Top 5 Filmes Interligados

Top 5 Filmes Interligados

Salve galera. Feliz 2025 para todos.

E vamos começar o ano com o pé direito, falando de filmes que estão ligados de uma maneira ou outra.

Antes de surgir o universo compartilhado de filmes da Marvel no cinema (o famoso MCU), já existiam filmes que compartilhavam diversos personagens ou locais, mesmo sem relações aparentes, criando assim os universos compartilhados.

Alguns ficaram até famosos, como os filmes do diretor e roteirista Kevin Smith, que criou o View Askewniverse. Neste universo, todos os filmes tem a participação dos personagens Jay (Jason Mewes) e Silent Bob (Kevin Smith). Mas alguns não são tão óbvios assim.

Por isso, hoje vamos fazer o Top 5 Filmes Interligados.

5 – Trilogia X de Ti West

Criada pelo diretor e roteirista Ti West, a trilogia é formada pelos filmes de terror X – A Marca da Morte (X, 2022 / dir. Ti West); Pearl (2022 / dir Ti West) e MaXXXine (2024 / dir. Ti West).

Os 3 filmes são estrelados pela atriz Mia Goth e giram em torno de 2 personagens interpretados por ela: Maxine “Max” Minx e Pearl.

A ideia de Ti West era mostrar como os filmes de terror foram se alterando com o passar do tempo. São filmes feitos de forma independentes, o que traz uma camada única na experiência de quem assiste a trilogia.

X tem como personagem principal a jovem Max Minx se passa nos anos 70, época marcada por filmes slashers como O Exorcista (The Exorcist, 1973 / dir. William Friedkin), Halloween – A Noite do Terror (Halloween, 1978 / dir. John Carpenter) e O Massacre da Serra Elétrica (The Texas Chain Massacre, 1974 / dir. Tobe Hooper). O enredo conta a história de uma equipe de cinema adulto que decide fazer um filme pornô em uma cabana isolada no Texas. 

Pearl acontece durante a Primeira Guerra Mundial e tem como cenário uma fazenda isolada no interior do Texas, traz um terror mais psicológico, levando a personagem principal a um mundo de violência e loucura. Vale destacar que a fazenda onde Pearl mora é o local onde se passa X.

Enquanto que MaXXXine se passa nos anos 80 e traz um terror mais underground. No filme, após sobreviver ao massacre, Maxine decide voltar para Los Angeles, em busca de uma nova vida. Ela começa a trabalhar em filmes de terror B em busca de uma nova oportunidade no cinema, até que um assassino serial começa a matar pessoas próximas dela.

Como curiosidade, vale citar que X e Pearl foram produções independentes e, para economizar custos, foram rodados juntos.

Outra curiosidade é que a ordem de lançamentos dos filmes não segue a ordem cronológica. Então quem quiser seguir a linha do tempo corretamente, deve assistir a trilogia na seguinte ordem: Pearl, X e MaXXXine.

4 – Shermer High School em Chicago

Quem viveu o cinema dos anos 80 e 90 conhece o diretor John Hughes. E tem na memória alguns dos seus clássicos: Curtindo a Vida Adoidado (Ferris Bueller’s Day Off, 1986 / dir. John Hughes), Mulher Nota 1000 (Weird Science, 1985 / dir. John Hughes), Gatinhas e Gatões (Sixteen Candles, 1984 / dir. John Hughes), Clube dos 5 (The Breakfast Club, 1985 / dir. John Hughes), Garota de Rosa-Shocking (Pretty in Pink, 1986 / dir. John Hughes), Antes Só do que Mal Acompanhado (Planes, Trains & Automobiles, 1987 / dir. John Hughes), Quem Vê Cara Não Vê Coração (Uncle Buck, 1989 / dir. John Hughes) entre outros.

Mas o que muitos não sabem é que nos filmes com protagonistas adolescentes, todos estudam na Shermer High School. Esta escola fica no subúrbio de Chicago, onde as histórias se passam.

A Shermer High School pode ser vista (ou foi citada) em diversos filmes de Hughes, alguns em apenas pequenos detalhes e tendo seu maior destaque em Clube dos 5, uma vez que a história se passa inteira em seus corredores, e Mulher Nota 1000, onde é possível ver um professor de educação física usando uma camiseta da escola.

Vale destacar que a Shermer High School não existe.

3 – Irmãos Duke

Esta é uma pequena referência que liga duas grandes comédias da década de 80 dirigidas por John Landis.

Trocando as Bolas (Trading Places, 1983 / dir. John Landis) mostra os irmãos Randolph Duke (Ralph Bellamy) e Mortimer Duke (Don Ameche) apostando que conseguiriam fazer Louis Winthorpe III (Dan Aykroyd), o educado e fino diretor da sua empresa, um mendigo e colocando no seu lugar o Billy Ray Valentine (Eddie Murphy), um golpista e vagabundo que mora nas ruas, o tornando um elegante e inteligente homem de negócios.

A aposta é um sucesso, até que Louis e Billy Ray descobrirem e se vingarem contra os irmãos Duke, quebrando a empresa deles e os deixando pobres.

Já em Um Príncipe em Nova York (Coming to America, 1988 / dir. John Landis), temos o Príncipe Akeem Joffer (Eddie Murphy) tentando conquistar uma mulher sem que ela saiba de sua linhagem real ou seu dinheiro. E em um determinado momento do filme, para esconder sua origem rica, ele dá um saco de dinheiro para dois mendigos, que na verdade são os irmãos Duke.

2 – Replicantes, Guerras Interplanetárias e Corporações

Existem algumas teorias e indícios que unem 4 filmes de ficção científica, que aparentemente estão distantes entre si.

A primeira (e mais famosa) seria a relação entre Blade Runner – o Caçador de Andróides (Blade Runner, 1982 / dir. Ridley Scott) e Soldado do Futuro (Soldier, 1998 / dir. Paul W.S. Anderson).

No clássico de Ridley Scott, é mostrada a luta dos replicantes por mais tempo de vida. E no monólogo final de Roy Batty (Rutger Hauer), ela fala sobre algumas guerras em que lutou.

Já em Soldado do Futuro, ao apresentar a ficha do Sargento Todd 3465 (Kurt Russell), algumas das batalhas citadas por Batty aparecem em seu currículo.

Outro indicativo é o fato de ser possível ver um Spinner, modelo de carro voador utilizado em Blade Runner, inclusive pelo policial Rick Deckard (Harrison Ford), destruído no planeta lixão em que se passa Soldado do Futuro.

Mas o principal fato que une os 2 filmes é sua temática: soldados geneticamente criados questionando se eles estão realmente vivos. E lutando pelo direito de viver mais.

Lógico que em Blade Runner esta discussão é mais filosófica, enquanto que Soldado do Futuro é um filme de ação. Mas não deixa de ser um ponto forte em comum nas duas obras.

Outra teoria une Blade Runner e o Universo de Alien.

Em um extra do DVD de 20 anos de aniversário do filme Alien – o 8º Passageiro (Alien, 1979 / dir. Ridley Scott), é possível ver a ficha do Capitão Dallas (Tom Skerritt), que comandava a nave Nostromo.

Lá é mostrado que ele recebeu um pagamento da Tyrell Corporation, a empresa criadora dos replicantes em Blade Runner. Vale destacar que a Nostromo faz parte da frota da Weyland-Yutani.

E nos extras do filme Prometheus (2012 / dir. Ridley Scott), é revelado que Peter Weyland (Guy Pearce), fundador da Weyland Corp (que depois se funde com a Yutani Corporation, criando a Weyland-Yutani Corporation, empresa citada nos filmes da série Aliens), foi discípulo de Eldon Tyrell (Joe Turkell), o CEO da Tyrell Corporation

E para apimentar ainda mais estas teorias, em Soldado do Futuro são citados o Rifle de Pulso M41A e a USCM SmartGun, armas utilizadas pelos membros da Colonial Marines em Aliens O Resgate (Aliens, 1986 / dir. James Cameron), o que colocaria os dois filmes usando a mesma tecnologia e, consequentemente, no mesmo universo.

Então é possível dizer que Blade Runner, Soldado do Futuro e os filmes da série Alien se passam no mesmo universo. Mas cada um em uma época diferente.

Lógico que tudo pode ser apenas uma brincadeira entre os produtores dos filmes, afinal Blade Runner e Soldado do Futuro tiveram o mesmo roteirista, que foi David Webb Peoples; enquanto que Blade Runner, Alien – o 8º Passageiro e Prometheus tiveram Ridley Scott como diretor.

E para encerrar, se os três filmes se passam no mesmo universo, é possível dizer que os filmes da série Predador também se passam neste universo. 

Existem duas referências que unem os Xenomorfos de Aliens e os Yautjas do Predador. Mas vale destacar que uma não é oficial, sendo descartada em ambos universos.

A referência mais óbvia são os filmes da série AvP, que surgiram para atender um sonho antigo dos fãs. O primeiro filme da série foi Alien vs. Predador (Alien vs. Predator, de 2004 / dir. Paul W.S. Anderson).

Neste filme é mostrado que o androide Bishop (Lance Henriksen), de Aliens, O Resgate, é baseado no fundador Weyland Corp, Charles Bishop Weyland (Lance Henriksen). Só que esta informação contradiz o que é dito em Prometheus, que foi Peter Weyland (Guy Pearce) que fundou a Weyland Corp. E no final do segundo filme da série, Aliens vs. Predador 2 (Alien vs. Predator: Requiem, de 2007 / dir. Irmãos Strause), é mostrado os militares entregando uma arma recuperada dos predadores para uma mulher identificada apenas como Sra. Yutani, a CEO da Yutani Corporation.

Mas não é necessário ficar maluco para tentar entender a ligação entre os universos de Alien e Predador mostrada em AvP ou o desencontro de informações entre os filmes. Isso porque os filmes da série AvP não fazem parte oficialmente do universo dos filmes de Alien e dos filmes do Predador. 

Por isso, tudo que é citado nos dois filmes de AvP pode ser desconsiderado integralmente. 

E a outra referência que liga o universo dos Xenomorfos e dos Yautjas aparece no filme Predador 2 – A Caçada Continua (Predator 2, de 1990 / dir. Stephen Hopkins), quando o detetive Mike Harrigan (Danny Glover) invade a nave dos predadores. Lá é possível ver o crânio de um alien, exposto como um troféu.

Então sim, os predadores existem neste universo compartilhado.

1 – Trilogia da Cortina Vermelha

A Trilogia da Cortina Vermelha do diretor Baz Luhrmann talvez seja a que menos mostre relação em seus filmes.

O primeiro filme foi Vem Dançar Comigo (Strictly Ballroom, 1992 / dir. Baz Luhrmann); seguido por Romeu + Julieta (Romeo + Juliet, 1996 / dir. Baz Luhrmann); e sendo finalizada com Moulin Rouge – Amor em Vermelho (Moulin Rouge!, 2001 / dir. Baz Luhrmann).

Se você já viu os filmes, sabe muito bem que seus enredos e personagens não tem ligação nenhuma. Então por que eles fazem parte de uma trilogia?

Segundo o próprio diretor, cada um deles traz uma técnica teatral específica para contar sua história: dança, poesia e música. Por isso o nome de Trilogia da Cortina Vermelha: referência a cortina que abre e encerra um espetáculo teatral. Outro ponto que une a trilogia é o amor proibido entre seus protagonistas.

Vem Dançar Comigo mostra a história de um campeão de dança de salão que acaba aceitando uma inexperiente dançarina, que o ajuda a vencer os preconceitos ao sair da dança tradicional e criar novos passos e assim dançar de forma livre, sem regras ou imposições.

Romeu + Julieta traz a famosa história de amor proibido criada por William Shakespeare. Mas ao invés de se passar na Itália do século 14, ela acontece em um ambiente contemporâneo, com as empresas das famílias Montéquios e Capuletos disputando o poder. E a maior diferença é que todo o filme falado em inglês shakespeariano (ou inglês moderno inicial). Então ele acaba sendo mais “poético e romântico” nas frases.

E por fim temos o Moulin Rouge, que traz um musical ambientado em 1899, na famosa casa parisiense do Moulin Rouge, onde o jovem poeta Christian (Ewan McGregor) acaba se apaixonando pela cortesã Satine (Nicole Kidman). E todo este amor é contato nas músicas do filme. 

Depois que você entende as referências e as histórias que Baz Luhrmann quis contar, cresce muito.

@guimaraesedu

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