Por: Gabriel Araújo (@gabriel_araujo1)
Sessão de Matinê: “Família do Bagulho”
“Família do Bagulho” pode ser definida como uma boa comédia e um filme bem pessoal. Não dá para se imaginar a produção sendo vista amavelmente por uma família que apenas quer gargalhar (até porque, apesar de ser interessante, não há nenhum grande momento para tal, mesmo na ótica solitária). Seria bem constrangedor, porque a película teve como aposta aberta a besteira e o politicamente incorreto – o que é bom, diga-se. Nada muito “coxinha”.
O diretor Rawson Marshall Thurber busca aprimorar o entrosamento entre os protagonistas, Jennifer Aniston e Jason Sudeikis, que já haviam trabalhado juntos no bom “Quero Matar Meu Chefe”, como cartada. E faz bem ao encontrar um ponto interessante para deixá-los lado a lado.
A história é baseada em David Clark, personagem de Jason, traficante de Denver que recebe o trabalho de buscar drogas no México. Como disfarce, tem a ideia de simular uma família linda e gentil para atravessar as fronteiras de ida e volta. Sua “mulher” é Rose (Aniston), uma stripper falida, além de dois “filhos”: Kenny (Will Poulter), um nerd virgem, e Casey (Emma Roberts), jovem que fugiu de casa.
(Parêntese: Os papéis de Poulter e Emma, aliás, são bons. Os atores encaixaram em seus respectivos personagens. Kenny é o típico filho paspalho e Casey a adolescente rebelde. As interpretações asseguram o que a direção do longa quer passar.)
Na viagem, encontram uma família conservadora americana. Mostrando o oposto do protagonismo, percebe-se algo que tenta tirar uma dose do peso principal, escrachado por palavrões e referências sexuais. E na tentativa, o resultado é justo o contrário: a família convencional apimenta ainda mais o enredo com certas maluquices. Coisa já vista em outros filmes, nenhuma novidade. Mas algo bom, que prende o telespectador.
“Família do Bagulho” não é nada espetacular, porém uma comédia divertida. Boa opção na atual leva de filmes. Caberia bem em “Tela Quente” ou “Super Cine”. E quem assistisse, em geral, iria gostar, confirmando que a produção, no decorrer dos acontecimentos, é interessante.
Nota: 3,5/5
Sinopse:
Um traficante de drogas veterano tem em mãos a chance de receber do México um grande carregamento de maconha. Para fechar negócio, ele resolve criar uma família falsa, de forma que ninguém desconfie do que está realmente acontecendo.