O PAÍS QUE RESPIRA FUTEBOL
Desde os princípios da fama futebolística mundial, é discutido qual nação realmente merece a alcunha de “país do futebol”. Os dois mais relacionados ao tema com toda a certeza são Brasil, berço dos maiores craques e por muito tempo o melhor futebol do mundo, com cinco Copas conquistadas, e Inglaterra, por outro lado a terra do esporte.
Fato é que os dois fazem por merecer a citação, e na coluna de hoje, irei pinçar um deles para levar ao leitor a relação do cinema com o futebol: a Inglaterra.
Na Terra da Rainha estão os torcedores mais fanáticos do mundo. Alguns filmes retratam tal fanatismo de uma maneira muito conhecida pelos maiores admiradores do esporte bretão: a loucura. O hooliganismo. Boa parte dos mais inflamados torcedores do Reino Unido estão ligados às “firmas”, ou seja, torcidas organizadas, que constituem pela Grã-Bretanha as mais famosas já vistas. Inúmeros episódios tristes aconteceram por conta disso, algo que por sorte vem sendo controlado cada vez mais na região.
Dentro do tema, talvez a mais conhecida película que relata tal loucura nas arquibancadas inglesas seja Hooligans, também conhecida como Green Street Hooligans. São dois filmes relacionados (muitos dizem que há o terceiro, mas não encontrei em lugar algum, nem na internet, portanto não acredito), mas me basearei no primeiro: Matt (interpretado por Elijah Wood, o Frodo Baggins de “Senhor dos Anéis” e “O Hobbit”) é expulso injustamente de Harvard e vai morar com a irmã em Londres, onde conhece o irmão de seu cunhado, um torcedor fanático do West Ham que o leva para dentro de uma “firma”, onde vive situações muito perigosas contra torcedores de times como Manchester United e o maior rival dos Hammers, o Millwall.
O filme é realmente ótimo, pude assisti-lo recentemente no canal Cinemax, e provavelmente dentro de algum tempo será reprisado. Recomendo muito aos leitores que gostem do futebol e queiram entender a realidade de uma torcida organizada, seus bastidores. Se houver oportunidade, veja a produção.
Outro que também me agradou muito foi The Real Football Factories. Este, porém, não se trata de uma ficção, e sim de um documentário, que mostra melhor ainda o universo dentro das “firmas”. É justamente inglês, produzido por Danny Dyer, e dividido em duas partes: a primeira, com apenas torcidas britânicas; a segunda, com um giro por todo o mundo e suas mais violentas organizadas, que está sendo exibida na excelente (e tema de futura coluna) faixa de filmes da ESPN Brasil. Merece ser assistido.
O futebol está relacionado a muitas coisas bonitas, mas também tem seus lados podres, como a violência caracterizada por alguns (não todos, diga-se) torcedores. Muito do acontecido na Inglaterra, muito do visto em tais filmes.
PS.: Para completar a coluna, assisti Hooligans (Green Street) 2. Não gostei muito. Se passa em uma cadeia em seu todo, fala de tráfico de drogas, máfia policial, etc, mas quanto a futebol e torcida, é pouco o que aparece em relação à primeira película. Apenas os protagonistas foram para a prisão, no que dá a entender, por brigas futebolísticas. Relaciona-se de novo com West Ham e Millwall, mas o conteúdo esportivo, a meu ver, é pouco. É mais social. Vale dizer que não são os mesmos personagens do excelente primeiro filme.