A solidão dos nossos tempos
Por Sabrina Salton
Nesta semana ao ler uma matéria sobre solidão notei que o assunto, tratado como a doença do nosso século, já fez parte de muitos filmes que assisti. É um assunto normalmente ligado à tristeza, afinal o ser humano não foi feito para ficar sozinho e necessita manter ligações e comunicação com outras pessoas.
Muitos querem fugir da solidão, porém outros vão de encontro a ela, sem mesmo saber o porquê. A internet junto com as mídias sociais que aparentemente servem para unir os amigos e conhecidos acabam afastando os mesmos.
No caso do filme A Rede Social de David Fincher, que relata sobre a criação de uma das maiores mídias sociais que existem, o aspecto comum tratado é o caso de um jovem que decide criar algo só dele, representando a falta de amigos ou a busca por uma identificação com algo ou mesmo alguém. A questão de estar conectado com todos ao mesmo tempo estando sozinho na sala de casa há dias é diagnóstico de solidão e mesmo com muitos não concordando acredito que éramos mais felizes e pessoais do que hoje em dia em que só sabemos das coisas depois do Facebook. Após a criação milionária do site, seu criador Mark Zuckerberg (Jesse Eisenberg) ainda se mete em muita confusão por conta de direitos autorais e toda essa história que saiu nos jornais e já conhecemos.
Alguns se isolam da realidade de suas vidas, da família, amigos e de tudo aquilo que conhece e rejeita como sociedade, mas será que o afastamento voluntário também é solidão? Em Na Natureza Selvagem o personagem McCandless (Emile Hirsch) resolve deixar tudo para trás apenas com uma mochila nas costas e encarar dessa forma o mundo. Em sua aventura solitária ele encontra pessoas, animais, objetos, porém o mais desejado: a liberdade e a verdade. “Mais que amor, dinheiro e fama, dêem-me a verdade”. Essa é uma frase de Thoreau que gosto muito e é dita em uma das sequencias por McCandless. O filme, que nos faz olhar para dentro de nós mesmos, foi dirigido majestosamente por Sean Penn e é baseado em fatos reais. A reflexão que ele nos propõe é de fora para dentro quando percebemos que realmente é bom ficar só por uns tempos para mudar o que está errado em nossas vidas. Porém outra frase do filme que me chamou muito atenção foi: “A felicidade só é real quando compartilhada”. O que McCandless descobriu antes de morrer no Alasca só.
Tanto a Rede Social quanto Na Natureza Selvagem relatam a triste história de seres humanos compelidos pela sociedade ao redor, um a cada maneira. Isso nos mostra que a solidão que para um seria o fim de todos os problemas pode se tornar um limiar que outros tentam ultrapassar incessantemente.
Obs: Volto e meia falo das trilhas sonoras que são de grande importância para compor um filme. Em Na Natureza Selvagem a trilha foi composta por Eddie Vedder e ao longo das sequencias podemos ouvir suas lindas músicas interpretadas por ele mesmo. Mais um motivo para assistir a dica da semana.
Dica da Semana: Na Natureza Selvagem