Por: Gabriel Araújo (@gabriel_araujo1)
Sessão de Matinê: “Forrest Gump”
Ontem assisti Forrest Gump mais uma vez. Só que, agora, de uma maneira diferente: no cinema. Sim! O Cinemark, em uma ideia brilhante, está reprisando clássicos da telona em alta definição. Nesta semana, após O Poderoso Chefão na anterior, foi a vez da produção que fez todos voltarem a 1994 – ou, os que nasceram depois, como eu, se sentirem em 1994. Foram três sessões aqui em São José dos Campos, interior de São Paulo. Óbvio que aproveitei.
Forrest Gump é um dos melhores filmes que já assisti. Aborda temas espetaculares de uma forma muito peculiar, afetiva, o que ajuda muito na recepção. A produção mostra um Robert Zemeckis, diretor, impecável como em De Volta para o Futuro, e uma atuação brilhante, digníssima do Oscar de melhor ator que venceu, de Tom Hanks.
Foi o bicampeonato de Hanks na categoria pela Academia, que ainda cedeu ao Contador de Histórias, entre outros, os prêmios de melhor diretor para Zemeckis e melhor filme. Hanks ganhara no ano anterior por Filadélfia, outro grande longa, onde interpretou um soropositivo excluído pela sociedade. Incrível a mudança de Tom entre um ano e outro: o magérrimo de Filadélfia se tornou o espetacular Forrest. Exemplo de bom ator, que também fez em sequência dois filmes que abordam a Aids: o primeiro, em 93, explicitamente; o segundo, em 94, de maneira discreta, com o “vírus incurável” que mata Jenny, interpretada por Robin Wright (hoje Claire Underwood em House of Cards), grande amiga e mulher de Gump.
A facilidade com que envolve todos os temas abordados é impressionante. Debilidade, com a tentativa de maior normalidade possível por Forrest – que, sem querer, participa dos mais importantes fatos da história americana; Guerra do Vietnã, para onde o protagonista é enviado pelo exército; mesmo passagens com artistas como John Lennon, inspirado por Forrest a escrever ‘imagine’, e Elvis Presley, que baseia sua dança característica em movimentos de Gump; cenas com políticos, como os presidentes dos EUA Kennedy, Johnson e Nixon (e o Watergate) e Mao; problemas com drogas em épocas de hippies e discotecas; e até a fundação da Ku Klux Klan. “Forrest Gump” toca em tudo em duas horas e meia. Improvável? Sim. Mas possível.
A trilha sonora também é nota 10. Vai de The Doors a Simon & Garfunkel. Excepcional. Além, claro, de belos efeitos especiais (principalmente para a época), com a possibilidade de colocar Hanks ao lado de presidentes até mesmo mortos, como citado acima, e cumprimentá-los, via chroma-key, que também ajudou a ‘amputar’ as pernas de Gary Sinise, o Tenente Dan.
O filme, com a correta combinação de comédia e drama, é absolutamente fantástico. Os Oscar abocanhados à época são merecidíssimos. Fiquei feliz ao extremo em poder revê-lo no cinema. Também feliz por mostrá-lo aos meus pais, que não assistiram em 1994 – a vida não era fácil na época… Vi pessoas muito alegres por conta da reprise. Assim, mais do que uma simples crítica de Forrest Gump, esta coluna é um agradecimento ao Cinemark. Belíssima ideia de repetir clássicos. Demais, mesmo.
Afinal, “a vida é como uma caixa de chocolates… nunca se sabe o que irá encontrar”. Run, Forrest, run.
Nota: 5/5
Sinopse:
Forrest Gump é um homem muito especial. Considerado estúpido por todos que o conheçem, ele é na verdade apenas uma pessoa ingênua que vê o mundo por uma perspectiva diferente. Gump acidentalmente participa de alguns dos momentos mais importantes da história recente dos Estados Unidos – Guerra do Vietnã, Caso Wategate, entre outros – enquanto tenta ir atrás do grande amor de sua vida. Sua história é contada com drama e bom humor em iguais proporções, surpreendendo o espectador a cada cena.











