Programação do À LA CARTE traz cinco incríveis estreias

Programação do À LA CARTE traz cinco incríveis estreias

Foto – Pepi, Luci, Bom y Otras Chicas del Montón

Na próxima quinta02 de dezembro, chegam ao cardápio do À La Carte cinco joias do cinema mundial: o sensacional “Pepi, Luci, Bom y Otras Chicas del Montón” (1980), primeiro longa de Pedro Almodóvar; o raro “Minha Namorada” (1970), de Zelito Viana, com Fernanda Montenegro, aos 40 anos e maravilhosa como sempre; “Otelo” (1951), grande clássico de Orson Welles; “Swing – Ritmos e Desejos” (1999), estrelado pela diva inglesa da música pop, Lisa Stansfield; e o “rock ‘n’ roll” islandês “Mudando o Destino” (2013), de Ragnar Bragason.

“Pepi, Luci, Bom y Otras Chicas del Montón”, pérola de Almodóvar, foi rodado apenas em finais de semana, levou dois anos para ser realizado, devido à luta de Pedro Almodóvar para conseguir financiamento naquela época. O filme é um exemplar do movimento chamado “La Movida Madrileña”, representando a nova liberdade na esteira da morte do ditador espanhol Francisco Franco, em 1975.

“Minha Namorada” é o filme de estreia do diretor Zelito Viana. O longa também marca a terceira atuação de Fernanda Montenegro no cinema, e a canção-título do filme é uma composição de Carlos Lira e Vinicius de Moraes. O elenco reúne ainda Ana Maria Magalhães, Jorge Dória, e o então modelo Pedro Aguinaga estreando no cinema.

“Otelo”, baseado na clássica peça de William Shakespeare, levou três anos para ser feito, e, para pagar as contas da produção, Orson Welles aceitou papéis coadjuvantes em vários filmes, um dos quais foi “A Rosa Negra” (1950), do qual ele pegou “emprestado” vários figurinos e câmeras, fato que irritou muito o diretor Henry Hathaway durante as filmagens. O elenco conta com pequenas participações não creditadas de astros e estrelas como Joan Fontaine e Joseph Cotten.

“Swing – Ritmos E Desejos”, de Nick Mead, é um misto de comédia e romance, e marca a estreia cinematográfica da cantora e compositora ingresa Lisa Stansfield como atriz. O elenco conta com a presença de Clarence Clemons (1942–2011), grande saxofonista e ex-integrante da E-Street Band, de Bruce Springsteen. Este foi o segundo longa de Nick Mead, que estreou no cinema com “Romance Arriscado” (1993), estrelado por Patrick Dempsey e Lisa Bonet.

“Mudando o Destino” foi exibido na seção Contemporary World Cinema no Festival Internacional de Cinema de Toronto de 2013. Ragnar Bragason é atualmente um dos cineastas islandeses mais populares e aclamados pela crítica. Depois de dirigir muitos videoclipes para artistas locais e internacionais, ele fez seu primeiro longa-metragem “Fíaskó” (“Fiasco”) em 2000, e seu trabalho de direção usa métodos semelhantes aos de Mike Leigh e John Cassavetes, com improvisação dos atores para criar seus personagens.

Confira abaixo as sinopses dos filmes:

PEPI, LUCI, BOM Y OTRAS CHICAS DEL MONTÓN (Pepi, Lucy, Bom y otras chicas del Montón)

Espanha, 1980, cor, 82 min., comédia, idioma: espanhol (legendado), 16 anos.

Direção: Pedro Almodóvar

Elenco: Carmen Maura, Cecilia Roth, Félix Rotaeta, Alaska e Assumpta Serna.

Num conjunto habitacional de Madri, Pepi, uma desempregada ainda bancada pelos pais, é estuprada por um policial que descobre maconha em sua casa. Junto com a melhor amiga, Bom, líder de um grupo punk, ela resolve se vingar.

MINHA NAMORADA

Brasil, 1970, cor, 82 min., comédia, idioma: português., 10 anos.

Direção: Zelito Viana

Elenco: Fernanda Montenegro, Ana Maria Magalhães, Laura Maria, Jorge Dória e Pedro Aguinaga.

A história de Maria, uma garota moderna que, junto com seus jovens pais, pertence à moderna família brasileira. Noiva de um homem mais velho, sério e de ideias conservadoras. Maria vive numa estabilidade que seria perfeita se não aparecesse Pedro, um músico jovem, despreocupado e que personifica o verdadeiro amor e a verdadeira felicidade.

OTELO (The Tragedy of Othello: The Moor of Venice)

EUA/Itália/Marrocos, 1951, p/b, drama/romance, idioma: inglês (legendado), 12 anos.

Direção: Orson Welles

Elenco: Orson Welles, Suzanne Cloutier, Micheál MacLiammóir e Robert Coote.

O general mouro Otelo é levado a pensar que sua nova esposa Desdêmona está tendo um caso com seu tenente Michael Cassio quando, na realidade, tudo isso faz parte do esquema de um amargo alferes chamado Iago.

SWING – RITMOS E DESEJOS (Swing)

Reino Unido, 1999, cor, 97 min., comédia/romance, idioma: inglês (legendado), 10 anos.

Direção: Nick Mead

Elenco: Lisa Stansfield, Hugo Speer, Rita Tushingham, Clarence Clemens e Paul Usher.

Quando Martin sai da prisão, os guardas o alertam para conseguir um emprego, se não quiser voltar para detrás das grades. Então ele decide começar sua própria banda, que acaba virando um sucesso estrondoso, até que a polícia descobre que ela foi respaldada por dinheiro roubado.

MUDANDO O DESTINO (MetalHead)

Islândia, 2013, cor, 97 min., drama, idioma: islandês (legendado), 12 anos.

Direção: Ragnar Bragason

Elenco: Thora Bjorg Helga, Ingvar Sigurdsson e Halldóra Geirharðsdóttir.

Hera nasce em uma fazenda na Islândia em 1970, ano em que o Black Sabbath lança seu primeiro álbum. Sua juventude é tranquila até que seu irmão mais velho morre em um acidente e Hera se culpa por sua morte. Então, ela encontra consolo no Heavy Metal.

Serviço:

Planos de assinatura com acesso a todos os filmes do catálogo em 2 dispositivos simultaneamente.

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Sobre o À LA CARTE 

À LA CARTE é um streaming de filmes pensado para quem ama cinema de verdade. Seu catálogo, que já conta com cerca de 400 títulos,e inclui filmes de todos os cantos do mundo e de todas as épocas: contemporâneos, clássicos, cults, obras de grandes diretores, super premiados e principalmente aqueles que merecem ser revistos e que tocam o coração dos cinéfilos. Além de pelo menos quatro novos filmes que entram semanalmente no catálogo, há também a possibilidade do aluguel unitário, que são os Super Lançamentos: um espaço para filmes que estreiam antes dos cinemas; simultâneos ao cinema; filmes inéditos no Brasil, entre outras modalidades. Outro diferencial são as mostras de cinema, recentemente o À LA CARTE trouxe especiais dedicados à cinematografia francesa, italiana, coreana e espanhola. O À LA CARTE foi criado no final de 2019 e integra o Belas Artes Grupo, que inclui também a Pandora Filmes e o Cine Petra Belas Artes, um dos mais tradicionais e queridos cinemas de rua de São Paulo.

Grandes estrelas marcam presença no 78º Festival de Veneza

Grandes estrelas marcam presença no 78º Festival de Veneza

‘Madres Paralelas’, filme de Pedro Almodóvar, abre o Festival de Veneza 2021

Alberto Barbera, diretor do Festival de Veneza, já tinha afirmado no anúncio da programação do Festival de Veneza que ficou surpreendido com a qualidade dos filmes e otimista com a saúde do cinema, apesar da crise no setor. “A pandemia tem servido para estimular a criatividade de todos”, ressaltou Barbera.

De fato, a 78ª edição do festival – de 1º a 11 de setembro e no formato presencial – apresenta uma seleção de peso com renomados diretores que trarão seus novos filmes, como Pedro Almodóvar, Paolo Sorrentino, Stéphane Brizé, os irmãos D’Innocenzo, Pablo Larrain, Michel Franco, Jane Campion e Paul Schrader, entre outros.

“Madres Paralelas”, de Pedro Almodóvar, estrelado por Penélope Cruz, será o filme de abertura. A história segue duas mulheres que coincidentemente se encontram em um quarto de hospital onde vão dar à luz. Ambas são solteiras e engravidaram por acidente. Janis, de meia-idade, não se arrepende e está exultante. A outra, a adolescente Ana, está assustada e arrependida. O encontro entre elas vai mudar a vida de ambas para sempre.

“Nasci como diretor em Veneza na sessão “Mezzogiorno Mezzanotte”, em 1983. Trinta e oito anos depois, meu filme vai abrir o festival. Agradeço por esta honra e espero estar à altura”, afirmou o cineasta, de 71 anos, que em 2019 recebeu um Leão de Ouro honorário pelo conjunto da obra.

Mostra Competitiva

Na competição oficial dos concorrentes ao Leão de Ouro, cujo júri será presidido pelo cineasta sul-coreano Bong Joon-ho, Paul Schrader retorna a Veneza com “The Card Counter”, um thriller de vingança com Willem Dafoe. O diretor tinha concorrido em 2017 com “Fé Corrompida”.

Outro retorno é o de Jane Campion, que em 1990 ganhou o Prêmio Especial do Júri com “Um Anjo em minha Mesa”. Nesta 78ª edição, Campion traz “The Power of the Dog”, sobre dois irmãos que possuem um grande rancho em Montana e entram em conflito quando um deles se casa.

Entre os italianos, os destaques são: “America Latina”, de Damiano & Fabio D’Innocenzo; “Qui rido io”, de Mario Martone, estrelado por Toni Servillo; “The Hand of God”, de Paolo Sorrentino, também com Servillo no elenco; e “The Hole”, de Michelangelo Frammartino, 11 anos depois de ter tido projeção internacional com “As Quatro Voltas”.

Também são aguardados com expectativa: “Spencer”, de Pablo Larrain, com Kristen Stewart, Timothy Spall, Sean Harris e Sally Hawkins; “Lost Illusions”, de Xavier Giannoli, adaptação para as telas do romance homônimo de Balzac, que traz no elenco Gérard Depardieu, Jeanne Balibar e Cécile de France; Maggie Gillehaal, que faz sua estreia na direção com “The Lost Daughter”; e “Sundown”, de Michel Franco, com Tim Roth e Charlotte Gainsbourg.

A diretora francesa de origem libanesa Audrey Diwan concorre pela primeira vez com “L’événement”, baseado no romance de Annie Ernaux ambientado na França dos anos 1960, quando o aborto ainda era ilegal.

Brasileiros

O Brasil será representado no evento na mostra Orizzonti, com “7 Prisioneiros”, de Alexandre Moratto (Brasil/ França), produzido por Fernando Meirelles e estrelado por Rodrigo Santoro e Christian Malheiros. Na mesma mostra foi selecionado o curta-metragem “Ato”, de Bárbara Paz, com Alessandra Maestrini e Eduardo Moreira. E na Venice Days, “Deserto Particular”, de Aly Muritiba.

Fora de competição

Entre os destaques fora da disputa pelo Leão de Ouro estão: “Duna”, do franco-canadense Denis Villeneuve; “Il Bambino Nascosto”, do italiano Roberto Andò, que encerra o evento e trata da relação particular entre um professor de música e um adolescente em fuga; e “O Último Duelo”, do britânico Ridley Scott, baseado em uma história ambientada na Idade Média.

Antes da exibição do seu filme, Scott – autor, entre outros, do clássico “Blade Runner: o Caçador de Androides” (1982) – receberá o prêmio honorário “Glory to the Filmmaker”, que homenageia personalidades que tenham marcado o cinema contemporâneo de maneira original.

Fonte: Jornal do Brasil (com adaptações)

Crédito da foto: Glamurama-UOL

Poltrona Resenha: Dor e Glória/ Cesar Augusto Mota

Poltrona Resenha: Dor e Glória/ Cesar Augusto Mota

Os apaixonados por cinema certamente aceitariam um convite para viajar pelo íntimo do cineasta Pedro Almodóvar, não é mesmo? Para o espanhol, Dor e Glória (Dolor Y Gloria) é o seu trabalho mais pessoal, pois o protagonista, vivido por Antonio Banderas (A Pele que Habito), representa seu alter ego, que confessa suas alegrias e tristezas para o público e traz referências de seus mais icônicos trabalhos, seja por elementos estéticos ou pelo enredo propriamente dito.

A narrativa apresenta ao espectador o cineasta Salvador Mallo (Banderas), um diretor de cinema em fase decadente, com problemas físicos e psicológicos, como ansiedade e depressão. Isolado, ele relembra sua vida e carreira desde sua infância na cidade de Valência, nos anos 60. Após a restauração de um de seus filmes e de um convite para um debate com o público, Salvador procura seu ator principal, Alberto (Asier Etxeandia), para fazer as pazes, depois de ficarem brigados por 32 anos. Mas, quando Alberto volta para a vida de Salvador, acaba se viciando em drogas. de heroína. A partir daí surge um momento de reflexão para o diretor, que faz uma viagem ao passado buscando uma razão para seguir adiante.

O roteiro opta por trazer uma história não-linear e com foco no amor. O protagonista vai expressar sua paixão pelas artes, um antigo amor e por sua mãe, e certas menções a sucessos de Almodóvar serão bem visíveis, como ‘Tudo Sobre Minha Mãe’, ‘A Pele que Habito’ e Má Educação’. As recordações servem como uma catarse para o protagonista, que sente saudades dos tempos áureos e também das coisas simples da vida, como a liberdade e a contemplação ao cotidiano. Hoje, o tempo fez as lembranças ficarem para trás, provocando tristeza e melancolia.

A figura da mãe também é importante no filme, assim como foi na vida do diretor. Penelope Cruz (Todos Já Sabem) tem essa grande missão de viver a mãe de Salvador, sempre muito afetuosa e preocupada em dar o melhor suporte ao filho. As transições de montagem e a cena final são impressionantes, com uma mistura realidade e ficção, há a figura da metalinguagem, o cinema dentro do cinema, para brincar com as memórias de Almodóvar e brindar o público com o melhor que se poderia esperar de seu trabalho, tão sensível e vibrante.

E por falar e vibrante, as cores em tela retratadas fazem uma ótima oposição às reações de angústia e melancolia de Salvador. Em cada quadro, um significado, uma interpretação, o espectador faz um belo passeio pelos cenários e entende não só as referências, mas se insere no contexto e na dura realidade do protagonista, com mente bloqueada, desesperado e desmotivado para seguir, e somente a partir do reencontro com Federico (Leonardo Sbaraglia), sua antiga paixão, a criatividade e disposição se reacendem, a paixão proporcionando novas inspirações e sensações ao realizador.

E não poderia esquecer da interpretação de Banderas, que utiliza algumas características físicas e traços da personalidade de Almodóvar para compor o personagem, com cabelo bagunçado, o culto às lembranças e a busca por algo positivo que possa ser inserido no momento presente. O cenário também é a cara de Almodóvar, em um apartamento situado em uma rua de Madrid, onde o espanhol vive realmente, e as paredes com quadros do próprio Almodóvar. O personagem se confunde com o próprio diretor, é mais que uma autobiografia, um trabalho que faz um brinde ao cotidiano e a todas as alegrias e agruras de Almodóvar.

Um filme sensível, vibrante, libertador e ao mesmo tempo provocante. ‘Dor e Glória’ mostra que o mestre Almodóvar está mais ativo do que nunca e com muito ainda a oferecer.

Cotação: 4/5 poltronas.

Por: Cesar Augusto Mota

Festival de Cannes 2019: Favorito, espanhol Pedro Almodóvar tenta levar Palma de Ouro pela 1ª vez

Festival de Cannes 2019: Favorito, espanhol Pedro Almodóvar tenta levar Palma de Ouro pela 1ª vez

A relação é antiga e quase que indissociável. Quem fala do Festival de Cannes não se esquece de vinculá-lo ao premiado cineasta espanhol Pedro Almodóvar, vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro com Tudo sobre Minha Mãe (2000) e Fale com Ela (2002).

A primeira participação de Almodóvar em Cannes foi em 1983, quando produziu juntamente de Javier Garcillán o filme ‘Labirinto das paixões’, que não teve grande público. Mais tarde, em 2000, o cineasta faturou o Prêmio de Melhor Direto por ‘Tudo sobre Minha Mãe’. Em 2006, levou o troféu de Melhor Roteiro por ‘Volver’ e em 2011 foi agraciado com o Prêmio da Juventude pelo filme ‘A Pele que Habito’.

Almodóvar também já integrou o júri do Festival de Cannes, em 1992 e em 2017, ano em que foi presidente.Porém, falta um prêmio em sua vasta galeria, a Palma de Ouro, que já disputou por cinco vezes. Sua sexta tentativa será com o filme ‘Dor e Glória’, que traz Penélope Cruz e Antonio Banderas como protagonistas, exibido ontem (17) e bastante aplaudido pelo público no Palácio dos Festivais.

Em ‘Dor e Glória’, Banderas é um melancólico cineasta em declínio que se vê obrigado a pensar sobre as escolhas que fez na vida quando seu passado retorna. Entre lembranças e reencontros, ele reflete sobre sua infância na década de 1960, seu processo de imigração para a Espanha, seu primeiro amor maduro e sua relação com a escrita e com o cinema. Cruz interpreta a mãe do diretor.

Apesar da ovação do público e da afirmação de ter vivido “uma experiência excepcional” na noite de ontem, o espanhol é cauteloso. “Isso não significa que vou ganhar, conheço as regras do jogo muito bem”, afirmou.

O júri da 72ª edição do Festival de Cannes é presidido pelo cineasta mexicano Alejandro González Iñárritu, e o vencedor da Palma de Ouro será conhecido no dia 25 de maio.

Crédito da foto: RFI

Por: Cesar Augusto Mota

 

Em meio a aplausos e vaias, ‘Okja’, filme da Netflix, faz história no Festival de Cannes

Em meio a aplausos e vaias, ‘Okja’, filme da Netflix, faz história no Festival de Cannes

No centro das discussões desde o início da realização do Festival de Cannes 2017, a plataforma Netflix fez história e teve sua primeira produção exibida durante o evento na última sexta-feira (19). Trata-se do filme ‘Okja’, do cineasta Bong Joon-Ho, disponibilizado diretamente pelo serviço VOD (video on demand), sem passar pelas salas de exibição.

A produção, estrelada por Tilda Swinton e Jake Gyllenhaal, foi vaiada pelo público durante os dez primeiros minutos por ter sido projetada em formato errado, o que ocasionou um pedido posterior de desculpas dos organizadores da premiação. Apesar do incidente e da polêmica na abertura da cerimônia, ocasião em que o diretor Pedro Almodóvar, que preside o júri do festival, afirmou que Palma de Ouro não deveria ser entregue a um filme que não passou por salas de exibição, ‘Okja’ foi bastante ovacionado pelos presentes na sessão.

Após a exibição, houve uma coletiva de imprensa, na qual o diretor Bong Joon-Ho fez questão de colocar panos quentes em torno da declaração de Almodóvar, além de aproveitar para elogiar o presidente do júri do evento.
“”Estou apenas muito feliz que [Almodóvar] verá o filme hoje à noite. Estou bem, ele pode dizer o que quiser. Sou um grande fã dele, então o fato dele falar sobre o filme já me deixa contente.”, disse Jooh-Ho de forma serena.

Tilda Swinton também se manifestou sobre o assunto e falou da importância da exibição de produções feitas por serviços streaming no Festival de Cannes.

“Trata-se de uma declaração feita pelo presidente, e é realmente importante que ele se sinta livre para fazer qualquer declaração que achar pertinente. Mas a verdade é que não viemos pelos prêmios, mas para exibir este filme. Temos o absoluto privilégio de exibir Okja nesta tela. Creio que seja uma enorme e realmente interessante conversa que está apenas começando, mas o que realmente acho é que há espaço para todos”, destacou a atriz.

O FILME

SINOPSE: Nova York, 2007. Lucy Mirando (Tilda Swinton), a CEO de uma poderosa empresa, apresenta ao mundo que uma nova espécie animal foi descoberta no Chile. Apelidada de “super porco”, ela é cuidada em laboratório e tem 26 animais enviados para países distintos, de forma que cada fazenda que o receba possa apresentá-lo à sua própria cultura local. A ideia é que os animais permaneçam espalhados ao redor do planeta por 10 anos, sendo que após este período participarão de um concurso que escolherá o melhor super porco. Uma década depois, a jovem Mija (Seo-Hyun Ahn) convive desde a infância com Okja, o super porco fêmea criado pelo avô. Prestes a perdê-la devido à proximidade do concurso, Mija decide lutar para ficar ao lado dela, custe o que custar.

TRAILER

 

‘Okja’ teve orçamento de US$ 50 mi e chega à Netflix em 28 de junho de 2017.

Por: Cesar Augusto Mota