O tipo de filme que surpreende desde o início, porque não abriga clichês, nem se baseia numa história já conhecida de mocinhos e vilões.
O filme tem uma plasticidade lúdica e uma das fotografias mais lindas desses últimos tempos. Tem cores tão profundas que intensificam o que a emoção da história pretende passar.
O filme conta a história de Pi, menino indiano, cujo pai tinha um zoologico e decide mudar-se da Índia com todos os animais e montar um novo zoológico no Canadá.
Durante a viagem feita de barco, ocorre um acidente. Pi perde toda a sua família, e se vê náufrago em mar aberto, com uma orangotango, uma hiena, uma zebra e um tigre.
Pouco a pouco os animais, cansados e confusos, vão perdendo as forças e se entregando a fome. A hiena é a primeira a atacar, matando a zebra e a orangotango.
Pi demora um tempo até perceber a presença do tigre e quando todos os animais sucumbem, ele vê sozinho com a ferocidade do animal.
É nesse momento que o filme se torna intenso e profundo. Inicia-se ali um elo de relacionamento improvável que direciona toda a história do filme. O momento de sobrevivência e auto-conhecimento.
O enredo inteiro é contado pelo próprio Pi, já na maturidade, que se permite chorar e se emocionar com suas lembranças, nos envolvendo completamente.
O final do filme desmistifica a história tão fantasiosa, e ainda assim saímos do cinema querendo acreditar que Pi viveu mesmo aquilo. Porque, então, poderíamos viver também!
Pi Patel (Suraj Sharma) é filho do dono de um zoológico localizado em Pondicherry, na Índia. Após anos cuidando do negócio, a família decide vender o empreendimento devido à retirada do incentivo dado pela prefeitura local. A ideia é se mudar para o Canadá, onde poderiam vender os animais para reiniciar a vida. Entretanto, o cargueiro onde todos viajam acaba naufragando devido a uma terrível tempestade. Pi consegue sobreviver em um bote salva-vidas, mas precisa dividir o pouco espaço disponível com uma zebra, um orangotango, uma hiena e um tigre de bengala chamado Richard Parker.