Oscar de Melhor Filme: um balanço

Oscar de Melhor Filme: um balanço

Aproveitei alguns dias de descanso neste mês para me atualizar sobre os principais filmes do último ano. Já havia visto e resenhado “Ford vs. Ferrari” para este espaço, mas decidi realizar um balanço dos demais filmes que assisti e foram indicados ao principal troféu do Oscar – todos eles já comentados por outros colunistas aqui, evidentemente – em opiniões curtas e diretas, de um parágrafo cada. A seguir:

O Irlandês – Grande filme, grande elenco, grande direção. O principal motivo de não ter vencido um Oscar sequer foi a concorrência pesada, acho. Mas se pelo menos Al Pacino levasse como melhor ator coadjuvante, não seria nenhum absurdo. Uma obra de máfia com Pacino, De Niro, Pesci e Scorsese é algo praticamente incriticável. Vale as longas 3h30. Destaque também para o uso do rejuvenescimento virtual dos atores. “I heard you paint houses”.

Parasita – Revolucionário. Drama, comédia, suspense e ação em um só filme, recheado de plot-twists, com direção maravilhosa, roteiro incrível e atuações ótimas. Reconhecimento merecidíssimo do Oscar ao filme e a Bong Joon-ho. Eu não reclamaria de uma indicação de Song Kang-ho (patriarca da família Kim) a melhor ator, aliás. Primeiro filme sul-coreano que assisti, fiquei encantado. Notei bastante influência de “Taxi Driver” nos ângulos das câmeras e na parte final, não à toa a homenagem de Bong a Scorsese ao receber o Oscar de melhor diretor. As abordagens às questões sociais, é claro, também são brilhantes. Sem defeitos.

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Reprodução/ABC/@TheAcademy

Ford vs Ferrari – Filme bem bacana. Christian Bale está fantástico, a dedicação dele a seus papéis é incrível. Matt Damon muito bem também. Cenas de corrida são excelentes, com muita adrenalina. Que molequinho chato é o filho do protagonista. Indicação válida ao Oscar, mas vitória era pedir demais.

Era Uma Vez… Em Hollywood – Filmaço, o puro suco de Tarantino! Leonardo DiCaprio está excelente no papel principal, e Brad Pitt é um coadjuvante de peso. Apesar de ter curtido muito Al Pacino em “O Irlandês” e considerar que se ele vencesse o Oscar não seria um absurdo, a estatueta está muito bem nas mãos de Pitt, que finalmente levou seu prêmio de atuação. Margot Robbie sempre encantadora, mas a achei subaproveitada no papel de Sharon Tate, com algumas cenas bem bobinhas. Realizei uma análise mais profunda dos Discursos presentes no filme com alguns colegas da faculdade de Jornalismo da USP, em trabalho para a disciplina “Ciências da Linguagem: dos Discursos”, e indico a leitura no link anexo.

1917 – Bom filme de Sam Mendes, que traz uma forma diferente de mostrar a Primeira Guerra Mundial, fazendo uso constante do plano sequência. Trama se passa em um só dia e o roteiro é básico. Achei desnecessário chamarem Colin Firth e Benedict Cumberbatch apenas para algumas pontinhas. Apesar da qualidade técnica inegável e da direção muito bem conduzida, não chegou a me impactar como “Parasita”, que achei bem mais profundo. Mas tende a se consolidar como um clássico de guerra, sim, especialmente – repito – pelas virtudes técnicas.

Faltaram “Coringa”, “História de um Casamento”, “Adoráveis Mulheres” e “Jojo Rabbit”. Buscarei me (re)atualizar quanto a eles o mais rápido possível – por ora, indico as análises dos demais colunistas do Poltrona de Cinema, que podem ser encontradas no setor de “buscas”, na barra de ferramentas à direita da tela.

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