Por Sabrina Salton
Hoje eu vou falar de um filme que mudou a minha vida. Aos 16 anos assisti pela primeira vez o que seria tema da minha monografia e ainda nem havia entrado na faculdade e mal sabia o que queria fazer, mas o impacto de assisti-lo foi imenso.
Assim que começo a escrever sobre ele sua trilha sonora, assunto da nossa última coluna me vem à mente e é justamente sobre a mente de um homem comum a abordagem deste filme.
Lutar contra antigos erros representam o nosso maior desafio a ser vencido, pois a luta interna que praticamos todos os dias pode nos levar a uma nova vida, a transformação de um ser. “Se você acorda num lugar diferente, em um horário diferente, você pode acordar como uma pessoa diferente?”.

Em Clube da Luta, filme de David Fincher, a identificação de uma sociedade de consumo e o enlace entre ela e nossas vidas se dá descaradamente a cada cena que sentimos como um soco na boca do estômago. Toda a suposta violência e terrorismo no filme são apenas um pretexto para que nosso pensamento seja instigado a descobrir algo novo: a nós mesmos. A ousadia está em desconstruir a vida como conhecemos e a partir daí mudar o rumo da história, pois nada está bom se não foi ainda questionado.
Conforme o desenrolar do filme, cujo existe vários aspectos a serem discutidos e em apenas um texto isso não é possível, podemos notar a transmutação da mente humana e agora completamente liberta. O filme representa toda uma geração de consumismo e melancolia, “as crianças do meio da história”, mas mostra de uma forma irônica com toques de humor e até sagaz como isso pode ser alterado.
A forma escancarada que Fincher usa incomoda muita gente, por isso as opiniões sobre Clube da Luta são divididas. Alguns não gostam, principalmente, por se tratar de um filme feio e, sim ele é feio. Não vá esperando assistir a uma fábula animada e colorida, afinal pra isso já existem os desenhos. Esse filme te pede algo a mais e se você não estiver preparado é melhor nem tentar.

O melhor mesmo agora é ir parando de falar por aqui, pois pra quem já conhece o filme sabe que não respeitei as duas primeiras regras sobre ele, mas é impossível ignorá-lo e não identificá-lo como uma das maiores obras primas fílmicas dos anos noventa e que perpetuará enquanto existirem pessoas prontas para a reflexão.
Dica da semana: Alguma dúvida? Clube da Luta, é claro!