A 91ª edição do Academy Awards ocorreu neste domingo (24) no Teatro Dolby, em Los Angeles, numa noite histórica. Após 30 anos, a cerimônia não contou com um apresentador oficial, e, dentre os premiados, dividiram a atenção os filmes ‘Pantera Negra’ e ‘Bohemian Rhapsody’.
O primeiro filme levou três estatuetas: melhor figurino, melhor direção de arte e melhor trilha sonora. Esses são os primeiros Oscars da Marvel – e em dois prêmios (figurino e direção de arte), as primeiras vezes que mulheres negras foram premiadas. Já o segundo levou quatro prêmios, com Rami Malek se consagrando como melhor ator. Em seu discurso de agradecimento, Malek se lembrou do astro Freddy Mercury e dividiu os méritos com a banda Queen, da qual o astro era líder.
Outros destaques da noite foram Mahershala, o vencedor do Oscar de ator coadjuvante por ‘Green Book-O Guia’, Olivia Colman, vencedora do Oscar de Melhor Atriz por ‘A Favorita’ e Alfonso Cuarón, ganhador de três prêmios numa mesma noite, como melhor fotografia, melhor filme estrangeiro e melhor diretor (Roma). É o quarto Oscar em sua carreira, tendo vencido também o prêmio de melhor diretor com ‘Gravidade’ (2014). Outro marco histórico é que a premiação de ‘Roma’ representa a primeira estatueta do México de melhor filme estrangeiro
As duas surpresas da noite ficaram com Olivia Colman, que desbancou Glenn Close (A Esposa) na categoria de melhor atriz e ‘Green Book-O Guia’, dirigido por Peter Farrelly, que venceu o favoritismo de Roma, de Alfonso Cuarón, no Oscar de melhor filme.
Confira abaixo a lista completa com os vencedores do Oscar 2019:
Melhor Atriz Coadjuvante: Regina King (Se a Rua Beale Falasse)
Melhor Documentário: Free Solo (National Geographic)
Melhor Maquiagem e Penteado: Vice
Melhor Figurino: Pantera Negra
Melhor Direção de Arte: Pantera Negra
Melhor Fotografia: Roma
Melhor Edição de Som: Bohemian Rhapsody
Melhor Mixagem de Som: Bohemian Rhapsody
Melhor Filme Estrangeiro: Roma
Melhor Edição: Bohemian Rhapsody
Melhor Ator Coadjuvante: Mahershala Ali (Green Book – O Guia)
Melhor Animação: Homem-Aranha no Aranhaverso
Melhor Curta de Animação: Bao
Melhor Documentário de Curta-Metragem: Absorvendo o Tabu
Melhores Efeitos Visuais: O Primeiro Homem
Melhor Curta-Metragem: Skin
Melhor Roteiro Original: Green Book-O Guia
Melhor Roteiro Adaptado: Infiltrado na Klan
Melhor Trilha Sonora Original: Pantera Negra
Melhor Canção Original: Shallow (Nasce uma Estrela)
Longa de Alfonso Cuarón será exibido nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro
Lançado pela Netflix em 14 de dezembro, ROMA ganha sessões especiais em algumas salas de cinema do Brasil. Em fevereiro, a Vitrine Filmes levará o longa para exibições nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. Os ingressos podem ser adquiridos no site http://vitrinefilmes.eventbrite.com.
Do diretor vencedor do Oscar® Alfonso Cuarón (“Gravidade” e “Filhos da Esperança”), ROMA foi premiado no Globo de Ouro 2019 nas categorias Melhor Direção e Melhor Filme Estrangeiro. Além disso, o filme recebeu o Leão de Ouro, prêmio máximo do Festival de Veneza, em setembro de 2018.
Sobre ROMA
ROMA é o projeto mais pessoal do diretor e roteirista vencedor do Oscar® Alfonso Cuarón (Gravidade, Filhos da Esperança, E Sua Mãe Também). A história retrata a vida de Cleo (Yalitza Aparicio), empregada doméstica de uma família de um bairro de classe média da Cidade do México chamado Roma. Em uma declaração de amor às mulheres que o criaram, Cuarón se inspira na própria infância para traçar um retrato vívido e comovente dos conflitos domésticos e da hierarquia social durante as turbulências políticas dos anos 70. Esse é o primeiro projeto de Cuarón desde o inovador Gravidade, em 2013.
Além do Brasil, ROMA também terá sessões em cinemas selecionados em Los Angeles, Nova York e outras cidades nos Estados Unidos, México, Toronto e Londres. Desde o dia da estreia, 21 de dezembro, ROMA amplia o circuito de exibição nos Estados Unidos e em mais de 700 cinemas globalmente, incluindo em formato 70mm.
Sobre a Netflix
A Netflix é o principal serviço de entretenimento por internet do mundo. São 130 milhões de assinaturas em mais de 190 países assistindo a séries, documentários e filmes de diversos gêneros e idiomas. O assinante Netflix pode assistir a quantos filmes e séries quiser, quando e onde quiser, em praticamente qualquer tela com conexão à internet. O assinante pode assistir, pausar e voltar a assistir a um título sem comerciais e sem compromisso.
Sobre a Vitrine Filmes
Em nove anos, a Vitrine Filmes distribuiu mais de 130 filmes. Entre seus maiores sucessos estão “Aquarius” e “O Som ao Redor”, de Kleber Mendonça Filho, “Hoje Eu Quero Voltar Sozinho”, de Daniel Ribeiro e o americano “Frances Ha”, dirigido por Noah Baumbach, indicado ao Globo de Ouro. Mais recentemente a distribuidora lançou “O Filme da Minha Vida”, terceiro longa como diretor de Selton Mello, e “Divinas Divas”, dirigido por Leandra Leal, o documentário mais visto no ano.
No ano passado, alguns dos mais importantes lançamentos da Vitrine foram “O Processo”, de Maria Augusta Ramos, que entrou para a lista dos 10 documentários mais vistos da história do cinema nacional, “Benzinho”, dirigido por Gustavo Pizzi e protagonizado por Karine Teles, exibido no Festival de Sundance e “Uma Noite de 12 Anos”, exibido no Festival de Veneza.
Em 2019 a Vitrine Filmes fará sessões especiais em cinemas brasileiros de “Roma”, dirigido por Alfonso Cuarón e vencedor de dois Globos de Ouro. Entre os lançamentos do ano estão “Divino Amor”, dirigido por Gabriel Mascaro e com Dira Paes no elenco, “Bacurau”, novo filme do diretor Kleber Mendonça Filho, com Sonia Braga, Karine Teles, Udo Kier e Silvero Pereira e “Pedro” novo longa da diretora Laís Bodanzky, produzido e protagonizado por Cauã Reymond.
Além disso a Vitrine Filmes segue pelo terceiro ano consecutivo com o projeto de distribuição coletiva de filmes Sessão Vitrine Petrobras, que durante o ano todo irá lançar 10 longas nacionais em mais de 25 cidades do Brasil.
A aclamação em torno do mais recente longa de Alfonso Cuarón, o autobiográfico “Roma“, é totalmente justificada. Com uma incrível dose de sensibilidade e pitadas do amargor latino-americano da década de 1970 (o título do filme remete a um bairro da Cidade do México), o lançamento da Netflix já garantiu dois Globos de Ouro ao diretor mexicano e chega ao Oscar indicado a dez categorias – o que já não seria nada mal para um filme americano, é uma fantástica realização para uma produção do México. “Roma” é favoritíssimo (com ‘F’ maiúsculo, diria o outro) ao prêmio de Melhor Filme Estrangeiro, mas não surpreenderia com vitórias em outras categorias, seja por roteiro, edição ou direção.
O filme é protagonizado por Cleo (Yalitzia Aparicio), empregada doméstica de uma família de classe média, da qual Sofía (Marina de Tavira) é matriarca – são quatro crianças na casa. A trama desenrola-se pelas histórias pessoais das duas, especialmente no que tange à gravidez de Cleo e à crise do casamento de Sofía com Antonio (Fernando Grediaga), recorrentemente utilizando como plano de fundo o cuidado para com as crianças.
A edição de “Roma” é absolutamente magistral. Filmado em branco e preto, o longa traz uma fotografia que impressiona. Pode ser, sim, considerado monótono por alguns, mas a capacidade de reflexão a que induz contrapõe-se a qualquer lentidão, especialmente na abordagem de questões sociais e étnicas. Há um bom uso de antíteses para tais reflexões: rico x pobre, confronto evidenciado pela classe-média da família e pela pobreza do bairro onde Cleo procura seu (ex)namorado Fermín (Jorge Antonio Guerrero); americano x mexicano, observado em uma reunião dos latinos com a parcela ianque da família; e mesmo os elementos, céu x terra x água x fogo, que surgem, respectivamente, em filmagens de aviões, nas fezes do cachorro, na lavagem do quintal/na ida à praia e no incêndio do rancho.
Algumas de suas cenas tendem a se marcar na eternidade do cinema, principalmente a belíssima passagem na praia, já na parte final do longa, que tem tocado até os corações mais molengas. Ou mesmo a cena em que a bolsa de Cleo se rompe em meio aos conflitos de uma manifestação de estudantes. São sequências muito poderosas.
Em seu Twitter, o atual detentor do Oscar de Melhor Diretor (e de Melhor Filme), o também mexicano Guillermo del Toro (“A Forma da Água”), fez uma análise de “Roma” em dez postagens. Então, não parece exatamente necessário que o pseudo-crítico deste blog continue a divagar sobre as intensidades de Roma. Clique aqui e leia o que pensa del Toro, que não surpreenderia se tivesse de “passar o bastão” de melhor diretor pela Academia a Cuarón. Se isso de fato ocorrer, seria o quinto Oscar mexicano na categoria apenas nesta década – além de del Toro no ano passado, Alejandro González Iñárritu venceu duas vezes (por “Birdman” e “O Regresso”, em 2015 e 2016, respectivamente) e o próprio Cuáron, que agora apresenta sua obra-prima, faturou por “Gravidade”, em 2014. Impressionante.
Sinopse: Cidade do México, 1970. A rotina de uma família de classe média é controlada de maneira silenciosa por uma mulher (Yalitza Aparicio), que trabalha como babá e empregada doméstica. Durante um ano, diversos acontecimentos inesperados começam a afetar a vida de todos os moradores da casa, dando origem a uma série de mudanças, coletivas e pessoais.
O filme ‘Roma’, do cineasta mexicano Alfonso Cuarón, faturou neste sábado (08), o Leão de Ouro da 75.ª edição do Festival de Cinema de Veneza. Cuarón sucede o conterrâneo Guillermo del Toro como vencedor do prêmio, obtido no ano passado com ‘A Forma da Água’, que posteriormente levou o Oscar de melhor filme.
Roma aborda um ano turbulento na vida de uma família de classe média na Cidade do México, na década de 1970. O filme é produzido pela Esperanto Filmoj e Participant Media, e estará disponível nos cinemas e na Netflix ainda em 2018.
Confira abaixo a lista completa dos vencedores do 75.º Festival de Cinema de Veneza:
Seção oficial
Leão de Ouro: Roma, de Alfonso Cuarón
Leão de Prata de melhor diretor: Jacques Audiard, por The Sisters Brothers
Grande Prêmio do Júri: The Favourite, de Yorgos Lanthimos
Prêmio Especial do Júri: The Nightingale, de Jennifer Kent
Copa Volpi de melhor atriz: Olivia Colman, por The Favourite
Copa Volpi de melhor ator: Willem Dafoe, por Ay Eternity’s Gate
Melhor roteiro: Ethan y Joel Coen, por The Ballad of Buster Scruggs
Prêmio Marcello Mastroianni de melhor intérprete revelação: Baykali Ganambarr, por The Nightingale
Seção Horizontes
Melhor filme: Kraben rahu, de Phuttiphong Aroonpheng
Melhor diretor: Emir Baigazin, por Ozen
Prêmio Especial do júri: Anons, de Mahmut Fazil Coskun
Melhor interpretação feminina: Natalya Kudryashowa, por The Man Who Surprised Everyone
Melhor interpretação masculina: Kais Nashif, por Tel Aviv on Fire
Melhor roteiro: Pema Tseden, por Jinpa
Melhor curta metragem: Kado, de Aditya Ahmad
Prêmio Luigi di Laurentiis de melhor estreia: The Day I Lost my Shadow, de Soudade Kaadan
Prêmio ao melhor filme de realidade virtual: Spheres, de Eliza McNitt
Prêmio de melhor experiência em realidade virtual: Buddy VR, de Chuck Chae
Prêmio de melhor história de realidade virtual: L’île des morts, de Benjamin Nuel