Longas da RT Features estão entre os melhores exibidos no Festival de Cannes

Longas da RT Features estão entre os melhores exibidos no Festival de Cannes

A edição de 22 de maio da Hollywood Reporter traz matéria especial sobre o 72º Festival de Cannes e elege os 14 melhores longas apresentados durante o evento na França, que termina com o anúncio dos vencedores no próximo sábado (25/5). Entre os filmes eleitos pela revista, estão os três longas produzidos pela RT Features, do brasileiro Rodrigo Teixeira: A VIDA INVISÍVEL DE EURÍDICE GUSMÃOTHE LIGHTHOUSE e PORT AUTHORITY.

Exibido na competição oficial na mostra Un Certain Regard, o novo filme de Karim Aïnouz A VIDA INVISÍVEL DE EURÍDICE GUSMÃO, livremente inspirado no livro homônimo de Martha Batalha, é produzido em parceria com a alemã Match Factory e traz no elenco Fernanda Montenegro, Carol Duarte, Júlia Stockler e Gregório Duvivier. De acordo com o crítico da revista, David Rooney, “o filme é muito mais complexo do que seu enredo sugere, com sinuosas passagens sedutoras, tenras, tristes e brutas”.

Classificado pela Hollywood Reporter como “claustrofóbico, um conto alucinatório, que mistura lendas marítimas, mitologia e terror sobrenatural”, THE LIGHTHOUSE, de Robert Eggers (A Bruxa) e protagonizado por Willem Dafoe e Robert Pattinson foi exibido na Quinzena dos Realizadores, arrancando aplausos do público e da crítica.

Também exibido na competição da mostra Un Certain Regard, PORT AUTHORITY, da diretora Danielle Lessovitz, foi elogiado pela crítica por trazer à tona a cena queer de Nova York, ao contar a história de amor entre Paul e Wye, uma mulher transexual, interpretada por Leyna Bloom, a primeira trans negra na Competição Oficial do Festival de Cannes.

Sinopse “The Lighthouse” 
De Robert Eggers, mesmo diretor visionário da obra prima moderna de terror, A Bruxa, chega este conto hipnótico e alucinante de dois guardas de farol em uma remota ilha na Nova Inglaterra nos idos de 1890.

Sinopse “A Vida Invisível de Eurídice Gusmão” 
Rio de Janeiro, 1950. Eurídice, 18, e Guida, 20, são duas irmãs inseparáveis. Ambas têm um sonho: uma, se tornar uma pianista profissional; a outra, encontrar o amor verdadeiro. As duas são separadas pelo pai e forçadas a viver distantes. Sozinhas, elas irão tomar as rédeas dos seus destinos, enquanto nunca desistem da esperança de se reencontrar.

Sinopse “Port Authority” 
Nos degraus da estação central de ônibus de Nova York, Port Authority, uma garota chamada Wye dança vogue com seus irmãos. Paul, um jovem recém-chegado em NY, observa-a fascinado pela sua beleza. Assim que a procura, um amor intenso floresce entre eles.
Wye apresenta-o para a comunidade de baile KIKI, uma subcultura LGBTQ underground e para sua casa, uma família escolhida por ela mesma. Mas quando Paul percebe que Wye é transexual, ele é forçado a confrontar seus sentimentos por ela e pelas forças sociais que buscam romper seus laços.

 

 

A vida invisível de Eurídice triunfa no Festival de Cannes

A vida invisível de Eurídice triunfa no Festival de Cannes

Sétimo filme de Karim Aïnouz, ‘A VIDA INVISÍVEL DE EURÍDICE GUSMÃO’ fez a sua estreia mundial na última segunda-feira, dia 20, no Festival de Cannes, dentro da mostra Un Certain Regard, mesma divisão na qual o diretor lançou, em 2002, ‘Madame Satã’, primeiro longa de sua carreira. A sessão teve reação entusiasmada da plateia, que aplaudiu o filme por mais de 15 minutos. Após a exibição, o diretor dedicou o trabalho às mães solo e às mulheres que resistem:

‘O Brasil é um dos países que mais mata mulheres no mundo e também um dos países com o maior numero de mães solo. Eu dedico este filme as estas e a todas as mulheres. Eu gostaria de homenagear não a sobrevivência, mas a resistência. É importante também falarmos sobre a intolerância, esse sentimento devastador que ameaça e divide não só o Brasil, mas o mundo inteiro e contra o qual o amor é uma das formas mais poderosas de resistência’, disse Karim, que também fez questão de agradecer a generosidade de Fernanda Montenegro, atriz convidada do longa.

O diretor ainda dedicou a sessão a todos os que estiveram na rua durante o 15M, lutando pela continuidade da educação no Brasil e pelo futuro. ‘Somos sempre mais fortes juntos do que separados’, disse Karim.

Em pouco tempo, o filme já recebeu elogios de algumas das mais prestigiosas publicações do segmento de cinema no mundo. Segundo David Rooney, do The Hollywood Reporter, “‘A Vida Invisível de Eurídice Gusmão’ é um drama assombroso que celebra a resiliência das mulheres, mesmo quando elas suportam existências combalidas”, diz Rooney, que ainda chama a atenção para as texturas brilhantes, as cores ousadas e os sons exuberantes que servem para ”intensificar a intimidade do deslumbrante melodrama de Karim Aïnouz sobre mulheres cujas independências mentais permanecem inalteradas, mesmo quando seus sonhos são destruídos por uma sociedade patriarcal sufocante”.

Já para Lee Marshall, do Screen Daily, Karim prova que o “eletrizante e emocionante” filme de época pode ser apresentado de forma verdadeira e ao mesmo tempo ser um deleite. “Com a forte reação crítica e o boca-a-boca que essa contundente e bem-acabada saga familiar parece suscitar, é quase certo que o filme viaje para além do Brasil e dos territórios de língua portuguesa”, prevê o crítico, que adverte: “É melhor você deixar um lenço separado para as cenas finais”.

Livre adaptação do romance homônimo de Martha Batalha, ‘A VIDA INVISÍVEL DE EURÍDICE GUSMÃO’, que tem previsão de lançamento no circuito comercial em novembro deste ano, é uma produção da RT Features, de Rodrigo Teixeira, em coprodução com a alemã The Match Factory e os brasileiros Sony Pictures Brasil, Canal Brasil e Naymar (infraestrutura audiovisual).

Sobre o filme: 

Definido pelo cineasta como um melodrama tropical, a obra traz nos papeis principais duas jovens estreantes no cinema. Tanto Carol Duarte, reconhecida por seu trabalho na TV aberta, como Julia Stockler, experiente atriz de teatro, foram escolhidas após participarem de um concorrido teste com mais de 300 candidatas. O elenco traz ainda Fernanda Montenegro, como atriz convidada, Gregorio Duvivier, Bárbara Santos, Flavio Bauraqui e Maria Manoella.

“Eu trabalhei com um maravilhoso grupo de atrizes e atores. Eles são todos muito diferentes, de diferentes gerações, diferentes registros de atuação – e o desafio foi alcançar o mesmo tom, a mesma vibração”, conta o diretor.

“Eu fiquei profundamente tocado quando eu li o livro. Disparou memórias intensas da minha vida. Eu fui criado no nordeste dos anos 60, numa sociedade machista e conservadora, dentro de uma família matriarcal. Os homens ou haviam indo embora ou eram ausentes. Numa cultura patriarcal, eu tive a oportunidade de crescer numa família onde as mulheres comandavam o espetáculo – elas eram as protagonistas”, recorda Aïnouz. “O que me levou a adaptar ‘A Vida Invisível de Eurídice Gusmão’ foi o desejo de dar visibilidade a tantas vidas invisíveis, como as da minha mãe, minha avó, das minhas tias e de tantas outras mulheres dessa época. As histórias dessas personagens não foram contadas o suficiente, seja em romances, livros de história ou no cinema”, completa.

Segundo o diretor, trata-se de um melodrama tropical porque a abordagem mistura preceitos clássicos do gênero, mas com um olhar que busca se adaptar a uma contemporaneidade brasileira.

“Eu sempre quis fazer um melodrama que pudesse ser relevante para os nossos tempos. Como eu poderia me engajar com o gênero e ainda torná-lo contemporâneo?  Como eu poderia criar um filme que fosse emocionante como uma grande ópera, em cores florescentes e saturadas, maior que a vida? Eu me lembrava de Janete Clair e das novelas lá do início. Eu queria fazer um melodrama tropical filmado no Rio de Janeiro, uma cidade entre a urbis e a floresta”, pondera.

Rodrigo Teixeira foi o responsável por amarrar o projeto com o diretor. Ao receber o manuscrito de Martha Batalha, o produtor acreditou que Aïnouz seria a melhor pessoa a contar a história, não apenas pelo estilo de sua filmografia, mas também pela interseção entre o livro e a história familiar do diretor, onde observou a invisibilidade das mulheres conduzidas por uma geração machista.

“Quando eu li o livro eu pensei muito no Karim, tanto pela narrativa ter relação com a história pessoal de vida dele, especificamente com o momento que ele estava vivendo naquela época, e também porque o universo me remetia muito a dois filmes dele: ‘O Céu de Suely’ e ‘Seams’, o primeiro de sua carreira, ambos projetos que falam de mulheres fortes, que lutam para sobreviver na nossa sociedade”, explica Teixeira. “Além disso, há tempos Karim me dizia que gostaria de filmar um melodrama, que queria realizar um longa que se aproximasse de Fassbinder, de Sirk. E vi nessa história da Martha Batalha um potente melodrama a ser adaptado. Por tudo isso, tive a certeza que era um filme para ele dirigir. Fazia tempo que estávamos buscando uma grande história para voltarmos a trabalhar juntos, então enviei para ele o manuscrito e ele topou na hora”, continua o produtor.

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As irmãs Guida e Eurídice são como duas faces da mesma moeda – irmãs apaixonadas, cúmplices, inseparáveis. Eurídice, a mais nova, é uma pianista prodígio, enquanto Guida, romântica e cheia de vida, sonha em se casar e ter uma família. Um dia, com 18 anos, Guida foge de casa com o namorado. Ao retornar grávida, seis meses depois e sozinha, o pai, um português conservador, a expulsa de casa de maneira cruel. Guida e Eurídice são separadas para sempre e passam suas vidas tentando se reencontrar, como se somente juntas fossem capazes de seguir em frente.

Com roteiro assinado por Murilo Hauser, em colaboração com a uruguaia Inés Bortagaray e o próprio diretor, o longa – ambientado majoritariamente na década de 50 – foi rodado no Rio de Janeiro, nos bairros da Tijuca, Santa Teresa, Estácio e São Cristóvão.

A direção de fotografia é da francesa Hélène Louvart, que assina seu primeiro longa brasileiro e acumula trabalhos importantes na carreira, como os filmes ‘Pina’, de Wim Wenders; ‘The Smell of Us’, de Larry Clark; ‘As Praias de Agnes’, de Agnès Varda; e ‘Lázaro Feliz’, de Alice Rohwacher, entre outros.  A alemã Heike Parplies, responsável pela edição do longa-metragem ‘Toni Erdmann’, do diretor Maren Ade, indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, assina a montagem.

‘A VIDA INVÍSIVEL DE EURÍDICE GUSMÃO’ é uma coprodução entre Brasil (Sony Pictures e Canal Brasil) e Alemanha (Pola Pandora), na qual a empresa alemã The Match Factory é responsável pelas vendas internacionais.

SINOPSE 

Rio de Janeiro, 1950. Eurídice, 18, e Guida, 20, são duas irmãs inseparáveis que moram com os pais em um lar conservador. Ambas têm um sonho: Eurídice o de se tornar uma pianista profissional e Guida de viver uma grande história de amor. Mas elas acabam sendo separadas pelo pai e forçadas a viver distantes uma da outra. Sozinhas, elas irão lutar para tomar as rédeas dos seus destinos, enquanto nunca desistem de se reencontrar.

FICHA TÉCNICA  

Direção: Karim Aïnouz
Roteiro: Murilo Hauser
Co-roteiro: Inés Bortagaray e Karim Aïnouz
Baseado na obra homônima de Martha Batalha
Elenco: Carol Duarte, Julia Stockler, Gregorio Duvivier, Bárbara Santos, Flávia Gusmão, Antônio Fonseca, Flavio Bauraqui, Maria Manoella e participação especial de Fernanda Montenegro.
Produtor: Rodrigo Teixeira
Co-produtores: Michael Weber e Viola Fugen.
Empresas produtoras: RT Features, Pola Pandora, Sony Pictures, Canal Brasil e Naymar.
Produtores Executivos:  Camilo Cavalcanti, Mariana Coelho, Viviane Mendoça, Cécile Tollu-
Polonowski, André Novis
Produtor Associado: Michel Merkt
Diretora Assistente: Nina Kopko
Direção de Fotografia: Hélène Louvart (AFC)
Direção de Arte: Rodrigo Martirena
Figurino: Marina Franco
Maquiagem:  Rosemary Paiva
Diretora de Produção: Silvia Sobral
Montagem: Heike Parplies (BFS)
Montagem de som: Waldir Xavier
Som direto: Laura Zimmerman
Música Original: Benedikt Schiefer
Mixagem: Björn Wiese
Idioma: Português
Gênero: Melodrama
Ano: 2019
País: Brasil

SOBRE O DIRETOR  

Formado em Arquitetura pela Universidade de Brasília, Karim fez mestrado em Teoria do Cinema pela Universidade de Nova York e participou do Whitney Independent Study Program. Cineasta premiado mundialmente, roteirista e artista visual, realizou diversos curtas-metragens, documentários e instalações. Dirigiu os longas-metragens ‘Madame Satã’ (2002), ‘O Céu de Suely’ (2006), ‘Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo’ (2009, codirigido com Marcelo Gomes), ‘O Abismo Prateado’ (2011, produzido pela RT Features), ‘Praia do Futuro’ (2014), além do documentário ‘Aeroporto Central’ (2018). O próximo longa-metragem, ‘A Vida Invisível de Eurídice Gusmão’, tem previsão de lançamento em novembro de 2019. Para a televisão, dirigiu a minissérie ‘Alice’, filmada no Brasil e transmitida pelo canal HBO em 2008. Aïnouz é um dos tutores do laboratório de roteiros do Porto Iracema das Artes em Fortaleza e membro da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.

 

Por Anna Barros

Quentin Tarantino pede que não dêem spoiler de seu novo filme

Quentin Tarantino pede que não dêem spoiler de seu novo filme

A passagem de Quentin Tarantino e seu novo filme, “Era Uma Vez em Hollywood”, pelo Festival de Cannes deste ano tem sido tudo menos discreta. Depois de todo um clima de vai-não-vai sobre a participação da produção na seleção oficial do evento, o épico hollywoodiano do cineasta agora está prestes a fazer sua premiere no exato dia do aniversário de 25 anos da estreia de “Pulp Fiction” no mesmo festival.

Nem tudo é celebração para o diretor, porém. Na manhã da última segunda-feira, 21 de maio, a Sony Pictures lançou em suas redes sociais uma carta datilografada e assinada por Tarantino que pede ao público de Cannes que não compartilhe quaisquer detalhes sobre a trama do filme, que será exibido amanhã na Croisette. “Eu amo cinema, Vocês amam o cinema. É a jornada de descobrir a história pela primeira vez.” escreve o cineasta, que ainda pede que “todo mundo evite revelar qualquer coisa que previna outros de experimentar o filme da mesma forma”. Confira abaixo o documento na íntegra:

 

Red Carpet do Festival de Cannes 2019

Red Carpet do Festival de Cannes 2019

Entre os dias 14 e 25 de maio Cannes recebe a edição 2019 do tradicional festival de cinema, se transformando no centro das atenções do mundo da dramaturgia internacional. Aqui, reunimos todos os looks das estrelas que cruzam o red carpet do evento.

O filme brasileiro Bacurau concorre à Palma de Ouro do Festival de Cannes.

Confiram os looks das estrelas no Red Carpet d e uma das cidades mais badaladas da Riviera Francesa.