POLTRONA DE OPINIÃO: O passado trash de Peter Jackson

POLTRONA DE OPINIÃO: O passado trash de Peter Jackson

Por Eduardo Guimarães

Quem acha que a filmografia do premiado diretor Peter Jackson se resume a hobbits e macacos gigantes, está enganado. O diretor neozelandês esconde alguns fantasmas dentro do armário. Fantasmas, zumbis e alienígenas.

Antes de se aventurar pelo cinema fantasia, Jackson era o rei do cinema trash.

Sua carreira  como diretor começou em 1987, com o filme Trash – Náusea Total (Bad Taste, de 1987, direção de Peter Jackson, com Peter Jackson, Terry Potter e Craig Smith). O filme demorou quatro anos para ser concluído e foi feito de maneira totalmente amadora. Sem dinheiro, Jackson escreveu, dirigiu e atuou no filme, que conta a história de uma raça alienígena que invade uma cidade, com o objetivo de abastecer sua rede de fast food intergalática com carne humana. Acabou se tornando uma obra Cult e extremamente rara de se achar.

Em 1989 ele dirigiu Meet the Feebles (Meet the Feebles, de 1989, direção de Peter Jackson, com Donna Akersten e Stuart Devenie), uma parodia trash musical e cheia de humor negro baseada nos personagens dos Muppets. Assim como Trash – Náusea Total, virou Cult.

Seu terceiro filme conseguiu ser pior do que os anteriores: Fome Animal (Dead Alive, de 1992, direção de Peter Jackson, com Timothy Balme e Diana Peñalver) é considerado um dos maiores clássicos dos trash movies. O filme é cheio de clichês, sangue e uma história totalmente sem pé nem cabeça. Por isso se tornou um marco. E mesmo assim, o filme é ruim. O filme mostra um garoto que tem a mãe mordida por um macaco raro e agora é um zumbi e ele tenta esconde-la da namorada e da cidade onde mora. Mas a fome por carne humana faz a mulher começar a matar os moradores da cidade, que também começam a virar zumbis.

A partir daí seus filmes tem um salto de qualidade: ele lança em 1994 Almas Gêmeas (Heavenly Creatures, de 1994, direção de Peter Jackson, com Melanie Lynskey e Kate Winslet), sobre a amizade entre duas amigas na Nova Zelândia em 1954, que acaba se tornando um romance e uma trama para assassinar a mãe de uma delas; e em 1996 ele dirige Os Espíritos (The Frighteners, de 1996, direção de Peter Jackson, com Michael J. Fox, Trini Alvarado, Peter Dobson, John Astin e Chi McBride), sobre um detetive médium charlatão, que acaba envolvido em uma série de assassinatos, cometidos por um fantasma de um assassino em série que não quer parar de matar.

Ambos os filmes são bons e diferem muito dos primeiros trabalhos de Peter Jackson. E eles também abriram as portas de Hollywood para o diretor, que conseguiu então assumir a trilogia do Senhor dos Anéis.

Peter Jackson é um excelente diretor. E acredito que ele saiba da importância de seus primeiros filmes para sua carreira, principalmente porque foi através deles que ele conseguiu produções melhores. Mas aposto também que faz tempo que ele não assiste a nenhum deles.

@guimaraesedu

Música para os meus olhos

Música para os meus olhos

Por Sabrina Salton

Todo mundo ou quase todo mundo conhece alguém que já teve uma banda de rock ou tem um conhecido cujo primo já tocou num grupo de pagode ou ainda uma mocinha simpática do cursinho que acabou de gravar um CD em virtude do seu vozeirão. Essas coisas acontecem, assim como a música faz parte das nossas vidas. Até hoje só conheci uma pessoa que dizia não gostar de música, mas também ela não gostava nem de chocolate, por isso acreditei.

Nos filmes, a trilha sonora é uma das partes mais importantes na composição, afinal ela dá o tom das cenas, inclusive é uma categoria de premiação em diversos festivais de cinema pelo mundo inteiro. Até hoje muitos cantores e bandas tiveram seus hits impulsionados graças a alguns filmes e esses temas se tornaram tema da vida de muita gente. Lembro da minha mãe e do seu filme favorito: Ghost, cuja trilha intitulada Unchained Melody embalou romances por todo o planeta após o seu sucesso. Como ela ama essa música! Não existe filme sem música, pelo menos prefiro acreditar que não.

Há também longas ou até mesmo curtas metragens que além de possuírem uma vasta trilha sonora tem como roteiro a história de cantores, compositores, bandas, um mundaréu artístico e sinfônico para nossos olhos e ouvidos. São tantos gêneros, tantos sons… E nem vou falar dos musicais que representam outro tipo de filme, além dos documentários que merecem um texto à parte. 

 

Posso citar exemplos de filmes brasileiros que já falaram de grandes cantores e intérpretes da nossa música como Cartola, Roberto Carlos, Cazuza, Noel Rosa, entre outros. Muitos desses filmes relatam a vida dos artistas sempre, para a sorte e deleite dos fãs, com suas músicas contando os fatos por elas mesmas. Também existem outros filmes cujo roteiro é meio a meio. Meio ficção meio verdade, pois sabemos que as histórias de algumas bandas e artistas que saíram do underground para o mainstream são bem parecidas. 

Cena de Quase Famosos

Falando ou não sobre músicos, os filmes que possuem a companhia de uma trilha sonora bem elaborada ficam na cabeça de quem assistiu. Ao rever uma cena é possível relembrar exatamente a música do filme ou vice-versa. Ver um filme é muito mais do que assistir passivamente, assim como ouvir um bom som pode se tornar mais sentir do que apenas escutar.

Dica da Semana: Quase Famosos

163- 007 – Operação Skyfall

163- 007 – Operação Skyfall

É o melhor filme da Era Daniel Craig, que me agrada demais como 007. Só perde para Sean Connery,o melhor de todos, e Pierce Brosnan. O filme é elétrico, você nem olha para o relógio. Javier Bardem rouba a cena como o vilão. Sensacional ator. A volta às origens de James Bond,m na Escócia, marca.Pena que M morre e Dame Judi Dench deixa a série. Concordo com meu coleguinha Eduardo Guimarães. Craig herdou as piores bond girls da série.

O interessante é a sensibilidade que DanielCraig traz para o personagem e também o se caráter humano, de que pode falhar, mas sempre consegue cumprir a sua missão.

AS cenas na Turquia são divinas. Vale a pena assistir. Um adendo: pena que a música Skyfall, de Adele,só apareça no início. Se os cinéfilos prestarem atenção todos os arranjos da música-tema de  Bond aparecem na película.

Sinopse:

O roubo de um HD contendo informações valiosas sobre a identidade de diversos agentes, infiltrados em células terroristas espalhadas ao redor do planeta, faz com que James Bond (Daniel Craig) parta atrás do ladrão. A perseguição segue pelas ruas de uma cidade na Turquia e acaba em cima de um trem. Precisando impedir que a peça seja levada, M (Judi Dench) ordena que a agente Eve (Naomi Harris) dispare, mesmo sabendo que o tiro pode atingir Bond. É o que acontece, fazendo com que o agente 007 despenque de uma altura incrível. Considerado morto, Bond passa a levar uma vida como “fantasma” até assistir, pela TV, o ataque terrorista sofrido pelo MI6 em plena Londres. Disposto a mais uma vez defender seu país, ele retorna à capital inglesa e se reapresenta a M, mesmo guardando uma certa mágoa dela por ter ordenado o disparo. Logo eles descobrem que o responsável pelo roubo e o atentado é alguém que conhece muito bem o modo de funcionamento do MI6.

162- Star Wars – O retorno de Jedi

162- Star Wars – O retorno de Jedi

Amo a saga Star Wars.Depois do furacão Sandy, a pior notícia da semana foi a venda dos filmes por parte de George Lucas para a Disney.Como ficará a histporia? Ficará descaracterizada? Esse é meu temor.

Gosto muito de O retorno de Jedi, mas meu preferido é O Império Contra-ataca. O mais sublime é a descoberta de Leia de que Luke é seu irmão e o que mais me toca é o fim onde aparecem as almas e desta vez a de Hayden Christensen como Anakin/Darth Vader. Amo Hayden. Demais!

Vale a pena assistir e se deliciarcom a redenção de Vader ao salvar seu próprio filho. Se não tem o box com os seis filmes,corre lá e compra logo!

Sinopse: O imperador (Ian McDiarmid) está supervisionando a construção de uma nova Estrela da Morte. Enquanto isso Luke Skywalker (Mark Hamill) liberta Hans Solo (Harrison Ford) e a Princesa Leia (Carrie Fisher) das mãos de Jaba, o pior bandido das galáxias. Luke só se tornará um cavaleiro jedi quando destruir Darth Vader, que ainda pretende atraí-lo para o lado negro da “Força”. No entanto a luta entre os dois vai revelar um inesperado segredo.

Viver o cinema/Por Sabrina Salton

Viver o cinema/Por Sabrina Salton

A solidão dos nossos tempos

Por Sabrina Salton

Nesta semana ao ler uma matéria sobre solidão notei que o assunto, tratado como a doença do nosso século, já fez parte de muitos filmes que assisti. É um assunto normalmente ligado à tristeza, afinal o ser humano não foi feito para ficar sozinho e necessita manter ligações e comunicação com outras pessoas.

Muitos querem fugir da solidão, porém outros vão de encontro a ela, sem mesmo saber o porquê. A internet junto com as mídias sociais que aparentemente servem para unir os amigos e conhecidos acabam afastando os mesmos.

No caso do filme A Rede Social de David Fincher, que relata sobre a criação de uma das maiores mídias sociais que existem, o aspecto comum tratado é o caso de um jovem que decide criar algo só dele, representando a falta de amigos ou a busca por uma identificação com algo ou mesmo alguém. A questão de estar conectado com todos ao mesmo tempo estando sozinho na sala de casa há dias é diagnóstico de solidão e mesmo com muitos não concordando acredito que éramos mais felizes e pessoais do que hoje em dia em que só sabemos das coisas depois do Facebook. Após a criação milionária do site, seu criador Mark Zuckerberg (Jesse Eisenberg) ainda se mete em muita confusão por conta de direitos autorais e toda essa história que saiu nos jornais e já conhecemos.

Alguns se isolam da realidade de suas vidas, da família, amigos e de tudo aquilo que conhece e rejeita como sociedade, mas será que o afastamento voluntário também é solidão? Em Na Natureza Selvagem o personagem McCandless (Emile Hirsch) resolve deixar tudo para trás apenas com uma mochila nas costas e encarar dessa forma o mundo. Em sua aventura solitária ele encontra pessoas, animais, objetos, porém o mais desejado: a liberdade e a verdade. “Mais que amor, dinheiro e fama, dêem-me a verdade”. Essa é uma frase de Thoreau que gosto muito e é dita em uma das sequencias por McCandless. O filme, que nos faz olhar para dentro de nós mesmos, foi dirigido majestosamente por Sean Penn e é baseado em fatos reais. A reflexão que ele nos propõe é de fora para dentro quando percebemos que realmente é bom ficar só por uns tempos para mudar o que está errado em nossas vidas. Porém outra frase do filme que me chamou muito atenção foi: “A felicidade só é real quando compartilhada”. O que McCandless descobriu antes de morrer no Alasca só.

Tanto a Rede Social quanto Na Natureza Selvagem relatam a triste história de seres humanos compelidos pela sociedade ao redor, um a cada maneira. Isso nos mostra que a solidão que para um seria o fim de todos os problemas pode se tornar um limiar que outros tentam ultrapassar incessantemente.

Obs: Volto e meia falo das trilhas sonoras que são de grande importância para compor um filme. Em Na Natureza Selvagem a trilha foi composta por Eddie Vedder e ao longo das sequencias podemos ouvir suas lindas músicas interpretadas por ele mesmo. Mais um motivo para assistir a dica da semana.

Dica da Semana: Na Natureza Selvagem