Poltrona Alternativa #02: A casa dos contos de Fada – Eleanor´s Secret

Poltrona Alternativa #02: A casa dos contos de Fada – Eleanor´s Secret

11241277_ori

Sou professora,  alfabetizadora, e reafirmei meus ideais sobre o ensino do ler e escrever assistindo esta animação francesa de 2013. São muitos os extremos, ou você tem domínio da leitura e da escrita ou você não tem. No ambiente infantil a imaginação faz base para todo o processo de aprendizado, porém o adulto, imerso em toda sua problemática pessoal, não consegue a mesma leitura de universo que a criança.

download (1)

Ao se mudar para a casa de sua tia, uma leitora e guardiã de um grande segredo, Natanael herda uma antiga coleção de livros, todos em primeira edição, muitos até datados de cem anos atrás,  infantis, juvenis e adultos.

Aos poucos, o menino descobre que a biblioteca serve também de abrigo para heróis e vilões de contos de fadas que estão em perigo, pois seus pais precisam reformar a casa herdada desta tia que ficou com todo o teto destruído após uma grande tempestade. Natanael  inicialmente não vê  importância neste livros, visto que tem extrema dificuldade com a leitura, não reconhece as letras, não consegue uni-las e formar palavras, assim os oferece para venda, e com a arrecadação poderiam reformar a casa.

Em uma grande aventura, ele terá que salvar os personagens antes que desapareçam das histórias para sempre.

images (1)A delicadeza da animação surpreende muito. Todo um cuidado, um zelo  com a paleta de cores, com as expressões de cada personagem dos livros foi feita  com exímio cuidado. Senti muito pela dublagem no original. Assisti com áudio em francês e legendas em português. Senti muito orgulho de nossos  dubladores, pois eles não transmitem a veracidade dos sentimentos no texto, tudo muito superficial, sem profundidade ( confesso que assisti uma segunda vez em português e lágrimas brotaram dos meus olhos)

Fica a dica de uma animação muito delicada que nos trás  a lembrança de uma infância feliz, cheia de velhos amigos, personagens que encantam até hoje a todos

Clique aqui e confira o trailer (em espanhol). Você encontrar o filme dublado no Netflix

 

Você já ouviu falar de Mashup?

Você já ouviu falar de Mashup?

O mashup é um termo que está na moda. Ele surge na música, onde vários artistas aproveitam ritmos diferentes, os misturam, e daí nasce o mashup, que significa mistura em português.

Na literatura, esse conceito também vem sendo explorado, misturando frases e personagens de livros clássicos de domínio público a histórias mais contemporâneas, de vampiros, zumbis, mutantes e bruxas, na maioria das vezes. Esses são os chamados mashups literários, ou mashup novel, um novo gênero que está ganhando cada vez mais força no Brasil.

Um dos grande movimentos deste novo gênero será retratado no cinema. Sim!!! Orgulho e Preconceito e Zumbis, filme baseado na obra de Seth Grahame-Smith  que chegou ao Brasil pela editora Intrínseca.

download

  • Clique nesta imagem e assista ao trailer do filme no youtube

Uma das finalidades é introduzir a literatura mais clássica aos novos leitores, incentivando os jovens a conhecerem também os grandes nomes da literatura como Jane Austen, Machado de Assis, Bernardo Guimarães e José de Alencar, por exemplo.

Na maioria dos livros de mashup, os autores contemporâneos utilizam frases inteiras do livro original, ou até fazem uma paráfrase. É muito interessante ler a obra clássica e, em seguida, ler o mashup, para identificar o quanto o “novo autor” usou dos grandes escritores.

Porém, a crítica literária não entende dessa forma. Para os críticos, os mashups apenas desvirtuam a obra original, acabando com a genialidade dos autores e, como resultado, fazendo uma história inferior comparativamente à primeira.

Um dos maiores sucessos dos mashups literários é Orgulho e Preconceito e Zumbis, do original de Jane Austen reescrito por Seth Grahame-Smith. O livro vendeu mais de um milhão de exemplares em 2009 e entrou para a lista dos livros mais vendidos do jornal The New York Times. Ao segundo romance de Austen, sobre preconceitos e falsas impressões, foram adicionados zumbis, artes marciais e muita ação. Esse ano, Seth lançou seu mais novo sucesso: Abraham Lincoln – Caçador de Vampiros.

Já no Brasil, Machado de Assis é o autor mais concorrido para sofrer misturas literárias. Dom Casmurro ganhou uma nova versão do autor Lucio Manfredi, intitulada Dom Casmurro e os Discos Voadores. A história adiciona discos voadores, é claro, à obra de Machado. Os olhos de ressaca de Capitu agora têm outro significado, e alienígenas e andróides estão disfarçados entre os personagens da história de Dom Casmurro. O leitor descobre ao longo da trama quem é quem de verdade.

Além dessa, Machado também recebeu uma versão para O Alienista, feita por Natalia Klein, intitulada O Alienista Caçador de Mutantes. O conto original, repleto de tiradas humorísticas e críticas políticas de Machado de Assis, ganha um pouco mais de aventura quando uma nave espacial cai em Itaguaí e uma névoa causa transformações alienígenas nas pessoas. O médico Simão Bacamarte então é escolhido pelo povo para tratar desses mutantes e recebe a alcunha de Alienista, uma mistura de Alien e especialista. Na realidade, o termo alienista significa “especialista em alienação”, como eram chamadas as doenças psíquicas àquela época. A nova versão parece ser bastante engraçada.

A Escrava Isaura de Bernardo Guimarães também ganhou retoques vampirescos em Escrava Isaura e o Vampiro, de Jeovane Nunes. Senhora, livro sobre a poderosa personagem de José de Alencar, acabou virando uma bruxa, literalmente, no livro Senhora, A Bruxa de Angélica Lopes. Muitos outros mashups literários ainda estão surgindo e, por mais que os críticos digam que não, toda maneira de ler vale a pena, mesmo sendo um remake contemporâneo dos livros mais clássicos.

Você já leu algum livro mashup?

Fonte: http://blog.estantevirtual.com.br/2011/05/16/mashups-literarios-os-djs-dos-livros/