Nossa Senhora Aparecida

Nossa Senhora Aparecida

O Brasil celebrou ontem, 12 de outubro, o Dia de Nossa Senhora Aparecida. Nossa CEO Anna Barros destacou em uma publicação no sábado o lançamento do curta metragem “Aparecida” e hoje, atendendo a um pedido especial dela, listo mais alguns filmes relacionados à padroeira do Brasil que podem valer sua atenção:

  • “Aparecida, o Milagre” (2010): talvez seja o longa mais famoso dessa lista. Tem o ator Murilo Rosa como protagonista e é dirigido pela premiada Tizuka Yamasaki. A Anna comentou sobre esse longa aqui no blog quando ele foi lançado, quase 15 anos atrás. Estamos ficando velhos!
  • “O Milagre das Águas” (1987): este também é bastante conhecido. Remonta à história da imagem de Nossa Senhora Aparecida encontrada nas águas do Rio Paraíba do Sul. Dirigido por Ronaldo Pelaquim e Marcos J. Jorge.
  • “Aparecida do Brasil” (2017): documentário produzido pela TV Aparecia juntamente com o History Channel nos 300 anos do encontro da imagem. É apresentado por Rodrigo Alvarez, jornalista muito conhecido por seus vários anos atuando como correspondente internacional da TV Globo, mas que também escreveu diversos livros relacionados à fé católica, sendo um deles justamente “Aparecida: A biografia da santa que perdeu a cabeça, ficou negra, foi roubada, cobiçada pelos políticos e conquistou o Brasil”.
  • “A Imagem da Tolerância” (2018): também um documentário mais recente. Lançado pela Globo Filmes e dirigido por Joana Mariani e Paula Trabulsi. Inclui entrevistas com celebridades e devotos como Maria Bethânia, Padre Fabio de Mello e Nany People.

Destaques de Veneza, edição 81

Destaques de Veneza, edição 81

Começou no último dia 28 de agosto a 81ª edição do tradicionalíssimo Festival Internacional de Cinema de Veneza, na Itália, e hoje separamos alguns destaques que merecem sua atenção ao longo do evento, cujo programa termina no próximo dia 7 de setembro.

  • Abertura com Tim Burton: o novo longa do aclamado cineasta Tim Burton, “Os Fantasmas Ainda se Divertem: Beetlejuice Beetlejuice” foi escolhido para abrir o festival semana passada. A sequência do clássico da comédia de fantasia “Os Fantasmas se Divertem”, de 1988, estrela Michael Keaton, Winona Ryder, Catherine O’Hara e Jenna Ortega. Mas não está na competição pelo prêmio principal.
  • Fechamento com Avati: “L’orto americano”, um terror italiano dirigido por Pupi Avati, será responsável por encerrar os trabalhos do festival.
  • Brasil presente: filmes brasileiros foram escolhidos para as exibições principais, entre eles o documentário “Apocalipse nos Trópicos”, de Petra Costa, e o grande destaque “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles, estrelando Fernanda Torres e Selton Mello na adaptação do livro de Marcelo Rubens Paiva.
  • Leão de Ouro: “Ainda Estou Aqui” é um dos 21 filmes que vão brigar pelo Leão de Ouro de principal filme do festival. Outros destaques na disputa incluem “The Room Next Door”, do genial Pedro Almodóvar, e “Queer”, do ótimo Luca Guadagnino.
  • Fora da disputa: fora da competição, olhos (além de “Beetlejuice Beetlejuice”) em produções como “Wolfs”, filme de Jon Watts que reúne George Clooney e Brad Pitt; o segundo capítulo de “Horizon”, dirigido e estrelado por Kevin Costner – cuja primeira parte estreou em Cannes mas não foi grande sucesso de público e crítica; e “Disclaimer”, série do Apple TV+ criada pelo vencedor do Oscar Alfonso Cuarón e estrelada por Cate Blanchett.

Bom proveito e um ótimo setembro!

Caetano escreve sobre cinema

Caetano escreve sobre cinema

O leitor de um blog de cinema como este certamente… tem interesse em ler sobre cinema, oras bolas, ou não estaria aqui. E por isso minha recomendação de hoje é um novo lançamento literário, em que um dos maiores nomes da cultura brasileira – mais reconhecido pela música, mas com um pé também na sétima arte – reúne escritos de mais de seis décadas sobre cinema.

A Companhia das Letras está colocando nas estantes físicas e virtuais “Cine Subaé”, livro que a própria editora descreve como uma reunião de críticas e depoimentos sobre filmes assinados pelo grande Caetano Veloso entre 1960 e 2023. São 440 páginas de críticas, colunas de jornais, entrevistas e depoimentos de Caetano, que a editora conta que cogitou em sua adolescência se tornar crítico cinematográfico.

“Ao longo da vida, os filmes continuaram a ter papel decisivo em seu estilo de compor canções e conceber visualmente os shows”, diz a sinopse da obra, atentando para a intrínseca relação entre a música e as artes visuais e como Caetano as explora. Já me digo muito curioso para ver o que ele trará para a nova turnê com sua irmã Maria Bethânia, show que assistirei em dezembro no Allianz Parque.

“Cine Subaé” foi organizado por Claudio Leal e Rodrigo Sombra. Conheci o Claudio ano passado, no aniversário de um amigo em comum em um bar em Pinheiros. Tivemos uma excelente conversa. É uma mente privilegiada da cultura brasileira, que colabora frequentemente com a Folha de S.Paulo. Juntando com Caetano e Sombra, é certeza de coisa boa.

Madonna no cinema

Madonna no cinema

Madonna como Evita: Don’t cry for me Argentina (Reprodução/YouTube)

O Brasil para hoje para assistir ao já histórico show de Madonna na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, para um público estimado de 1,5 milhão de pessoas – o maior concerto da carreira da Rainha do Pop. Para onde se olhe, tudo gira em torno de Madonna.

Nossa anfitriã Anna Barros marcará presença no evento e me encarregou de fazer a postagem do dia no Poltrona de Cinema. E é claro que eu não poderia deixar de escrever sobre Madonna, também. Porque além de musicista consagrada, ela tem também uma prolífica carreira de quase três dezenas de longas no cinema.

Como forma de homenageá-la também por aqui, então, vamos revisitar um pouco dessa carreira e recomendar alguns filmes que valem ser vistos e podem ser encontrados em serviços de streaming. Um top 3? Segue:

  • Evita (1996): provavelmente o filme mais lembrado quando se fala de Madonna nas telonas. A Rainha do Pop interpretou a ex-primeira-dama argentina Eva Perón, contracenando com Antonio Banderas e Jonathan Pryce. O papel a rendeu um Globo de Ouro de melhor atriz em filme de comédia ou musical, provavelmente a maior honra de sua carreira cinematográfica. “Evita” pode ser assistido no Star+. Don’t cry for me Argentina.
  • Dick Tracy (1990): Madonna estrelou este filme de Warren Beatty no início dos anos 1990, uma adaptação da história em quadrinhos. Fez também bastante sucesso ao lado do próprio Beatty e Al Pacino, recebendo uma indicação ao Saturn Awards. Canta a canção original “Sooner or Later”, que de Stephen Sondheim, que venceu o Oscar na categoria.
  • A League of Their Own (1992): outro grande sucesso em que Madonna aparece ao lado de nomes como Tom Hanks e Geena Davis, alcançando o topo das bilheterias nos Estados Unidos. Recebeu o título de “Uma Equipe Muito Especial” aqui no Brasil. Pode ser alugado em plataformas como o Amazon Prime Video.

Essa é uma lista justa de destaques. Mas vale mencionar que Madonna também colecionou alguns momentos ruins nas telonas, como “Destino Insólito” (2002), que a rendeu um Framboesa de Ouro de pior atriz.

Este foi, aliás, apenas um dos vários “framboesas” que a Rainha do Pop recebeu, outro sendo – por exemplo – pela ponta que faz em “007: Um Novo Dia para Morrer“, do mesmo ano, no qual ela também canta a música-tema Die Another Day. Ambos os filmes do início do século estão disponíveis on-demand no Amazon Prime e na Apple TV+.

Madonna também se aventurou pela direção e roteiro, com destaque para “Sujos e Sábios” (2008), que foi exibido no Festival de Berlim mas não agradou muito aos críticos, e “WE: O Romance do Século” (2011), outro filme pouco brilhante mas que a rendeu um Globo de Ouro de melhor canção original por Masterpiece. O filme está disponível no MAX.

Goste-se ou não de Madonna na sétima arte, é inegável que estamos tratando de uma artista de mão cheia, no melhor sentido da palavra. Que ela faça um grande show em Copacabana!

Maratona Oscar: Nimona /Gabriel Araujo

Maratona Oscar: Nimona /Gabriel Araujo

Se não fosse pelo compromisso com o blog de escrever esta resenha, eu provavelmente jamais teria assistido a “Nimona”, filme disponível na Netflix e que concorre ao Oscar de Melhor Animação deste ano. Vejo poucos desenhos animados, não tenho exatamente muitos deles na minha lista do que assistir, etc, etc… Pois teria sido um erro.

Em meia hora de “Nimona” eu já havia soltado boas gargalhadas; em uma hora, feito várias reflexões; em um pouquinho mais do que isso, já queria ver de novo.

A recepção esmagadoramente favorável que recebeu da crítica e as indicações e prêmios podem parecer surpreendentes para um filme que enfrentou tanta dificuldade e rejeição até estrear. Mas o produto final é, sim, sensacional e merecedor do resgate pelo qual passou.

Por dificuldade, entenda-se cancelamento. “Nimona” estava sendo desenvolvido por um estúdio ligado à Fox quando a área da empresa foi adquirida pela Disney, que acabou limando a produção. Um erro, como o que teria cometido se não tivesse assistido ao filme? Provavelmente. Talvez um pouquinho maior.

“Nimona”, que é dirigido por Nick Bruno e Troy Quane e baseado na história em quadrinhos homônima de ND Stevenson, felizmente foi resgatado pela Annapurna Pictures e pela Netflix em 2022, e lançado no ano passado.

A animação se desenvolve ao redor da metamorma Nimona, aparentemente apenas uma garotinha (mas que se transforma em animais e outros seres humanos!), e de Ballister, membro de uma equipe de cavaleiros que protege o reino futurista em que vivem de um “monstro”.

No início do longa, Ballister — prestes a se tornar o primeiro plebeu nomeado cavaleiro no reino — sofre uma armação na qual acaba por assassinar a rainha. Ele é perseguido e preso, mas conta com a ajuda de Nimona para escapar e tentar provar sua inocência.

A aceitação e a autodescoberta são temas-chave do longa, especialmente a cada vez que Nimona ouve a pergunta “o que você é?”. “Eu sou Nimona”, ela responde sempre. E isso basta. Ela é tudo, menos um monstro. Ballister, em certo momento, a descreve como “esperta, gentil e bastante requintada”.

Pois utilizo as mesmas palavras para descrever o filme, que também toca na temática LGBTQIA+, retratando o relacionamento de Ballister com outro cavaleiro, Ambrosius, e tem uma belíssima trilha sonora — com George Michael, Judas Priest e Metric.

Esperto, gentil e bastante requintado. Este é “Nimona”. Que erro teria sido não assisti-lo.