“Green Book” é um daqueles filmes que, dificilmente, receberia críticas negativas. É aquela história cheia de sutilezas e ensinamentos. Apaixonantes para todos os gostos.
Histórias fictícias – se bem escritas – podem gerar um excelente filme. No entanto histórias reais, geralmente, rendem um filme de Oscar. É o caso de “Green Book”.
Estreado pelo intenso e sagaz Mahershala Ali, impecável no papel de Dr. Don Shirley e por Viggo Mortesen (Tony Lip) – eterno Aragorn – o filme discorre sobre uma amizade improvável entre um segurança de um bairro ítalo-americano no Bronx, e um pianista negro conhecido mundialmente. Nem a mente mais criativa de um produtor conceituado poderia imaginar uma história tão vigorosa. A amizade inicia-se quando Tony Lip é contratado como motorista de Dr. Don Shirley, que precisa de alguém para guiá-lo em sua turnê de shows de Manhattan até o Deep South. Ao longo do filme, a intolerância inicial de dois homens muito diferentes encontra terreno comum em uma viagem musical e elegante. No momento inicial de sua aventura, entendemos o nome do filme. Green Book, na tradução Livro Verde, é o guia sobre os poucos estabelecimentos que eram seguros para afro-americanos, na década de 60. Numa história que envolve realidades diferentes de pessoas com vivências quase antagônicas, confrotando situações de racismo, e seus perigos e injustiças – eles são forçados a deixar de lado suas diferenças para conseguirem completar a turnê. A amizade, então, intensifica-se nesse ambiente hostil que os aproxima. Uma amizade incerta transforma-se em uma relação inacreditável de afeto, apoio e companheirismo. Tal amizade se torna tão peculiar que Dr. Shirley ajuda Tony a escrever românticas cartas para a esposa, a doce Dolores, vivida pela ainda mais doce Linda Cardellini. O racismo passa a ser apenas pano de fundo para essa história de amizade. Green Book não é um filme sobre lugares que podiam ser ou não frequentados por negros, não é sobre racismo ou preconceito. É sobre amizade, sobre a mais profunda amizade entre duas pessoas completamente diferentes e, ainda assim, iguais. O que mais comove é que são pessoas reais, e o filme é apenas uma pequena parte dessa história estraordinária. Green Book é um filme sobre respeito, sobre nobreza e sobre ter um olhar divertido sobre as piores situações.
Dirigido por Peter Farrelly , o filme leve, elegante e divertido. O roteiro inspirador é permeado de humor e drama, na dose perfeita. O filme é, merecidamente, um dos favoritos para o Oscar; e poderá facilmente desbancar todos os outros concorrentes e levar a estatueta para a casa.
