Maratona Oscar: Nimona /Gabriel Araujo

Maratona Oscar: Nimona /Gabriel Araujo

Se não fosse pelo compromisso com o blog de escrever esta resenha, eu provavelmente jamais teria assistido a “Nimona”, filme disponível na Netflix e que concorre ao Oscar de Melhor Animação deste ano. Vejo poucos desenhos animados, não tenho exatamente muitos deles na minha lista do que assistir, etc, etc… Pois teria sido um erro.

Em meia hora de “Nimona” eu já havia soltado boas gargalhadas; em uma hora, feito várias reflexões; em um pouquinho mais do que isso, já queria ver de novo.

A recepção esmagadoramente favorável que recebeu da crítica e as indicações e prêmios podem parecer surpreendentes para um filme que enfrentou tanta dificuldade e rejeição até estrear. Mas o produto final é, sim, sensacional e merecedor do resgate pelo qual passou.

Por dificuldade, entenda-se cancelamento. “Nimona” estava sendo desenvolvido por um estúdio ligado à Fox quando a área da empresa foi adquirida pela Disney, que acabou limando a produção. Um erro, como o que teria cometido se não tivesse assistido ao filme? Provavelmente. Talvez um pouquinho maior.

“Nimona”, que é dirigido por Nick Bruno e Troy Quane e baseado na história em quadrinhos homônima de ND Stevenson, felizmente foi resgatado pela Annapurna Pictures e pela Netflix em 2022, e lançado no ano passado.

A animação se desenvolve ao redor da metamorma Nimona, aparentemente apenas uma garotinha (mas que se transforma em animais e outros seres humanos!), e de Ballister, membro de uma equipe de cavaleiros que protege o reino futurista em que vivem de um “monstro”.

No início do longa, Ballister — prestes a se tornar o primeiro plebeu nomeado cavaleiro no reino — sofre uma armação na qual acaba por assassinar a rainha. Ele é perseguido e preso, mas conta com a ajuda de Nimona para escapar e tentar provar sua inocência.

A aceitação e a autodescoberta são temas-chave do longa, especialmente a cada vez que Nimona ouve a pergunta “o que você é?”. “Eu sou Nimona”, ela responde sempre. E isso basta. Ela é tudo, menos um monstro. Ballister, em certo momento, a descreve como “esperta, gentil e bastante requintada”.

Pois utilizo as mesmas palavras para descrever o filme, que também toca na temática LGBTQIA+, retratando o relacionamento de Ballister com outro cavaleiro, Ambrosius, e tem uma belíssima trilha sonora — com George Michael, Judas Priest e Metric.

Esperto, gentil e bastante requintado. Este é “Nimona”. Que erro teria sido não assisti-lo.

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