‘A aventura de Kon-Tiki’ retrata uma das maiores jornadas da história contemporânea Homem assume todos os riscos para comprovar sua teoria. Realizar o sonho de viver 2 anos com a mulher nas ilhas Marquesas, na Polinésia, mudou para sempre a vida do norueguês Thor Heyerdahl e o fez entrar para a história como um dos principais aventureiros do século XX. A partir da análise deventos e correntes marítimas na região, das plantas e de estatuas, ele formulou uma tese revolucionária sobre a descoberta da Polinésia e sua busca de comprovação não foi removida nem pela descrença geral. Para provar que a região fora descoberta na era pré-colombiana pelos povos da América do Sul – e não pelos da Ásia, consenso entre os historiadores – Thor organizou, em 1947, a mais improvável das expedições.
A partir de imagens captadas por Heyerdalh, a jornada foi mostrada ao mundo pela primeira vez em um documentário, vencedor do Oscar da categoria, em mundo. Em Oslo, capital da Noruega, o Museu do Kon-Tiki abriga a embarcação usada pelo explorador na expedição rumo à Polinésia, além de artefatos que trouxe de suas expedições arqueológicas na Ilha de Páscoa, incluindo uma cópia das conhecidas estátuas gigantes de pedra, os moais, e outros registros das jornadas de Heyerdahl. O livro que ele escreveu sobre a expedição foi traduzido para 70 línguas e já vendeu mais de 50 milhões de cópias no mundo inteiro.
Enfrentar os mais de oito mil quilômetros entre a América do Sul e a Polinésia a bordo de uma embarcação rudimentar, feita de madeira e cordas, aos moldes das que foram usadas pelos ancestrais navegadores, foi apenas um dos desafios que Heyerdahl enfrentou. Tão grande quanto deixar mulher e filhos sem a certeza de que voltaria para casa ou lançar-se ao mar tendo medo de água e sem saber nadar. Ou, ainda, reunir uma tripulação sem qualquer conhecimento náutico e viajar por milhares de milhas sem o apoio de qualquer instrumento, orientandos se apenas pela posição das estrelas e por uma inabalável confiança em sua tese.
A expedição rumou para a Polinésia. Kon Tiki era o nome do Deus Sol no Peru e Tiki era un deus da Polinésia. A viagem foi foi cercada de aventuras e descobertas: a balsa que transportava os seis amigos colidiu com os recifes perigosos em Raroia, nas Ilhas Tuamotu, e enfrentou furiosas tempestades em mar aberto. Além de mostrar que era possível que a Polinésia tivesse sido descoberta pelos antigos americanos, o grupo fez importantes descobertas para a ciência: foi a primeira a avistar e registrar a existência de tubarão-baleia e varios tipos desconhecidos de peixe.
Dirigido por Joachim Rønning e Espen Sandberg, responsáveis pelo filme norueguês de maior bilheteria da história, “Max Manus (2008) – 1,2 milhão de espectadores – e escrito por Petter Skavlan, “A aventura de Kon-tiki” teve locações em diversos pontos do mundo e contou com efeitos especiais de última geração.
Os diferentes ambientes em que o filme foi rodado conferem riqueza de imagens e texturas à produção: da pequena Lillehammer, cidade-natal dos Heyerdahl, à vastidão do Pacífico, passando por Nova York – onde o aventureiro buscou, sem sucesso, apoio e recursos para sua empreitada – e pelo porto peruano de Callao, partida da expedição.
O lançamento do filme coincide com a da 15ª edição do livro no Brasil.
1951 – único prêmio do cinema norueguês até hoje – e volta às telas na versão dos diretores Joachim Rønning e Espen Sandberg, não com menos sucesso. Desta vez, “A aventura de Kon-Tiki”, que estreia em cinemas brasileiros dia 2 de agosto, foi indicado como Melhor Filme Estrangeiro na mais recente edição dos Academy Awards. No Brasil, o longa é distribuído pela parceria H2O Films/Serendip/Art Films. Vivido na tela por seu compatriota Pål Sverre Valheim Hagen, Thor Heyerdahl se tornou sinônimo de aventura em seu país e ao redor do mundo.
Estreia do filme no dia 9 de agosto em grande circuito de cinemas brasileiros.