Colegas

Colegas

Por Gabriel Araújo

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Estreou na última sexta-feira (1) nos cinemas de todo o Brasil o filme “Colegas”, de Marcelo Galvão. Que é ótimo! Acredito já ter deixado claro em alguma coluna não gostar de filmes nacionais. Encontrei uma exceção. A produção, na lista da revista “Super Interessante” como um dos 13 filmes imperdíveis de 2013, é sensacional, uma comédia muito divertida.

O mais especial, porém, é a questão social abordada no filme. Os três atores principais, Ariel Goldenberg, Rita Pokk e Breno Viola, que interpretam, respectivamente, Stalone, Aninha e Márcio, têm Síndrome de Down, e mostram como pode-se viver muito bem e com alegria com ela. O grande Lima Duarte também tem papel importante no filme. Narra a história dos três amigos e ainda faz um personagem.

O filme se baseia nos sonhos dos três, que trabalham na videoteca do instituto onde moram. Stalone quer conhecer o mar, Aninha se casar e Márcio voar. Usando chavões de clássicos filmes, como “Thelma & Louise” (o favorito de Stalone, líder da turma), “Titanic”, “Cidade de Deus” e outros, eles partem em uma aventura muito divertida – embalada pelo som de Raul Seixas – que passa principalmente pelo Sul do país e Buenos Aires. Até assalto, com muito humor, acontece!

A obra de Marcelo Galvão é fantástica. O diretor usou o filme para homenagear seu tio Márcio, morto em 2011 e que também tinha Down, e se inspirou em “I Am Sam” (em português, “Uma Lição de Amor”), filme que também gosto muito, e um dos poucos que já me fez chorar. Lembro que após a primeira – e até agora única – vez que o vi, desabei. Isso gerou a campanha “Vem Sean Penn”, famosa na internet, pedindo a presença do protagonista de I Am Sam no Brasil.

Voltando a Colegas: o filme vem colecionando prêmios por onde passa. Venceu o Festival de Gramado nas categorias melhor filme, direção de arte e os protagonistas ainda ganharam o especial do júri. Destacou-se na Mostra de São Paulo. Melhor Roteiro no Festival de Paulínia. Hors-Concours no Festival do Rio. Além, claro, do sucesso internacional: levou o prêmio de público no Festival de Trieste, na Itália, será exibido no Red Rock Film Festival, em Utah (EUA), e ganhou como melhor filme em festival de Moscou, na Rússia, onde concorreu com o sucesso francês “Intocáveis”, inclusive.

Tudo não é para menos. A mensagem do filme é muito bonita. Vale sempre destacar que não é um documentário sobre a Síndrome de Down, mas sim uma bela comédia com atores que a têm. Desde pequeno aprendi a respeitar o Down. Do maternal ao quinto ano, estudei com uma querida amiga com Down, com quem ainda fiz catequese e crisma. Tenho também uma prima com Down. A convivência com pessoas especiais é muito importante. Mas infelizmente o preconceito ainda existe.

Acredito que Colegas é um bom passo para que cada vez menos tal preconceito, que vem de pessoas medíocres, aconteça.

Recomendo muito “Colegas”. Tenho certeza de que a produção irá satisfazer a todos. Vale muito.

Sinopse:

Três amigos portadores da síndrome de Down vão superar suas limitações para correr atrás de seus maiores sonhos. Um dia, inspirados pelo filme Thelma & Louise, o grupo foge no antigo carro do jardineiro (Lima Duarte) e parte numa viagem que tem a felicidade como objetivo. Márcio deseja voar como um pássaro, Aninha espera arrumar um bom partido para se casar e Stalone só quer ver o mar pela primeira vez. Eles vão viver diversas aventuras juntos e irão descobrir que a liberdade é um direito de todos.

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