POLTRONA DE OPINIÃO ESPECIAL: Cheiro de Oscar

POLTRONA DE OPINIÃO ESPECIAL: Cheiro de Oscar

Por Eduardo Guimarães

Alguns filmes são tão bons e tem atores trabalhando de forma tão precisa que é impossível não ver esse filme com uma estatueta no começo do ano.

LincolnComo por exemplo Lincoln (Lincoln, de 2013, direção de Steven Spielberg, com Daniel Day-Lewis, Sally Field, Tommy Lee Jones, James Spader, David Strathairn e Joseph Gordon-Levitt). Não tem como você sair do cinema sem falar que o filme tem cheiro de Oscar. E tem mesmo.

Fazia tempo que Spielberg não realizava um trabalho tão bom na direção. E o elenco está perfeito nos papeis.

Será difícil este filme não sair com pelo menos duas estatuetas no final da festa: melhor ator para Daniel Day-Lewis e melhor diretor para Spielberg.

Mas não é sempre assim. Em alguns anos, a surpresa imperou na Academia.

O exemplo mais recente foi 2010, quando Guerra ao Terror (Theguerra ao terror Hurt Locker, de 2009, direção de Kathryn Bigelow, com Jeremy Renner, Anthony Mackie, Brian Geraghty, Guy Pearce, Ralph Fiennes e David Morse) ganhou melhor filme e diretor. Nada contra o filme, que é muito bom. Mas não acho que ele fosse o melhor da lista em 2010. Preciosa (Precious, de 2009, direção de Lee Daniels, com Gabourey Sidibe, Paula Patton, Mariah Carey, Lenny Kravitz e Mo’Nique) na minha opinião era um filme mais merecedor do Oscar do que Guerra ao Terror.

retorno do reiA mesma coisa aconteceu em 2004, quando Peter Jackson venceu Sofia Coppola na categoria Melhor Diretor com O Senhor dos Aneis: O Retorno do Rei (The Lord of the Rings: The Return of the King, de 2003, com Elijah Wood, Sean Astin, Viggo Mortensen e Ian McKellen).

Mas também temos casos em que eraultimo imperador impossível não dizer que um filme era aposta mais do que certa para o prêmio, como O Último Imperador (The Last Imperor, de 1987, direção de Bernardo Bertolucci, com John Lone, Joan Chen e Peter O’Toole). O cheiro de Oscar era forte e na festa aconteceu o que todos imaginavam: o filme levou o prêmio em todas as categorias em que concorreu.

Agora temos que aguardar para ver se teremos surpresas ou não em 2013.

Mas eu aposto em Lincoln como grande vencedor da noite.

@guimaraesedu

Colunista convidada: Thaty Moura/Amor

Colunista convidada: Thaty Moura/Amor

Amor (Amour)

Dirigido por Michael Haneke. Com: Jean-Louis Trintignant, Emmanuelle Riva, Isabelle Huppert, Alexandre Tharaud, William Shimell.

Respirei fundo algumas vezes antes de começar a escrever essa crítica ao filme Amor. Uma grande obra de arte e uma ode ao sentimento que dá título ao filme, ouso dizer que é um dos
melhores filmes que já assisti (se não o melhor). Porém intenso e incômodo.

Nos primeiros minutos de filme somos capazes de perceber a delicadeza de seus detalhes, mas a intensidade característica do brilhante Michael Haneke. O longa austríaco  nos leva para dentro do apartamento do casal de idosos Georges (Louis Trintignant) e Anne (Emmanuelle Riva). Consequentemente, passamos a viver seus dramas e sentir as dores do homem que se vê forçado a cuidar daquela que foi o grande amor de sua vida. Sozinho, como sempre foram. Apenas ele e ela.

Todo o filme acontece naquele cenário confuso de corredores, portas e cômodos vazios. Apenas uma única cena nos tira daquele cenário. Acredito que não tenha transcorrido nem 2
minutos, mas encarar um plano aberto de uma plateia de teatro te encarando fixamente foi uma experiência cinematográfica minimamente incomoda. E se encerram aqui minhas observações “negativas” ao filme.

Cores, texturas, quadros, planos, sons e silêncios completamente irretocáveis. Amor nos transporta para angústia de nos depararmos conosco. De questionarmos a morte, o tempo e o quanto somos capazes de nos dedicar ao outro. Amor humaniza e devasta.

O longa contrasta cenas intensas de gritos, dor e delírio, com a simplicidade do amor no olhar de Georges enquanto Anne diverte-se com os movimentos de sua cadeira de rodas.

Anne é uma felizarda por ter tido a oportunidade de envelhecer com uma linda história. E que tudo aquilo que “não precisa ser visto” é apenas a assinatura do tempo ao final de sua vida.

Nota da editora: Michael Haneke é o mesmo diretor de A fita branca, que não ganhou Melhor Filme Estrangeiro, mas desta vez pode ser a grande barbada da categoria.

Sinopse: Georges (Jean-Louis Trintignant) e Anne (Emmanuelle Riva) são um casal de aposentados, que costumava dar aulas de música. Eles têm uma filha musicista que vive com a família em um país estrangeiro. Certo dia, Anne sofre um derrame e fica com um lado do corpo paralisado. O casal de idosos passa por graves obstáculos, que colocarão o seu amor em teste.

http://www.youtube.com/watch?v=ld8Yi7NOFhY

Thaty Moura é jornalista, produtora e analista de mídias sociais. Contribui com o Poltrona de Cinema de vez em quando. É blogueira também e tem um blog chamado Microcâmera.

Colunista convidada: Renata Barros/Indomável Sonhadora

Colunista convidada: Renata Barros/Indomável Sonhadora

Assisti “Indomável Sonhadora” (Beasts of the southern wild) e então fechei as indicadas para melhor atriz. Vou aproveitar para falar do filme e também sobre as outras indicadas.

O filme relata o drama do ser humano nas condições mais precárias, porém sob a visão lúdica de uma criança que é interpretada pela Quvenzhané Wallis que dá um show de interpretação sem perder a pureza da criança e o seu mundo lúdico. Ela é a Ritinha (1a fase de Avenida Brasil) americana. Fiquei impressionada como ela colocou emoção e coragem no personagem. Cenas muito fortes, que com certeza muitas crianças naquela condição social já passaram.

O filme está indicado merecidamente em quatro categorias ( Filme, Direção, Roteiro Adaptado e Atriz) e faz jus a cada uma.

E aí, como foi o ultimo filme que vi, fiquei pensando em todas as indicadas a melhor atriz. Esse ano não tem aquela que se destacou, uma Meryl Streep da vida. Estão todas muito bem, porém no mesmo nível.

A favorita é Jennifer Lawrence (“O lado bom da vida”). Mas Naomi Watts (“O impossível”), Jessica Chastain (“A hora mais escura”) e Emmanuelle Riva (“Amor”) não ficam longe.

Já a pequena notável Quvenzhané faz diferença. Porque traz para o publico a atuação na forma mais pura. Fico pensando porque não tem um prêmio especial para crianças que se destacam. Fato é que ela merecia sair com um prêmio. Apesar que a indicação já ter sido o inicio da carreira dessa jovem atriz.

Tomara que não perca essa pureza e possa sempre mostrar uma bela atuação. Meus parabéns, Quvenzhané!

Nota da editora: Poderia existir um Oscar para Revelação! Fica a dica!

Sinopse: Hushpuppy (Quvenzhané Wallis) é uma menina de apenas 6 anos de idade que vive em uma comunidade miserável isolada às margens de um rio. Ela está correndo o risco de ficar órfã, pois seu pai (Dwight Henry) está muito doente. Ele, por sua vez, se recusa a procurar ajuda médica. Um dia, pai e filha precisam lidar com as consequências trazidas por uma forte tempestade, que inunda toda a comunidade. Vivendo em um barco, eles encontram alguns amigos que os ajudam. Entretanto, o pai vê como única saída explodir a barragem de uma represa próxima, o que faria com que a água baixasse rapidamente e a situação voltasse a ser como era antes.

http://youtu.be/RgRgd24cHMc

O Favorito

O Favorito

Viver o Cinema – Por Sabrina Salton

Às vésperas da maior premiação de cinema do mundo o assunto da coluna de hoje não poderia ser diferente: Quem vai levar o Oscar 2013 de melhor filme? Entre todas as apostas um dos mais bem cotados filmes no páreo é Argo, longa que surpreendeu a todos, principalmente por conta de sua direção assinada por Ben Afflek.

Confesso que não estava muito entusiasmada para ir à sessão de Argo, porém o filme nos transporta ao Irã no final dos anos 70 em meio a protestos raivosos contra os Estados Unidos já em suas primeiras cenas. Em um desses protestos seis diplomatas americanos conseguem escapar para viver sob sigilo na casa do embaixador canadense.

O clima é de tensão total enquanto a CIA resolve colocar em prática um plano incomum para resgatar os americanos . A ideia vem de Tony Mendes (Ben Afflek, o próprio) um especialista em exfiltrações que sugere criar um falso filme (filme dentro do filme, assunto que já abordei em colunas passadas) cujas locações usariam algumas paisagens do Irã.

Daí por diante o dinamismo do filme só aumenta, principalmente a partir do momento em que a falsa produção consegue entrar no pais inimigo e integrar à equipe os diplomatas. Eles, no entanto, tiveram receio do plano e em cenas bem engraçadas tentavam decorar seus papeis.

Vale destacar também a trilha sonora que acompanha bandas da época como Led Zeppelin, Rolling Stones e Dire Straits. O filme tem ritmo, bom roteiro e é fácil de ser assistido, por isso tem grandes elementos para levar a estatueta para casa. Além disso, já faturou alguns dos mais importantes prêmios das associações de classe mais representativas da indústria cinematográfica.

Dica da semana: Argo

Transmissão do Oscar

Transmissão do Oscar

O Oscar será transmitido a partir das 20h30 no dia 24 de fevereiro com o pré-show apresentado por Sabrina Parlatore e Fred Lessa, no TNT, canal 48, da NET. E às 21h30  com Rubens Ewald Filho. A cerimônia acontecerá no Dolby Theater, em Los Angeles e terá a apresentação de Seth MacFarlane.

A TV Globo também transmite depois do Big Brother Brasil com a apresentação da jornalista Maria Beltrão e o ator e crítico de cinema José Wilker.

É uma transmissão simplesmente imperdível!