If Beale St Could Talk

Com dIreção correta e roteiro adaptado ao cinema por Barry Jenkins baseado no livro homônimo de James Baldwin um maravilhoso clássico moderno chega as telas. O roteiro, desta vez, é bem mais estruturado que o de Moonlight mas o resultado, como de costume, deixa a dever se comparado com a versao literária. Dica aos leitores do blog: leiam o livro no original em inglês!
No elenco principal, dois protagonistas ainda não tão presentes no cinema mainstream estão muito bem e a indicação de Rivers é merecida. Observemos a trajetória futura destes dois. Vão brilhar mais seguramente. A trilha sonora (que escuto agora enquanto escrevo neste momento) é uma primorosa declaração de amor ao Jazz recheada de clássicos de John Coltrane, Miles Davis, Nina Simone e outros. A falta de indicacao a melhor pelicula não é supresa. Vamos aos detalhes.
Depois de ganhar um Oscar por escrever e dirigir, o premiado “Moonlight” Barry Jenkins retorna com “If Beale Street Could Talk”, uma história de um menino negro injustamente acusado de estupro que, depois de ser preso, descobre que a garota que ele morre de amores está grávida. Daquele ponto em diante, somos guiados em ângulos diferentes, mas o amor entre Tish e Fonny é sempre forte.
“IF Beale St Could Talk” trata do tema racismo como outros desta temporada (ex. Green Book e BlackKKKLansman – Infiltrado na Klan) mas talvez seja o menos impactante. É mais uma história de amor em tempos de racismo latente.
Colman Domingo e Michael Beach como os pais do casal protagonista são muito fortes na tela e têm uma cena linda em um bar onde eles discutem o que os pais negros têm que fazer para ajudar seus filhos. Regina King que faz o papel de mãe da protagonista, é muito convincente e também protagoniza uma forte cena em que encontra a mulher que acusara seu genro injustamente instruída por um policial racista. Há uma outra cena entre Fonny e seu velho amigo Daniel, interpretado por Brian Tyree Henry, que também explica o contexto racista da época (início dos anos 70). Daniel diz a Fonny que numa destas situações em que estava no lugar errado na hora errada, foi preso sem haver cometido nenhum crime. E, teve a “escolha” de admitir ter roubado um carro, embora ele nem saiba dirigir, ou ter carregado maconha. Com a segunda sentença seria mais leve, foi sua escolha.
Barry Jenkins faz um excelente trabalho ao trazer a escrita de Baldwin para a tela, mas comete alguns erros consistindo em rodar de 3 a 4 cenas intermináveis que tornam o filme lento. A forma desnecessária como o filme pula para frente e para trás no tempo também são artificiais e um pouco cansativas. A combinação do roteiro e edição deixam o filme cansativo e quase sem fio condutor depois de 30 minutos.
Assim, confesso minha decepção porque “If Beale St Could Talk” poderia ser tão fantástico quanto o livro no qual seu roteiro se baseia mas…nao é.
Quer ver um bom filme com a temática racismo? Veja Green Book! Quer ver outro? BlacKKKsman(Infitrado na Klan). Spike Lee e Peter Farrelly têm muito a ensinar a Jenkins.