‘O Homem Cordial’, de Iberê Carvalho, ganha teaser inédito

‘O Homem Cordial’, de Iberê Carvalho, ganha teaser inédito

Longa protagonizado por Paulo Miklos será exibido na mostra competitiva do 47º Festival de Cinema de Gramado

HOMEM CORDIAL, dirigido por Iberê Carvalho, que também assina o roteiro ao lado do uruguaio Pablo Stoll (Wisky, 2003), acaba de ganhar teaser inédito . O longa, que fará sua estreia nos cinemas brasileiros no 47º Festival de Cinema de Gramado, para o qual foi selecionado na mostra competitiva, é um thriller psicológico, no qual o afloramento de uma onda de ódio e intolerância é visto a partir do ponto de vista de Aurélio (Paulo Miklos), um homem de 60 anos, branco, rico e heterossexual, que de sua posição social privilegiada se vê perdido e impotente, sem saber como reagir a essa realidade que se apresenta.

A ideia inicial para o roteiro surgiu em 2015, quando Carvalho começou a se incomodar com a crescente onda de polarização no país. A partir disso, passou a pesquisar o tema e se deparou com o vídeo de um garoto de dez anos sendo linchado numa manifestação pró impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. “A reação e o ódio das pessoas que o cercaram me chocaram tremendamente e me perguntei o que eu faria se estivesse ali. Foi daí que surgiu a premissa inicial do argumento de O HOMEM CORDIAL”, recorda Carvalho. Depois, o corroteirista Pablo Stoll se uniu ao projeto, chegando ao roteiro final do longa.

“À época, o Brasil vivia o início de uma polarização política, mas que não se expressava de forma tão violenta e extremista como hoje. Quando filmamos, em meados de 2018, na véspera da eleição, o clima já era outro e esse novo cenário foi incorporado ao universo do filme. Mesmo assim, em setembro de 2018, quando a montadora Nina Galanternick assistiu ao material bruto, ela temeu que as cenas estivessem um pouco exageradas no tom e no seu desenrolar. Três meses depois, ela me confessou que sua percepção sobre as cenas havia mudado completamente, que agora elas lhe pareciam até suaves perto dos episódios de intolerância e violência que vinham acontecendo no Brasil”, conta o diretor. “Estamos vivendo um momento tão estranho e revelador de nossa sociedade que é impossível qualquer ficção ter a pretensão de acompanhar a realidade”, completa.

Para o protagonista, Carvalho precisava de um ator que tivesse carisma e ao mesmo tempo agressividade, que tivesse quase 60 anos, mas com espírito jovem, e logo que o personagem principal, Aurélio, foi desenhado, pensou em Paulo Miklos. “Ele era perfeito para o papel. Claro que o fato de sua experiência em uma das maiores bandas de rock do Brasil era um fator excepcional, já que o roteiro previa uma cena de show, mas a escolha foi principalmente por seu trabalho em O Invasor, que é umas das referências estéticas do filme”.

O diretor conta que foi um privilégio trabalhar com Miklos, que já possui 20 anos de experiência como ator, e que o ponto principal foi buscar as divergências entre o personagem e o intérprete, já que as convergências eram nítidas e poderiam se tornar uma armadilha no processo. “O trabalho de preparação de elenco da Amanda Gabriel (Aquarius, Bacurau) foi fundamental para encontrar uma unidade entre todo o elenco”.

Trabalhando ao lado dos produtores de elenco Guilherme Angelim e Alice Wolfenson, os demais personagens foram ganhando seus intérpretes. “Thaíde foi das apostas que fiz que mais me orgulho. Uma potência incrível diante da tela. Dandara de Morais eu tinha visto em Ventos de Agosto, do Gabriel Mascaro, e quando a conheci pessoalmente surgiu uma vontade de trabalhar junto”, conta Carvalho.  O filme conta, ainda, com atores e atrizes de Brasília e paulistas no elenco, como Thalles Cabral (Yonlu), Bruno Torres (Somos Tão Jovens), Theo Werneck (Que Horas Ela Volta), Murilo Grossi (Linha de Passe, Batismo de Sangue), Fernanda Rocha ( O Último Cine Drive-in), Felipe Kenji (Boas Maneiras) e com a participação da rapper Mc Sofia.

A cidade de São Paulo, onde O HOMEM CORDIAL foi rodado, também é uma personagem do filme. A opção do diretor pela capital foi devido ao cenário urbano de uma grande metrópole que simboliza o desenvolvimento. Incorporá-la ao longa pelo olhar ‘estrangeiro’ foi um desafio, “mas conseguimos trazer um olhar fresco da cidade”, finaliza.

O longa tem fotografia de Pablo Baião, vencedor do Kikito de Melhor Fotografia no último Festival de Gramado por Simonal, e Maíra Carvalho, ganhadora do Kikito de Melhor Direção de Arte em 2015 por O Último Cine Drive-in, assina a arte.

Com montagem de Nina Galanternick, som de Daniel Turini, Fernando Henna e Henrique Chiurciu, som direto de Marcos Manna, figurino de Eduardo Barón e Vinicius Couto e maquiagem por Vanessa Barone, O HOMEM CORDIAL é produzido por Maíra Carvalho, Rodrigo Sarti Werthein, Rune Tavares e Iberê Carvalho, numa coprodução Quartinho Direções Artísticas, Acere, Momento Filmes e Pavirada Filmes. A distribuição nacional é da O2 Play e a representação internacional da Media Luna Films.

SINOPSE 
Aurélio é vocalista de uma famosa banda de rock que fez muito sucesso até o final dos anos 90. Na noite de retorno de sua banda aos palcos, viraliza na internet um vídeo que o envolve na morte de um policial militar.  Ninguém sabe o que de fato aconteceu, mas o astro passa a ser alvo de grupos radicais. Aurélio, então, se vê inserido em uma tensa e violenta jornada pelas ruas de São Paulo. Durante uma única noite, encontrará figuras importantes de sua carreira e Helena, uma jovem jornalista determinada a descobrir o que realmente aconteceu.

FICHA TÉCNICA 
Direção: Iberê Carvalho
Roteiro: Pablo Stoll e Iberê Carvalho
Produção: Quartinho Direções Artísticas, Pavirada Filmes, Acere e Momento Filmes
Produtores: Maíra Carvalho, Rodrigo Sarti Werthein, Rune Tavares e Iberê Carvalho
Produção Executiva: Rune Tavares, Camila Ciolim e Rodrigo Sarti Werthein
Fotografia: Pablo Baião
Direção de Arte: Maíra Carvalho
Som: Daniel Turini, Fernando Henna e Henrique Chiurciu
Montagem: Nina Galanternick
Som direto: Marcos Manna
Figurino: Eduardo Barón e Vinicius Couto
Maquiagem: Vanessa Barone
Elenco: Paulo Miklos, Thaíde, Dandara de Morais, Thalles Cabral, Theo Werneck, Fernanda Rocha, Bruno Torres, Murilo Grossi, Mauro Shames, Felipe Kenji, Tamirys O’Hanna e André Deca
País: Brasil
Ano: 2019
Duração: 83 min.

SOBRE O DIRETOR 

“O Homem Cordial” é o segundo longa-metragem do premiado diretor Iberê Carvalho. “O Último Cine Drive-in” (2015) foi eleito melhor filme brasileiro do ano pela Folha de São Paulo. Entre outros, recebeu os prêmios de Melhor Filme no 18º Punta del Este International Film Festival, Prêmio da Crítica de Melhor Filme no 43º Festival Internacional de Gramado, Melhor Ator, Melhor Atriz Coadjuvante e Melhor Direção de Arte. Melhor Filme pelo Público do Festival Cine Las Americas, no Texas. Também participou dos festivais de Chicago, Beijing e Marselle. Como curta-metragista recebeu o prêmio de Melhor Curta no 31º Festival del Nuevo Cine Latinoamericano de Havana e o prêmio Cartoon Network de melhor Curta Infantil no Prix Jeunesse Latino-Americano.

A PRODUÇÃO  

O filme é uma coprodução entre a Quartinho Direções Artísticas, Acere, Pavirada Filmes e Momento Filmes. É fruto de uma parceria de 15 anos entre estas produtoras que juntas somam dezenas de filmes de ficção e documentários. Suas obras foram exibidas nos festivais de Toulouse, Paris, Tóquio, Amsterdam, Hawaii, Atenas, Bruxelas, Los Angeles, Seattle, Houston, Montevideo, Havana, Mazatlan, Caracas, Barcelona, Valência, San Sebastian, Londres, Bilbao, Lisboa, entre outros.
Entre suas recentes produções destacam-se “Entre Idas e Vindas”, de José Eduardo Belmonte; “A Sombra do Pai”, de Gabriela Amaral Almeida, coproduzido pela RTFeatures; o documentário “Mobília em Casa-Móveis Coloniais de Acaju e a Cidade”, de José Eduardo Belmonte; “O Fim e os Meios”, de Murilo Salles; e“ O Último CineDrive-In”, de Iberê Carvalho. Entre seus futuros projetos destacam-se “Quase Deserto”, de José Eduardo Belmonte, e “A Fúria”, de Ruy Guerra.

 

SOBRE O DISTRIBUIDORA

A O2 Play é dirigida por Igor Kupstas sob a tutela de Paulo Morelli, sócio da O2 Filmes, e faz parte do grupo O2, que tem como sócios também o cineasta Fernando Meirelles e a produtora Andrea Barata Ribeiro. Em atividade desde 2013, a O2 Play se diferencia das demais distribuidoras por trabalhar além do cinema, TV e vendas internacionais, o VOD (Video on Demand), como uma distribuidora digital. Possui contratos com plataformas como o iTunes, Google Play, Netflix, NOW, Claro Vídeos, Vimeo, ofertando além de conteúdos longa-metragem e seriados também serviços de delivery (Encoding).

A O2 Play lançou em cinema filmes como CIDADE CINZA (2013), com os grafiteiros OsGêmeos, LATITUDES (2014), romance com Alice Braga e Daniel de Oliveira que foi parte de um inovador projeto transmídia, JUNHO – O MÊS QUE ABALOU O BRASIL (2014), documentário da Folha de S. Paulo, primeiro filme a chegar aos cinemas e em VOD na mesma data, A LEI DA ÁGUA (2015), documentário de André D’Elia com produção de Fernando Meirelles, A BRUTA FLOR DO QUERER (2016), vencedor de 2 prêmios em Gramado, UMA NOITE EM SAMPA (2016), de Ugo Giorgetti, PARATODOS, doc sobre atletas paraolímpicos que após carreira elogiada pela críticas nos cinemas foi vendido para o mundo todo na NETFLIX, DO PÓ DA TERRA (2016), doc de Maurício Nahas, PESCADORES DE PÉROLAS (2015), ópera com direção de Fernando Meirelles transmitida ao vivo via satélite do Theatro da Paz para 10 salas de cinema, e ENTRE NÓS (2014), A NOITE DA VIRADA (2014) e ZOOM (2016), estes de produção da O2 Filmes em co-distribuição com a Paris Filmes.

Entre os lançamentos da O2 Play nos cinemas estão o longa-metragem TRAVESSIA, filme com Chico Diaz e Caio Castro, o documentário SEPULTURA ENDURANCE, sobre a banda brasileira de metal, COMEBACK, filme vencedor do prêmio de melhor ator para Nelson Xavier no Festival do Rio 2016 e MALASARTES E O DUELO COM A MORTE, grande produção da O2 Filmes dirigida por Paulo Morelli. Também entram na lista o documentário EXODUS- DE ONDE VIM NÃO EXISTE MAIS, produzido pela O2 e dirigido por Hank Levine e o longa A REPARTIÇÃO DO TEMPO, dirigido por Santiago Dellape. Também distribuiu no segundo semestre de 2018 o longa-metragem CORAÇÃO DE COWBOY dirigido por Gui Pereira em mais de 200 salas de cinema e o premiado documentário SER TÃO VELHO CERRADO dirigido por André D’Elia. Em 2019 no primeiro semestre promoveu o lançamento em formato day and date do filme 45 DIAS SEM VOCÊ do diretor Rafael Gomes. No segundo semestre inicia o programa O2 PLAY DOCS com a exibição de documentários nas principais cidades de todas as regiões brasileiras com sessões em horário nobre.

A O2 Play é pioneira em curadoria mundial no iTunes com a seção FERNANDO MEIRELLES RECOMENDA. Esta a primeira vez que a loja da Apple convidou um agente externo para sugerir filmes (confira em itunes.com/fmeirelles).

A O2 PLAY realiza a distribuição digital e encoding para dezenas de títulos e séries, além de vendas para TV e mercado internacional. Tivemos oito longas escolhidos pela Apple dentre “Os Melhores Filmes do Ano” entre 2014 e 2016.

 

 

‘Top Gun: Maverick’ ganha primeiro trailer e cartaz oficiais

‘Top Gun: Maverick’ ganha primeiro trailer e cartaz oficiais

Distribuído pela Paramount Pictures, a aguardada continuação de um dos filmes mais icônicos de sua geração tem estreia prevista para 25 de junho de 2020

Tom Cruise está de volta, 34 anos depois, em um dos papeis mais icônicos de sua carreira: o piloto Pete “Maverick” Mitchell de ‘Top Gun – Ases Indomáveis’, filme lançado em 1986 que ganhou milhares de fãs e se tornou um clássico da época.
Assista AQUI ao primeiro trailer oficial de ‘Top Gun: Maverick’, que traz a nostalgia do primeiro filme e muitas cenas de ação de tirar o fôlego – como é de se esperar de um filme estrelado por Tom Cruise. Dirigido por Joseph Kosinski (Oblivion), o longa está previsto para chegar aos cinemas brasileiros em 25 de junho de 2020.
Com a produção de Jerry Bruckheimer, ‘Top Gun: Maverick’ traz ainda no elenco Jennifer Connelly, Miles Teller, Jon Hamm, Ed Harris e Val Kilmer de volta como Iceman.
Sobre a Paramount Pictures Corporation
A Paramount Pictures Corporation (PPC), uma importante produtora e distribuidora global de entretenimento filmado, é uma unidade da Viacom (NASDAQ: VIAB, VIA), casa de marcas globais famosas que cria emocionantes programas de televisão, filmes de longa-metragem, conteúdo de curta-metragem, apps, jogos, produtos de consumo, experiências nas mídias sociais e outros conteúdos de entretenimento para audiências de mais de 180 países.
O live-action “Turma Da Mônica – Laços” bate a marca de um milhão e meio de espectadores

O live-action “Turma Da Mônica – Laços” bate a marca de um milhão e meio de espectadores

Infalível! O live-action “Turma da Mônica – Laços” já foi visto por mais de um milhão e meio de espectadores, que se emocionaram ao acompanhar a aventura da turminha mais querida do Brasil, agora em carne e osso, em busca do cãozinho Floquinho. O marco aconteceu nesta quarta-feira, quando o longa completou 21 dias em cartaz. O filme ainda pode ser conferido em 471 salas em 440 cinemas em todo o país.

O diretor do filme Daniel Rezende comemora “Muito feliz de saber que os brasileiros estão se divertindo e se emocionando com o maior ícone pop do país em sua versão live-action nos cinemas. Viva Turma da Mônica. Viva o cinema nacional”.

“A MSP está muito feliz com a receptividade e o carinho do público desde que o filme foi lançado. Atingir essa marca é muito significativo e demonstra o sucesso do Turma da Mônica-Laços, além de fortalecer o cinema brasileiro. Continuamos contando com as pessoas que ainda não assistiram ao filme”, celebra Mônica Sousa, diretora-executiva da Mauricio de Sousa Produções, coprodutora do longa.

Para tornar o momento ainda mais especial, na última sexta-feira (12), os espectadores que assistiram ao filme “Turma da Mônica – Laços” na rede Kinoplex ajudaram a mudar a realidade dos animais abandonados no Brasil. A cada ingresso comprado para o filme neste dia, R$ 1 foi destinado à AMPARA Animal, instituição que auxilia mais de 450 abrigos no país. A ação foi uma parceria exclusiva entre a rede Kinoplex, a distribuidora Paris Filmes e a Mauricio de Sousa Produções (MSP).

Antes disso, o filme foi homenageado com uma revista especial da Turma da Mônica (nº141) que já está nas bancas. Nesta edição os leitores acompanham o Louco pelo set de filmagem do longa-metragem “Turma da Mônica – Laços” e aprendem como se faz um filme. Outras ações promocionais foram realizadas por parceiros como BIC e Suzano, Ri Happy, Pernambucanas, Fom, Kalunga, Lifemix e Sam’s Club, Hotel Grande Mercure, entre outros.

“Turma da Mônica – Laços” é baseado na obra homônima lançada em 2013 pelos irmãos Vitor e Lu Cafaggi, que se tornou a graphic novel brasileira mais vendida do país. O filme é uma produção da Biônica Filmes e Quintal Digital, em coprodução com a Mauricio de Sousa Produções, Latina Estudio, Paris Entretenimento, Paramount Pictures e Globo Filmes. A distribuição é da Paris Filmes e Downtown Filmes.

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Poltrona Resenha: O Rei Leão/ Cesar Augusto Mota

Poltrona Resenha: O Rei Leão/ Cesar Augusto Mota

Na onda da recriação de grandes clássicos, a Disney traz ao público uma obra que, sem dúvida, encantou o mundo há 25 anos e agora chega sob uma nova ótica, com todos os seus personagens feitos por computação gráfica (CGI). ‘O Rei Leão’, sob a direção de Jon Fravreau (Homem-Aranha: Longe de Casa) vem com uma proposta de inovar, mas será que consegue se aproximar do que foi a original, com uma animação marcada por personagens carismáticos e uma inesquecível trilha sonora?

Logo de cara somos brindados com uma música conhecida do grande público e a icônica cena de Rafiki erguendo um lindo filhote de leão, aquele que será o futuro rei da Terra dos Reinos: Simba. A obra clássica é seguida à risca, desde os primeiros passos do protagonista até sua fase adulta, quando ele redescobre quem é e sua importância no reino e o momento mais agudo, de ter de voltar para casa após ter sido criado em um local distante por Timão e Pumba. O clássico é respeitado, mas a inovação não é capaz de proporcionar o resultado esperado, de uma obra realista e que seja cativante para quem assiste.

Quem acompanha sente a impressão de ver um documentário do estilo National Geographic ou um programa do Animal Planet, tamanho o realismo dos bichos e de seus trejeitos. Uma bela estética, com animação em 3D semelhante à forma humana na vida real. Porém, os personagens não conseguem criar qualquer tipo de conexão com o público, mesmo que sejam humanizados, e sem demonstrar carisma, característica principal da animação de 1994. Além disso, o ritmo é arrastado, não há tantas emoções e as cores vibrantes dos videoclipes com musicais inexistem nessa obra atual.

E quanto aos personagens, Simba até consegue trazer o público para perto na época em que ainda é filhote e está aprendendo tudo sobre ser um líder da alcateia, mas ao se tornar grande, mostra-se um animal sem expressão, muito genérico, e a magia do encontro e convivência com Timão e Pumba não é vista, se resume a um mero passeio pelo novo ambiente com o qual o leão se deparou e permaneceu boa parte de sua vida. O caráter mágico, lúdico e vibrante, presentes em 1994, não são vistos e sentidos em 2019, e uma obra que tinha tudo para ser inesquecível acaba por ser apenas mais uma nas vastas produções da Disney, que investe pesado e sempre se preocupa em levar grandes produtos e entregar os melhores resultados possíveis.

Mesmo com o retorno de um grande clássico sob uma nova estética, ‘O Rei Leão’ ilustra personagens quase humanos e engessados, sem a inocência, espontaneidade e movimentação do original, o que acaba por comprometer a essência das produções da Disney, de contar grandes histórias e proporcionar emoções inesquecíveis para seus espectadores. Uma obra satisfatória, mas que poderia ter entregue muito mais do que prometia.

Cotação: 3/5 poltronas.

Por: Cesar Augusto Mota

‘Filhas do Sol’, exibido em Cannes, ganha data de estreia

‘Filhas do Sol’, exibido em Cannes, ganha data de estreia

Longa de Eva Husson retrata o grupo de resistência formado por mulheres curdas, que lutam por sua liberdade numa sociedade machista e violenta

“FILHAS DO SOL”, que foi exibido na competição oficial do último Festival de Cannes, onde concorreu à Palma de Ouro, está confirmado no Festival Varilux de Cinema Francês, que acontece em junho, em diversas cidades brasileiras. Escrito e dirigido por Eva Husson (Uma História de Amor Moderna), o filme tem estreia prevista em circuito comercial dia 15 de agosto, com distribuição da Califórnia Filmes.

O longa acompanha Bahar, a comandante do batalhão “Filhas do Sol”, que se prepara para libertar sua cidade das mãos dos extremistas, esperando encontrar seu filho, mantido refém. Para acompanhar a jornada e fazer a cobertura do ataque, se junta ao grupo a jornalista francesa Mathilde, que é testemunha da história dessas guerreiras. Desde que tiveram suas vidas viradas de ponta cabeça, todas elas estão lutando pela mesma causa: mulheres, vida, liberdade.

A diretora explica o porquê de introduzir a personagem da jornalista na trama curda: “Ela é nossa janela para o mundo, a porta-voz da capitã do batalhão feminino, e pode expressar certas coisas que seria impossível ilustrar através da narrativa nesse contexto. Ela também me permite refletir sobre a noção das mulheres na guerra. Como uma repórter de guerra feminina, ela representa uma antes oculta perspectiva da identidade das mulheres dentro da zona de guerra. Ela é como um prisma que nos permite navegar entre os contextos coletivo e individual. É a ferramenta da narrativa testemunhal.”

Baseado em situações reais, “FILHAS DO SOL” é inspirado na unidade de resistência Yazidi homônima, formada apenas por mulheres iraquianas, que lutam para retomar sua dignidade numa sociedade patriarcal e permeada por lutas políticas internas. Esse grupo se formou como uma reação à guerra civil e um caminho de sobrevivência para essas mulheres, após serem vítimas de perseguição e massacres por anos.

E 2014, o ISIS (Estado Islâmico no Iraque e na Síria, em inglês) realizou um ataque nas montanhas de Sinjar, território do povo Yazidi, estrategicamente importante por estar entre o Iraque e a Síria. Os 300 mil habitantes do local foram pegos de surpresa e o massacre foi violento. Meninos foram enviados para escolas jihadistas, que os ensinam a matar aos três anos de idade, mulheres e meninas foram vendidas como escravas ou mercadoria sexual, obrigadas a se casar e torturadas.

Anos depois, mesmo com as tentativas das parlamentares Yazidi em conseguir ajuda internacional, as mulheres continuam presas e perseguidas. Paralelamente aos grupos masculinos de resistência contra o ISIS, as mulheres começam pouco a pouco a pegar em armas para se defender, até o surgimento de uma força Yazidi totalmente feminina: as “Filhas do Sol”.

As “Filhas do Sol” não têm nada a perder. O seu grito de guerra é “eles nos estupram, nós os matamos”. E contam com a crença dos soldados do ISIS a seu favor: eles acreditam que se morrerem pelas mãos de uma mulher, não irão para o céu. Por isso, as combatentes femininas os aterrorizam. São essas mulheres, guerreiras e revolucionárias, que o longa “FILHAS DO SOL” retrata.

“Quando uma mulher consegue te contar que ela foi sequestrada e vendida quatorze vezes, e conta isso com extrema serenidade e força, você automaticamente questiona suas ideias e convicções sobre a tragédia do sofrimento. Desconstrói sua imagem de guerra. Eu queria essa experiência em meu roteiro.”, explica a diretora Eva Husson.
Sobre o filme ser colocado como “filme de mulher”, por contar histórias sob a ótica feminina, Husson é taxativa: “Não usamos a expressão ‘filme de homem’, simplesmente porque a proporção nesse momento é muito abundante. A história do cinema é 95% composta de uma perspectiva masculina do mundo. Se usamos essa expressão é porque ainda estamos com falta de perspectivas femininas no cinema para acabar com essa universalidade. Então mãos à obra!”

SINOPSE

Bahar (Golshifteh Farahani) é a comandante das Filhas do Sol, um batalhão composto apenas por mulheres curdas que atua ofensivamente na guerra do país. Ela e as suas soldadas estão prestes a entrar na cidade de Gordyene, local onde Bahar foi capturada uma vez no passado. Mathilde (Emmanuelle Bercot) é uma jornalista francesa que está acompanhando o batalhão durante o ataque. O encontro entre as duas mulheres, dentro do cenário caótico que as cercam, irá mudar a vida de ambas permanentemente.

TRAILER

FICHA TÉCNICA

Direção: Eva Husson
Elenco: Golshifteh Farahani, Emmanuelle Bercot, Zübeyde Bulut
Gênero: Drama
País: França
Ano: 2018
Duração: 111 min