que incomode especialmente na primeira parte.

Com boa trilha sonora, recheada de clássicos e jazz nos momentos ideais, o filme europeu tem a exata aleatoriedade para reflexão que buscava o diretor Pawel Pawlikowski, que jura retratar a Polônia de sua infância, num misto de tristeza e beleza.

O total de 80 minutos de ‘Ida’ é arte profunda e, de fato, vale os 96% no ‘Rotten Tomatoes’, os 70 prêmios e, claro, o favoritismo no Oscar.

Nota: 4/5

Sinopse:
Na década de 1960, às vésperas de assumir seus votos como freira no convento onde foi criada, Anna conhece sua única parente viva, a tia Wanda. A partir desse encontro, ela descobre um segredo obscuro de seu passado nos anos de dominação nazista, e vai em busca de respostas e do túmulo de seus pais. Nessa jornada, começa a questionar seu futuro.

Maratona do Oscar: Boyhood

Maratona do Oscar: Boyhood

Vamos fazer aqui no Poltrona uma maratona com resenhas dos filmes que concorrem ao Oscar de Melhor Filme.

Farei a resenha de Boyhood.

Pois é, temos um favorito ao Oscar de Melhor Filme. boyhood é genial. Ele acompanha de verdade a vida de um menino, Mason, por doze anos. Desde a sua mais tensa infância até o seu ingresso à faculdade. E também acompanha o envelhecimento e amadurecimento de toda a sua família. Difícil imaginar Patricia Arquette sem o Oscar de Melhor Atriz coadjuvante. Ela está simplesmente ótima, densa. Sua fala final reflete tudo o que Boyhood resume: tudo o que a família passou, seus amores, mudança de vida e crescimento dos filhos.

Richard Linklater também é favorito ao Oscar de Melhor Diretor, mas tem um concorrente de peso, Alejjandro Inarritu.

boyhoodMason é um menino sensível e diferente que acaba descobrindo a sua paixão por fotografia. O filme é tocante e acho muito difícil não levar a estatueta porque a ideia é genial. Parece um documentário, sem ser e fala das descobertas da infância e da adolescência.

É um dos melhores papéis de Ethan Hawke, mas acredito que não leve o Oscar. Continuarei firme na aposta e na torcida.

Ellar Coltrane é uma grande revelação. Seu desempenho é muito bom. Ele compõe de forma dócil e serena Mason Jr. Dá para encontrar em todas as fases seu jeito serelepe mas em fase de construção do início da trajetória do filme. A cena que mais gostei foi a que ele fotografa um jogo de futebol americano. É interessante também acompanhar a sua descoberta do amor e também a relação conflituosa com seus dois padrastos que não o entendem, de forma alguma, e têm uma relação dependente de álcool.

Interessante é mesclar política, armas, religiosidade e música country, coisas típicas do Texas. E também as constantes mudanças da família em busca de um lugar seguro para viverem.

A trilha sonora começa com Coldplay e termina com Arcade Fire. Muito boa.

A nova amiga de Mason fala uma frase interessante no fim: o bom da vida não é agarrar o momento. O momento é que nos agarra. Mais um ponto de reflexão de Boyhood. Bingo!

 

O espectador acaba se identificando com alguma cena do filme e por isso que ele arrebatou muitos fãs. Super recomendo. Para ver e rever.

Sinopse: O filme conta a história de um casal de pais divorciados (Ethan Hawke e Patricia Arquette) que tenta criar seu filho Mason (Ellar Coltrane). A narrativa percorre a vida do menino durante um período de doze anos, da infância à juventude, e analisa sua relação com os pais conforme ele vai amadurecendo.

Os indicados ao Framboesa de Ouro 2015

Os indicados ao Framboesa de Ouro 2015

Salve galera.

Todo mundo sabe que sou apaixonado pelo Framboesa de Ouro. E que odeio o Michael Bay.

Então imaginem minha felicidade ao saber que Transformers: A Era da Extinção é o líder de indicações neste ano no Framboesa de Ouro. São 7 indicações.

Logo atrás vem Hércules (a versão estrelada por Kellan Lutz, não com Dwayne Johnson), com 6 indicações, e Tartarugas Ninjas, com 5 indicações. OS-INDICADOS-AO-FRAMBOESA-DE-OURO-2015 E vale lembrar que além de dirigir Transformers, Michael Bay é produtor de Tartarugas Ninjas. Então ele está com tudo este ano.

E a grande novidade nesta edição é o Prêmio Framboesa de Redenção. Ele será entregue a quem já foi indicado ou venceu o Framboesa e deu a volta por cima. Este prêmio foi criado em comemoração aos 35 anos do Framboesa de Ouro.

Vamos aos indicados e meus palpites.

PIOR FILME

Saving Christmas

O Apocalipse

Hércules

As Tartarugas Ninja

Transformers: A Era da Extinção

– Talvez a “obra prima” de Michael Bay. Merece e muito o prêmio.

PIOR ATOR

Nicolas Cage – O Apocalipse

Kirk Cameron – Saving Christmas

Kellan Lutz – Hércules

Seth MacFarlane – Um Milhão de Maneiras de Pegar na Pistola

Adam Sandler – Juntos e Misturados

– O filme é ruim. E Cage está mais canastrão do que nunca.

PIOR ATRIZ

Drew Barrymore – Juntos e Misturados

Cameron Diaz – Mulheres ao Ataque e Sex Tape: Perdido na Nuvem

Melissa McCarthy – Tammy

Charlize Theron – Um Milhão de Maneiras de Pegar na Pistola

Gaia Weiss – Hércules

– Drew está se especializando em fazer sempre o mesmo papel (chato).

PIOR ATRIZ COADJUVANTE

Cameron Diaz – Annie

Megan Fox – As Tartarugas Ninja

Nicola Peltz – Tranformers: A Era da Extinção

Brigitte Ridenour – Saving Christmas

Susan Sarandon -Tammy

– Megan Fox está virando apenas um rostinho bonito. Nada mais.

PIOR ATOR COADJUVANTE

Mel Gibson – Os Mercenários 3

Kelsey Grammer – Mercenários 3, A Lenda de Oz, Think Like a Man Too e Transformers: A Era da Extinção

Shaquille O’Neal – Juntos e Misturados

Arnold Schwarzenegger – Os Mercenários 3

Kiefer Sutherland – Pompéia

– Mel Gibson ultimamente tem falado muito e atuado menos.

PIOR DIRETOR

Michael Bay – Transformers: A Era da Extinção

Darren Doane – Saving Christmas

Renny Harlin – Hércules

Jonathan Liebesman – As Tartarugas Ninja

Seth MacFarlane – Um Milhão de Maneiras de Pegar na Pistola

– Aposta fácil.

PIOR DUPLA OU GRUPO EM CENA

Qualquer robô & qualquer ator – Transformers: A Era da Extinção

Kirk Cameron e seu ego – Kirk Cameron’s Saving Christmas

Cameron Diaz & Jason Segel – Sex Tape: Perdido na Núvem

Kellan Lutz e seu abdomen, peitoral ou glúteo – Hércules

Seth McFarland & Charlize Theron – Um Milhão de Maneiras de Pegar na Pistola

– Nada se salva nesse filme.

PIOR ROTEIRO

Saving Christmas

Apocalipse

Sex Tape: Perdido na Núvem

As Tartarugas Ninja

Transformers: A Era da Extinção

– Admito que o páreo era duro aqui, mas acho que Tartarugas vencem os Transformers. 

PIOR REMAKE OU SEQUÊNCIA

Annie

Atlas Shrugged #3: Who Is John Galt?

Hercules

As Tartarugas Ninja

Transformers: A Era da Extinção

– Novo páreo duro e nova vitória das Tartarugas.

PRÊMIO FRAMBOESA DE REDENÇÃO

Ben Affleck – de Contato de Risco até Argo e Garota Exemplar

Jennifer Aniston – de quatro framboesas de ouro a Cake: Uma Razão Para Viver

Mike Myers – de O Guru do Amor à direção de Supermensch

Keanu Reeves – de seis framboesas de ouro a De Volta ao Jogo

Kristen Stewart – de seis framboesas de ouro por Crepúsculo até  Camp X-Ray

– Ben está em alta e vai ser o próximo Batman. Tem tudo para levar.

@guimaraesedu

Literacine: Mary Poppins/Arita Souza

Literacine: Mary Poppins/Arita Souza

Olá, amigos! Bem-vindos a este novo espaço, que pretensiosamente denominei de Literacine! Meu nome é Arita e vou estar com vocês quinzenalmente trazendo minha opinião sobre livros que foram devida ou indevidamente lançados para a telinha dos cinemas ou adaptados também para a televisão.

Meu bate papo com vocês hoje será sobre um livro de edição bem antiga, década de quarenta, eu acredito, mas que marcou muito as crianças de seu tempo e se eternizou nas telas de cinema até hoje, tendo direito a uma releitura do formato original, transformando-se em ícone e modelo de educação (a super nanny deve estar grata pelo seu emprego agora! ).

Sim!! Vamos falar de Mary Poppins!! A super babá, que foi transportada pelo vento do leste para a casa de numero 17, de uma família especial, a família Bank´s.

De características bem sérias, Mary Poppins trata o lúdico, a magia, e por que não dizer a loucura, com muita naturalidade. Pessoas voando feito balões na hora do tarde, cães falantes reclamando do excesso de cuidados ou vivenciar uma linda tarde de chá dentro de uma pintura na rua, passam de eventos extraordinários e impossíveis a simples (e por que não dizer) rotineiros no dia de uma cidadã inglesa.

Escrito por P.L.Travis , este livro participa da grande Era de Ouro da Literatura Infanto-juvenil Inglesa, que teve como principal ação aliviar um pouco peso de uma Era Vitoriana que determinava a postura e comportamento das pessoas, principalmente de crianças e jovens, impostos naquela época, sendo reforçados através da literatura.

Livros revolucionários como Alice no País das Maravilhas, Peter Pan e Mary Poppins deram a oportunidade ao leitor de compreender melhor o ambiente que o cercava e o encorajava a contrariar de certa maneira o excesso de regras através de propostas bem “descentes” de aventuras e manifestações de opinião.

Neste caso, Travis deixou sua marca neste movimento criando uma personagem adulta, que vivencia todo o imaginário infantil em uma rotina comum ao seu dia a dia, transformando casas em lares onde há uma grande valorização do emocional antes esquecida.

Após vinte anos de grande insistência, Walt Disney compra os direitos do livro e cria o primeiro filme sobre esta babá tão especial! Houve grande sucesso e comoção. Já nos anos 2000, uma releitura da estrutura da personagem é criada e surge então Nanny McPhee, com a mesma mala, mesmos trajes porém seu guarda chuva não possui uma cabeça de pássaro, mas sim , ela ganha seu companheiro de aventuras que voa lado a lado com ela.

O livro é fantástico, bem dividido em sua narrativa e esclarecedor sobre a personalidade de sua protagonista a cada página lida. Um remédio para a alma de qualquer idade.

No Brasil, a obra foi reeditada pela Cosac Naif que em minha opinião deixou a desejar sobre a montagem do livro impresso, porém, a intenção trazer novamente ao mercado tão aclamado sucesso faz com que tenha seu valor emocional destacado.

Um grande abraço,

Arita.

Crédito da foto: Divulgação.
Crédito da foto: Divulgação.

 

Apostas para o Oscar 2015

Apostas para o Oscar 2015

Melhor Filme: Boyhood

Melhor Diretor: Alejandro Gonzáles Iñárritu (“Birdman”)

Melhor Ator: Eddie Redmayne (“A teoria de tudo”)

Melhor Ator Coadjuvante: JK Simmons (” Whiplash”)  Torcida: Ethan Hawke (“Boyhood”)

Melhor Atriz: Julianne Moore (“Para sempre Alice”)

Melhor Atriz Coadjuvante: Patricia Arquette (“Boyhood”)

Melhor Filme Estrangeiro: Relatos selvagens” (Argentina)

Melhor Documentário: O Sal da Terra

Melhor Roteiro Original: Richard Linklater (“Boyhood”)

Melhor Roteiro Adaptado: Anthony McCarten (“A teoria de tudo”)

Melhor Desenho de Animação: Como treinar o seu dragão 2

Crédito: Divulgação.
Crédito: Divulgação.